terça-feira, 30 de setembro de 2014

Candidatura de Marina aposta na aproximação (agachamento) com os Estados Unidos

Coordenador da campanha de Marina, Maurício Rands, acompanhou a candidata à capital dos EUA, quando defendeu “esforços” por um tratado comercial entre Washington e Brasília. A dez dias da eleição presidencial, a face pública da visita a Washington, uma palestra a empresários, confirma a pauta de relações externas de Marina, opositiva à do atual Governo Dilma.
A candidatura de Marina trouxe nesta sexta-feira a Washington seu discurso de mudança em meio à acirrada campanha presidencial brasileira. Maurício Rands, um dos coordenadores do programa da candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), defendeu uma atitude “mais construtiva” do Governo brasileiro para com os Estados Unidos e a promoção de medidas que atraiam mais investidores estrangeiros ao gigante sul-americano. “O Mercosul está estagnado”, afirmou, ao dizer que é preciso “mudar a atitude geral".
Nem o lugar nem o contexto eram casuais. Rands participou de um colóquio em um fórum empresarial em um momento em que as relações entre Washington e Brasília ainda não recuperaram de todo a confiança abalada há um ano pela revelação de que os EUA espionaram a presidenta brasileira Dilma Rousseff. Questionado sobre sua presença nos Estados Unidos a apenas 10 dias das eleições presidenciais, ele disse acreditar que “não é possível desenvolver um país de forma isolada. Nós precisamos desenvolver bons vínculos com a comunidade internacional”.
"O Brasil era muito focado em multilateralismo, mas não podemos abrir mão de acordos bilaterais e regionais. Precisamos ser mais agressivos em acordos bilaterais”. Para Rands, não é possível continuar com a política externa atual, que ele acredita ser muito influenciada por preconceitos ideológicos.
“Nós precisamos fazer um esforço sério para fechar um acordo com os Estados Unidos. Ainda temos muito espaço para avançar nesse relacionamento, para deixar os dois países mais integrados. Como presidente, Marina terá uma política muito aberta para desenvolver vínculos com os Estados Unidos”, argumentou.
O coordenador conhece bem a realidade norte-americana. Durante seu período como deputado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), entre 2003 e 2012, fez parte do grupo Brasil-EUA e levou à Câmara um projeto para eliminar a dupla tributação entre os dois países. Nesse período visitou os EUA. Também visitou o país durante o ano e meio – até que se demitiu de todos seus cargos e deixou o PT, em 2012 – em que foi secretário de governo do estado de Pernambuco, no executivo de Eduardo Campos. O ex-governador era o candidato do PSB nas eleições de 5 de outubro, mas sua morte em agosto levou Marina, até então candidata a vice, a substituí-lo.

Com essa bagagem, Rands levou a mensagem de “mudança de atitude” de Marina a um público de peso reunido no Conselho Empresarial EUA-Brasil, integrado por representantes de grandes empresas de ambos os países e de órgãos do Governo Obama, com quem não tinha prevista nenhuma reunião durante sua visita.
Rands fez um discurso conciliador na esfera diplomática e próximo das demandas da comunidade empresarial norte-americana com interesses no Brasil. A maior delas é a promoção de um tratado de livre comércio entre a primeira e a sétima economia mundial, cujo intercâmbio comercial não parou de crescer nos últimos anos. O ex-deputado apostou em “esforços” para chegar a esse tratado, admitiu que não seria simples, mas se mostrou confiante de que uma nova liderança em Brasília o facilitaria.
O coordenador afirmou ainda que é importante estar em contato com empresas que já têm uma presença no Brasil. “Uma decisão de investimento tem que ser bem informada e, se queremos receber investimentos de corporações internacionais, devemos dar as elas informações suficientes para que possam planejar e considerar o potencial da economia brasileira. O Brasil precisa de investimento internacional”, ressaltou.
Rands falou de uma “margem” ampla de avanço nas relações entre os dois gigantes. Traçou paralelismos entre Obama e Marina. “As duas campanhas eram sobre mudança e esperança”, destacou depois à imprensa, antes de lembrar que a candidata do PSB seria a primeira presidenta negra do Brasil, como Obama foi nos EUA. E, embora tenha dito que entende o mal-estar de Dilma com o escândalo de espionagem, pediu “maturidade” para recompor as relações com Washington.
No terreno econômico, lembrando pontos do programa de Marina, defendeu a simplificação de impostos, a eliminação da burocracia e, de modo geral, maior abertura da economia brasileira, que tem perdido impulso nos últimos anos. No campo diplomático, disse que, se for eleita presidenta, a ex-líder ambientalista impulsionaria uma política externa “muito aberta” porque o Brasil pode desempenhar um “papel maior” nas grandes questões mundiais, mais distanciado do multilateralismo de Dilma e propenso a acordos regionais e bilaterais.
Nesse sentido, lamentou que Dilma, em seu discurso de quarta-feira na Assembleia Geral da ONU, parecesse “mais preocupada” com assuntos domésticos que globais. Criticou que o Brasil não tenha aderido aos “esforços” contra o terrorismo internacional, mas evitou especificar se se referia à coalizão contra o Estado Islâmico. Apesar da nova retórica, contudo, insistiu na necessidade de uma reforma nas organizações de governança mundial para dar acesso às nações emergentes e admitiu que o papel global do Brasil é limitado.
Para ouvir toda a palestra de Rands (em inglês), acesse o link abaixo:

Marina, Aécio e a diplomacia dos pés descalços

Em apenas uma semana, os candidatos Aécio Neves e Marina Silva deram diversas pistas de que não estão qualificados para manter ereta a postura do Brasil diante de questões internacionais sensíveis. E a genuflexão que eles ensaiam, infelizmente, indica que se eleitos não se acanhariam em deixar a nação descalça novamente diante de um risonho Tio Sam.
No início de 2002, meses depois do atentado terrorista às Torres Gêmeas, os Estados Unidos ainda viviam a paranoia do reforço da segurança nacional. Neste contexto, intensificaram as revistas de passageiros nos aeroportos e até mesmo alguns chanceleres como o brasileiro Celso Lafer foram obrigados a tirar os sapatos ao embarcarem em voos dentro de território americano. O Brasil protestou contra a humilhação imposta ao seu ministro de Relações Exteriores. Washington se desculpou de forma protocolar, mas o episódio ficou pra sempre registrado como símbolo de uma política externa brasileira cabisbaixa e submissa aos Estados Unidos. A diplomacia dos pés descalços.
Quando Lula assumiu o governo em 2003, as relações exteriores do Brasil ganharam nova dinâmica, com posturas mais altivas e soberanas, alguns enfrentamentos necessários com as grandes potências e uma revisão estratégica da política externa, priorizando as relações com países latinos e emergentes. Diretrizes que vem sendo mantidas no governo Dilma.

A direita brasileira, historicamente servil e subordinada aos interesses de Washington, nunca engoliu esta nova política externa inaugurada por Lula. Os esperneios direitistas são frequentes, sobretudo nos meios de comunicação. Na última semana, o discurso da presidenta Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU deu margem para nova gritaria equivocada da direita. A diferença, desta vez, é que as vozes mais estridentes partiram das duas candidaturas presidenciais oposicionistas.

Marina Silva condenou o governo brasileiro por não ter assinado um suposto “tratado internacional” que estabelecia o compromisso de desmatamento zero de florestas até 2030. Já Aécio Neves, além de concordar com a bronca de Marina na questão ambiental, tratou de acusar a presidenta Dilma de “pactuar com terroristas”.
Quem acompanha os fatos da política apenas pelas redes sociais e dispõe de pouca informação, talvez dê razão para as críticas de Aécio e Marina em relação à política externa do governo brasileiro. Mas basta um pouquinho de interesse em buscar informação correta e especializada para constatar que as opiniões de Marina Silva e Aécio Neves não passam de provas constrangedoras de submissão às diretrizes do imperialismo estadunidense. Vamos aos fatos:
Sustentabilidade sem soberania
O documento que Marina Silva queria que o Brasil tivesse respaldado durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas não é um documento da ONU, longe disso. O tal “acordo” contra o desmatamento, intitulado  “Declaração de Nova York sobre Florestas”, não passa de uma carta de intenções produzida por um punhado de ONGs internacionais que conseguiu convencer apenas 28 dos quase 200 países membros das Nações Unidas a respaldá-lo. Os outros 132 assinantes do textos são empresas multinancionais como a Cargill (sementes e rações), a Unilever, McDonald’s, Walmart, Nestlé, Johnson & Johnson; além de dezenas de ONGs como a suspeita WWF, alguns governos “subnacionais” e 16 tribos indígenas. Entre os países que assinaram a Carta estão os Estados Unidos, a Alemanha, a França, o Reino Unido e mais um punhado de Nações sendo que algumas delas sequer têm florestas para preservar. Em contrapartida, países com grandes reservas florestais como Argentina, China, Austrália, Rússia, África do Sul, Índia e tantos outros agiram como o Brasil e não assinaram o acordo.
Ainda que a Carta de Nova York seja bem intencionada, ela tem dois problemas fundamentais: é fruto de um debate fechado para o qual o Brasil sequer foi convidado a participar e, além disso, não reconhece a possibilidade de deflorestamento legal, algo que está contido na legislação brasileira e é importante para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Portanto, o Brasil estaria pregando contra suas próprias leis ambientais – algumas delas defendidas por Marina Silva – se assinasse a Carta. Mesmo assim, a candidata do PSB-Rede, na pressa de fustigar o governo Dilma, atropelou a lógica e se alinhou automaticamente às ONGs estrangeiras para “condenar” a posição brasileira.
Não se espera outra atitude de quem tem entre seus principais apoiadores um ambientalista como João Paulo Capobianco, que já chegou a afirmar que a soberania do Brasil sobre a Amazônia é relativa; e outro como o economista Mauricio Rands, que visita os Estados Unidos a 10 dias da eleição presidencial para prometer acordos bilaterais com Washington no caso de eleição de Marina. No fundo, esta é a agenda de Marina: sustentabilidade sem soberania.
Multilteralismo x guerra imperialista
Na mesma linha, o candidato do PSDB, Aécio Neves e sua turba de seguidores nas redes sociais, respaldados pela grande mídia, tentaram desqualificar a política externa do governo Dilma acusando-a de apoiar o terrorismo. "A presidente propõe diálogo com um grupo que está decapitando pessoas. Realmente, essa não é a política externa que consagrou o Brasil ao longo de tempos", disse Aécio Neves. O tucano tomou como base para isso a resposta de Dilma a um jornalista que perguntava sobre os ataques americanos contra o Estado Islâmico na Síria e Dilma respondeu que achava lamentável que se continue apostando na guerra e não no diálogo como forma de solucionar conflitos.
Ok, todos sabemos que na campanha é preciso simplificar a mensagem para poder espalhá-la. A campanha de Dilma faz isso com o “vaca-tussa” dos direitos trabalhistas. Marina faz com o “direitos são conquistas, não favores” e Aécio Neves faz a simplificação com o “Dilma quer conversar com quem corta cabeças”. O problema, no caso de Aécio, é que sua simplificação traduz uma mensagem mentirosa e joga no denuncismo mais tosco (no pior estilo Veja) um tema extremamente complexo e longe da realidade dos brasileiros.
O desavisado poderá questionar: ‘Ah, mas governos importantes como os da França, Inglaterra, Alemanha e diversos países árabes também apoiam a iniciativa bélica dos EUA na Síria.’ Este tipo de questionamento ignora o básico: estes países têm interesses comerciais, internos e/ou geopolíticos que justificam o apoio.
Não se deve ter ilusão que o fazem por razões nobres, muito menos razões humanitárias. Respaldados por um falso discurso de combate ao terrorismo e de proteção internacional os direitos humanos, grandes potências têm usado os conflitos para defender interesses mercantis, dominar territórios, subjugar populações. Foi esta denúncia que Dilma levou aos microfones da ONU e que nossa imprensa, de forma hipócrita e manipulada, tenta transformar em “apoio ao grupo terrorista Estado Islâmico”. O trecho relativo ao assunto presente no discurso de Dilma fala por si:
Não temos sido capazes de resolver velhos contenciosos nem de impedir novas ameaças.  O uso da força é incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. Isso está claro na persistência da Questão Palestina; no massacre sistemático do povo sírio; na trágica desestruturação nacional do Iraque; na grave insegurança na Líbia; nos conflitos no Sahel e nos embates na Ucrânia.  A cada intervenção militar não caminhamos para a Paz mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos. Verifica-se uma trágica multiplicação do número de vítimas civis e de dramas humanitários. Não podemos aceitar que essas manifestações de barbárie recrudesçam, ferindo nossos valores éticos, morais e civilizatórios. O Conselho de Segurança tem encontrado dificuldade em promover a solução pacífica desses conflitos. Para vencer esses impasses será necessária uma verdadeira reforma do Conselho de Segurança, processo que se arrasta há muito tempo. (...) Um Conselho mais representativo e mais legítimo poderá ser também mais eficaz.  Gostaria de reiterar que não podemos permanecer indiferentes à crise israelo-palestina,  sobretudo depois dos dramáticos acontecimentos na Faixa de Gaza. Condenamos o uso desproporcional da força, vitimando fortemente a população civil, especialmente mulheres e crianças. Esse conflito deve ser solucionado e não precariamente administrado, como vem sendo.  Negociações efetivas entre as partes têm de conduzir à solução de dois Estados – Palestina e Israel – vivendo lado a lado e em segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas.”
A mensagem do governo brasileiro apenas reitera princípios tradicionais de nossa política externa, como a ênfase na diplomacia preventiva de conflitos, a prioridade aos meios pacíficos de solução de conflitos e o respeito ao direito internacional.
Apostar na cooperação, no diálogo e no multilateralismo para a promoção dos diretos humanos no mundo não é mera retórica diplomática, tampouco conivência com abusos praticados por governos ou grupos, mas sim uma visão  avançada de política externa que só quem tem convicção de sua justeza é capaz de entender, formular e aplicar tal política.
Em apenas uma semana, Aécio e Marina deram diversas pistas de que não estão qualificados para manter ereta a postura do Brasil diante de questões internacionais sensíveis. E a genuflexão que eles ensaiam, infelizmente, indica que se eleitos não se acanhariam em deixar a nação descalça novamente diante de um risonho Tio Sam.
*Cláudio Gonzalez é editor-executivo da revista Princípios
LINKS
Clique aqui para ler a íntegra (em inglês) da Declaração de Nova York sobre Florestas: http://www.un.org/climatechange/summit/wp-content/uploads/sites/2/2014/09/FORESTS-New-York-Declaration-on-Forests.pdf
Clique aqui para ler a íntegra do discurso da presidenta Dilma Rousseff na 69º Assembleia da Organização das Nações Unidas: http://BLOG.planalto.gov.br/dilma-brasil-esta-preparado-para-contribuir-para-paz-sustentabilidade-e-inclusao-social-no-mundo/
http://grabois.org.br/

O RIO DE JANEIRO DE PELO BRASIL!













































Eu sou Pezão I Pezão 15







EU SOU PEZÃO 15 PMDB

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

HAJA INSÔNIA, ANGUSTIA, SOFRIMENTO

Pesquisas desnorteiam a direita nativa

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Ibope e Datafolha, os dois institutos preferidos da elite tupiniquim, divulgaram novas pesquisas sobre a corrida presidencial. Os resultados não devem ter alegrado esta minoria tão abjeta da sociedade. Além de evidenciarem que a candidatura Dilma está mais consolidada, apesar do bombardeio midiático, eles não permitem superar a crise existencial dos ricaços. Para os que já tinham embarcado na canoa de Marina, as pesquisas indicam que a ex-verde está derretendo. Já para os que apostavam no tucano Aécio, elas revelam que seu crescimento é frágil. Para piorar, as sondagens ainda apontam que Dilma Rousseff pode ser reeleita já no primeiro turno. Haja insônia, angústia, sofrimento!

Segundo o Datafolha, divulgado na sexta-feira (26), a presidenta ampliou em 13 pontos a vantagem sobre a candidata-carona do PSB no primeiro turno. Ela cresceu três pontos e aparece com 40% das intenções de voto, contra 27% de Marina Silva – que caiu três pontos. A própria Folha, do mesmo grupo empresarial, confessa que “a tendência de subida contínua de Dilma sugere que a eleição pode ser decidida já na primeira etapa”. Já Aécio Neves, o cambaleante tucano, cresceu um ponto – algo meteórico –, de 17% para 18%. Ainda segundo a Folha, “outra novidade positiva para Dilma é que, pela primeira vez, ela aparece à frente de Marina no teste de segundo turno” – 47% a 43%. Haja crise existencial nas “zelites”!

No caso da pesquisa Ibope, divulgada na terça-feira (23), a situação não é tão dramática assim para os ricaços. Mas ela também não permite uma definição prévia do voto útil. Segundo a sondagem, Dilma Rousseff subiu dois pontos e estaria com 38% das intenções de voto; Marina Silva caiu um ponto e teria 29%; já Aécio Neves está com 19%. A soma dos votos garantiria a realização do segundo turno, o que já é motivo de alívio para a direita nativa. Tanto é que os “calunistas” da mídia, frequentadores do bordel dos bilionários, têm preferido basear suas análises nos resultados no Ibope – também batizado de “Globope” pelo blogueiro Paulo Henrique Amorim. Esta opção evita estresse antecipado!

De qualquer forma, as duas pesquisas mais recentes apontam que os neoliberais – sejam os agrupados em torno do cambaleante tucano ou da ex-verde – terão maiores dificuldades para retornar ao Palácio do Planalto. Como reconhece o editorial da Folha deste domingo (28), o cenário se mostra mais favorável à continuidade do ciclo político iniciado pelo ex-presidente Lula. O chamado “fator Marina”, a grande aposta das elites na derrota do “lulopetismo”, parece que deu zebra. “As retas traçadas pelo desempenho de Dilma e Marina fizeram percursos opostos. Enquanto a presidente subiu, alcançando agora 47% das preferências, a ex-ministra caiu a 43%. A petista retoma parte do favoritismo que havia perdido”.

Já o sonho da reação de Aécio Neves parece que também gorou. “O tucano sem dúvida encontrará, no contínuo desgaste da pessebista, motivo para manter vivas as esperanças de que possa ser ele, e não Marina, o nome a enfrentar Dilma num ainda provável segundo turno. Mas, talvez na mesma proporção, a equipe petista poderá acreditar numa vitória imediata. A hipótese, por ora, é remota, mas o PT não precisará de mais do que isso para, nesta última semana de campanha, tornar ainda mais agressivos os golpes direcionados a Marina Silva”, afirma o editorial da Folha. Daria para contrapor: a mídia oposicionista e seu dispositivo partidário vão tornar "ainda mais agressivos os seus golpes" contra Dilma Rousseff nesta última semana da corrida presidencial. Serão dias de fortes emoções!

O PMDB E AS ELEIÇÕES


SOMANDO FORÇAS
 RIO DE JANEIRO DE PÉ PELO BRASIL!

O PSDB foi o partido que governou durante oito anos o Brasil. Assistimos a desgraça que foi aquele governo das “privatizações”, da venda do patrimônio público como, por exemplo, as empresas de telefonia e a Vale do Rio Doce. Dezenas de empresas estatais foram entregues ao capital estrangeiro. O governo mais corrupto da história do país, denunciado no livro “Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, colocou o Brasil diante do Fundo Monetário Internacional (FMI), teve a arrogância de chamar os aposentados de vagabundos, submeter os trabalhadores e os servidores públicos  a penoso arrocho salarial.



Aqui no Rio de Janeiro, durante este período, assistimos ao fracassado governo do sr. Marcelo Alencar, que esvaziou a economia do Estado, desempregando milhares de trabalhadores. Nossa indústria naval foi sucateada - a ponto de o SENAI fechar a escola de Solda no  Maracanã - estatais como Banerj, CERJ, LIGHT, Flumitrens, Metrô, Telerj e outras foram “roubadas” do patrimônio público. Foram deste partido (PSDB) de triste memória, os governos que fizeram do Brasil uma quase colônia dos EUA e levou o nosso estado à quase falência.

PMDB não deve se submeter a esta política de destruição do Brasil e não vai.


O senador Aécio Neves, negação do grande estadista Tancredo Neves, fez de Minas Gerais terra arrasada. Havia herdado um estado saneado, que mais crescia no Brasil, do grande líder Itamar Franco, que inclusive enfrentou o governo de FHC como um grande patriota, ao dizer que se “privatizassem FURNAS ele desviaria o rio São Francisco”, colocando, inclusive as tropas do estado de prontidão. Itamar Franco decretou a moratória, salvando o estado de Minas Gerais dos especuladores, retomou a CEMIG para o povo mineiro, tirando-a das mãos do aliado dos tucanos, Daniel Dantas, envolvido na Operação SATIAGRAHA (http://correiodobrasil.com.br/noticias/politica/protogenes-queiroz-vai-lancar-livro-bomba-contra-banqueiro-daniel-dantas/679479/ ).

 Aécio Neves playboy da zona sul do Rio de Janeiro, está sendo julgado pelo desvio de mais R$ 4,3 bilhões da saúde (TJMG confirma: Aécio Neves é réu e será julgado por desvio de R$4,3 bilhões da saúde) ( http://revistaforum.com.br/blog/2013/05/tjmg-confirma-aecio-neves-e-reu-e-sera-julgado-por-desvio-de-r43-bilhoes-da-saude/ ). Com base em Relatório da PF, Aécio Neves passa a integrar nova denúncia da PGR, contra mensaleiros tucanos, com prerrogativa de foro perante o STF.

O pré-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG), que nas horas vagas também ocupa o cargo de senador, promete perseguir cubanos, fazendo o povo perder 10 mil médicos conquistados pelo SUS, ou seja, ele é a favor de ‘menos médicos’.

Outra ameaça de Aécio, escrita nas entrelinhas, é retomar a ALCA, projeto de colocar o Brasil na condição de colônia de Estados Unidos, que Lula impediu de se concretizar a partir de 2003. FHC deixou o Brasil decadente como a 13ª economia do mundo, atrás do México, Espanha, Coréia e outros. Lula e Dilma resgataram o Brasil da decadência tucana, recuperaram e colocaram o Brasil na inédita posição de 6ª economia mundial, em 2012.


O PSDB é a negação do Brasil, são a UDN de hoje com outras plumas, seu lema é transformar o Brasil em “colônia” dos EUA. Lembro que o Brasil ficou mais de dois anos sem embaixador dos EUA, pois tinham um “Consul” na presidência Fernando Henrique Cardoso.

Quanto a Marina Silva, prega aos quatro cantos que representa o “novo”. Já vimos este discurso com Collor. Suas alianças representam o que há de mais atrasado. Rever a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), entregar o Pré-Sal para os EUA, entregar o Banco Central aos banqueiros, rever a política internacional, aliando-se, melhor agachando-se aos EUA. Marina esta mais radical que os tucanos.

PMDB RIO DE JANEIRO


Nestes quase oito anos de governo estadual do PMDB – e mais a prefeitura da capital – o lema foi “Somando Forças”, ou seja, o governo federal, estadual, e municipal (capital) juntos de forma republicana e outros municípios conseguiram vultosos investimentos da União, que geraram milhares de empregos, fortaleceram a política de segurança, a implantação das UPAS e Clínicas da Família.

Como apoiar um candidato do PSDB, partido que arrasou o Brasil e deixou o Rio de Janeiro na falência? Isso não é somar forças, é dividir forças. A meu ver, esta posição política de apoio de alguns setores do partido ao tucano, é uma demonstração de ingratidão com o governo da presidenta Dilma e do ex-presidente Lula. E com certeza o povo do Rio de Janeiro verá que esta política de aliança com o PSDB e Aécio Neves, não soma, divide.  Estaremos favorecendo nossos adversários, isolando o PMDB do Rio de Janeiro e seus aliados: prefeitos, vereadores, trabalhadores, empresários de nosso estado perderiam a confiança e seria a nossa derrota eleitoral.

Ainda bem que a posição do nosso governador Pezão, sempre foi de “Somar Forças” com a presidenta Dilma.



Quem está dividindo a Frente Nacional em nosso estado é o partido da presidenta, por questão de vaidade do senador do PT. Mas ele não nos assusta, e nem o outro candidato que já governou nosso estado, e os conhecemos bem.

Não podemos nós do PMDB do RJ, que dar os braços aos inimigos do Brasil, do nosso Estado, por uma questão menor.  

Temos que manter a aliança nacional com o PT, Dilma e Michel Temer e aqui em nosso estado manter firme a candidatura do nosso governador Pezão e a aliança com a presidenta Dilma.


O PMDB tem história em defesa do Brasil, de ícones inesquecíveis como Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Severo Gomes, Teotônio Vilela e outros que combateram a ditadura e defenderam a independência econômica do Brasil.

Conseguimos melhorar e muito a situação do nosso estado nestes últimos anos. E jogar isso fora, essa história, não é somar forças. O melhor para o Rio de Janeiro e o Brasil é:

 GOVERNADOR PEZÃO 15 PMDB

 DILMA PRESIDENTE 13 PT/PMDB

DEPUTADO ESTADUAL
AYLTON MATTOS 15012 PMDB

DEPUTADA FEDERAL
SORAYA SANTOS 1513 PMDB




Aylton Neves de Mattos Filho

O POVO É O SUJEITO DA VIDA POLITICA E DA HISTÓRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO



Neste próximo domingo, 05 de outubro, o povo do Rio de Janeiro terá a decisão soberana à construção de um novo projeto que mudará profundamente as relações do poder legislativo com a sociedade do Rio de Janeiro.
Eleito deputado estadual vou lutar para que o poder legislativo cumpra o que está escrito na Constituição Estadual, em seu artigo primeiro acima: o povo, sua maioria, seja o sujeito da história de fato. Para que o povo seja o sujeito da história é necessário que nossa democracia seja cada vez mais aprofundada, com maior participação da sociedade organizada nas decisões de governo e de estado.
Há muito que na nossa Assembléia Legislativa do RJ, os deputados deixaram de representar os interesses coletivos da sociedade - com algumas exceções - da maioria do povo do Rio de Janeiro. Reflexo disso foram as manifestações ocorridas em 2013. Há um vácuo na representatividade. A sociedade reivindica de forma justa maior participação não só no exercício do poder, mas também no “bolo” da economia.

Art. 8º - Todos têm o direito de viver com dignidade. Parágrafo único - É dever do Estado garantir a todos uma qualidade de vida compatível com a dignidade da pessoa humana, assegurando a educação, os serviços de saúde, a alimentação, a habitação, o transporte, o saneamento básico, o suprimento energético, a drenagem, o trabalho remunerado, o lazer e as atividades econômicas, devendo as dotações orçamentárias contemplar preferencialmente tais atividades, segundo planos e programas de governo.

As manifestações que ocorreram no Brasil em 2013, e especialmente no Rio de Janeiro, reivindicam estes direitos que estão descritos em nossa constituição estadual.

Nosso mandato terá como prioridade lutar para que haja maior participação da maioria da população organizada – como os sindicatos de trabalhadores, empresários, associações de moradores, mulheres, jovens e etc. – nas decisões de estado, de governo, e que estejam presentes fiscalizando a execução do orçamento do estado.

“SOMANDO FORÇAS”

Nos últimos anos a política exercida pelo nosso governo do estado do RJ foi correta em estabelecer parceria republicana com o governo federal e municipal (capital) e municípios do interior. Com ela, saímos do atraso em que se colocava o nosso estado, onde os interesses individualistas de políticas pessoais prevaleciam sobre os interesses da coletividade. Com o fim desta política atrasada, vimos nosso estado crescer economicamente, com a vinda de várias indústrias, gerando milhares de emprego, recursos para a segurança, sa-neamento, saúde, educação, tecnologia.
Certamente que há muito a avançar em saúde pública, educação, segurança pública, cultura, urbanidade e maior participação da soci-edade. Pensando assim, defendo a continuidade desta política e só podendo exercê-la o governador Luiz Fernando Pezão, que foi o construtor do “Somando Forças”.
Exercerei meu mandato em apoio ao governo no que for positivo para população, sempre ouvindo suas idéias e propostas, de acordo com as decisões debatidas em meu partido. O mandato parlamentar pertence ao povo, não só ao parlamentar; não só aos seus eleitores, mas à população de nosso Estado. Por isso, como deputado, pretendo:

1) Lutar para que a saúde seja pública e de qualidade, aumentando seu orçamento, ouvindo seus profissionais.
2) Lutar por maior orçamento para educação, construção de escolas, formação constante dos professores, ensino técnico de qualidade, assistência à saúde aos jovens estudantes, gabinete dentário em cada escola.
3) Lutar pela valorização do servidor público estadual, apoiando a luta da categoria, levando suas reivindicações ao legislativo.
4) Lutar para que as atividades-fins da saúde e educação sejam rea-lizadas por servidores públicos concursados.
5) Lutar para retomada do projeto de Darcy Ribeiro – de sua atuação como Secretário de Educação e Cultura do primeiro Governo Brizola (1982-1986) – que trouxe ao ambiente escolar os anima-dores culturais, a fim de pôr em prática a educação como cultura e fundir saberes eruditos e populares.
6) Lutar contra qualquer tentativa de privatização da CEDAE.
7) Lutar para que os serviços de saneamento básico cheguem à Bai-xada Fluminense, apoiando o projeto de Ribeirão das Lages.
8) Lutar pelo serviço público de transporte sobre trilhos de qualidade, com valores justos; lutar pelo projeto de uma linha de metrô paralela à Av. Brasil.
9) Lutar para que o projeto ‘Minha Casa, Minha Vida’ seja acessível aos trabalhadores privados e servidores públicos, através de suas entidades sindicais, de acordo com a Lei estadual 4.962/2006, que criou o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social.
10) Lutar para que a imprensa das entidades sindicais seja mais um veículo de mídia para publicidade e propaganda do Estado do RJ.
11) Lutar para implantação do Ecopolo para aproveitamento do lixo urbano para geração de energia
"Não será com critério dos interesses indi-viduais que se resolverão os interesses co-letivos". Getúlio Vargas.

sábado, 27 de setembro de 2014

Terrorista-em-chefe Obama exalta na ONU o seu ‘combate ao terror’


 Com milhões de mortos nas guerras e golpes de Estado cometidos pelos EUA, Obama quer o monopólio da prática do terrorismo; nada de concorrência de aprendizes tipo o Estado Islâmico


Dois dias após violar a Carta da ONU e bombardear a Síria com mísseis Tomahawk, bombardeiros e drones - o sétimo país de maioria muçulmana que bombardeou em seis anos de mandato -, o terrorista-em-chefe dos EUA, Barack Obama, foi à 69ª Assembléia da ONU para mentir sobre o “combate ao terrorismo” e proferir ameaças à Rússia por não aceitar o golpe de estado da CIA na Ucrânia e a limpeza étnica no Donbass. De quebra, ainda fez demagogia sobre a desgraça que aflige a África, a epidemia de ebola.
A mídia imperial quase teve orgasmos com a performance de Obama e sua promessa de “desmantelar a ‘rede da morte’ do ISIS”, assinalando como o porta-voz de Wall Street & Petroleiras definiu “um novo curso muscular para os Estados Unidos num mundo turbulento” em um “discurso sem rodeios” (New York Times), ou que “é assim que um laureado com o Nobel da Paz vai à guerra” (Washington Post).
Ao definir o “desafio ao nosso mundo interconectado”, Obama parecia falar, em última instância, de seu próprio governo e os de seus predecessores: “terroristas atravessando a fronteira para desfechar indescritível violência”. Não foi isso que ele faz nas suas “Terças da Morte”, em que pessoalmente aprova alvos para os ataques com drones, que deixaram milhares de civis mortos e despedaçados no Afeganistão, Paquistão, Iêmen e Somália?
LÍBIA
Ou o ataque contra a Líbia, anunciado em plena visita ao Brasil, que destruiu o país, o mais próspero da África, matou dezenas de milhares, inclusive o líder Kadhafi, levou mais de um milhão ao exílio, e resultou num desastre completo? Ou o golpe de estado na Ucrânia, organizado pela CIA e levado a cabo pelos nazistas e oligarcas ladrões, e que foi seguido pelo pogrom em Odessa, com oposicionistas queimados vivos, e pela limpeza étnica no Donbass, que matou milhares de civis e transformou quase 1 milhão em refugiados.
“Terroristas cruzando a fronteira para desfechar indescritível violência”. É ou não é uma descrição apurada da invasão do Iraque em 2003, por W. Bush, usando como pretexto mentiras do tipo “armas de destruição em massa de Sadam”, para assaltar o petróleo - com um milhão de mortos, sendo 140 mil deles mártires da Resistência do Baas, o próprio Sadam executado, quatro milhões de refugiados, esquadrões da morte da Opção Salvador, Abu Graib, tortura e prisões em massa, o país destruído, uma “constituição” escrita pela CIA e um governo fantoche e corrupto até os cueiros. Ou a invasão do Afeganistão em 2001, Bagram, Guantánamo e as prisões secretas da CIA?
Ou do bombardeio de 78 dias da Otan, no governo Clinton, para terminar o esquartejamento da Iugoslávia, que matou cinco mil civis, fora as dezenas de milhares de vítimas na guerra civil financiada e organizada pelos EUA e Alemanha, para separar da Iugoslávia a Croácia, a Bósnia, a Eslovênia, a Macedônia e, afinal, Montenegro e Kosovo. Ou o “meio milhão de crianças mortas pelo bloqueio ao Iraque” sob o governo Clinton, que conforme confessou na CNN a então secretária de Estado Madame Albright, “valeu a pena”.
E para não falar dos milhões de mortos previamente nas invasões do Vietnã e da Coreia, ou nos muitos golpes que a CIA promoveu, como na Indonésia, Guatemala, Chile, Argentina, El Salvador, Nicarágua, Congo e tantos outros. Ou dos mortos em Hiroxima e Nagazaki, vaporizados por bombas atômicas. Perto de Obama e seus predecessores, no “Estado Islâmico” só há aprendizes.
Aliás, o fundamentalismo “islâmico” só existe porque foi cevado pela CIA e Pentágono, desde a operação Ciclone, contra a revolução popular no Afeganistão nos anos 1980, em que fundiram os fanáticos wahabitas e os petrodólares da Arábia Saudita, mais os senhores de guerra que cultivavam papoula, traficantes, para dar combate aos “comunistas”.
É certo que, em alguns momentos, a CIA perdeu o controle sobre suas criaturas, como a Al Qaeda, mas sempre voltou a elas quando “útil”, como contra a Líbia e a Síria. Não havia Al Qaeda nem Estado Islâmico na Síria. Foram trazidos pelos esforços concentrados dos EUA, Arábia Saudita, Qatar e Turquia, operação da CIA que inclusive teve como efeito colateral a morte do enviado especial para a Líbia, embaixador Christopher Stevens.
Assim, não há qualquer combate sério ao “terrorismo” que possa ser encabeçado por terroristas como Obama e seus títeres. A apresentação, por Obama, de sua “coalizão dos que têm vontade” como suposta retomada da ação internacional multilateral, não passa de um deboche da lei internacional e da Carta da ONU. Ele chegou à Assembleia Geral com o crime de guerra de agressão, o mais grave, segundo Nuremberg, consumado.
E que “multilateralismo” pode existir, quando o presidente dos EUA atribui a seu país a condição de “nação excepcional” acima de todos os demais povos, noção racista e nazista, com “destino divino” de “liderar”, e que pode bombardear quem quiser, sancionar quem quiser, montar golpes de estado e crises nos países alheios sempre que lhe der “vontade” ou estiver em jogo “seus interesses”, isto é, da plutocracia e do Pentágono.
MUNDO SOB A MIRA
E é esse tipo de gente que pretende acusar a Rússia de praticar uma política externa de “o poderio faz a razão” – logo os EUA, com suas 1.000 bases no exterior, com milhares de ogivas nucleares, e que mantém sob ocupação de tropas países do porte da Alemanha, Japão, Coreia, Inglaterra, Itália e Bélgica. E cuja estratégia militar em desenvolvimento visa tornar capaz de atacar qualquer país, em qualquer canto do mundo, em 1 hora, e que está tentando completar cerco militar à Rússia, inclusive nuclear, e à China.
Obama também mente descaradamente quando disse, no discurso na ONU, que os antifascistas do Donbass “impediram por dias” que as equipes de investigação chegassem ao local da queda do vôo MH17 da Malasia Airlines. Mentira ainda mais sem vergonha quando até hoje o Pentágono não divulgou as fotos do seu satélite que estava sobre o Donbass coincidentemente – como informou a Defesa russa - na hora da derrubada do avião. Para não soar absolutamente lunático, Obama inseriu uma admissão de que “há problemas” nos EUA, citando o assassinato em Ferguson de um garoto negro desarmado e com as mãos para o alto. Mas não por se importar com o garoto negro: simplesmente por marketagem.

 

ANTONIO PIMENTA
http://www.horadopovo.com.br/

Isolamento não é prova de inconformismo


Por Breno Altman

No início dessa semana, um importante dirigente do PSOL, Juliano Medeiros, deu-se ao trabalho de responder nota que eu havia recentemente escrito, acerca do caráter marginal de agremiações políticas que buscam se situar à esquerda do PT. Seu artigo atende pelo título “Resposta a Breno Altman: por uma esquerda inconformista”.

A questão proposta em meu texto era simples e o encabeçava: “Por que a ultraesquerda brasileira é residual?”. Não houve qualquer intenção ofensiva na pergunta enunciada. A história está repleta, afinal, de pequenos grupos que lograram rapidamente plantar frondosas alternativas de poder.



Não é o que ocorre, no entanto, com os agrupamentos mencionados em meu breve artigo. O desempenho eleitoral do PSOL, PSTU, PCB e PCO, tudo junto e misturado, dificilmente chegará a 2% nas eleições presidenciais. A curva de resultados, após atingir seu pico em 2006, é declinante e beira a inanição. Tampouco sua influência nos movimentos sociais e nas lutas populares é relevante, com a exceção de alguns segmentos minoritários.

Essa constatação foi feita apenas para fazer jus a um clássico axioma: a prática é o critério da verdade. Maus resultados, depois de um longo período, deveriam obrigar à revisão de orientações adotadas. Outra opção é sobreviver como pequenas seitas, senhoras da luz e da razão, mas cujas ideias supostamente corretas jamais são capazes de servir como amálgama para uma força social expressiva.

Medeiros labuta para explicar, em sua resposta, a existência de diferentes concepções entre as correntes citadas. Aceitemos que suas explanações sejam certeiras e apropriadas. Todos estes grupos, ainda assim, têm em comum, mesmo com distintas matizes, a mesma caracterização sobre o Partido dos Trabalhadores: o maior instrumento político que o proletariado brasileiro logrou forjar teria se passado, de malas e bagagens, para o campo da burguesia.

Tal conclusão é seminal para a atuação de legendas pretensamente situadas à esquerda da esquerda. Ela nasce da compreensão de que o governo petista configurou-se em comitê gestor a serviço das companhias capitalistas e, portanto, no principal inimigo a ser combatido. No curso dessa transição, teria arrastado o próprio partido para a posição de apêndice político das classes dominantes.

O dirigente do PSOL ensaia certo cuidado em sua análise, mas em termos que ressaltam seu ponto de partida. Ao se referir à presumida posição do PT como fiador de um “pacto conservador”, Medeiros indaga e responde a si próprio: “Isso é o mesmo que dizer que o PT e os demais partidos burgueses seriam farinha do mesmo saco? Evidente que não.” O fato é que, ao determinar diferenças táticas no tratamento de diferentes partidos, o psolista reafirma o eventual transformismo de classe operado pelo PT, agora vicejando ao lado dos “demais partidos burgueses”.

Este padrão de raciocínio não é novo. Trata-se de comparar a trajetória petista a de partidos sociais-democratas europeus que, nascidos no movimento operário, acabaram por se alinhar a suas respectivas burguesias nacionais durante a Guerra Fria. Foram ainda mais longe: com o colapso da União Soviética, aprofundaram sua submissão à hegemonia norte-americana, ao capital financeiro, à doutrina neoliberal e a excrecências como o chauvinismo. 

Pode-se argumentar, com razoável comprovação nos fatos e narrativas, que o PT veio a se converter em um partido reformista, a partir de sua estratégia de aproximação do poder pela via institucional. Eventualmente alguns de seus quadros tenham saltado o alambrado. Mas não há qualquer fundamento na realidade para se afirmar que tenha reproduzido o curso social-democrata europeu, o da PASSAGEM para outro campo de classe, ou que esteja próximo de fazê-lo, ainda que o risco esteja sempre presente em um partido que opera por dentro do Estado.

As medidas e políticas adotadas desde 2003, ainda que possam ser consideradas débeis e insuficientes, tiveram caráter de resistência ao modelo rentista herdado dos governos anteriores e emulado de projetos animados pelos países centrais do capitalismo. Ao lado de outras experiências latino-americanas, mais ou menos radicais, o PT impulsionou programa na contramão do ciclo histórico aberto nos anos oitenta.

A aplicação de políticas distributivistas promoveu a maior e mais prolongada onda de crescimento de renda e emprego entre os trabalhadores desde os anos quarenta. A inclusão social se transformou na principal ferramenta para ampliação do mercado interno de massas como força propulsora do desenvolvimento, apoiada também por iniciativas que ampliaram direitos de acesso à moradia e à educação.

O Estado vem recuperando papel regulador e protagonismo econômico, com a expansão dos investimentos públicos e o fortalecimento dos bancos estatais. Outras empresas sob controle governamental também tiveram suas atividades alavancadas, a começar pela Petrobrás, cuja musculatura foi tonificada após a descoberta do pré-sal e a substituição do regime de concessão pelo de partilha.

Essas reformas, no fundamental, não alteraram as estruturas da economia e do poder político, mas representam alternativa programática distinta daquela defendida pelos núcleos dirigentes da burguesia interna e seus sócios internacionais. Não é à toa a guerra permanente dos meios tradicionais de comunicação, efetivos partidos das classes dominantes, contra os governos de Lula e Dilma.

A adaptação de determinadas corporações ao predomínio da agenda petista não anula sua oposição de classe. O capital, como sabe qualquer curioso pelos assuntos da história, busca acomodação, se possível, até a processos revolucionários. Quanto mais a uma situação instável, no quadro de um governo de coalizão, sem maioria parlamentar de esquerda, com as velhas instituições praticamente intactas, na qual são vastos os espaços para a disputa entre diversos projetos e interesses.

Ainda que limitadas, na essência, à realocação de recursos orçamentários e ao redirecionamento de fundos públicos, as mudanças implementadas pelas administrações petistas se contrapõem à lógica rentista e aos primados neoliberais, em movimento inverso ao da social-democracia europeia.

Medeiros até chega a considerar estes fatos como “ganhos reais”. Mas logo emenda que “não comprovam qualquer compromisso em si”. Do bolso de seu colete saca uma espantosa tese para tentar argumentar exatamente o contrário, que esses “ganhos reais” são um sinal de capitulação do PT: “aumentar a renda e expandir gastos públicos são instrumentos utilizados pela burguesia sempre que as condições conjunturais permitem.”

A afirmação reflete ilusão escandalosa. Quer dizer que há vontade patronal natural para “aumentar renda e expandir gastos públicos”, cujo obstáculo seriam apenas “condições conjunturais”? Em qual momento da história a burguesia aceitou aumentar a renda dos trabalhadores sem que fosse por poderosa pressão do movimento operário, interna ou internacional, através de lutas sindicais ou governos de caráter popular?

Mas o pior aspecto de sua peroração fantasiosa diz respeito ao desconhecimento do mundo no qual vivemos depois do colapso da União Soviética. Todos os países capitalistas, nos últimos quase 25 anos, sob governos conservadores ou sociais-democratas, padeceram com a redução dos salários reais dos trabalhadores e a diminuição dos gastos públicos com programas sociais. As únicas exceções foram nações governadas por partidos de esquerda, de oposição ao neoliberalismo, como é o caso do Brasil no período petista.

Trata-se de estelionato político da pior qualidade reconhecer “ganhos reais”, mas classifica-los como normais aos interesses da burguesia ou triviais em um cenário internacional ainda dominado pela hegemonia unipolar do imperialismo norte-americano.

A banalização das conquistas, para enquadrá-las na teoria da suposta domesticação petista, da qual o PSOL e seus parceiros parecem depender para respirar, acaba confluindo para a seguinte conclusão: “este também é um governo da direita, ou ao menos de parte dela”.

Obviamente esta afirmação vem acompanhada da crítica à política de alianças, tanto no campo econômico quanto institucional. Medeiros não se deu ao respeito de citar, como caberia a um quadro responsável, a contradição fundamental decorrente da eleição de um presidente de esquerda sem maioria parlamentar. Qual a alternativa para uma situação como essa, a propósito, além da negociação com setores e partidos da burguesia que, se descolando da fração dirigente do neoliberalismo, aceitassem respaldar um programa mínimo e progressista de governo? Afinal, não foi assim que se obtiveram os tais “ganhos reais” reconhecidos até pelo açodado crítico?

Não passa de charlatanismo caracterizar o atual governo, por sua natureza de coalizão, como “da direita” ou de parte dela. Basta analisar seu rumo, com alguma honestidade, para reconhecer que o princípio reitor foi a construção de um modelo econômico-social que se choca com a fórmula propugnada pelo capital financeiro desde o Consenso de Washington.

Outra coisa é questionar seu ritmo e profundidade, ou identifica-lo como um “reformismo fraco”, repetindo André Singer, que fica aquém das possibilidades políticas reais e debilita a disputa pela hegemonia no Estado e na sociedade. Uma posição é considerar este governo inimigo, outra é carimba-lo como insuficiente ou recuado.

A história está cheia de exemplos como uma ou outra destas conclusões sobre governos frentistas levam a distintas estratégias.

O MIR chileno não participava do governo da Unidade Popular, durante a presidência de Salvador Allende. Classificava-o como reformista, indisposto a conduzir rupturas que julgava indispensáveis. Buscava, no limite de suas forças, mobilizar setores do povo e da juventude para radicalizar as medidas palacianas e reivindicar mudanças mais profundas. Mas diante de qualquer ataque da direita, cerrava fileiras com a UP e formava nos primeiros batalhões em sua defesa. Marchava separado, mas golpeava junto.

O grupo Bandeira Vermelha, na Venezuela, poucos meses após a eleição do presidente Hugo Chávez, passou a considera-lo um braço populista do Fundo Monetário Internacional, destinado a reorganizar o Estado burguês em crise. Passou a defini-lo, portanto, como um inimigo a ser abatido. Seus militantes, aplicando essa linha, estavam ombro-a-ombro com os golpistas de 2002, a ocupar provisoriamente o Palácio de Miraflores. Estabeleceram, desde então, aliança implícita com a oposição de direita, pois partilham o mesmo objetivo tático, qual seja, derrubar o governo de Nicolás Maduro, como antes o de Chávez. 

Os fatos não deixam quaisquer dúvidas que, até o presente, com raros momentos de bom senso, o pensamento majoritariamente assumido pelo PSOL aproxima-se mais da variante venezuelana que da chilena. A diferença é que, retoricamente, também bate nos partidos da direita, mas efetivamente movimenta-se pela lógica de considerar o governo petista seu inimigo principal.

Basta relembrar o comportamento durante a crise de 2005 e a AP 470. Ou no curso da operação conservadora contra a Petrobrás. Ou nas campanhas presidenciais de Heloísa Helena e Plínio de Arruda Sampaio. Ou a facilidade com que filiados importantes – como a própria ex-senadora alagoana e o senador Randolfo Rodrigues, entre outros – já anunciam apoio à candidatura de Marina Silva para o segundo turno da corrida presidencial.

O grande problema da linha adotada pelo PSOL e companhia, no entanto, é a existência de um abismo entre a caracterização do governo como “da direita” e a potente mudança positiva da situação dos trabalhadores. O “inconformismo” receitado por Medeiros esbarra no apoio de massas ao processo liderado pelo PT. Ainda que existam insatisfações concretas, especialmente nos últimos anos, os pobres da cidade e do campo não reconhecem, em sua experiência concreta, a identificação do governo petista como traidor ou patronal. Pelo simples fato que essa afirmação não se sustenta sobre a história dos últimos doze anos, refletindo apenas uma análise sectária e inócua.

Medeiros parece não dar muita bola para isso. Diante da sustentação popular ao governo petista, recorda que assim também se portava “a maioria dos trabalhadores que viviam sob o fascismo da Itália dos anos 20”. Vamos saltar seu desconhecimento sobre qual era a base social dos fascistas, que jamais conseguiram maioria entre operários e camponeses sem-terra. Ainda que adesão social não seja definidora sobre o caráter progressista ou não de um determinado partido, isolamento tampouco é prova de inconformismo eficaz, a serviço da boa causa socialista.

A incorreta apreciação sobre o significado contemporâneo do PT e seu governo, além de estimular tendência à reclusão em um gueto político, propicia certa dinâmica mercadológica: vale tudo para tentar o desgaste do partido que ocupa o espaço social supostamente dedicado à autodenominada “esquerda inconformista”, incluindo exacerbar os piores preconceitos de setores médios naturalmente antipetistas.

A ineficácia desta postura, no entanto, parece que ainda não incomoda seus autores, mesmo que os dividendos correspondentes sejam recolhidos por correntes reacionárias que celebram a possibilidade de encontrar ajuda objetiva de agrupamentos estranhos ao seu campo político-ideológico. Apropriam-se da produtividade denuncista da ultraesquerda, sugando mais um pouco de seu potencial de inserção autônoma na luta de classes.

Ainda que esta situação residual da ultraesquerda não a condene, por si só, ao desaparecimento, deveria ser suficiente para levar seus melhores dirigentes e agremiações a repensar opções que conduziram ao raquitismo, mesmo com o importante espaço à esquerda aberto pelo gradualismo petista. A preferência por atitude de rejeição, em prejuízo à hipótese de defesa e radicalização das mudanças, parece tornar inepto o acionar dos que se imaginam o último biscoito do pacote revolucionário.

Estas escolhas serão colocadas em xeque, mais uma vez, no segundo turno das eleições presidenciais de 2014. Qual será a orientação do PSOL, por exemplo? Marchando separado, golpear junto com o PT para derrotar a restauração neoliberal representada por Marina e Aécio? Ou lavar as mãos porque, conforme reza sua bem-sucedida cartilha, são todos farinha do mesmo saco e da mesma classe? 

* Breno Altman é jornalista e diretor do site Opera Mundi.