quarta-feira, 15 de junho de 2011


Conspirações do Império contra Síria são contraposição ao avanço do Movimento de Libertação Árabe


O fato mais importante que o mundo tem testemunhado é o grande movimento de massas no Mundo Árabe que se manifestou pela derrubada dos dois regimes de aluguel do Império. Tunísia e Egito e por mais vastas demonstrações em muitos outros países conectados ao imperialismo.

O movimento de libertação árabe esta experimentando um grande avanço.

Depois da derrota do imperialismo dos Estados Unidos no Iraque e da derrota da agressão sionista no Líbano em 2006, vem agora a queda de dois regimes absolutamente leais ao imperialismo.

Estes regimes aplicaram com precisão as prescrições econômicas liberais e a privatização das principais unidades da economia, além da redução do papel social do Estado e da produção industrial nacional, o que levou a uma dramática deterioração das condições de vida dos trabalhadores.

O imperialismo e o sionismo lançaram um contra-ataque para deter o movimento de liberação árabe. O mais perigoso para a região é a agressão brutal da Otan contra a Líbia, sob o frágil pretexto de ‘proteção aos civis’ com a intenção de controlar o país rico em petróleo.

Com mesmos objetivos escala a conspiração do Império contra a Síria. Uma conspiração com muitas faces, muitos participantes dos regimes reacionários árabes, com sua mídia a serviço do imperialismo.

Fazem uma grande guerra midiática contra a Síria. Distorcem os fatos, publicam mentiras usando fontes suspeitas.

O representante do Partido Comunista do Egito destacou que a consolidação das mudanças que o levante em seu país aponta tem que passar por uma nova Constituição.

Seguem trechos de seu pronunciamento:

“ A crise que levou ao levante no Egito se verifica num quadro de estagnação econômica desde 1999. Não é de se admirar que a sociedade egípcia tornou-se mais consumidora que produtora, importando mais que exportando. Sua dependência externa aumenta e ela continua a incorrer em dívidas para fechar o fosso do orçamento geral.

A dívida externa atingiu 29,7 bilhões de dólares, 40% do PIB. enquanto que a interna chega a 387,4 bilhões de libras egípcias em 2004, o que equivale a 85% do PIB.

O desemprego, oficialmente em 10%, atinge na realidade 20% da força de trabalho, o que equivale a 4 milhões de trabalhadores.
Há a fragilidade em construir novos setores produtivos, ausência de pesquisa científica e de desenvolvimento tecnológico que apoie o desenvolvimento.

Há a ausência de efetivo planejamento, recuo no papel do Estado e se conta cada vez mais com as forças de mercado.

A dimensão social da crise se manifesta claramente na polarização de classes. A participação dos 1/5 maiss pobres na renda egípcia caiu de 9,5%, em 1995/96 para 7,7% de 1999/2000.

A corrupção se espraiou e penetrou em todos os sistemas da sociedade.

As universidades não mais ensinam, mas limitam-se a emitir certificados; os hospitais e clínicas públicos não fecharam mas seus serviços são maus ou inexistentes.

O sistema político se colocou a serivço dos planos das potências capitalistas, em particular os EUA, através da dependência e de forma a redesenhar a região árabe a serviço dos interesses estrangeiros.

Deve-se buscar um modelo alternativo para fazer o Egito emergir do atraso e se lançar rumo ao desenvolvimento. Isso exige cuidados do Estado através de políticas industriais, comerciais e sociais para elevar a capacidade dos egípcios. Deixar isso para o setor privado significa aceitar a deterioração e a dependência.

O Estado precisa atuar em seu papel com relação ao investimento, não apenas provendo infraestrutura, mas para patrocinar campos centrais ao desenvolvimento.
É essencial que o Estado cumpra seu papel de promotor da educação e da pesquisa científica.

Tudo isso requer uma nova Constituição e reformas na estrutura legal do país”.

A base da democracia é a garantia dos direitos, liberdade política e civil a seus cidadãos. Isso requer uma nova Constituição, no lugar do que ocorre hoje em que prevalecem os interesses dos que monopolizam a riqueza. Um quadro em que a participação dos trabalhadores no Produto Interno Bruto, caiu de 40% em 1975, a 33% em 1985, 25% em 1995 e, em 2005, a 21%. O número de pobres no Egito cresceu de 39% em 1974, para 48% em 1995 e 50% em 2005.
HP

Osamah Al Maghout - Partido Comunista Sírio

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