quarta-feira, 15 de junho de 2011

Para Fiesp, há inércia da Fazenda para conter especulação cambial

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) defendeu na sexta-feira (10) uma maior atuação do governo para reverter a desvalorização cambial que tira a competitividade da indústria nacional e transfere milhões de empregos para o exterior.

Segundo o diretor do departamento de Relações Exteriores da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, muitas alternativas para conter a valorização do real foram discutidas com os membros do governo mas, “há uma certa morosidade, há uma certa inércia”, disse. “Não podemos admitir uma sobrevalorização tão aguda por um prazo tão logo”, declarou o empresário.

Segundo Giannetti, o câmbio é hoje um dos grandes problemas da indústria brasileira. As empresas brasileiras não conseguem exportar e a produção voltada ao mercado interno enfrenta a concorrência dos produtos importados, que ficam mais baratos por causa do dólar depreciado.

“Os coeficientes de nossas exportações são absolutamente dramáticos. A indústria está perdendo sua capacidade de competir no mercado interno”, alertou Gianetti no seminário “Uma Agenda para o Câmbio”, realizado na sede da Fiesp, com a participação de representantes do Ministério da Fazenda e do Banco Central.

Essa situação têm prejudicado a balança comercial de produtos industrializados. Em 2010, o Brasil importou US$ 70 bilhões a mais do que exportou em manufaturados. Este ano, a previsão é que o déficit atinja US$ 100 bilhões. “Isso representa a transferência de 4 milhões empregos da indústria brasileira para o exterior”, disse Giannetti.

Para o diretor da Fiesp, o combate à especulação precisa estar entre as prioridades das autoridades econômicas.

“A forma mais eficaz de aumentar a taxa de câmbio é aumentar o risco do especulador cambial”, disse ao defender medidas para controlar a especulação com o câmbio.
HP

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