quarta-feira, 15 de junho de 2011

PC das Filipinas: crise do imperialismo é
oportunidade de crescimento das nações


A crise do sistema capitalista mundial continua a se agravar em numerosos países nos quatro cantos do planeta. As massas populares se sublevam contra as consequências desastrosas dessa crise mundial que não apenas expõe o apodrecimento do sistema capitalista mas põe em evidência a necessidade das lutas revolucionárias pela libertação nacional, pela democracia e pelo socialismo sob a direção do proletariado e de seu partido revolucionário.

A crise econômica e financeira que explodiu nos EUA e se espalhou pelo mundo inteiro em 2008 se transforma hoje em depressão mundial.

A razão é que os Estados imperialistas continuam empenhados na política de globalização neoliberal ditada pelos EUA. Sob os auspícios dessa política as oligarquias financeiras e a burguesia monopolista continuam a lucrar com a economia real comprimindo salários e conquistas sociais dos trabalhadores por um lado, e por outro, com os mercados financeiros graças à generalização das manipulações especulativas.

Os fundos públicos são utilizados para salvar os bancos e as grandes empresas, para melhorar seus balanços para que elas sejam relançadas nas bolsas. Em realidade não há verdadeira retomada econômica. A tendência geral é a estagnação, a baixa da produção e do emprego. O subconsumo e a pobreza aumentam tanto quanto cada vez mais pessoas são empurradas ao desemprego, aos baixos salários e à alta dos bens e serviços de primeira necessidade.

O déficit público e a dívida pública são agravados não somente pelo afrouxamento fiscal, subsídios, contratos excessivamente favoráveis aos lucros da grande burguesia mas também por causa dos aumentos dos serviços das dívidas e dos gastos militares, dos gastos com as intervenções e agressões militares. Os déficits públicos são atribuídos aos empregados do setor público, a todos os trabalhadores, ao mesmo tempo em que os gastos sociais dos governos são cada vez mais reduzidos e são cada vez mais propagandeadas as medidas de austeridade cujo objetivo é jogar o fardo da crise sobre os ombros dos trabalhadores.

As potências imperialistas aplicam todas elas uma política econômica neoliberal antissocial contra os trabalhadores e o desenvolvimento. Observamos contradições cada vez mais pronunciadas entre essas políticas econômicas, financeiras e comerciais assim como uma tendência ao recrudescimento do protecionismo e a aplicação de medidas fiscais para estimular a demanda e a reconstrução da infraestrutura. Face a indecisão do G8, G20 e outras agências multilaterais como o FMI, o Banco Mundial e a OMC, a China, a Rússia, a Índia, o Brasil e a África do Sul se uniram para desenvolver sua própria posição em relação à crise mundial.

A intensificação da crise do sistema capitalista fez com que as potências imperialistas dirigidas pelos EUA aumentassem sua produção militar e as guerras de agressão. O fim da guerra fria com o desmembramento da União Soviética encorajou os EUA e seus aliados da Otan a se engajarem em guerras como a da Iugoslávia, no Iraque, no Afeganistão e na Líbia. A enorme agressividade dessas potências imperialistas é motivada pela busca do lucro máximo por suas burguesias monopolistas e seus projetos de extensão de seu território econômico no estrangeiro cujo objetivo é encontrar mão de obra barata, petróleo e outras matérias-primas a preços baixos, mercados para seus produtos e setor de investimentos, além de zonas de influência.

As potências imperialistas se uniram contra os povos e nações oprimidas e contra os países subdesenvolvidos que reclamam sua independência nacional. Mas se acumulam entre elas as contradições no que concerne a uma nova partilha do mundo.

Nos países imperialistas, taxas de desemprego muito elevadas, desmantelamento das conquistas sociais duramente adquiridas, a limitação dos direitos sindicais e democráticos assim como as medidas de austeridade adotadas contra os trabalhadores suscitam o descontentamento da população. Greves gerais explodem e manifestações massivas são organizadas por trabalhadores, jovens, estudantes, mulheres e outros setores da sociedade. Nessas manifestações de massas encontramos frequentemente na primeira linha os trabalhadores do setor público, imigrantes, jovens e mulheres.

De seu lado a burguesia monopolista controladora dos meios de comunicação de massas manipula as mídias, os partidos políticos, escolas e universidades para propagar suas idéias e preconceitos anticomunistas recorrendo ao chauvinismo, ao racismo, às idéias anti-imigrantes, à histeria da guerra ao terror, ao fascismo para dividir a população, detonar o sentimento geral e ocultar a verdadeira origem da crise do capitalismo mundial.

A depressão mundial que seguiu a crise de 2008 preparou o terreno para um período de turbulências profundas durante a segunda década do século XXI. Apesar de tudo, a crise que continua oferece às forças revolucionárias a oportunidade de crescer e de se reforçar.

Extrato da intervenção sobre a crise internacional, parte de documento apresentado pela delegação do Partido Comunista das Filipinas no 20º Seminário Internacional de Bruxelas na Bélgica de 13 a 15 de maio de 2011.
HP

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