quinta-feira, 31 de maio de 2012

Brasil sem Miséria tira 700 mil famílias da pobreza extrema


A presidenta Dilma Rousseff disse hoje que o Programa Brasil sem Miséria completa um ano com avanços no combate à pobreza. Ela lembrou que nos primeiros 12 meses de ação a principal estratégia do governo foi encontrar parte da população que, mesmo tendo direito, ainda não recebia o Bolsa Família.

No programa semanal Café com a Presidenta, Dilma ressaltou que no último ano quase 700 mil famílias que vivem no semiárido, em grandes cidades brasileiras e nas florestas passaram a receber o benefício por meio da chamada busca ativa. Ouça aqui o programa de rádio.

“Sabemos que ainda existem mais brasileiros fora do cadastro do Bolsa Família, mas não vamos descansar enquanto não chegarmos a todos eles”, disse. “Com o Brasil sem Miséria, estamos enfrentando o desafio de acabar com a extrema pobreza no país. Esse é o compromisso do meu governo, um compromisso que significa garantir renda, mas também garantir saúde, alimentação, água tratada, educação e qualificação profissional”, completou.

Dilma avaliou aque o Programa Brasil Carinhoso, lançado recentemente pelo governo federal, é considerado a ação mais importante voltada para crianças pobres dentro do Brasil sem Miséria. A presidenta comentou também sobre o  Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec) e disse que 89 mil trabalhadores já foram matriculados em cursos de capacitação.

“Realmente tivemos grandes conquistas, mas ainda temos muito o que fazer para dar mais oportunidades a todo o nosso povo. No Nordeste, por exemplo, estamos levando assistência técnica, sementes, recursos e o Programa de Aquisição de Alimentos para 250 mil agricultores familiares”, destacou.

http://www.dilma.com.br

Fortalecendo a indústria nacional de defesa


O governo está buscando o fortalecimento da indústria de defesa nacional e a recomposição da capacidade operativa das Forças Armadas. A presidenta Dilma Rousseff fez esta observação, no Palácio do Planalto, durante cerimônia de apresentação de oficiais-generais.

“Esta promoção ocorre no momento em que novas tarefas se apresentam às Forças Armadas. Somos a sexta economia do mundo e queremos ser um país desenvolvido com elevado índice de desenvolvimento humano”, afirmou. “As nossas Forças Armadas também têm de estar à altura do país em meritocracia, profissionalismo, capacidade técnica e além disso em capacidade dissuasória.”

A presidenta afirmou que o Brasil é e continuará a ser um país pacífico, que respeita a soberania das outras nações e que vive em paz com os países vizinhos, mas que a continuação deste cenário de paz e de respeito mútuo depende da capacidade dissuasória do Brasil.

“A capacidade adequada de dissuasão requer, como eu já disse, Forças Armadas bem equipadas e bem treinadas. Exige também uma indústria nacional de defesa forte. É isso que nos cabe cada vez mais construir nos próximos anos. Por isso, estamos trabalhando para que a recomposição da capacidade operativa das Forças Armadas esteja associada à busca de autonomia tecnológica e acompanhada do fortalecimento da indústria de defesa nacional”.

No discurso, a presidenta citou a missão de paz no Haiti, a defesa do pré-sal e a segurança de grandes eventos internacionais que o Brasil irá sediar como novas responsabilidades e desafios das Forças Armadas.

http://www.dilma.com.br

China repele demagogia da carniceira Hillary Clinton sobre direitos humanos


Como faz todos os anos, o país que mais agrediu povos no planeta nos últimos 50 anos e que mais promoveu golpes e intervenções, os EUA, divulgou seu “informe sobre direitos humanos no mundo”, no qual esqueceram de notificar seus assassinatos em massa no Afeganistão com drones, só para citar alguns dos crimes cometidos ali. Só esta semana foram oito civis, inclusive seis crianças. Também deixaram de lado seus campos de concentração em Guantánamo e Bagram.

“Estamos observando”, ameaça o informe do país que em duas décadas desencadeou três guerras – contra a Iugoslávia, contra o Iraque e contra o Afeganistão -, além de operações como a agressão à Líbia e assassinato do seu líder, Muamar Kadafi, dois dias depois de Hillary Clinton chegar a Trípoli e conclamar para que fosse eliminado. E que durante o governo de W. Bush emitiu um memorando legalizando a tortura. Só um dos presos de Guantánamo foi afogado – submetido a “waterboarding” – 183 vezes.

Como de costume, países que têm alguma independência em relação aos EUA são acusados sistematicamente de “violar direitos humanos”, como Cuba, sob bloqueio, e a Venezuela. O informe tenta capitalizar os acontecimentos no mundo árabe, como se a praça Tahir não tivesse se levantado contra um regime submisso aos norte-americanos e o candidato preferido de Washington, Amr Moussa, não tivesse sido deletado nas urnas. Os arautos do imperialismo humanitário também passam ao largo dos crimes cometidos pelos “amigos dos EUA” – os mercenários pagos e armados por Washington – contra o povo sírio.

A China respondeu ao cínico relatório, com breve informe sobre a lamentável situação dos direitos humanos nos EUA. Lembrou que os EUA são recordistas mundiais em encarceramento e que 1 em cada 132 cidadãos norte-americanos está preso – 2,3 milhões de prisioneiros em 2009. 140.000 cumprem penas de prisão perpétua. Em 2010, os habitantes dos EUA maiores de 12 anos foram vítimas de 3,8 milhões de tratos violentos, de 1,4 milhões de tratos violentos graves, 14,8 milhões de danos à propriedade e 138.000 roubos pessoais. Mais de 30.000 norte-americanos morrem cada ano por violência com uso de armas e se calcula que outros 200.000 tenham saído feridos por armas.

Os norte-americanos possuem entre 35% e 50% das armas em poder dos civis a nível mundial.

Continuando, o informe chinês sobre direitos humanos nos EUA assinalou que 13,3 milhões de pessoas estavam desempregadas segundo os números oficiais e dessas, 5,7 milhões há mais de seis meses. Cerca de 1000 pessoas foram presas nas duas primeiras semanas de manifestações do Ocupem Wall Street. Quase oito de dez entrevistados em pesquisas se expressaram insatisfeitos com a forma como funciona o sistema político do país e 45% disse que está muito insatisfeito.

E o relato da China nem entrou em pormenores sobre outros quesitos das violações aos direitos humanos cometidos sob o chamado Ato Patriótico, como grampeamento de telefones e e-mails em massa e vigilância sobre que livros alguém empresta da biblioteca.                                                                                                       

Venezuela retruca Gilmar Mendes

 Foto/AVN
Por Altamiro Borges

Nos últimos dias, o desesperado Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), queimou várias vezes a língua. Hoje foi a vez da Embaixada da Venezuela divulgar uma nota oficial criticando as suas declarações desrespeitosas sobre o país vizinho. Em entrevista ao jornal O Globo, o bravateiro direitista afirmou, de forma leviana e irresponsável, que "o Brasil não é a Venezuela de Chávez, onde o mandatário, quando contrariado, mandou até prender juiz".


De imediato, o embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil, Maximilien Arveláiz, rechaçou as declarações nada diplomáticas do ministro do STF. Leia a íntegra da nota oficial:

*****

As declarações do ministro do STF Gilmar Mendes ao jornal O Globo, se de fato ocorreram, constituem uma afronta à população venezuelana, e demonstram profunda ignorância sobre a realidade de nosso país.

Nossa Constituição, elaborada pela Assembleia Constituinte e referendada pelas urnas, determina a separação de poderes, estabelece direitos de cidadania e configura os instrumentos judiciais cabíveis, ou seja, o presidente da Venezuela não manda prender cidadão algum, independentemente do cargo que ocupe.

Recorrer à desinformação para envolver a Venezuela em debates que dizem respeito apenas aos brasileiros é uma atitude indecorosa - ainda mais partindo de um ministro da mais alta corte da nação irmã - e não reflete a parceria histórica entre Brasil e Venezuela.

Maximilien Arveláiz, embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil

Tour de Gilmar e Demóstenes pela Europa é mistério a ser explicado

Na volta, em São Paulo, pediram um avião a Cachoeira para retornarem ao Centro-Oeste

  A nova versão arranjada pelo ex-presidente do STF, Gilmar Mendes, sobre o teor da conversa que teve com o ex-presidente Lula piorou ainda mais a sua situação.

Em entrevista ao canal Globo News, na segunda-feira (28), ele afirmou que não tinha nenhuma relação com o senador Demóstenes Torres a não ser “relação de conhecimento e trabalho funcional...”. Mas, em seguida descreve a estranha viagem feita pelos dois à Europa. Vejam que explicação inusitada Gilmar teria dado a Lula sobre o encontro no Velho Continente.

“Então eu esclareci essa viagem de Berlim, que era uma viagem que eu fizera, a partir de uma atividade acadêmica que eu tivera na Universidade de Granada, me encontrara com o senador em Praga, isso foi agendado previamente, ele tinha também uma viagem para Praga, então nos deslocamos até Berlim, onde mora a minha filha”, disse o ex-presidente do STF.

Ora. Gilmar estava na Espanha, encontrou-se com Demóstenes em Praga e foram juntos para Berlim. Um tanto estranho esse itinerário, não acham leitores? E isso tudo, segundo Gilmar, sem ter “nenhuma relação com o senador”. Imagine então o que fariam se fossem mais íntimos. O fato é que, depois dessa entrevista, Gilmar Mendes se complicou e terá muito o que explicar ao país.

E mais ainda depois do diálogo abaixo, gravado pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, onde Cachoeira aparece autorizando Wladimir Garcez, seu assessor e ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, a preparar um jatinho para buscar Demóstenes e Gilmar Mendes que chegavam em São Paulo, vindos de Berlim, em 23 de abril de 2011. Encontraram-se em Praga, foram juntos para Berlim e voltaram para São Paulo. Vejam os diálogos:

Ligação feita em 23/04/2011 19:31:40 23/04/2011 19:34:38 00:02:58:

Cachoeira diz a Wladimir que Demóstenes está em Berlim.

Wladimir diz que o Professor (Demóstenes) está querendo vir de São Paulo no avião do Ataíde [senador Ataídes de Oliveira, do PSDB de Tocantins; suplente, exerceu o mandato no período de 03/05/2011 a 31/08/2011], mas só localizou o piloto e não localizou o Ataíde, daí pergunta se pode autorizar.
Cachoeira responde que pode autorizar.

Wladimir diz que está ele e o Gilmar
Cachoeira diz que vá preparando o Avião enquanto acha o Ataíde.

Diante da dificuldade de conseguir o avião do senador Ataíde, eles seguem tentando resolver a viagem de Demóstenes, agora com o avião de um tal Rossini:

Wladimir: Eu já conversei com o Rossini, tamo organizando já com o Rossini sabe. Por que o piloto num quer fazer, sem autorização do Ataíde, por que depois, o Ataíde num tá … num chega né. Ai eu já liguei pro Demóstenes é … amanhã, o Rossini já tá organizando, ai eu pego ele lá.

Cachoeira: qual que é o avião do Rosssini?

Wladimir: é um jatinho né, ele tem um que é um jatinho que ele falou, um King Air.

Cachoeira: um pequeno, né?

Wladimir: é … ai eu peguei falei com ele, ele falou não, não preocupa não que eu organizo. Porque tá vindo ele e o Gilmar né, por que não vai achar vôo, sabe?

O que já se sabia na CPMI era que Demóstenes e Gilmar tinham se encontrado em Berlim. O detalhe do encontro em Praga só apareceu agora, trazido pelo próprio Gilmar. Da Espanha para Berlim não precisa passar em Praga. Então, por que Gilmar fez esse itinerário? Ele foi se encontrar com Demóstenes em Praga? Que assunto tão importante fez Gilmar sair de Granada para Praga para encontrar Demóstenes?

E mais, surgiu também esse diálogo que já estava circulando por aí, mas ainda não tinha recebido a devida atenção. Um avião acertado por Carlinhos Cachoeira para pegar Demóstenes e Gilmar no aeroporto, vindos de Berlim. Daí foi para Goiânia. Será que esse jatinho parou em Brasília? Tudo isso, agora, tem que ser esclarecido pelo ex-presidente do STF. A versão da tal “conversa bombástica”, em que Lula o teria pressionado, foi um tiro no pé. Acabou complicando ainda mais a vida de Gilmar. Dá para entender agora o motivo da armação de Gilmar, tentando lançar a história de que Lula fez chantagem para adiar o julgamento do mensalão. Gilmar e Veja se anteciparam com um desastrado ataque contra Lula porque a CPMI já sabia da viagem dos dois a Berlim. 

Pode ser coincidência, mas, em uma outra conversa entre Demóstenes e Cachoeira, gravada pela PF, aparece que tipo de assunto eles vinham tratando. O senador afirma a Cachoeira ter trabalhado junto com Gilmar para levar ao STF uma ação bilionária envolvendo a Companhia Energética de Goiás (Celg). No diálogo, que durou pouco menos de quatro minutos e ocorreu no dia 16 de agosto de 2011, Demóstenes demonstra intimidade ao tratá-lo apenas como “Gilmar”. Leia o diálogo:

Demóstenes falando, parece prestar contas a Cachoeira: “Conseguimos puxar para o Supremo uma ação da Celg aí, viu? O Gilmar mandou buscar. Deu repercussão geral pro trem aí”, contou o senador, referindo-se a um instrumento processual que permite aos ministros escolherem os recursos que vão julgar de acordo com a relevância jurídica, política, econômica ou social. Enfim, agora não é só a Veja, mas Gilmar também tem que ser investigado.

SÉRGIO CRUZ

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O cinismo do jagunço Demóstenes

Por Altamiro Borges

Em seu patético depoimento na manhã de hoje ao Conselho de Ética do Senado, o ex-demo Demóstenes Torres, famoso assassino de reputações, pediu clemência aos seus pares. "Eu pude ver o quanto fui cruel com os outros. Isso fazia com que essas pessoas pudessem ficar com uma imagem ruim", desculpou-se, tentando sensibilizar os parlamentes vítimas de seus ataques que agora  podem cassar o seu mandato.

"Eu não tinha lanterna da popa"

 
De um cinismo impressionante, o ex-paladino da ética jurou que desconhecia as atividades criminosas do amigo Carlinhos Cachoeira. Garantiu que só depois da prisão do mafioso e das revelações da Operação Monte Carlo é que tomou consciência da suas perigosas ligações. 

"Eu não tinha uma lanterna da popa, não tinha como saber no que eu me relacionava com esse empresário e que ele mantinha relações com cinco governadores", disse Demóstenes. "Hoje, com essa lanterna na popa, eu dou conta de ver, mas antes, com essa lanterna na proa, eu não via", afirmou, na maior caradura.

"Eu redescobri Deus"

 
Durante todo o depoimento, ele usou um tom emocional para convencer os parlamentares da sua inocência. O ex-demo apelou até para os céus. "Eu redescobri Deus. Parece um fato pequeno, mas minha atuação era mais pautada pelos homens que pela fé". Piegas e choroso, Demóstenes tentou se passar por vítima.

"Devo dizer aos senhores que vivo o pior momento da minha vida, que eu jamais imaginaria passar por isso. A partir de 29 de fevereiro desse ano [quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF], eu passei a enfrentar algo que nunca tinha passado em toda minha vida. Depressão, remédio para dormir que não funciona, fuga dos amigos. É talvez a campanha sistemática mais orquestrada da história do Brasil".

O "senador ficha limpa", que até pouco tempo era bajulado pela mídia demotucana, não explicou nenhum de seus crimes - o seu vertiginoso enriquecimento, o tráfico de influência junto aos poderes da República, suas relações sinistras com empresários e setores da imprensa. O Conselho de Ética ouvirá agora as acusações que pesam contra Demóstenes Torres. O jagunço de reputações parece caminhar para o fim de carreira.

Para Cúpula dos Povos, rascunho da Rio + 20 explicita teor neoliberal


Em uma ação batizada Rio+Leaks, a Cúpula dos Povos, evento paralelo a Rio + 20 que acontecerá entre 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, divulgou a mais recente versão do documento que servirá de base para as discussões da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, que será realizada de 13 a 22 de junho no Riocentro. Para Sérgio Ricardo, da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, texto é caminho para conferência "Rio menos 20".


Rio de Janeiro - Em uma ação batizada Rio+Leaks, a Cúpula dos Povos, evento paralelo a Rio + 20 que acontecerá entre 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, divulgou a mais recente versão do documento que servirá de base para as discussões da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, que será realizada de 13 a 22 de junho no Riocentro. O “rascunho zero” é distribuído apenas internamente na ONU e deve sofrer mais uma revisão até chegar ao Rio.

A atual versão do texto é um calhamaço de 80 páginas, intitulado “o Futuro que Queremos” e dividido em seis seções: Visão Comum, Renovando Compromissos Políticos, Economia Verde no Contexto do Desenvolvimento Sustentável e da Erradicação da Pobreza, Moldura Institucional para o Desenvolvimento Sustentável, Moldura para Ação e Acompanhamento, e, finalmente, Formas de Implementação. Cada seção desmembra-se em até 17 itens e 21 subitens, acomodando, por exemplo, temas como “florestas” e “químicos e desperdícios” dentro da seção Moldura para Ação e Acompanhamento.

Tanto Iara Pietricovsky, antropóloga e ambientalista que participará da Rio+20 e da Cúpula dos Povos; como Sergio Ricardo, ecologista da Rede Brasileira de Justiça Ambiental, leram e reprovaram o pré-documento. A antropóloga vê uma linguagem preparada para “uma consolidação de uma tendência mais privatista do sistema global”. Por sua vez, Ricardo avalia o texto como o caminho para carimbar a conferência como “Rio menos 20”. “A crise ecológica se aprofundou da Eco 92 para cá. O planeta perdeu muito nesses 20 anos, e isso não consta do documento. Ele deveria partir de um balanço do que aconteceu. É uma omissão!”, diz.

Nuances perigosas
Segundo Iara, com a linguagem do texto aliviada em relação à Eco 92 e a rascunhos anteriores da Rio + 20, ao invés de “os países têm que realizar” entra “os países reconhecem a importância”, tirando a obrigação dos estados e estendendo tapetes vermelhos para o setor privado através de parcerias. A ambientalista aponta o conteúdo do item C, “Englobando Grupos de Discussão e Outros Conjuntos de Interessados”, da segunda seção, “Renovando Compromissos Políticos”, como um dos exemplos mais explícitos da substituição dos direitos consignados pela maioria dos países para os novos arranjos que desembocarão em vantagens comerciais de apenas alguns atores.

Ela cita o trecho “nós encorajamos novas parcerias público-privada para mobilizarmos significativos fundos para complementação de políticas”, ou ainda, “o governo deve dar suporte as iniciativas que promovem e contribuem para o setor privado”, como “pérolas” do novo rascunho.

Diferenciações
Iara também realça a quase supressão das Responsabilidades Iguais Porém Diferenciadas (CBDR, em inglês), uma das bandeiras da Cúpula dos Povos, nas seções “Moldura para Ação e Implementação” e “Formas de Implementação” do desenvolvimento sustentável. “Isso é um princípio que saiu da Eco 92 que é fundamental para que a mensuração e a mudança de paradigma se faça, em especial, nos países ricos. Esse é um princípio que vai dar as diferentes responsabilidades que os países têm no processo. Porque uns têm que fazer muito mais que outros. E se isso não se coloca, essa conta não vai ficar para os países ricos, ainda mais por causa da crise que eles estão passando”, afirma.

Pontos positivos
Para Iara, alguns pontos positivos do texto estão mantidos porque existe grande intervenção dos movimentos sociais. Ela cita “Igualdade de Gêneros e Fortalecimento das Mulheres”, subitem da seção cinco, como um deles. “A questão do direito sexual e reprodutivo das mulheres está com uma linguagem mais própria, porque eles falam ‘no direito reprodutivo’, eles não usam a linguagem ‘do direito reprodutivo’, que é completamente diferente”.

Na visão de Sergio Ricardo, o que acontecerá de positivo é a capacidade de mobilização internacional que a Cúpula dos Povos, mais que a Rio+20, está angariando. Assim, de acordo com o ecologista, “a perspectiva da mobilização é muito forte. A metodologia de convergência valoriza a diversidade dos grupos, mas ao mesmo tempo é propositiva. Muitas propostas e experiências serão apresentadas mostrando que é possível construir uma economia ecológica. Uma economia que seja distributiva, solidária, descentralizada e respeitando a diversidade e territórios dos povos”.
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O ventilador no esgoto de Demóstenes

Por Altamiro Borges

Após um depoimento meloso e patético à Comissão de Ética do Senado, em que apelou para Deus e para a clemência de seus pares, o ex-demo Demóstenes Torres foi alvo de uma bateria de perguntas. A partir daí o ventilador no esgoto do ex-paladino da ética e assassino de reputações começou a fazer suas vítimas. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o editor da Veja, Policarpo Junior, aparecem entre elas.


Tentando se fingir de vítima inocente, que desconhecia as atividades criminosas do amigo mafioso Carlinhos Cachoeira, ele culpou o procurador-geral por não ter investigado as denúncias da Operação Vegas da PF, que depois se desdobrou na Operação Monte Carlo. "Ele [Gurgel] prevaricou", afirmou o senador com todas as letras. "Ele não tomou nenhuma ação, o que houve foi uma inação". Será que agora o procurador-geral será finalmente chamado para se explicar na CPI?

A fonte da revista Veja

 
um outro importante momento, Demóstenes Torres confirmou as estranhas relações do crime organizado com a Veja. "Sei  que o senhor Cachoeira era fonte do senhor Policarpo", editor da revista. Ele até tentou aliviar a barra da publicação, que sempre o protegeu com tanto carinho. "Agora a ética em relação a isso tem que ser verificada", afirmou Demóstenes. 

Neste ponto, o ex-demo está coberto de razão. Realmente esta relação precisa ser verificada. Nada melhor do que convocar Policarpo Junior e seu patrão, Bob Civita, para depor na CPI! Será que os parlamentares brasileiros vão ter a coragem dos seus pares britânicos, que colocaram Rupert Murdoch no banco de réus para dar explicações sobre os crimes do seu império midiático? A ver!

domingo, 27 de maio de 2012

Instituto de Física da Rússia: "agora entramos na fase do esfriamento global"



"O esfriamento global já começou", afirmaram à agência ITAR-TASS cientistas do Instituto de Física da Academia de Ciências da Rússia, citando estudos realizados com o Observatório Metereológico do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos de Moscou.

Depois de um pico em 2005, a temperatura média da Terra diminuiu em 0,3 graus, nível dos anos 1996 e 1997, assinalou a pesquisa. Para os cientistas até 2015, a temperatura cairá mais 1,5  décimos de grau, clima do início dos anos 80. Em 2020, os habitantes do hemisfério Norte se lembrarão dos invernos rigorosos de 1978 e 1979.

As pesquisas mostram que a causa dessas mudanças climáticas tem origem espacial e não nas atividades humanas. Os cientistas apontam que entre 400 e 1000 toneladas de poeira espacial atingem diariamente a atmosfera terrestre, provocando a condensação de vapor d’água. Iúri Stojkov, do Instituto de Física, afirma que "ao se aproximarem do Sol, os cometas liberam seu ‘manto’ de pó e gás congelados, que entram na atmosfera terrestre e cai sobre a Terra".  

A quantidade de pó espacial precipitada depende das posições dos planetas. "A mudança na concentração de poeira cósmica e do clima da Terra deve, portanto, obedecer a periodicidades semelhantes às registradas nas posições dos planetas".

Assim, quanto mais poeira espacial cai na Terra, maior é a camada de nuvens que cobre o planeta e reflete a luz do sol ao espaço. O clima torna-se mais frio.

Os cientistas confrontaram periodicidades na posição de planetas com fases de mudança do clima da Terra e descobriram a relação entre as temperaturas e o tráfego de poeira cósmica. Com base nos resultados obtidos, puderam elaborar previsão de mudanças climáticas nos próximos 50 anos.
  
Esses resultados foram confirmados pela análise de amostras de gelo extraídas de uma camada de gelo sobre o Lago Vostok, na Antártida.

A análise da amostra permitiu conhecer mudanças de temperatura ao longo de 420 mil anos. Nesse tempo, a Terra sofreu pelo menos quatro grandes oscilações de temperatura com uma amplitude de 8 graus.

Merval tentou melar a CPMI do Cachoeira, mas deu um tiro no pé


Miguel do Rosário, via O Cafezinho

Vamos à análise de coluna do Merval escrita esta semana. Ela faz parte da estratégia da mídia de melar a CPI antes que esta comece a esquentar. O texto de Merval segue em negrito, o meu em fonte normal.

Tiro no pé
Merval, um dos porta-vozes da imprensa corporativa, continua apostando na técnica de chantagem e amedrontamento. A CPI foi um erro porque vai respingar no governo. Ora, Merval se trai com essa tese. Se a CPI respingar no governo e derrubar corruptos do PT, então será ótimo para o Brasil e para a população, não?

Por Merval Pereira, no Globo
20.05.2012 12h08m

O flagrante da mensagem do deputado petista Cândido Vacarezza garantindo imunidade ao governador do Rio Sérgio Cabral é mais uma confirmação de que essa CPI do Cachoeira está se revelando o maior erro dos últimos tempos do grupo político que está no poder.

O tropeço de um petista era o que a mídia queria para melar a CPI. O Noblat também dedica sua coluna desta segunda-feira ao SMS de Vacarezza. Ora, é um recado baixo nível de um petista aloprado, mas não indica crime algum, nem sequer menciona blindagem. Ao contrário, a mensagem tem um tom até meio ameaçador.

“A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu (sic)”

Ora, quantas toneladas de ilações será possível fazer com uma mensagem assim? Vacarezza não fala precisamente em blindar, embora seja possível interpretar assim, mas sim que PT continuará sendo aliado de Cabral mesmo se a relação entre os dois partidos azedarem.

Convocada estranhamente pela maioria governista, a CPI tinha objetivos definidos pelo ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu: apanhar a oposição com a boca na botija nas figuras do senador Demóstenes Torres e do governador de Goiás Marconi Perillo, e desestabilizar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, responsável pela acusação dos mensaleiros no julgamento do Supremo Tribunal Federal.

De passagem, queriam certos petistas criminalizar a revista Veja para criar um clima político que favorecesse a aprovação de uma legislação de controle da mídia, como vêm tentando sem sucesso desde o início do governo Lula.

Convocada “estranhamente”? Que tipo de análise é essa? Merval omite um ponto fundamental. A CPI do Cachoeira foi a que recebeu o maior número de adesões da história da República. Vamos dar esse pequeno crédito ao parlamento brasileiro, por favor. Lula pode ter incentivado, mas Lula não é deputado. Quem instalou a CPI foi o povo brasileiro, através de seus representantes políticos. Os motivos que os levaram a criar a CPI são vários; certamente cada parlamentar poderá apresentar um motivo, uma interpretação pessoal. Mas estamos lidando com um fato de extrema gravidade. Um mafioso possuía lacaios na esfera mais alta da República: um senador da República, um governador, vários parlamentares, prefeitos, policiais federais; a revista de maior tiragem no país manteve relações íntimas com esse mafioso, publicando matérias de seu interesse. Enfim, era um esquema grandioso, e os parlamentares tem obrigação de esclarecer esse imbróglio para o país. Como o caso envolve altos nomes da política, não pode ser um trabalho exclusivamente técnico da Polícia Federal. É preciso fazer uma investigação e um debate em termos políticos também. O delegado da PF não tem condições intelectuais ou políticas de saber que Policarpo Jr., por exemplo, ou o editor da Veja, cometeu crimes ao se relacionar de maneira tão espúria com Carlinhos Cachoeira. Isso é uma conclusão que somente uma CPI pode apontar.

Merval podia ler o próprio jornal. Avançando um pouco as páginas, encontraria artigo de Elio Gaspari, que senta o pau no procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Gaspari, colunista de O Globo, também estaria mancomunado ao PT?

Por enquanto está dando tudo errado. A tentativa de constranger os ministros do Supremo resultou numa reação do Judiciário, que se viu impelido a não deixar dúvidas sobre sua independência.

É prematuro falar que “está dando tudo errado”. Não houve tentativa nenhuma de constranger ministros do Supremo. Aliás, de que diabos Merval está falando? Ele está maluco? Quem tentou constranger ministros do Supremo?

A vontade de procrastinar o julgamento, quem sabe deixando-o para o próximo ano, quando dois novos ministros estarão no plenário para substituir Cezar Peluso e Ayres Britto, ficou tão explícita que o revisor do processo, o ministro Ricardo Lewandowski, viu-se na obrigação de anunciar que pretende apresentar seu voto ainda no primeiro semestre, permitindo que o julgamento comece logo em seguida.

Os imbróglios do “mensalão” dizem respeito aos vinte e pouco réus, o Brasil tem 200 milhões de habitantes, 99,99% dos quais não está nem aí para eles. O “mensalão” é um processo acabado. Será votado e ponto final. A CPI do Cachoeira é uma investigação que acabou de começar. Há pontos de interseção entre os crimes de Cachoeira e o “mensalão”, alguns importantes, mas em essência eles tratam de duas coisas completamente distintas.

Até mesmo uma frase banal, que queria dizer outra coisa, teve o efeito de levantar suspeitas. Quando Lewandowski disse que o julgamento ocorreria “ainda este ano” sabe-se agora que não estava pensando em outubro ou novembro, mas a partir de junho, como fez questão de esclarecer.

Paranoia besta de direitistas doidos. Só meia dúzia de alucinados fica vendo mensaleiro dentro do armário do quarto, embaixo da cama, no elevador. A maioria do povo, inclusive a maioria que deseja a CPI quer que os mensaleiros se explodam. A direita trata o tema como se o PT ou o governo fossem acabar se os réus forem condenados. Ora, mesmo que fossem todos condenados à prisão perpétua, em que isso afetaria o governo? Nem a Dilma nem nenhum de seus ministros não tem relação nenhuma com “mensalão”. O “mervismo pigal”, para usar a divertida expressão de PHA, atingiu o clímax da insanidade conspiratória.

Com relação à imprensa, todos os esforços do senador Collor de Mello, o “laranja” da tramoia petista, têm sido em vão, e as relações do PT com o PMDB estão azedando, na definição de Vacarezza, por que o PMDB não está disposto a embarcar nessa aventura petista de tolher a liberdade de imprensa.

Que mané tramoia petista, Merval! O PT está sendo puxado a fórceps para dentro desse debate. Se fôssemos depender do PT, não haveria nem CPI! A sociedade brasileira é que está por trás da pressão para investigar a imprensa, e não toda a imprensa, mas setores mafiosos, ou setores que mantinham relações com máfias políticas. Para de choramingar, Merval! Nos EUA, na Europa, jornalista apanha que nem adulto quando faz merda. Não perdoaram nem o bilionário Rupert Murdoch. A troco de que os jornalistas do Brasil devem ser tratados como representantes sagrados da “imprensa livre”? Quer dizer que não existe jornalista safado, jornalista bandido? O vice do Agnelo pagava 100 mil reais por mês ao Mino Pedrosa para ele plantar matérias que derrubassem ou enfraquecessem o governador, tudo mancomunado com o esquema Cachoeira. Há gravações que revelam que Cláudio Humberto também levava grana do esquema. E Cachoeira plantava o que queria na Veja. Tem que investigar sim, Merval. Não é tramoia petista. É vontade soberana do povo. A ditadura acabou, meu filho. Numa democracia, todo mundo é igual. Todo mundo pode ser preso. Jornalista ou não.

Por fim, a blindagem explícita do governador do Rio pode se transformar em uma faca de dois gumes, tornando inevitável sua convocação.

Que blindagem explícita? A mídia é muito esperta. Não há uma só gravação envolvendo Sérgio Cabral no esquema Cachoeira, e olha que são milhões de telefonemas sobre Deus e o mundo. A Delta tinha contrato com o governo do Rio assim como tinha com o governo de São Paulo. Se chamar Cabral então tem que chamar o Alckmin, o Serra e o Kassab. Ora, a CPI tem que investigar os nomes que aparecem nas investigações, e não virar palco para salafrários como Garotinho fazerem proselitismo partidário. Festejar em Paris pode parecer uma coisa terrível para a classe média lacerdista, mas felizmente ainda não foi tipificado como crime. Melhor festejar em Paris do que nas ilhas Cayman, como Serra e os tucanos fizeram, conforme se pode comprovar lendo o livro A Privataria Tucana.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Jubileu da rainha Elizabeth II vira desfile de déspotas feudais


O que deveria ser a “maior reunião de monarcas em décadas”, para comemorar 60 anos de reinado da rainha Elizabeth II, se converteu num ridículo desfile de déspotas do Oriente Médio, Ásia e África, além de figuras ornamentais europeias. O rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa, que massacrou o levante popular contra seu regime, com a ajuda de tropas sauditas, foi recebido por manifestantes na porta do palácio de Windsor com gritos de “assassino” e “ditador”. Diante do Palácio de Buckingham, o protesto: “impeçam o carniceiro do Bahrein de ir ao Jubileu de Diamante da rainha”.

A casa real do Kuwait foi representada pelo xeque Nasser Mohamad Al Sabah, ex-primeiro-ministro afastado em 2011 por corrupção e por protestos populares. O príncipe Mohamed Bin Nawaf Al Saud representou a monarquia saudita, uma das mais tenebrosas do planeta e que controla o país como se fosse uma propriedade particular. Da Suazilândia, onde não há constituição nem partidos políticos, veio o reizinho Mswatt III, que vive no luxo enquanto o povo passa fome. Também deu as caras o príncipe tailandês Maha Vajiralongkorn. A rainha Sofia, da Espanha, não veio por conta das divergências sobre a ocupação de Gibraltar pelos ingleses; o marido está fora de combate desde a caçada aos elefantes na África.

Os horrores que o império nos oferece

FIDEL CASTRO
Um despacho da principal agência de notícias norte-americana AP, datado de hoje [14] em Monterrey, México, o explica com irrefutável clareza. Não é o primeiro, nem será sem dúvida o último, sobre uma realidade que jogou por terra a montanha de mentiras com a qual os Estados Unidos pretendem justificar o destino inumano que reserva aos povos da Nossa América.
O que é que narra o despacho?
“Monterrey, México (AP) — Quarenta e nove cadáveres decapitados e mutilados foram encontrados em um charco de sangue abandonados em uma estrada que liga o norte da metrópole mexicana de Monterrey com a fronteira dos Estados Unidos, no que parece ser o golpe mais recente de uma escalada da guerra de intimidação entre bandos de narcotraficantes.
“Os cadáveres de 43 homens e 6 mulheres foram encontrados às 04h00 do domingo, nas proximidades do povoado de San Juan, em uma estrada que não cobra pedágio e que conduz à cidade fronteiriça de Reynosa. No arco de pedra que recebe aqueles que visitam o povoado alguém escreveu com spray ‘100% Zeta’.
“O porta-voz da segurança do governo do estado norte de Nuevo León, Jorge Domene, disse em entrevista coletiva que junto dos corpos em decomposição foi encontrado um cartaz do grupo Los Zetas no qual se atribui a matança.
“Segundo parece fazia ao menos 48 horas que os corpos estavam sem vida, por isso as autoridades acham que as pessoas não foram assassinadas nesse lugar. ‘Nenhum corpo tem cabeça e foram mutilados de seus membros inferiores e superiores, o que complica a identificação’, disse o funcionário.”
“O procurador do estado, Adrián de la Garza, disse que nos últimos dias não foi feita denúncia alguma sobre desaparecidos, pelo que poderia tratar-se de pessoas de outros estados mexicanos ou inclusive imigrantes centro-americanos que tentavam chegar aos Estados Unidos.”
“Os Cartéis mexicanos da droga têm travado uma guerra cada vez mais sangrenta para controlar as rotas de contrabando, bem como o mercado local de drogas e a extorsão, cujas vítimas incluem os imigrantes que tentam chegar aos Estados Unidos.
“No período já transcorrido deste mês de maio, em uma zona turística próxima de Guadalajara foram encontrados 18 corpos; apareceram 23 cadáveres decapitados ou pendurados de uma ponte na cidade fronteiriça de Nuevo Laredo, onde a violência entre os Cartéis tem aumentado. Neste ano apareceram corpos nos estados de Veracruz, Guerrero, Morelos, Jalisco, Tamaulipas e Nuevo León.
“Asseverou que não existem indícios de que a nova onda de violência tenha relação com as eleições presidenciais que serão realizadas em julho. ‘É a dinâmica da guerra entre os Cartéis’, disse.”
Por seu lado o portal da Internet BBC Mundo, informa que:
“As cenas de corpos decapitados e mutilados em Nuevo León, onde 49 corpos foram jogados na estrada neste domingo, comoveram a muitos pela barbárie extrema exibida pelos assassinos. Inclusive no México, que depois de cinco anos de intensa guerra entre cartéis parecia ter visto tudo.”
Não poucos dos países da Nossa América são afetados por estes problemas.
Em nossa Pátria, os problemas que aqui são relatados, não existem; será por isso que o império tenta rendê-la por fome e fazendo uso da hostilidade? Meio século não tem sido suficiente, e duvido muito que o império disponha de outro meio século antes de que, mais cedo ou mais tarde, se afunda em sua própria lama.

Lula lembra Getúlio e JK e afirma que “a elite não admite que se governe para os pobres”

 

Ex-presidente recebe título de Cidadão Paulistano e Medalha Tiradentes

O ex-presidente Lula recebeu na noite de segunda-feira (21), na Câmara Municipal de São Paulo, o título de Cidadão Paulistano. Na ocasião ele recebeu também a Medalha Anchieta. A iniciativa do título foi do vereador Alfredinho e da medalha, do vereador José Américo, ambos do PT. Milhares de pessoas lotaram as dependências da Câmara e a área em frente ao prédio do legislativo paulistano. Estiveram presentes ao ato políticos de todo o Brasil. Palavras de ordem foram entoadas e algumas canções homenagearam o ex-presidente.

Em seu discurso, bastante emocionado, Lula agradeceu a homenagem e disse que tem muita honra em receber o título de cidadão paulistano. Ele lembrou que “a elite brasileira não admite que se governe para os pobres”. “Eles obrigaram o presidente Getúlio a se matar”, destacou. “Getúlio governou o país por 15 anos com mão firme e, depois, quando ele foi eleito democraticamente pelo povo, obrigaram-no a se matar. O João Goulart, que foi eleito democraticamente como vice e depois assumiu constitucionalmente, também foi afastado do governo”, lembrou. “Eu não vou me matar e nem ser obrigado a fugir do país. Se quiserem alguma coisa comigo vão ter que enfrentar o povo nas ruas”, disse. “Na verdade, vamos ser claros, o que eles tentaram em 2005 foi um golpe. Mas tiveram que recuar”, afirmou. “Recebo o prêmio como um carinho destinado a todos os nordestinos que vieram para São Paulo, que ajudaram a construir a cidade e nela encontraram oportunidades, e hoje são pais, avós e bisavós de paulistanos”, disse.

Discursaram também a senadora Marta Suplicy e os vereadores proponentes das homenagens. O vereador Alfredinho lembrou que, como Lula, também veio do Nordeste. E que lá no interior do Piauí, na casa de seus avós, há quadros dos padroeiros da região, do padrinho Padre Cícero e também de Lula. Já José Américo ressaltou que Lula foi o responsável por elevar a autoestima do povo e por fortalecer o sentimento de nação entre os brasileiros. “Com você, Lula, os brasileiros passaram a ter mais orgulho do Brasil”, afirmou Américo, sob aplausos da platéia.


Brasil e Cuba: solidariedade ativa

Editorial do sítio Vermelho:

A capital baiana sediará a partir desta quinta-feira (24) a 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. O evento, que acontece até o domingo (27), debaterá a integração Latino-Americana e Caribenha; a luta permanente contra o bloqueio econômico a Cuba; a libertação dos cinco heróis cubanos e o combate à campanha midiática internacional que divulga, de forma criminosa e deturpada, factoides políticos sobre supostos acontecimentos na ilha caribenha.

A Convenção de solidariedade a Cuba é um momento importante em que os movimentos sociais brasileiros e personalidades de nossa vida política e cultural expressam seu apoio à revolução cubana e à edificação do socialismo na ilha caribenha.

Semelhantes eventos ocorrem anualmente em dezenas de países numa demonstração também de reconhecimento à solidariedade que Cuba brinda aos povos do mundo. O povo cubano é educado segundo a máxima do maior mártir da sua independência, José Martí, que dizia “Pátria é Humanidade”. É um povo internacionalista, dedicado à causa do progresso social, da autodeterminação dos povos, da paz mundial e do socialismo.

Assume significado especial para os movimentos de solidariedade a Cuba a discussão acerca do terrorismo midiático empreendido a partir do centro do império contra esse país socialista. Uma verdadeira usina de mentiras foi montada por esse império para difamar a revolução cubana e seus dirigentes, tudo com o objetivo de semear a confusão política e ideológica. É um enfrentamento contra uma arma poderosa usada como linha auxiliar de todas as agressões perpetradas pelo imperialismo contra o país.

A convenção de solidariedade é um momento em que os brasileiros condenam o injusto bloqueio que os Estados Unidos movem contra o país há mais de cinco décadas e exigim o fim desta verdadeira iniqüidade, conforme a vontade expressa da maioria das nações do mundo por meio de seguidas resoluções da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Igualmente, durante o evento circularão informações precisas sobre a injusta prisão dos cinco patriotas cubanos em cárceres dos Estados Unidos. Melhor informados sobre o assunto, os brasileiros se empenharão ainda mais na campanha pela libertação desses patriotas.
A Convenção de Solidariedade a Cuba reforça as já sólidas e profundas relações entre os povos brasileiro e cubano, desenvolvidas a partir da correta orientação de política externa dos dois governos e respectivas chancelarias.

Demóstenes sem testemunha. E o Civita?

Por Altamiro Borges

O ex-demo Demóstenes Torres já está no inferno. Ele não conseguiu sequer testemunhas de defesa para as audiências do Conselho de Ética do Congresso Nacional. O mafioso Carlinhos Cachoeira, tão chegado do senador, negou o seu convite para depor. Já o advogado Ruy Cruvinel anunciou ontem que também não irá, “em consideração à família” e por “optar por sua privacidade”.
 
No Conselho de Ética já é dado como certo o pedido de cassação do mandado do ex-líder do DEM no Senado. Há risco, inclusive, de que ele seja imediatamente levado para a cadeia. Desta forma, dois famosos demos teriam visitado o presídio – antes dele, o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, cotado para ser o “vice-careca” de José Serra, também passou alguns dias na cadeia.

Mas os advogados de Demóstenes Torres ainda podem acionar outras testemunhas de defesa. Eles até poderiam convidar o capo da “prestigiada” revista Veja, Bob Civita. Durante muitos anos, o ex-demo foi a principal fonte da revista. Ele era apresentado como um “mosqueteiro da ética”, um oposicionista firme e impoluto. Civita também poderia escalar o seu editor, o Policarpo Jr., que conhece bem o submundo do crime, e alguns calunistas de aluguel para defenderem o pobrezinho do ex-demo.

GRÉCIA: O DESESPERO DA RIQUEZA DE PAPEL

A Grécia representa apenas 2% do PIB  europeu; seu peso demográfico não é muito maior que isso. E no entanto os olhos do mundo se voltam para Atenas nesse momento. Nesta 4ª feira as bolsas despencaram em quase todos os mercados; o euro queimava nas mãos dos investidores; vendas maciças espremiam a cotação da moeda em meio a  fugas e saques de bancos, sobretudo espanhóis, entalados na pantanosa zona da insolvência.

A palavra Grécia basta para gerar calafrios nos guardiões das posições ocupadas pelo dinheiro especulativo na Europa. Ao elo mais fraco da corrente cabe frequentemente a distinção de expressar o esgotamento sistêmico de um ciclo. É essa lógica paradoxal que reserva ao povo grego o camarote da história, até aqui ocupado bovinamente por carcaças complacentes com os aguilhões que tangem a nação ao matadouro. Esse tempo se esgota.

A incerteza sobre o passo seguinte da história se instalou definitivamente na contabilidade fria das aplicações financeiras: as posições de hoje em euros valerão quanto amanhã? E depois de amanhã?

CORTINA DE FUMAÇA

A VERDADEIRA "CORTINA DE FUMAÇA" É A CONFECCIONADA PELA FOLHA DE SÃO PAULO E PELA REVISTA VEJA, PARA ESCONDER A CORRUPÇÃO DA IMPRENSA BRASILEIRA E A QUADRILHA FORMADA POR ROBERTO CIVITA, CACHOEIRA E DEMÓSTENES TORRES. ESSA QUADRILHA MIDIÁTICA LUTA TODOS OS DIAS, DISTRIBUINDO NOTÍCIAS BASEADAS EM SUPOSIÇÕES QUE NUNCA SE PROVAM.

EU SUPONHO QUE A IMPRENSA BRASILEIRA É CORRUPTA, GOLPISTA, ULTRA RACISTA, LADRA, FORMADORA DE QUADRILHA, ESTÁ RECHEADA DE COLUNISTAS PAGOS A PESO DE OURO PARA ESCREVEREM CONTRA LULA, DILMA, PT, BASE ALIADA E TODAS AS FORÇAS QUE VOTARAM DEMOCRATICAMENTE E ESCOLHERAM SUA PRESIDENTA.

EU SUPONHO QUE A IMPRENSA CORRUPTA DO BRASIL QUER DAR UM GOLPE DE ESTADO. EU SUPONHO QUE AS NOTÍCIAS SÃO MANIPULADAS COM O FIM DE MANTER O REGIME DE ESCRAVIDÃO NO PAÍS. EU SUPONHO QUE A IMPRENSA BRASILEIRA É EIVADA DE CANALHAS CORRUPTOS. EU SUPONHO...


APOSENTADO INVOCADO

domingo, 20 de maio de 2012

A mídia e o "acordão" na CPI

 
 
Por José Dirceu, em seu blog:

A mídia adotou uma linha equivocada ao insistir que houve um acordão entre PT-PMDB-PSDB na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o caso Carlos Cachoeira. Segundo tal versão o objetivo de pretenso acordo seria, entre outras coisas, o de não convocar os governadores até agora citados nos grampos do bicheiro e seu círculo de relações. Pretende-se vender a falsa ideia de que algo que mal começou teria terminado em pizza.

Minha avaliação é outra. Entendo que o roteiro adotado pela Comissão de Inquérito é correto e objetivo: estudar todos os autos e áudios, ouvir os delegados responsáveis pelos inquéritos que deram origem à CPI – como já fez –, convocar os auxiliares dos governadores e da Delta. É o caminho certo para decidir se, em seguida, convoca ou não os três governadores, como quer o PSDB, ou apenas Marconi Perillo, como querem PT e PMDB.

O prosseguimento da linha de trabalho adotada pela CPI mista do Congresso vai permitir, também, que se tome decisões sobre a convocação ou não de procuradores e jornalistas. Se se investiga ou não a revista Veja e sua relação com o esquema Carlos Cachoeira-Demóstenes Torres.

Diversionismo

Não podemos e não devemos nos deixar levar por incidentes como o da não convocação dos governadores nesta semana e o torpedo do deputado Cândido Vaccarezza para o governador Sérgio Cabral – um incidente incapaz de definir o destino de uma CPMI. É um erro confundir tais incidentes com indícios, provas e elementos para investigar o crime organizado e suas ramificações nos três poderes do país.

Há indícios sim, e são muito fortes, sobre a participação decisiva no esquema criminoso de um senador que foi líder do DEM e da oposição. Um senador que foi membro do Ministério Público e que se apresentava como representante das demandas corporativas dos procuradores e do Judiciário, seja junto ao Legislativo, seja diante do Executivo.

Também são ridículas, risíveis mesmo, as tentativas de apresentar a relação do governador de Goiás com Carlos Cachoeira no mesmo nível das do Governador do Rio de Janeiro com o controlador da Delta. Em Goiás o crime organizado capturou o Estado e, neste caso, os elementos, indícios e provas já existentes mais do que justificam um investigação pela CPMI.

Mais diversionismo
Não vamos esquecer que no início do noticiário sobre a operação Monte Carlo, lá atrás, certa mídia fez de tudo para trazer de volta o caso Waldomiro Diniz. Naquela ocasião, a citação do meu nome era permanente, às vezes com mais destaque que a própria CPMI. Mas, com o aparecimento da participação do senador Demóstenes Torres no esquema, esta sim uma verdadeira bomba atômica que deixou muita gente desnorteada, a manobra diversionista ficou desmoralizada.


Depois vieram as tentativas de envolver membros do Governo Federal, como Olavo Noleto e até o ministro Alexandre Padilha. Depois, outra tentativa diversionista, pretendendo-se desviar o foco principal da CPMI para Brasília e a empresa Delta. E agora, finalmente, essa polêmica sobre a convocação dos governadores.

Indícios há, e são muitos. Insisto que a CPMI deve manter seu plano de trabalho. Aí sim, tendo as informações, vai decidir por exemplo se convoca ou não os jornalistas. Não adianta que certa mídia levante o argumento surrado da ameaça à liberdade de imprensa diante dos indícios que já apareceram.

Falou-se, por exemplo, em mais de 200 telefonemas entre o diretor da revista Veja em Brasília e a dupla Carlos Cachoeira-Demóstenes Torres. Na troca de informações pela publicação de matérias de interesse de um esquema criminoso. No conluio para o uso de gravações obtidas ilegalmente. São coisas que precisam ser esclarecidas. E as informações já estão lá, nos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo. É preciso levantá-las em sua totalidade e, em seguida, divulgá-las.

E também não vamos nos esquecer da tentativa de aumentar ainda mais a confusão e a cortina de fumaça, insistindo com a versão de que o necessário esclarecimento da decisão da Procuradoria Geral da República de não investigar o esquema Carlos Cachoeira-Demóstenes Torres em 2009, como afirmou a Polícia Federal, seria algo envolvendo o PT e relacionando-o com o julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal, chamada de mensalão.

Se a CPMI seguir seu roteiro de buscar e dar transparência a todas as informações, nada do que a mídia está prevendo acontecerá. Ao contrario, será uma das CPIs mais importantes dos últimos 30 anos e cumprirá um papel extraordinário na vida política do país.

CNI: alta do dólar ajuda, mas precisa subir mais




A valorização do dólar, cotado nesta quarta-feira a R$ 2,00, é positiva para o país e não trará reflexos inflacionários, afirmou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson de Andrade. Para ele, o ideal para a indústria seria se a taxa de câmbio estivesse entre R$ 2,40 e R$ 2,60, mas avalia que esse aumento já é suficiente para que haja uma recuperação da indústria. “O câmbio do dólar a R$ 2,00 melhorou a situação da economia, da indústria e do Brasil. Ele dará mais competitividade à indústria brasileira, que estava sufocada”, disse Andrade. “Já é suficiente para termos uma recuperação importante, mas se subir um pouco ficará ainda melhor”, acrescentou.

“Se você pegar os últimos cinco anos, o real se valorizou 50%, 49% acima da inflação. Então acho que essa desvalorização do real frente ao dólar traz mais competitividade à indústria brasileira, não só para a indústria, mas para a economia brasileira. E certamente não cria inflação”.

Conforme o empresário, não há risco nem de contaminação de preços por meio de insumos mais caros, importados ou cotados em dólares. “A indústria brasileira já trabalha com muitos insumos produzidos no Brasil. E as indústrias para produção de componentes, por exemplo, estavam fechando porque não estavam conseguindo competir com os produtos importados”.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, também manifestou opinião a favor da alta do dólar, e afirmou que, com a subida, a indústria estará mais competitiva para concorrer com importados que “chegavam ao mercado de forma indiscriminada”.

Modo de agir é típico de associação criminosa


Veja atacou ministro para atender pedido do bicheiro sabendo que era lóbi pró-Delta

Contrariei esse grupo, afirmou o ex-ministro Alfredo Nascimento


A “Veja” sabia, pelo menos desde o dia 10 de maio de 2011 – dois meses antes de sua campanha contra a cúpula do Ministério dos Transportes para beneficiar a Delta - da associação de Cachoeira com a empreiteira. O próprio Cachoeira revelou isso, nesse dia, a Policarpo Jr., redator-chefe da revista. Foi através de Cachoeira que Policarpo encontrou com Cláudio Abreu, diretor da Delta, depois do que a campanha contra o então ministro, senador Alfredo Nascimento, e seus auxiliares foi deflagrada, através de uma matéria na qual não havia sequer um denunciante – tudo é atribuído a “empreiteiros”, “empresários” ou “parlamentares” sem nome.




 

Veja armou contra Nascimento com Cachoeira e diretor da Delta

 

Campanha da revista para derrubar ministro dos Transportes teve início após encontro marcado pelo bicheiro entre Policarpo Jr. e Cláudio Abreu

A quem aproveita o crime? A campanha contra o então ministro dos Transportes, senador Alfredo Nascimento, perpetrada pela “Veja” em julho do ano passado, beneficiou a empreiteira Delta e seu associado Carlos Cachoeira.
A Delta queria se livrar da fiscalização do Ministério dos Transportes, que já tomara várias medidas para sanar irregularidades:,
1) O Ministério, através do DNIT, abrira um processo administrativo contra a Delta, porque esta, sem autorização, subcontratara outra empresa na recuperação da BR-116, no Ceará.
2) A Delta fora obrigada a repavimentar um trecho da BR-163, em Mato Grosso, porque, em sua obra original, a espessura do concreto era menor que a prevista no contrato.
3) A Delta, contra o edital, atrasara o início das obras na BR-101, no Rio de Janeiro, sem apresentar justificativa.
4) A Delta, líder de um dos consórcios que vencera a licitação, queria aumentar o preço nas obras na BR-060, em Goiás, o que era negado pelo Ministério.
“Veja” sabia, desde maio de 2011 – portanto, dois meses antes de começar sua campanha – da associação entre Cachoeira e a Delta, porque o contraventor a revelou ao redator-chefe de “Veja”, Policarpo Jr. (o “Poli”, “PJ” ou “JR”, como a quadrilha o chamava). Cachoeira marcou um encontro de Policarpo Jr. com Cláudio Abreu, diretor da Delta, e depois disso começou a campanha contra Nascimento e a cúpula do Ministério dos Transportes.
Em uma das gravações feitas pela Polícia Federal, Cachoeira diz: “Eu sou a Delta”. O assunto é algo sem importância – um patrocínio futebolístico –, mas ele não estava muito distante da realidade.
Nas gravações que conseguimos ouvir, ou ler a transcrição, a Delta é mencionada 387 vezes. Mas ainda faltam mais 32 volumes do inquérito e a maior parte das gravações anexadas (a Operação Vegas gravou 60 mil horas de conversas do bando; a Operação Monte Carlo, 250 mil horas). Cachoeira era tão íntimo da Delta, comparecendo quase diariamente aos seus escritórios, que os delegados da PF anotaram: “Será que Carlinhos teria sala dentro da Delta?” (cf. pág. 73, apenso 02, volume 1, Op. Monte Carlo, Auto Circunstanciado De Encontros Fortuitos, DPF/SRDF).
No dia 10 de maio, Cachoeira comunicou ao diretor da Delta, Cláudio Abreu, sua conversa com Policarpo Jr., da “Veja”. O assunto era a edição da revista, três dias antes, em que o ex-ministro José Dirceu era acusado de ser o responsável pela expansão dos negócios da Delta. Policarpo queria que Cachoeira arrumasse ou fabricasse provas para o que a “Veja”, no dia 07, publicara sem nenhuma prova.  Mas Cachoeira estava associado à Delta. A transcrição abaixo é uma síntese:
Abreu: (…) cê falou pro Policarpo?
Cachoeira: (…) Rapaz, falei: “vocês erraram, Zé Dirceu não tava”. [Policarpo responde:] “Tem sim e eu tô atrás de uma coisa só, ô Carlin, é... teve uma reunião em Itajubá do Fernando [Cavendish, dono da Delta] com o Zé Dirceu e o Arruda, os três juntos,viu? Itajubá. Foi aí que fechou para Delta entrar em Brasília. Foi pedido. O Zé Dirceu pediu para o Arruda para o Fernando entrar em Brasília”.
(…)
Cachoeira: (…) [Policarpo] perguntou se tinha fita, a história que tá lá na Veja, sabe até o local que foi (…) gravado dando dinheiro vivo. Eu falei: “Ô Policarpo, você acredita mesmo nisso?” Ele: “acredito”. Então, “pelos meus filhos eu to falando pro cê, não existiu essa reunião, esqueça, esqueça”.
(…)
Cachoeira: Eu falei [para Policarpo]: “inclusive vou te apresentar depois, Policarpo, o Cláudio eu sou amigo”. Eu falei que era amigo do cê de infância. “Então, ele trabalha na sua empresa”, falou assim, “vai me contar que você tem ligação com ele”. Sabia de tudo. “Eu não vou esconder nada de você não, Policarpo, o Cláudio é meu irmão, rapaz”. (…). Aí ele virou e falou assim: “(...) Cê me garante?” Eu: “garanto, rapaz”. Você confia nele? “Confio”.
São trechos bastante claros. Cachoeira fala de sua ligação com a Delta, através de Abreu, Policarpo, que “sabia de tudo”, retruca: “vai me contar que você tem ligação com ele”. Cachoeira responde: “Eu não vou esconder nada de você não, Policarpo, o Cláudio é meu irmão, rapaz”.
Há mais uma coisa interessante nesse telefonema: as referências a Luiz Antonio Pagot, então diretor-geral do DNIT, principal órgão do Ministério dos Transportes:
Abreu: (…) Quem chamou?
Cachoeira: Policarpo, pô. (…) você lembra que eu te fiz umas perguntas do Pagot? Enfiei tudo no rabo do Pagot, aquela hora o Policarpo tava na minha frente. (…) o que eu plantei do Pagot aquela hora. Ele anotou tudo, viu. Uma beleza agora, Pagot tá fudido com ele.
Portanto, Policarpo sabia da associação entre a Delta e Cachoeira, sabia da hostilidade destes em relação à cúpula do Ministério dos Transportes e sabia que estava tratando com um contraventor. Era muito fácil, inclusive, saber o motivo dessa hostilidade. Essa conversa foi no dia 10 de maio, dois meses antes de começar a campanha contra o Ministério dos Transportes. Numa conversa posterior, no dia 11 de julho, o notório Dadá diz a Cachoeira: “Tem mais de um ano que o tal do Pagot tá no grampo”. O objetivo, claramente, era derrubar a cúpula dos Transportes para favorecer a Delta.
Foi exatamente o que “Veja” fez: no dia 2 de julho, ela colocou em sua versão online uma suposta denúncia de que no Ministério cobrava-se uma propina das empreiteiras de 4% do valor das obras e 5% das empresas de consultoria. Na edição impressa de 6 de julho, falava-se num suposto “mensalão do PR”, que seria recolhido pelo deputado Valdemar Costa Neto.
Estranhamente, não havia denunciantes – tudo é atribuído a “parlamentares, assessores presidenciais, policiais e empresários, consultores e empreiteiros”, sem um nome, um único nome, sequer. Por exemplo: “'um parlamentar da direção do PR me disse que ele [Luiz Tito Barbosa, assessor do ministro] agora é o caixa oficial. Não é mais para pagar nada diretamente a deputados ou senadores. Os envelopes seguem direto para ele', diz um empreiteiro”.
Que parlamentar? Que empreiteiro?
Outro trecho: “'O Mauro [Barbosa, secretário-executivo do Ministério] é o dono da chave do cofre, e o Luiz Tito o cara da mala', explicou um empresário”.
Que empresário?
Ninguém.
Além disso, nem Nascimento nem Pagot eram ligados ao deputado Valdemar Costa Neto. Do último nem mesmo pode-se dizer que suas relações com Costa Neto fossem amistosas.
Em suma, “Veja” fabricou uma denúncia sem denunciantes – sabendo que a saída de Nascimento do Ministério iria beneficiar a Delta, que estava sob investigação, e também de sua parceria com Cachoeira – até porque ela somente confeccionou essa difamação depois que Cachoeira apresentou Policarpo Jr. a Cláudio Abreu.
CARLOS LOPES