quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Para que serve a Política Nacional de Participação Social (PNPS), criada por decreto por Dilma?


PARA PENSARMOS O QUE DISSE O GRANDE LÍDER BRIZOLA.




A MÍDIA VASSALA MENTE, ESCONDE O VERDADEIRO OBJETIVO DA POLITICA DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
MENTE AO DIZER QUE TIRA PODERES DE CONGRESSO, QUE TORNARIA O BRASIL UMA CUBA, "CHAVISMO" E ETC.



Para os interessados em conhecer o conteúdo do Decreto sobre política de participação social, que foi derrubado com argumentos os mais retrógrados, uma esclarecedora matéria da Folha de São Paulo, de 15/6/2014:
Classificado por alguns como 'golpista', 'bolivariano' e até 'bolchevique', o decreto de Dilma sobre política de participação social parece bem menos polêmico.

1. Para que serve a Política Nacional de Participação Social (PNPS), criada por decreto por Dilma?
O objetivo é organizar a relação entre ministérios e outras repartições federais com as diversas instâncias de participação social, como os conselhos permanentes de políticas públicas, as periódicas conferências nacionais temáticas e as frequentes audiências públicas, entre outras.

2. Mas já não existem vários conselhos?
Existem. Alguns são muito antigos, como o CNE (Conselho Nacional de Educação), criado em 1931, e o CNS (Conselho Nacional de Saúde), que existe desde 1937. Há conselhos para os mais variados temas, como direitos dos idosos, trabalho, segurança pública, juventude, política indigenista, previdência, drogas e igualdade racial. Alguns têm caráter normativo, como o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Outros são meramente consultivos, como o Conselho de Desenvolvimento Econômico, que reúne vários empresários dos mais diversos setores.

3. Esses conselhos agora são controlados pelo governo?
Não.

4. O governo passa a ser obrigado a seguir decisões tomadas em conselhos?
Não. O decreto diz apenas que os órgãos da administração, como os ministérios, deverão "considerar" essas instâncias de participação social na hora de formular, executar, monitorar e avaliar suas políticas. Isso já ocorre em muitos casos. O decreto diz também que os órgãos deverão produzir relatórios anuais mostrando como estão implementando a PNPS.

5. O governo está criando novos conselhos?
O decreto não cria nenhum novo conselho nem mexe nos já existentes. A norma, porém, define parâmetros mínimos para orientar a eventual criação de novos conselhos ou instâncias.

6. Os conselhos populares assumem alguma atribuição do Poder Legislativo?
Não. O que se discute é se a PNPS, nos termos em que foi elaborada, deveria passar pelo Congresso.

O governo sustenta que, como não há criação de cargos ou despesas, o decreto é suficiente. Alguns entendem que, ao criar um procedimento novo, a PNPS só poderia ser validada por meio de uma lei aprovada pelo Congresso Nacional.

Mídia preconceituosa e parcial





"O MEDO DOS QUE NÃO DORMEM, TEM PELOS QUE NÃO COMEM, OS QUE NÃO COMEM PORQUE NÃO TEM O QUE COMER, OS QUE NÃO DORMEM SEGURAMENTE PELO MEDO DOS QUE NÃO COMEM"

Mídia preconceituosa e parcial





MÍDIA VASSALA É A INSPIRAÇÃO INFLUENCIADA DO "CAPIROTO". KKKKKKK

Requião contesta "O Globo" e mostra importância do projeto de Direito de...





"Existe comunicação e molecagem na imprensa". "Filhos de Roberto Marinho são verdadeiros moleques."

"Quando você é mordido pelo um cachorro você não bate no cachorro e sim no dono do cachorro"

Requião diz que reforma política é importante, mas prioridade é a economia

Especuladores perdem eleição, mas querem comandar política econômica

Especuladores


CSB condena setores do mercado financeiro que defendem a extinção da política de desenvolvimento aprovada nas urnas pelo povo brasileiro
As últimas eleições, findadas no dia 26 de outubro, apresentaram um cenário muito específico.  Este pleito expôs a clara e muito acirrada disputa entre os interesses do Brasil e do povo contra os especuladores do mercado financeiro, que, por meio das duas candidaturas derrotadas apresentaram propostas no sentido de modificar a política de desenvolvimento, fortalecimento do Estado, geração de emprego e combate à miséria que obteve a vitória novamente nas urnas.
De forma explícita, alguns elementos do mercado passaram a dominar os jornais brasileiros com pressões para que o governo Dilma Rousseff mude o rumo do projeto de governo que foi eleito e validado pelos brasileiros. Tal manifestação escancarada evidencia-se em matéria publicada no jornalFolha de S.Paulo, no dia 28 de outubro, na qual Anthony Pereira, diretor do Brazil Institute do King’s College (Londres), lança a máxima de que “o governo Dilma, na percepção externa, foi ‘longe demais’ na direção desenvolvimentista e sabe que precisa recuperar a credibilidade”. Segundo Pereira, “os investidores esperam um sinal à ortodoxia, com redução de gasto público e menos ativismo na política industrial”.
Na análise da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Dilma Rousseff já dispõe de credibilidade, atestada pelos eleitores nas urnas. Esta confiança é a aprovação do povo brasileiro e das entidades sociais, que deve ser ainda mais fortalecida e ampliada.
Desta forma, quando a Folha de S.Paulo expõe declarações de representantes como Anthony Pereira, apelativas à denominada ortodoxia, o faz para atender a pressões de interesses que, definitivamente, não são do povo. Antonio Neto, presidente da CSB, afirma que o povo brasileiro venceu as eleições e vai lutar para que o País siga no caminho do desenvolvimento social e dê prioridade ao setor produtivo.
“Nos próximos quatro anos, temos o compromisso de erradicar a miséria, gerar milhões de empregos, fortalecer nosso mercado interno e nossa tecnologia. Todo o investimento para o setor produtivo será bem-vindo, desde que não seja subterfúgio para explorar a mão de obra do trabalhador. O capital especulativo tem de ficar longe do Brasil”, declarou.
O jornal paulista afirma ainda em sua publicação que o “mercado gostaria da sinalização de reformas ‘transformadoras’, embora considere ‘improvável’ que isso ocorra”. O presidente da CSB explica que já passamos por esta receita, e as verdadeiras mudanças já foram implementadas desde 2003, com as políticas sociais, de valorização do salário e do combate à fome.
“É claro que estas reformas não brilham aos olhos do mercado financeiro, porque isso atinge uma parcela insignificante para eles. Como podemos imaginar que tirar 50 milhões de pessoas da miséria pode ser essencialmente bom para os especuladores”, sentenciou Neto.
Na análise do dirigente da CSB, os “rápidos movimentos tranquilizadores” citados pela Folha – a escolha do novo ministro da Fazenda ligado ao mercado financeiro – são, na verdade, uma manobra para o aumento da conspiração especulativa sobre o Brasil.
“Estes analistas estão querendo que o governo – que venceu a eleição com um projeto específico e determinado – mude a sua trajetória. Mas o caminho do País é um só: aquele voltado ao povo que luta todos os dias do ano pela construção deste Brasil grande e próspero do qual eles querem se aproveitar”, finalizou Antonio Neto.
http://csbbrasil.org.br/

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A culpa não é dos nordestinos

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

"A eleição presidencial mais parelha dos 125 anos de República deixa o país dividido entre os que produzem e pagam impostos e os beneficiários de programas sociais. O desenho esboçado no primeiro turno, com a divisão do país em dois grandes blocos, recebeu traços mais fortes: grosso modo, o Norte-Nordeste perfilado ao PT, o Sudeste-Sul-Centro/Oeste com a oposição. Fica evidente que o país que produz e paga impostos - pesados, ressalte-se - deseja o PT longe do Planalto, enquanto aquele Brasil cuja população se beneficia dos lautos programas sociais - não só o Bolsa Família - financiados pelos impostos, não quer mudanças em Brasília, por razões óbvias".

Engana-se quem atribuir a análise acima ao sociólogo Fernando Henrique Cardoso, na mesma linha da que o ex-presidente já havia feito ao final do primeiro turno das eleições presidenciais.

Desta vez, o pensamento único dos que dividem o Brasil entre quem produz e os vagabundos que vivem de bolsas está no editorial do jornal carioca O Globo, sob o título "A Mensagem das Urnas", publicado em sua edição desta terça-feira - de resto, é o que está na raiz das manifestações racistas e preconceituosas contra os nordestinos que invadiram as redes sociais desde que foi anunciada a vitória de Dilma Rousseff na noite de domingo.

Grosso modo, como diria o jornal, os números finais divulgados pelo TSE desmentem esta teoria. Vamos a eles.



Quem assegurou a vitória do PT foram exatamente os eleitores do Sul e Sudeste, que deram 26,6 milhões dos votos totais obtidos por Dilma, ou seja, mais de 2 milhões de votos a mais do que os obtidos por ela no Norte e Nordeste, com 24,5 milhões de votos.

Ao contrário do que afirmam o editorial de "O Globo" e dez entre dez analistas da grande mídia, isto significa que Dilma recolheu 48,8% dos seus 54,5 milhões de votos na chamada região "rica e produtiva" do Sul e Sudeste, e 45% vieram do "pobre e dependente" eleitorado do Norte e Nordeste.

Quem diz e escreve o contrário, como se fosse a verdade absoluta das coisas, é porque não conhece o Brasil e se baseia nos mapas eleitorais produzidos nas eleições americanas, em que o candidato leva todos os votos dos delegados de Estados onde venceu as eleições.

Aqui não é assim. Nos mapas publicados pela imprensa brasileira, o Rio Grande do Sul, por exemplo, onde Aécio Neves venceu, aparece em azul, mas lá Dilma conseguiu 46,47% dos votos, quer dizer, quase a metade. No Rio de Janeiro, que aparece em vermelho no mapa, aconteceu o contrário: Dilma venceu, mas Aécio teve 45,06% dos votos.

Se prestassem mais atenção nos números do TSE, editorialistas, sociólogos e analistas perceberiam que não é o país que está dividido ao meio, geográfica e socialmente, mas apenas os votos dos partidos, que se espalharam por todos os Estados, com predominância de um ou outro candidato, dando na soma final a vitória a Dilma por uma diferença de apenas 3 milhões de votos.

Assim, não se pode afirmar que quem derrotou o candidato tucano foi o Nordeste, onde o PSDB sempre foi muito fraco e o PT é hegemônico. Mais justo seria buscar as razões da derrota de Aécio em Minas Gerais, Estado por ele governado durante oito anos, que agora aparece em vermelho no mapa. Era de lá que o PSDB planejava sair com uma vantagem de três milhões de votos, exatamente o que lhe faltou para vencer as eleições. E lá Aécio acabou ficando com 548 mil votos a menos do que Dilma. "Nem na pior projeção pensamos nesse resultado, após o Aécio sair do governo com 92% de aprovação", lamentou-se Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro.

Não é justo, portanto, colocar a culpa nos nordestinos.

Vida que segue.

MINHA CAMINHADA JUNTO COM PEZÃO 15 PRIMEIRO TURNO





O RIO DE JANEIRO DE PÉ PELO BRASIL!

Governador Pezão que saiu de 4% nas pesquisas e foi vitorioso.
Estivemos juntos desde este momento, acreditando na vitória.
O Rio de Janeiro disse NÃO ao neoliberalismo e ao mesmo tempo disse NÃO a mentira, a demagogia ao eleger Luiz Fernando Pezão Governador.

Quarta derrota seguida do neoliberalismo


Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Pela sexta vez consecutiva se enfrentaram candidatos do PT e do PSDB, com duas vitórias iniciais para os tucanos e quatro triunfos sucessivos para os petistas.

O que isto significa? Que os governos neoliberais - Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso - foram definitivamente rejeitados pelos brasileiros. Que cada vez que estes se veem diante da alternativa, preferem a continuidade dos governos que constroem alternativas ao neoliberalismo.

Há 20 anos se dava o primeiro enfrentamento e os tucanos conseguiram colocar como tema prioritário na agenda nacional a luta contra a inflação. Seu diagnóstico desembocou no seu remédio: o Plano Real, a prioridade do ajuste fiscal, mesmo às custas do aumento da desigualdade social.

Seu sucesso relativo – FHC entregou o país com 12,5% de inflação a Luiz Inácio Lula da Silva – no tema da inflação e seu fracasso em todo o resto – maior desigualdade social, recessão profunda e prolongada etc. – levaram à vitória de Lula em 2002 e, sucessivamente, do próprio Lula e duas vezes de Dilma Rousseff.

Foram 12 anos que definiram um caminho de saída do neoliberalismo, com a prioridade das politicas sociais e não do ajuste fiscal, da integração regional e do intercâmbio Sul-Sul, e não do Tratado de Livre Comercio com os Estados Unidos, do papel ativo do Estado e não da centralidade do mercado. Foram também anos de sobrevivência da herança maldita de FHC: hegemonia do capital especulativo na economia, peso determinante do agronegócio no campo, desindustrialização, fragmentação social, entre outros aspectos de involução que o neoliberalismo impôs ao Brasil.

O mandato da Dilma, o terceiro do ciclo posneoliberal, enfrentou dificuldades, quando a recessão internacional fez sentir fortemente seu peso sobre a economia, enquanto no plano interno as tendências especulativas foram alentadas pelas taxas de juros altas, desviando recursos do processo produtivo. Dilma tinha se comprometido com baixar as taxas de juros internas ao nível das internacionais, para não alentar os capitais especulativos, mas, depois de chegar a baixá-las, cedeu ao terrorismo econômico da mídia e voltou a aumentá-las. Este é o primeiro problema estrutural que o governo tem de enfrentar no seu novo mandato. 

Não haverá o novo ciclo expansivo da economia anunciado pela Dilma, se não se desalentar e quebrar as tendências especulativas dominantes entre o grande empresariado. Retomar a dinâmica de diminuição das taxas de juros, taxar a circulação do capital especulativo, conseguir redirecionar o grosso dos investimentos para os setores prioritários na economia é o primeiro grande desafio do novo mandato de Dilma.

Em segundo lugar, avançar naquele aspecto que, intocado, quase levou ao fim do ciclo de governos começado com o Lula: a democratização dos meios de comunicação. Não fosse a construção antidemocrática da opinião pública pelos meios de comunicação monopolistas, a contraposição entre os governos tucanos e os petistas teria dado uma vitória tranquila a Dilma, no primeiro turno. Sem isso, a própria discussão sobre a reforma politica ficará prejudicada, favorecendo os argumentos da direita no debate.

Em terceiro, cumprir com o compromisso de convocar uma Assembleia Constituinte para uma reforma politica – na verdade do sistema eleitoral –, terminando com o financiamento privado das campanhas.

Não bastará isso para que o quarto mandato do PT represente um avanço decisivo na superação do neoliberalismo, mas esses passos abrirão caminho para as outras transformações, especialmente no campo da educação e da saúde pública, assim como em políticas culturais, em que o primeiro mandato representou um atraso significativo.

O maior paradoxo é que, no momento em que precisa avançar, Dilma tem um Congresso mais conservador e uma vitória eleitoral muito estreita. Uma nova engenharia política – como mencionou Lula – e um novo pacto com setores do empresariado são objetivos delicados de um governo que deverá contar com quadros políticos e econômicos mais qualificados, como Miguel Rossetto, Jaques Wagner, Nelson Barbosa, Juca Ferreira, entre outros.

Dilma reeleita: Nada será como antes


Por Bepe Damasco, em seu blog:

Com a alma lavada depois da vitória de Dilma sobre um dos maiores massacres midiáticos da história republicana e uma onda de ódio conservador sem precedentes, é preciso interpretar corretamente o recado das urnas e valorizar as forças e os atores sociais que emergiram da mobilização da campanha eleitoral. Só assim será possível reinventar o governo, sintonizando-o com a demanda das ruas. O modelo seguido até aqui, através do qual a criação das condições de governabilidade praticamente se limita aos acordos com partidos e suas bancadas no Congresso Nacional, se esgotou.


Não que o novo governo da presidenta Dilma deva abdicar da construção de uma sólida maioria parlamentar. O apoio consistente no Congresso é fundamental tanto para a aprovação dos projetos de interesse do governo como para impedir aventuras golpistas, ainda mais agora quando setores da oposição derrotada falam abertamente em terceiro turno, o que, na prática, é uma uma tentativa de inflar o caso Petrobras, a ponto de criar embaraços institucionais para o governo no Congresso. Isso posto, a eleição deixou claro que os requisitos de governabilidade emanados das urnas são de outro tipo.

Eles têm a ver com as reivindicações dos movimentos sociais que se aproximaram de Dilma na campanha, embora sejam críticos do seu governo, a partir da compreensão do retrocesso para o país que significaria um eventual governo tucano, com enorme potencial para provocar uma verdadeira tragédia social no Brasil.

Outro fenômeno dessas eleições não pode passar despercebido. Há muito não se via tantos jovens em eventos de campanha do PT, no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. Esse talvez seja o saldo mais positivo da campanha. Uma parte considerável dos jovens das tais jornadas de junho de 2013 passou olhar o PT outra vez com esperança. O governo e o partido podem estar diante da chance derradeira de reconstruir pontes com a juventude. Isso é essencial para o presente e estratégico para o futuro.

Nas entrevistas concedidas às emissoras de TV na noite desta segunda-feira, a presidente apontou como focos prioritários do seu governo os jovens, as mulheres e os negros, mantendo a atenção especial aos mais pobres e à inclusão social. Não esqueceu também de citar entre suas metas mais importantes a educação, a produtividade, a inovação e o incentivo ao empreendedorismo. Muito bem, mas só com o apoio das ruas e dos movimentos o governo terá como enfrentar e vencer o avanço do pensamento conservador e reacionário na sociedade, notadamente localizado nas classes média e alta.

No discurso da vitória, a presidenta reafirmou seu compromisso com a reforma política, com plebiscito popular. Acertou em cheio.No entanto, antes que a reforma aconteça e produza seus efeitos arejadores e democráticos na vida política do país, o governo só vai conseguir se impor diante de um parlamento de perfil ainda mais conservador se apostar na mobilização popular. E o PT tem um papel decisivo nessa virada.

A oposição, se sentido fortalecida pelos 50 milhões de votos de seu candidato, certamente buscará alianças pontuais no parlamento com a banda fisiológica dos partidos aliados., visando emparedar o governo. Se deixar aprisionar por manobras chantagistas congressuais seria um grave erro, que reduziria sobremaneira as chances de o governo cumprir os compromissos assumidos em praça pública. O desafio, portanto, é fazer da participação popular a mola mestra da governabilidade. Pouco importa se a mídia mais asquerosa do planeta chame isso de chavismo.

CAMINHADA PEZÃO NOVA IGUAÇU SEGUNDO TURNO

A lição de um guri contra o preconceito


27 de outubro de 2014 | 14:45 Autor: Fernando Brito
cores
Não conheço  Thomas Conti e, pela foto que tem em seu blog, é um guri de pouco mais de 20 anos, o que é um guri para “coroas” feito eu.
É mestrando de História da Unicamp e, pelo visto, será um ótimo professor.
Porque encontrou uma forma gráfica e didática de mostrar o quanto há de preconceito nesta história de dizer que o Brasil está geograficamente dividido entre “vermelhos-Dilma” e “azuis-Aécio”.
Vi no blog do Miguel do Rosário e quis trazer também para cá.
Ele usou um recurso do Excel, programa que constrói gráficos e tabelas a partir de números e que permite colorir um gráfico – que ele fez no formato do Brasil, com a proporção da cor atribuída a cada candidato.
E o resultado está aí em cima.
Nenhum estado é exatamente azul e nenhum estado é totalmente vermelho.
Porque as pessoas não pensam igual, em qualquer parte do Brasil ou do planeta.
Tanto que Dilma teve um pouco mais de um terço dos votos paulistas, como Aécio teve um em cada cinco votos dos piauienses.
Nem é só de ricos e pobres a divisão, pois nem 64% dos paulistas são ricos, muito menos 20% dos moradores do Piauí votaram em Aécio porque estão cheios da grana.
Já imaginaram o Piauí com 20% de gente rica, que maravilha?
Algo, que, parece, escapa à compreensão dos corações cheios de ódio, de racismo e preconceito.
Como escapa, também, aos nossos “mui sabidos” comentaristas da mídia que Dilma teve mais votos no Sudeste (20,9 milhões) do que no Nordeste (20,1 milhões).
Show de bola, Thomas, este seu de provar que, também estatisticamente, o ódio é uma burrice.

A história do doleiro que a mídia não contou


27 de outubro de 2014 | 15:07 Autor: Miguel do Rosário
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A mídia escondeu a verdeira história do doleiro.
Alberto Youssef foi condenado em 2004, pelo mesmo juiz Sergio Moro, do Paraná, por corrupção.
Segundo a Ação Penal movida contra Youssef, ele obteve um empréstimo de US$ 1,5 milhão, em 1998, numa agência do Banestado, banco público do Paraná, nas Ilhas Cayman.
No processo de delação premiada da época, Youssef confessou que internou o dinheiro no Brasil de forma ilegal, ao invés de fazê-lo via Banco Central.
Mas negou que tenha pago propina a um executivo do Banestado. Segundo o doleiro, a condição imposta para o Banestado liberar o dinheiro para sua empresa, a Jabur Toyopar, era fazer uma doação para a campanha de Jaime Lerner, do então PFL (hoje DEM), aliado do PSDB, para o governo do Paraná.
Doação “não-contabilizada”. Caixa 2.
A mídia nunca deu destaque a essa informação.
Alberto Youssef operava para tucanos e demos do Paraná desde a primeira eleição de Jaime Lerner, em 1994. Assim como operou tambémpara FHC e Serra em 1994 e 1998.
O Banestado, um dos bancos mais sólidos do sistema financeiro do país, foi saqueado pelos tucanos na década de 90. Após devastarem as finanças da instituição, o PSDB, que governava o país, iniciou um processo de privatização cheio de fraudes.
O Banestado foi então vendido para o Itaú, pela bagatela de R$ 1,6 bilhão.
Existem acusações de que a privatização do Banestado gerou prejuízo de R$ 42 bilhões aos cofres públicos.
Mas tucanos podem tudo.
Depois de tanta roubalheira, o único condenado foi o mordomo, o doleiro Alberto Youssef, um homem de origem simples que ficou milionário operando para a elite tucana.
Mas a elite tucana é magnânima, e o juiz Sérgio Moro absolve o doleiro após um ridículo acordo de delação premiada, que não resultou em nada.
Este é o Sérgio Moro que a mídia chama de “duro”.
Em agosto deste ano, Youssef é preso outra vez e Moro cancela o acordo anterior de delação premiada do doleiro.
O juiz e a elite tucana tinham outros planos para o doleiro. Ele poderia ser útil numa operação midiática para derrotar Dilma nas eleições de 2014.
O advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, tem profundas conexões com o PSDB. Foi membro do conselho da Sanepar, estatal paranaese que cuida do saneamento do estado, e foi também advogado de doleiros tucanos envolvidos no trensalão.
Os escândalos de corrupção no PSDB paranaense envolvem mais nomes. Em 2001, a Procuradoria de Maringá acusou o prefeito tucano Jairo Gioanoto de desvios superiores a R$ 100 milhões, feitos durante o período de 1997 a 2000. Em valores atualizados, esse montante aproxima-se de R$ 1 bilhão.
E quem aparece nesse escândalo, mais uma vez?
Ele mesmo: Alberto Youssef.
Trecho de matéria publicada na Folha, em 4 de março de 2001:
“Um dos nomes sob investigação, o ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luís Antônio Paolicchi, apontado como pivô do esquema de corrupção, afirmou, em depoimento à Jusitça, que as campanhas de políticos do Paraná, como o governador Jaime Lerner (PFL) e o senador Álvaro Dias (PSDB), foram beneficiadas com dinheiro desviado dos cofres públicos, em operações que teriam sido comandadas pelo ex-prefeito Gianoto.
A campanha em questão foi a de 1998. “A pessoa que coordenava (o comitê de Lerner em Maringá) era o senhor João Carvalho (Pinto, atual chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Agricultura), que sempre vinha ao meu gabinete e pegava recursos, em dinheiro”, afirmou Paolicchi, que não revelou quanto teria destinado à campanha do governador -o qual não saberia diretamente do esquema, segundo ele.
Quanto a Dias, o ex-secretário disse que Gianoto determinou o pagamento, “com recursos da prefeitura”, do fretamento de um jatinho do doleiro Alberto Youssef, que teria sido usado pelo senador durante a campanha.
“O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador. E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (…) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época”, afirmou.”
Todas as histórias que envolvem o doleiro Alberto Youssef e seus advogados desembocam em escândalos tucanos: Banestado, caixa 2 de campanhas demotucanas na década de 90, desvios em Maringá, trensalão.
Todavia, na última hora, os tucanos e a mídia levaram um susto.
Houve uma fissura na conspirata para prejudicar Dilma, quando apareceu um dos “testas de ferro” do doleiro, o senhor Leonardo Meirelles.
Em depoimento à Justiça, Meirelles acusou Youssef de operar para o PSDB, e de ter como “padrinho” um político de oposição do estado do Paraná, praticando nomeando Álvaro Dias (e confirmando o depoimento do secretário da fazenda de Maringá, citado acima).
Assim que a informação do testa de ferro de Youssef veio à tôna, o advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, iniciou uma operação midiática desesperada para negar que seu cliente tivesse operado para o PSDB. A mídia seguiu-lhe os passos, tentando neutralizar uma informação que poderia atrapalhar os planos de usar o doleiro para derrotar Dilma.
Em segundos, todos os jornais deram um destaque desmedido à “negativa” de Youssef de ter operado para o PSDB.
Só que não tem sentido.
A própria defesa do doleiro, em suas argumentações contra a condenação imposta por Sérgio Moro, pela Ação Penal de 1998, extinta e retomada agora, diz que os US$ 1,5 milhão que ele internou no país em 1998 foram destinados à campanha de Jaime Lerner, candidato demotucano ao governo do Paraná.
Como assim ele não operou para o PSDB?
Youssef operou a vida inteira para o PSDB! Era a sua especialidade!
Tentar pregar uma estrelinha do PT no peito do doleiro não vai colar.
Alberto Youssef é um produto 100% tucano.
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A primeira entrevista de Dilma





Muito melhor do que a dada ao Jornal Nacional, a entrevista de Dilma Rousseff ao Jornal de Record, hoje, é reveladora do espírito da Presidenta.

Ela vai ouvir, esperando passar a histeria de uma direita que sentou na boca o gosto da vitória e se retorce de ódio.
E também de passar a ação dos espertalhões que manipularam o mercado acionário nos últimos 60 dias.
É claro que a situação econômica do país não é uma maravilha, como não é uma maravilha em parte alguma do mundo.
Só que nós temos vantagens que os outros não têm.
Um mar de petróleo, para começar.
Um potencial mercado consumidor onde a inclusão de um décimo da população nos direitos da cidadania moderna equivale a um país inteiro na Europa.
Dilma garantiu que não vai tocar no emprego e no consumo, a não ser para ampliá-los.
Não aceitou nem mesmo especulações sobre a linha de suas escolhas ministeriais.
E aí sangrou na veia da saúde, quando se falou em corrupção.
Não tem terceiro turno.
“Ganha quem conquista a maioria e foi isso que aconteceu: eu conquistei a maioria”.
Eu sou uma pessoa com uma trajetória política e uma  integral dedicação à coisa pública. Jamais na minha vida houve uma única acusação. Eu não vou deixar que passadas as eleições esqueça-se as acusações.(…) Antes de quererem investigar, eu quero saber.
Lascou a crise hídrica em São Paulo no silêncio da imprensa.
E disse para todos o que significou o recado do eleitor a ela, na reeleição.
“Olha, eu acho que você acertou numas coisa, mas você que tem de fazer mais”
O Brasil vai ser um país que cuida de todos, mas em especial dos pobres, das mulheres, dos negros e dos jovens, que foram os grandes segmentos que emergiram nestes 12 anos”.
“Há uma ponte para fazermos isso. Qual é a ponte? É que todos nós queremos o melhor para o Brasil.”
Nós vamos defender esta ponte, contra quem quer um Brasil em ilhas.
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Dilma derrota o ódio: 2018 é logo ali!

Para a oposição, um lembrete: 2018 é logo ali!
Para a oposição, um lembrete: 2018 é logo ali!
por Rodrigo Vianna
Existem vitórias maiúsculas pela margem obtida sobre o oponente. E existem vitórias gigantescas, obtidas por estreita margem.
A reeleição de Dilma é uma vitória do segundo tipo. Gigantesca, pela onda conservadora que a candidata teve que enfrentar.
Dilma derrotou o ódio, derrotou a maior onda conservadora no Brasil desde 1964.
Muita gente comparou essa campanha de 2014 à eleição de 1989 – que opôs Collor a Lula. Concordo, apenas em parte. O grau de tensão e terrorismo midiático foi semelhante. Mas há uma diferença importante…
Collor era um líder solitário, com apoio da Globo e um discurso messiânico. Aécio representa outra coisa: a direita orgânica, com apoio dos bancos, de toda a velha mídia, da classe média raivosa, do pensamento econômico conservador, dos pastores mais reacionários, dos pitboys de academia que querem pendurar negros nos postes, do discurso antipetista, antinordestino.
Ganhar, contra uma onda desse quilate, significa uma vitória gigantesca – que precisa, sim, ser comemorada. Com serenidade. Mas também com alegria.
Dilma derrotou Aécio Neves, o típico garotão arrogante da elite brasileira. Derrotou o sorriso de deboche e a (falsa) superioridade que Aécio exibiu nos debates. Derrotou o discurso de ódio que ele ajudou a disseminar – dizendo que pretendia “libertar o Brasil do PT”.

O Brasil se libertou de Aécio e seus aeroportos privados, de Aécio e sua irmã das sombras, de Aécio e sua corja de apoiadores na imprensa mais porca que o Brasil já teve.

Dilma derrotou a revista da marginal e seus colunistas de longas e conhecidas carreiras. Nos momentos de euforia, esses colunistas enxergam-se gigantes. Mas são anões do jornalismo.
Dilma derrotou os blogueiros apopléticos e seus castelos de areia, derrotou os comentaristas gagos, as mirians, os mervais e outros quetais.

A vitória de Dilma é a derrota de ex-cineastas e ex-roqueiros que se afogam agora na baba elástica do ódio.

Mas Dilma também derrotou os neoliberais, os armínios e fhcs. Esses, talvez, os mais honestos adversários – posto que apresentaram seu programa e o debateram de forma aberta.

O Brasil rejeitou, pelo voto, o discurso de combate aos programas sociais, de redução do Estado: foi a quarta derrota seguida do liberalismo tucano – que quebrou o país nos anos 90.

Também derrotados foram a Globo e Ali Kamel. Quarta derrota seguida – apesar dos pequenos golpes e das edições malandras na véspera do voto. O JN perdeu peso. Kamel é o comandante de um império jornalístico em decadência.

O Brasil rejeitou Kamel e suas teses de negação do racismo. O Brasil apostou no combate à desigualdade, que deve seguir. O Brasil apostou num governo que enfrentou a maior crise da história, desde 1929, sem jogar o peso do ajuste nas costas dos trabalhadores.

O Brasil votou pelo planejamento e contra o  privatismo que entrega até água para o mercado – matando São Paulo de sede.

Foi a vitória da razão de Estado contra o fundamentalismo do Mercado.

Foi a vitória do trabalhismo contra o moralismo rastaquera.

Foi a vitória de Vargas contra Lacerda, de Brizola contra Roberto Marinho.

De quebra, Dilma enfrentou e derrotou o oportunismo marinista. A Rede – criada como aposta na “terceira via” e na “nova política – terminou a eleição abraçada ao conservadorismo tucano.

Depois de destruir dois partidos (PSB e a própria Rede), Marina destruiu a própria imagem e o patrimônio politico acumulado.

Dilma derrotou o ódio nas urnas. Agora é preciso derrotar o ódio e o golpismo midiático.
Na última semana de eleição, já estava claro que o aparato midiático conservador apostaria num terceiro turno.

O PSDB e a velha mídia partirão para o ataque agora, porque sabem que em quatro anos terão que encarar outro osso duro de roer: Lula.

O Brasil deve dizer a eles que tenham paciência. 2018 é logo ali.

Os tucanos que se recolham  às fronteiras de 1932. E façam o debate com Lula em 2018.

Dilma certamente sabe que sua vitória gigantesca só foi possível porque a campanha caminhou alguns graus à esquerda – incorporando jovens e coletivos populares que são até críticos ao governo petista, mas sabem  que significa o tucanato.

Com a onda popular no segundo turno, a presidenta deixou de ser a “gerente”, a administradora escolhida por Lula. Dilma virou a líder de um projeto que só avançará se tiver coragem para colher nas ruas o apoio que talvez lhe falte no Congresso.

Alianças ao centro serão necessárias, mas o apoio popular é que vai garantir apoio verdadeiro, se o aparato conservador partir mesmo para o terceiro turno.

O Brasil ficou mais forte. O ódio perdeu. De novo.

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