segunda-feira, 27 de junho de 2016

Clube da Esquina nº 2 - Milton Nascimento



Por que se chamava moço

Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou prá trás
A primeiro passo asso asso ...
Por que se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios

Ficam calmos calmos calmos...
E lá se vai
Mais um dia
ah ah...
E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção 
E o coração na curva de um rio rio rio rio...
De tudo se faz canção 
E o coração na curva de um rio ...
E lá se vai...
mas um diaaa
E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente gente gente...

PSOL chama golpe neonazista na Ucrânia de “revolução popular”. Alguém se surpreende?


Luciana Genro
Veja abaixo os revolucionários que o PSOL admira:
E veja a revolução que eles fizeram lá e o PSOL quer fazer aqui:

Quebra da Oi mostra o fim de “multinacionais brasileiras”


O pedido de recuperação judicial feito pela Oi na sexta-feira(17) é a expressão maior e acabada da falência da política do Partido dos Trabalhadores de criar multinacionais brasileiras pretensamente semelhantes aos paquidérmicos monopólios corporativos.
Essa estratégia foi a justificativa dos governos petistas para transferir abundantes recursos públicos para esses projetos. No caso da Oi, dos 65,4 bilhões de débitos totais declarados no pedido de recuperação, R$ 4,4 bilhões são do Banco do Brasil, R$ 3,3 bilhões do BNDES e R$ 2 bilhões da CEF. Junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a dívida chega a R$ 10 bilhões.
A dívida da Oi - a maior de toda a história do Brasil - supera em muito a dívida do Estado do Rio de Janeiro, que recentemente decretou estado de calamidade pública. A previsão é que o caixa do Estado do Rio feche as contas em 2016 com déficit de R$ 19 bilhões. O serviço total da dívida (os juros devidos) do estado em 2016 é de R$ 10 bilhões, sendo R$ 6,5 bilhões com a União.
Não por coincidência, como resultantes dessas mesmas pretensões, em 2014, só a empresa petrolífera OGX do grupo de Eike Batista – “o orgulho do Brasil”, segundo Dilma Rousseff – com uma dívida aproximada de R$ 14 bilhões, teve decretado seu pedido de recuperação judicial, até então o maior pedido da América Latina.
Já a dívida da Sete Brasil, arapuca financeira organizada por Renato Duque, condenado na Lava Jato, para extorquir a Petrobrás no fornecimento de sondas para o Pré-Sal, também com o pedido aceito pela Justiça em abril, a dívida chega a R$ 19,3 bilhões.
Três projetos praticamente falidos que arrastaram para o ralo dezenas e dezenas de bilhões dos impostos dos brasileiros e bilhões dos bancos públicos.
A Oi surgiu em 2008 da fusão a Brasil Telecom e da própria Oi, reestruturada da ex-Telemar. União essa propiciada pelo governo Lula injetando de um lado bilhões de recursos públicos, de outro, modificando a legislação que impedia esse tipo de fusão, resultando numa empresa com 60% do mercado de telefonia fixa.
A dívida da OI, já existente antes da fusão, saltou com os empréstimos necessários à costura entre as duas gigantes. A fusão posterior com a Portugal Telecom, em 2013, que deveria injetar recursos para estabilizar a telefônica, derrubou ainda mais a situação de caixa da companhia, devido a complicações econômicas dos grupos acionistas desta última no processo.
Com mais um exemplo derrubando as idéias de supremacia absoluta da eficiência na gestão privada, pela “ironia do destino”, toda “engenharia” privatista para criar uma grande multinacional genuinamente brasileira, acabou numa empresa desnacionalizada e às portas da falência.
Considerando-se a função estratégica das comunicações, a incapacidade dos capitais privados nacionais de enfrentar a recuperação da empresa e ainda, ser o governo o principal credor da Oi, a reestatização parece ser a solução natural no resgate companhia.
J.AMARO

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domingo, 26 de junho de 2016

“REVOLUÇÃO ÚNICA: DO LUCRO À ÉTICA”


Por: Gianni Lannes
Tradução: Mario S. Mieli
Fonte: Su La Testa


11 milhões de crianças morrem a cada ano por causa de água contaminada e desnutrição, 2 bilhões de pessoas não dispõem de eletricidade,
2,5 bilhões de seres humanos não têm esgotos,
1 bilhão de irmãos e irmãs sem água não dispõem de água incontaminada,
800 milhões de seres humanos são subnutridos, dos quais 166 milhões têm menos de 5 anos.

Bastariam 24 bilhões de dólares por ano até 2015 para reverter a situação de forma positiva. No entanto, o mundo vai na direção oposta: em 2014 foram gastos mais de 1 trilhão de dólares para despesas militares.


O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) atesta que 18 por cento da população mundial, cerca de 805 milhões de habitantes, detêm 83 por cento da renda mundial, enquanto a 82 por cento da população planetária, cerca de 5 bilhões de pessoas, tocam o restante 17 por cento.

Quanto ao uso, abuso e destruição dos recursos da Mãe Terra, os países ocidentais (incluindo a Itália) devoram 70 por cento da energia, 75 por cento dos metais, e 85 por cento da madeira. “A pobreza extrema – diz o relatório do PNUD – poderia ser erradicada com um custo de US $ 80 bilhões por ano, ou menos do que o patrimônio acumulado pelas sete pessoas mais ricas do mundo.” Em termos globais, as 10 pessoas mais ricas do mundo possuem ativos equivalentes a 133 bilhões milhões dólares, o equivalente a uma vez e meia a renda nacional dos 48 países menos afortunados.
Nos Estados Unidos da América, atesta sempre PNUD, 1 por cento da população detém 40 por cento da riqueza, outros 20 por cento da população detêm 40 por cento da riqueza, e 79 por cento da população os 20 por cento restantes.

Atualmente, o mundo é regido exclusivamente pelo acúmulo espasmódico e pela usurpação dos recursos alheios, cujo limite é geralmente dado pelas tréguas bélicas, em completa falta de respeito ao ser humano e à natureza. Dessa forma a humanidade se extinguirá, mas não este Planeta vivo, embora ferido mortalmente.

Para aqueles que se preocupam com o destino de Gaia, a única solução é mover-se do paradigma dominante do lucro, àquele exclusivo da ética. A primeira revolução, de fato, é interior.

Ciro Gomes - Estado mínimo, juros e especulação

A História como inimiga, enquanto ‘brilhantes’ operações de guerra psicológica viram notícia, por John Pilger




Ao chegar num vilarejo do Vietnã do Sul, avistei duas crianças que testemunharam a guerra mais longa do século XX. Suas terríveis deformidades eram familiares. Ao longo de todo o rio Mekong, onde as florestas estavam petrificadas e silenciosas, pequenas mutações humanas viviam como melhor podiam.

Hoje, no hospital pediátrico Tu Du de Saigon, um teatro de operações previamente conhecido como “sala de coleta” e, não oficialmente, como a “sala dos horrores”. Ele tem prateleiras com grandes garrafas contendo grotescos fetos.Durante a invasão do Vietnã, os Estados Unidos pulverizaram um herbicida desfolhante sobre a vegetação e os vilarejos para negar “cobertura ao inimigo”. Tratava-se do Agente Laranja, contendo dioxina, venenos de tal maneira poderosos que causavam morte fetal, aborto espontâneo, dano cromossômico e câncer.



Em 1970, um relatório do Senado revelou “que os EUA despejaram [no Vietnã do Sul] uma quantidade de substâncias químicas tóxicas equivalente a seis libras per capita, incluindo mulheres e crianças”. O nome de código para essa arma de destruição em massa, Operação Hades, foi mudado para Operation Ranch Hand. Hoje, estima-se que 4,8 milhões de vítimas do Agente Laranja sejam crianças.




Len Aldis, secretário da Sociedade para a Amizade entre a Grã-Bretanha e o Vietnã, voltou recentemente do Vietnã com uma carta do Sindicato de Mulheres do Vietnã endereçada ao Comitê Olímpico Internacional. A presidente do sindicato, Nguyen Thi Thanh Hoa, descreveu “as graves deformidades congênitas [causadas pelo Agente Laranja] de geração em geração”. Ela pediu ao COI para reconsiderar sua decisão de aceitar o patrocínio da Dow Chemical Corporation para as Olimpíadas de Londres; a Dow era uma das empresas que fabricava o veneno e se recusou a compensar as vítimas.



Aldis entregou a carta em mãos no escritório de Lord Coe, presidente da Comissão de Organização de Londres. Ele não obteve qualquer resposta. Quando a Anistia Internacional salientou que em 2001 a Dow adquiriu “a empresa responsável pelo vazamento de gás em Bhopal [na Índia, em 1984], que matou de 7 mil a 10 mil pessoas imediatamente e 15 mil pessoas no curso dos vinte anos sucessivos”, David Cameron descreveu a Dow como uma “empresa respeitável”. “Saúde!”, então, enquanto as câmaras de TV registram a cobertura de 7 milhões de libras que reveste o estádio olímpico: produto de um “negócio” de 10 anos entre o COI e essa respeitável destruidora.



A História está enterrada junto com os mortos e os deformados do Vietnã e de Bhopal. E a história é o novo inimigo. Em 28 de maio, o presidente Obama lançou uma campanha para falsificar a história da guerra do Vietnã. Para Obama, não houve Agente Laranja, nem zonas de fogo livre, nem matanças indiscriminadas, nem encobrimentos de massacres, nem racismo rampante, nem suicídios (já que o número de estadunidenses que se suicidaram iguala o número de estadunidenses que morreram na guerra), nem derrota causada por um exército de resistência formado por uma sociedade empobrecida. Foi, segundo o Mister Mudança-Esperança, “umas das mais extraordinárias histórias de bravura e integridade nos anais da história militar [dos EUA]”.




No dia seguinte, o New York Times publicou um longo artigo documentando como Obama pessoalmente seleciona as vítimas de seus ataques de drones (aeronaves teleguiadas sem piloto) pelo mundo. Ele faz isso nas “terror Tuesdays” (Terças-feiras do terror), quando ele dá uma espiada nas “kill lists” (listas de assassinatos) alguns dos quais são adolescentes, como uma garota que parecia ter bem menos que seus 17 anos”. Muitos são desconhecidos ou simplesmente estão na idade de alistamento militar. Teleguiados por “pilotos” sentados em frente a telas de computador em Las Vegas, os drones lançam mísseis Hellfire que sugam o ar dos pulmões e detonam as pessoas em pedacinhos. No último mês de setembro, Obama matou um cidadão estadunidense, Anwar al-Awlaki, simplesmente com base no ouvi-dizer que ele incitava ao terrorismo. “Esse é fácil”, afirmou ele, segundo auxiliares, enquanto assinava o decreto de morte do homem. Em 6 de junho, um drone matou 18 pessoas num vilarejo do Afeganistão, incluindo mulheres, crianças e idosos, que estavam celebrando um casamento.

O artigo do New York Times não era um vazamento ou uma exposição dos fatos. Era uma peça de relações públicas concebidas para o governo Obama mostrar como o “commander-in-chief” é um cara durão, num ano de eleição. Se reeleito, a Marca Obama continuará a servir os ricos, a perseguir quem diz a verdade, a ameaçar países, a espalhar vírus de computador e a assassinar pessoas cada terça-feira.



As ameaças contra a Síria, coordenadas em Washington e Londres, alcançam novos picos de hipocrisia. Ao contrário da propaganda crua apresentada nas notícias, o jornalismo investigativo do quotidiano alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung identifica aqueles responsáveis pelo massacre de Houla como ‘rebeldes’ apoiados por Obama e Cameron. As fontes do jornal incluem os próprios rebeldes. Isso não tem sido completamente ignorado na Grã-Bretanha. Em seu blog pessoal, mesmo que de forma discreta, Job Williams, o editor de notícias internacionais da BBC efetivamente escreve sua própria “cobertura” dos eventos, citando oficiais ocidentais que descrevem as operações de “guerra psicológica” contra a Síria como “brilhantes”. Tão brilhantes quanto a destruição da Líbia, do Iraque e do Afeganistão.



E tão brilhante como as operações de guerra psicológica da última promoção pelo The Guardian, de Alastair Campbell, o principal colaborador de Tony Blair na invasão criminosa do Iraque. Em seus “diários”, Campbell tenta borrifar sangue iraquiano no demônio Murdoch. Há sangue suficiente para encharcá-los a todos. Mas o reconhecimento de que a mídia liberal, respeitável e aduladora do Blair foi um acessório vital para tal crime épico é omitido e permanece um teste único da honestidade intelectual e moral na Grã-Bretanha.

Por quanto tempo ainda precisaremos nos sujeitar a um tal “governo invisível”? Esse termo para a propaganda insidiosa, usado pela primeira vez por Edward Bernays, sobrinho de Sigmund Freud e inventor das relações públicas modernas, nunca foi mais apto. “Falsa realidade” requer amnésia histórica, mentir por omissão e transferência de significado ao insignificante. Desse modo, os sistemas políticos que prometem segurança e justiça social foram substituídos pela pirataria, “austeridade” e “guerra perpétua”: um extremismo dedicado a derrubar a democracia. Se aplicado a um indivíduo, isso o identificaria como psicopata. Por que aceitamos isso?

http://imediata.org/



The Art Of Corpocracy



Com a lei que considera as corporações como “pessoas”, com o resgate de bancos falidos, com as reduções de impostos para os ricos e a austeridade imposta para o resto, uma coisa é clara, está sendo declarada uma luta de classes. Armado apenas com tela e pinceis, Michael D’Antuono reage a isso, criando uma arte que expõe a servidão do governo para com a elite corporativa. Os ricos e poderosos usam seus vastos recursos para injustamente fraudar o sistema contra o homem que trabalha, monopolizando assim riqueza e oportunidades. Junte-se à luta contra eles compartilhando este vídeo com o maior número de pessoas para aumentar a conscientização e a motivação.

A Arte da Corporatocracia e Caro Sr. 1% (ganância empresarial e corrupção política), telas e animação de Michael D’Antuono



Este vídeo enganosamente leve e singelo lança um luz sobre a ganância corporativa que tem cooptado nossa democracia, monopolizando representação, riqueza e oportunidades. Dear Mr. 1% (Caro Senhor 1%) é um vídeo de animação a partir da perspectiva de uma criança inocente tentando desesperadamente entender por que alguns adultos não jogam limpo e se recusam à inclusão social. O vídeo contrasta a moralidade inerente de uma criança com a ganância insaciável e o comportamento inescrupuloso da elite corporativa.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Bradesco, Safra e Gerdau sumiram da mídia


Por Altamiro Borges



É impressionante como a mídia privada - nos dois sentidos da palavra - protege os seus bilionários anunciantes privados. As corporações empresariais podem cometer os maiores crimes - sonegação fiscal, evasão de divisas ou desvio de recursos públicos - , mas logo são absolvidas pela imprensa venal. No final de maio, a Polícia Federal indiciou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, suspeito por fraudes na Receita. Meses antes, dirigentes do banco Safra e da Gerdau também foram denunciados por crimes fiscais. Nos primeiros dias, os escândalos corporativos não tiveram como ser acobertados. Na sequência, porém, eles simplesmente sumiram do noticiário dos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e televisão. A cumplicidade explícita lembra o pacto dos mafiosos!

No caso do Bradesco, o maior banco privado do Brasil, Luiz Carlos Trabuco e outros dois executivos da instituição foram indiciados no inquérito da Operação Zelotes, que apura o pagamento de propinas para reverter multas na Receita. Também foram denunciados agentes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, e sócios de escritórios de advocacia que participaram do esquema mafioso. Segundo relatório da Polícia Federal, a diretoria do Bradesco "teve contato" com os criminosos para obter sentenças que reduzissem suas dívidas no Fisco. Um dos encontros ocorreu na sede central do banco, na cidade de Osasco (SP), em outubro de 2014.

Temer, imprensa e a operação-abafa

Segundo as investigações, o esquema visava resolver um passivo fiscal de R$ 3 bilhões e recuperar créditos tributários do PIS e Cofins. De imediato, a direção do Bradesco negou a acusação e alegou desconhecer a maracutaia. Já a Polícia Federal reafirmou que a diretoria do banco estava ciente da intenção dos lobistas. "Não é crível que a alta cúpula de uma das maiores instituições do país aceite receber qualquer tipo de aventureiro ou mercador que venham bater a sua porta vendendo soluções milagrosas para dirimir débitos fiscais", afirmou em nota divulgada em 30 de maio. De lá para cá, nada mais foi falado sobre o escândalo, que sumiu da mídia corrompida.

O esforço para abafar o caso pode, inclusive, ter contado com o empenho direto do governo golpista de Michel Temer. Segundo matéria da Folha, "o indiciamento do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, gerou preocupação na equipe econômica do presidente interino pelo risco de provocar turbulência no mercado financeiro num momento delicado da economia brasileira. Apesar da preocupação, a orientação do Planalto é a mesma em relação à Operação Lava Jato, de que 'não cabe nenhum tipo de interferência' nas investigações". Será que alguém acredita nesta bravata da Folha?

Safra, Gerdau e as propinas milionárias

Antes do Bradesco, outras duas poderosas corporações já tinham se enroscado na Operação Zelotes. Em meados de maio, a Polícia Federal indiciou o presidente do Grupo Gerdau, André Gerdau, e mais 18 executivos e agentes fiscais envolvidos em mutretas junto ao Carf. Eles foram denunciados pelos crimes de "corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência". Segundo as investigações, mesmo após a deflagração da Zelotes, a Gerdau seguiu praticando crimes, entre eles o de advocacia administrativa. A PF estimou que o grupo empresarial, com atividades em 14 países, tenha tentado sonegar R$ 1,5 bilhão, pagando propina aos conselheiros do Carf.

Já no final de abril, o alvo das investigações da Operação Zelotes foi o Safra. O acionista majoritário do banco, Joseph Safra, chegou a ser convocado para prestar esclarecimento à Comissão Parlamentar de Inquérito do Carf - a CPI que até hoje hoje não incriminou nenhum dos poderosos ricaços metidos em fraudes fiscais. Segundo o Ministério Público Federal, a instituição teria desembolsado R$ 15,3 milhões em propina para abortar três processos da JS Administração de Recursos, um dos braços do banco, que tinha multas no Carf que somavam R$ 1,8 bilhão. A exemplo dos presidentes do Bradesco e da Gerdau, o "acionista majoritário" do Safra segue livre e solto.

Mídia e publicidade: relação promíscua

A mídia privada, que adora promover a escandalização da notícia - somente quando ela enfraquece os órgãos públicos e as empresas estatais -, sempre evitou destacar aos escândalos das megacorporações empresariais. Esta omissão criminosa, que adultera o jornalismo e a ética, se dá por razões políticas e econômicas. Além da apologia ao "deus-mercado" e da negação do papel do Estado, a mídia privada mantém uma relação de cumplicidade com os anunciantes. Para estimular o consumo doentio, muita grana circula na publicidade. Corrompida, a imprensa comercial blinda os crimes dos anunciantes. E ainda tem gente que acredita na imparcialidade e neutralidade da mídia privada.

No ano passado, por exemplo, a compra de espaços publicitários em veículos de comunicação atingiu R$ 35,1 bilhões - excluídos os descontos praticados por jornais, revistas e emissoras de tevê e rádio -, segundo um levantamento da Kantar Ibope Media e Grupo de Mìdia. Somente a TV aberta recebeu 63% deste total. Reproduzo abaixo o ranking da publicidade em 2015 a partir dos diferentes meios:

*****

TV aberta - R$ 22,064 bi (62,9%)

TV paga - R$ 3,215 bi (9,2%)

Jornal impresso - R$ 2,878 bi (8,2%)

Display (anúncios na internet) - R$ 1,824 bi (5,2%)

Revista impressa - R$ 1,599 bi (4,6%)

Search (resultados de mecanismos de busca) - R$ 1,578 bi (4,5%)

Rádio - R$ 1,279 bi (3,6%)

Mobiliário urbano - R$ 446 mi (1,3%)

*****

É uma fortuna - o que explica a cumplicidade da mídia venal diante dos vários crimes cometidos pelo Bradesco, Safra, Gerdau e outras corporações empresariais. A maior parte desta grana, num país em que a ausência de legislação estimula a concentração e o monopólio no setor, vai evidentemente para a TV Globo. Não é para menos que os três filhos de Roberto Marinho são os maiores ricaços nativos, segundo o ranking da insuspeita revista Forbes. No ano passado, o Grupo Globo obteve uma receita de R$ 16 bilhões. Apesar da crise econômica que atingiu o país, o império global manteve a sua alta lucratividade. "O lucro líquido teve aumento real (descontada a inflação) de 30%, fechando o ano em R$ 3 bilhões", descreve uma reportagem da Folha de março último.

Com a água suja da lava-jato jogam fora a soberania nacional e os direit...





Em importante pronunciamento o senador Requião, denuncia a canalhice, o entreguismo, a safadeza que Meirelles e cia querem fazer com o Brasil. Temos que dar o destino a essa gente o mesmo destino que teve Calabar, na luta contra os Holandeses, a luta dos Guararapes.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

“É preciso estancar o desvio de verba da Previdência para juros”

Vilson Romero, presidente da Anfip

“Reforma é para condenar a população a morrer antes de receber o seu benefício” 
As federações filiadas à Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) realizaram em Brasília, no dia 16, um encontro onde foram debatidas a questão da reforma da Previdência, conjuntura nacional e direitos trabalhistas, e que contou com  palestra sobre ministrada pelo presidente da ANFIP (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), Vilson Antonio Romero.
O dirigente da Associação questionou os argumentos apresentados pelo governo de que há um “rombo” na Previdência, para justificar uma reforma que se resume, basicamente, em redução de direitos e ampliação do tempo de trabalho para homens e mulheres com a implementação de uma idade mínima. “Temos visto uma sequência de superávit todos os anos, apesar da recessão, das despesas, dos programas sociais. O que o governo realmente quer é aumentar a idade mínima para aposentadoria”. “Querem condenar uma parte da população a morrer antes de receber seu benefício”, alertou Romero.
“O conjunto de receitas destinadas à Seguridade Social, somente no ano de 2015, assegurou um superávit de mais de R$ 24 bilhões, em que pese o cenário de ampliação do desemprego e de queda de arrecadação em consequência desta circunstância. É preciso estancar a utilização desses recursos para outras finalidades, sobretudo para o pagamento de juros e amortizações da dívida publica. Dívida esta, carente de legitimidade ao negligenciar uma auditoria, prevista no texto constitucional, que permitiria, se aplicada, um diagnóstico preciso do endividamento brasileiro”, alertou o especialista.
O desvio de recursos ocorre principalmente por meio da DRU (Desvinculação de Receitas da União), que foi prorrogada até 2023 e ampliada de 20% para 30%. Ou seja, proposta por Dilma e encaminha por Temer, a nova DRU permite que o governo desvie 30% da Seguridade Social, o que representa cerca de R$ 120 bilhões, denunciam as entidades.
Isso, continua Romero, demonstra que a agenda política nacional segue na contramão de garantir a solidez ao sistema previdenciário brasileiro. Para o presidente da Anfip, não é com idade mínima que se assegura recursos: “O caminho para assegurar novos recursos à Previdência é ampliar a formalização do mercado de trabalho e implementar políticas afirmativas que estimulem investimentos no setor produtivo, potencializando, com isso, o crescimento da oferta de postos no mercado de trabalho brasileiro e da base de contribuintes do Sistema Previdenciário”, afirmou.
O palestrante denunciou a perseguição homogênea dos gestores ao Sistema Previdenciário. “Todos os governos sempre falam em Reforma da Previdência. As propostas encaminhadas, sem exceção, visaram confundir a opinião pública com desinformações sobre um suposto déficit, jamais confirmado, com objetivo de diminuir benefícios assegurados aos contribuintes. Garantir a saúde financeira da Seguridade Social é papel do estado. Precisamos cobrar de nossas autoridades mais eficiência, responsabilidade e transparência no aporte e administração dos nossos recursos previdenciários”, concluiu.
O presidente da Anfip ainda falou sobre a separação que o governo fez recentemente dos ministérios do Trabalho e Previdência, bem como sobre a proposta de desvinculação da aposentadoria ao salário mínimo. “Estão precarizando a Previdência Social. Se desvincularem, estaremos caminhando para, daqui a pouco, termos aposentadorias menores que o piso nacional. Não se pode mexer em Previdência ao bel-prazer de quem está no governo. Todos os governos falaram em reforma da Previdência, mas sempre na lógica de precarizar e retirar direitos”, alertou
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PILANTRA QUE ROUBAVA PETROBRÁS COM EIKE EM 2002 VOLTA AO LOCAL DO CRIME



Em março de 2002, o então presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Pedro Parente, esteve à frente do acordo assinado com a MPX, empresa de Eike Batista, para a implantação da Usina Termoceará. Pelo acordo, a MPX receberia pelo menos US$ 334 milhões em cinco anos e se tornaria proprietária da usina. Caso a receita da Usina não atingisse US$ 5 milhões mensais, a Petrobrás deveria efetuar pagamento de contribuição de contingência para garantir essa receita mínima. Por proposta do então diretor de Gás e Energia, Ilso Sauer, a Petrobrás promoveu um processo de arbitragem chegando-se a um acordo, quando já haviam sido pagos US$ 122 milhões em contribuições de contingência. A Petrobrás pagou ainda US$ 127 milhões pela Usina. Portanto, a Petrobrás pagou US$ 249 milhões à MPX. A proposta de Sauer reduziu o prejuízo da empresa.

“Será uma empresa séria [..] com a melhor administração que podemos ter neste país”

Petrobrás “será séria” sem os ativos e sem pré-sal, diz Parente
Tão “séria” quanto o acordo que patrocinou em favor da MPX para implantar a TermoCeará lesando a Petrobrás em US$ 249 milhões
Pedro Parente, indicado pelo presidente interino Michel Temer para presidir a maior estatal brasileira, declarou em entrevista ao “The Wall Street Journal”, na sexta-feira (17), que a Petrobrás “será uma empresa séria [..] com a melhor administração que podemos ter neste país”. E completou: “eu não teria vindo para cá, senão com uma visão para trabalhar na recuperação da grandeza desta empresa”.
Em março de 2002, Parente, então presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, esteve à frente do acordo assinado com a MPX, empresa de Eike Batista, para a implantação da Usina TermoCeará, com garantia de um preço mínimo de energia de R$ 148,68 (equivalente a US$ 58,67) por um período de cinco anos. Pelo acordo, a MPX receberia pelo menos US$ 334 milhões e se tornaria proprietária da usina, conforme carta da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) dirigida ao atual presidente e demais membros do Conselho da estatal, questionando a indicação de Parente para a presidência da Companhia.
Durante a vigência do contrato, caso a receita da Termoceará não atingisse US$ 5 milhões mensais, a Petrobrás deveria efetuar pagamento de contribuição de contingência para garantir essa receita mínima.
Por proposta do então diretor de Gás e Energia, Ildo Sauer, a Petrobrás promoveu um processo de arbitragem chegando-se a um acordo, quando já haviam sido pagos US$ 122 milhões em contribuições de contingência. A Petrobrás pagou ainda US$ 127 milhões pela Usina. Portanto, a Petrobrás pagou US$ 249 milhões à MPX. A proposta de Sauer reduziu o prejuízo da empresa.
PRÉ-SAL
Na entrevista ao jornal estrangeiro, Parente voltou a defender a venda de ativos e o projeto serrista – aprovado no Senado com o apoio de Dilma e que está em tramitação na Câmara - que retira da Petrobrás a exigência que seja operadora única e que tenha uma participação de pelo menos 30% de qualquer projeto nos campos do pré-sal.
Usando o mesmo “argumento” de Serra, disse que a opção de explorar é melhor do que a obrigação porque a Petrobrás “não tem” condições de arcar com a participação em todos os campos. “A empresa hoje não tem condições de explorar todos os campos do pré-sal. Isso é fato. E o direito de escolha é importante para otimizar a utilização de recursos. Nossa visão é favorável [à mudança do modelo] porque achamos que não apenas atende interesses da empresa como também o melhor para o país”, disse.
Ora, ninguém defende que Petrobrás opere todos os campos do pré-sal ao mesmo, até porque seria burrice. Pretender explorar tudo ao mesmo tempo só se fosse para exportar óleo cru, o que seria um desserviço para o país. Pelo contrário, a exploração tem ser feita de forma racional e planejada, visando uma política de desenvolvimento, senão o petróleo acaba em dois tempos.
Segundo o ex-presidente da norte-americana Bunge no Brasil e presidente do Conselho da BM&FBovespa, o objetivo é transformar a estatal em uma empresa mais enxuta e lucrativa, além de entregar o pré-sal para as múltis, ele defende a continuidade da política de “desinvestimento” definida no governo afastado. Ele informou que a Petrobrás recebeu três ofertas de compra da BR Distribuidora, sem mencionar, no entanto, algum modelo de venda.
Conforme Parente, a Petrobrás está em negociação com a gestora canadense Brookfield Asset Management para vender a Nova Transportadora do Sudeste, unidade de dutos de gás natural.
No dia 15 de junho, foi confirmada a continuidade do processo de venda de 100% da Liquigás, subsidiária da Petrobrás de engarrafamento, distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha.
O presidente da estatal não descartou novas demissões, além das já feitas com terceirizados e através do programa de demissão voluntária de empregados efetivos da empresa.
VALDO ALBUQUERQUE
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Requião analisa as consequências funestas das “mereilladas” para o Brasil

Na minha visão Serra e Meirelles querem acabar com o Brasil

GOVERNO DO RJ SE AGACHA AO BANQUEIRO MINISTRO MEIRELLES.





"Vender" a Cedae, arrochar os servidores públicos é a saída de merda que o governo do Dornelles vai fazer com o povo do RJ. Nenhum sacrifício aos banqueiros. Em vez de decretar a moratória a opção é foi o agachamento. Basta a nós brasileiros é lutar lutar lutar. 

Não podemos permitir essa canalhada. Assaltar o patrimônio público é o que esses VENDIDOS querem nos impor. 

Ou varremos para o lixo da história esses canalhas ou sucumbiremos juntos. 


O Brasil não se agacha. Esses americanofolis, terão que ter o mesmo julgamento de Calabar.

BRASIL NELES!

terça-feira, 21 de junho de 2016

Nós não negociamos com terroristas, financiamos eles


DINOSSAUROS E OS INSETOS INVERTEBRADOS




DIZIA E DIZ OS TUCANOS (PSDB) E A MÍDIA LACAIA, QUE NÓS ERAMOS DINOSSAUROS. NÓS OS NACIONALISTAS, QUE AMAMOS O BRASIL, QUE SOMOS GETULISTAS, DEFENDEMOS AS EMPRESAS ESTATAIS, O SERVIDOR PÚBLICO, O EMPRESARIADO NACIONAL.
NOSSAS VÉRTEBRAS ESTÃO INTACTAS ATÉ HOJE, DEPOIS DE MILHÕES DE ANOS.
VÁRIAS VEZES VIMOS “JORNALISTAS” COMO MIRIAM LEITÃO, ALEXANDRE GARCIA, BORIS CASOY E CIA.

ESTES INSETOS INVERTEBRADOS. ESTES INSETOS, LACAIOS, QUE NÃO TEM VÉRTEBRAS E NÃO DURAM UM DIA. MELHOR SER UM DINOSSAURO DO QUE SER UM INSETO INVERTEBRADO. SOMOS COMO MUITO ORGULHO DINOSSAUROS E DE PÉ . ESTAMOS COM AS VÉRTEBRAS INTACTAS. 

O BRASIL DE PÉ!





Para os EUA e a Europa, somente eles devem crescer e se desenvolver e os países pobres e emergentes (a exemplo dos Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) devem estagnar ou retroceder seu desenvolvimento, deixando bilhões na miséria e na fome. Dos EUA e Europa não se pode esperar outra coisa: querem ter o monopólio do desenvolvimento, do conhecimento, e reservar aos países pobres o papel de gueto como fornecedores de produtos primários, de commodities, ou simplesmente o papel de coiteiros das suas multinacionais poluidoras e rapinadoras.

Marca de luxo e o trabalho escravo


Por Piero Locatelli, no site Repórter Brasil:

O mesmo tecido que estampa a capa da página da Brooksfield Donna no Facebook estava sobre mesas de uma precária oficina de costura na zona leste de São Paulo no começo de maio. Na rede social, o tecido vestia o corpo de uma modelo loira, magra e alta. Na periferia de São Paulo, ele era costurado por cinco bolivianos que trabalhavam ao menos 12 horas por dia, sete dias por semana, e moravam dentro do local de trabalho.

A Brooksfield Donna, marca feminina de luxo do grupo Via Veneto, produziu peças com mão de obra análoga à de escravo, de acordo com auditoria do Ministério do Trabalho e Previdência Social realizada no dia 6 de maio. A empresa nega ter qualquer responsabilidade sobre os trabalhadores encontrados.

Na casa onde a oficina estava instalada, não havia extintores de incêndio, as instalações elétricas eram precárias e improvisadas, e o chão acumulava pilhas de tecidos, formando um cenário de fácil combustão onde a única porta de saída permanecia trancada. Um dos cinco trabalhadores era uma adolescente de 14 anos. Dentro da oficina, os fiscais encontraram outras duas crianças.

O forte odor também escancarava as condições precárias de higiene, segundo os auditores fiscais. A ausência de papel higiênico, colchões dentro da cozinha e a falta de limpeza do local também agravavam a insalubridade. Segundo os auditores, “as condições de segurança e saúde eram inexistentes, tanto nos locais de trabalho, como nos locais de moradia.”

Um dos cinco trabalhadores era uma adolescente de 14 anos, filha do dono da oficina, Felix Gonzalo, que também foi encontrada na mesma situação. Segundo os auditores, a adolescente não poderia trabalhar porque a costura é uma das atividades econômicas onde é proibida a contratação de trabalhadores menores de 18 anos. O trabalho com instrumentos perfurantes, como a máquina de costura, está entre “as piores formas de trabalho infantil”, que o Brasil se comprometeu a eliminar até 2016.

Dentro da oficina, os fiscais encontraram outras duas crianças. Elas moravam com as mães, que passavam quase todo o tempo sobre as máquinas de costura. A demanda das crianças por cuidados agravavam os riscos de acidente em um trabalho que exige concentração e em um ambiente onde as máquinas não tem nenhum tipo de isolamento.

Embora todas as peças produzidas por essa oficina fossem para a marca Brooksfield Donna, o local era um fornecedor “quarterizado” da Via Veneto, ou seja, uma empresa subcontratada por outra companhia terceirizada pela marca. Esse tipo de prática é um elemento comum nas redes que exploram o trabalho escravo. Uma empresa intermediária, a MDS Confecções, recebia as encomendas e as repassava à confecção de Gonzalo, que costurava as peças exclusivamente para a Brooksfield Donna. Cada costureiro recebia, em média, R$6,00 por peça costurada. Roupas da mesma coleção feita na oficina chegava a custar R$ 690,00 em lojas visitadas pela reportagem. Mesmo se um trabalhador costurasse 293 horas por mês, mais de catorze horas por dia útil, sua remuneração estaria abaixo do piso salarial da categoria, de R$ 1.246,50 mensais.
A empresa alegou aos auditores que não possui nenhuma relação com os trabalhadores. Questionada pela reportagem, a Via Veneto afirma que não terceiriza seus serviços, e que “não mantém e nunca manteve relações com trabalhadores eventualmente enquadrados em situação análoga a de escravos pela fiscalização do trabalho” (Leia a íntegra da nota). Cada costureiro recebia, em média, R$6,00 por peça costurada. Roupas da mesma coleção feita na oficina chegava a custar R$ 690,00 em lojas visitadas pela reportagem.

A Via Veneto, porém, controlava todo o processo de produção e confecção segundo os auditores fiscais do trabalho. Era ela quem definia prazos, quantidades e os modelos das roupas. A empresa também estabelecia o preço pago à confecção, arbitrado na elaboração de “peças-pilotos”, os modelos a serem seguidos pelas costureiras nas oficinas. Além disso, o pagamento dos trabalhadores pelas empresas só era feito após a Via Veneto receber as encomendas.

A empresa também permitiu que a MDS, contratada por ela, terceirizasse a produção para outras empresas, o que reduz ainda mais os custos. Outras marcas que contratam a empresa para produzir roupas, como a Le Lis Blanc e a Animale, produzem as suas peças dentro da própria MDS, segundo a auditoria. A reportagem tentou entrar em contato com a MDS, mas não obteve resposta da empresa. Questionada pela Repórter Brasil, a Brooksfield não respondeu as perguntas sobre sua relação comercial com a MDS.
“Sem trabalho e em situação famélica”

Os trabalhadores encontrados continuam em uma situação de extrema fragilidade devido à postura da Brooksfield diante dos problemas. “A empresa demonstra uma falta de vontade de resolver uma situação básica, de dignidade básica do trabalhador,” diz Lívia Ferreira, auditora fiscal que coordenou a fiscalização. “[A Via Veneto] não teve nem uma humanidade mínima de pagar para cinco trabalhadores valores que nem são altos.” A empresa deveria pagar entre R$ 1.062,99 e R$ 4.156,39 mil para cada trabalhador, totalizando R$ 17.688,55 para todos os cinco.

“[A Via Veneto] não teve nem uma humanidade mínima de pagar para cinco trabalhadores valores que nem são altos.” A empresa deveria pagar R$ 17.688,55 para todos os cinco trabalhadores.

A postura do grupo Via Veneto é distinta da maioria das empresas que foram flagradas com trabalho escravo nos últimos anos, e demonstraram alguma colaboração na tentativa de sanar as demandas urgentes dos trabalhadores logo após a fiscalização. Marcas como Le Lis Blanc e Luigi Bertolli aceitaram tomar medidas emergenciais, apesar de se defenderem das acusações de trabalho escravo em momento posterior. Ao negar o auxílio, a Via Veneto argumentou ao Ministério Público do Trabalho que “não é responsável por nenhuma das pessoas” do inquérito que investiga o caso.

A postura de negação do problema coloca a Via Veneto entre os grupos mais atrasadas no combate ao trabalho escravo, um problema enraizado no DNA do setor têxtil do Brasil e do mundo. Admitir que a escravidão existe é apenas o primeiro passo para uma série de mudanças necessárias e urgentes no combate a esse tipo de exploração. Entre outras medidas a serem tomadas, estariam a transparência aos clientes sobre seus fornecedores e o monitoramento das condições de trabalho nessa cadeia.
Como a empresa sequer tomou o primeiro passo nesse sentido, agora quatro dos trabalhadores encontrados na oficina só estão recebendo o seguro desemprego no valor de um salário mínimo.Já a adolescente está numa situação de vulnerabilidade ainda maior, já que esse benefício não é previsto para os casos de trabalhadores com essa idade. Segundo o relatório dos auditores fiscais, enquanto a postura da empresa não mudar, esses trabalhadores devem continuar “sem trabalho e em situação famélica”.

Como a empresa sequer tomou o primeiro passo nesse sentido, agora quatro dos trabalhadores encontrados na oficina só estão recebendo o seguro desemprego no valor de um salário mínimo.Já a adolescente está numa situação de vulnerabilidade ainda maior, já que esse benefício não é previsto para os casos de trabalhadores com essa idade. Segundo o relatório dos auditores fiscais, enquanto a postura da empresa não muda