terça-feira, 29 de outubro de 2013

DISCURSO DO PRESIDENTE JOÃO GOULART NO COMÍCIO DA CENTRAL DE 13 DE MARÇO DE 1964

PARABÉNS, VOCÊ É SERVIDOR PÚBLICO.

 "Aos servidores públicos da Nação, aos médicos, aos engenheiros do serviço público, que também não me têm faltado com seu apoio e o calor de sua solidariedade, posso afirmar que suas reivindicações justas estão sendo objeto de estudo final e que em breve serão atendidas. Atendidas porque o governo deseja cumprir o seu dever com aqueles que permanentemente cumprem o seu para com o país."


 























Devo agradecer às organizações sindicais, promotoras desta grande manifestação, devo agradecer ao povo brasileiro por esta demonstração extraordinária a que assistimos emocionados, aqui nesta cidade do Rio de Janeiro. Quero agradecer, também, aos sindicatos quem de todos os estados mobilizaram os seus associados, dirigindo minha saudação a todos os patrícios, neste instante mobilizados em todos os recantos do país, e ouvindo o povo através do rádio ou da televisão. Dirijo-me a todos os brasileiros, e 
não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas escolas. Dirijo-me também aos milhões de irmãos nossos que dão ao Brasil mais do que recebem e que pagam em sofrimento, pagam em miséria, pagam em privações, o direito de serem brasileiros e o de trabalhar de sol a sol pela grandeza deste país. Presidente de oitenta milhões de brasileiros, quero que minhas palavras sejam bem entendidas por todos os nossos patrícios. Vou falar em linguagem (...) rude, mas que é sincera e sem subterfúgios. É também a linguagem de esperança, de quem quer inspirar confiança no futuro, mas de quem tem a coragem de enfrentar sem fraquezas a dura realidade que vivemos.
 
Aqui estão os meus amigos trabalhadores, pensando na campanha de terror ideológico e de sabotagem, 
cuidadosamente organizada para impedir ou perturbar a realização deste memorável encontro entre povo e o seu Presidente, na presença das lideranças populares mais representativas deste país, que se encontram também conosco, nesta festa cívica. 
 
Chegou-se a proclamar, trabalhadores brasileiros, que esta concentração seria um ato atentatório ao regime democrático como se no Brasil a reação ainda fosse dona da democracia, ou proprietária das praças e ruas. Desgraçada democracia a que tiver de ser defendida por esses democratas. Democracia para eles não é o regime da liberdade de reunião para o povo. O que eles querem é uma democracia de um povo emudecido, de um povo abafado nos seus anseios, de um povo abafado nas suas reivindicações.
 
democracia que eles desejam impingir-nos é a democracia do anti-sindicato, ou seja, aquela que melhor atenda aos seus interesses ou aos dos grupos que eles representam. A democracia que eles pretendem é a democracia dos privilégios, a democracia da intolerância e do ódio. A democracia que eles querem, trabalhadores, é para liquidar com a Petrobrás, é a democracia dos monopólios, nacionais e internacionais, a democracia que pudesse lutar contra o povo, a democracia que levou o grande Presidente Vargas ao extremo sacrifício.
 
Ainda ontem eu afirmava no Arsenal de Marinha, envolvido pelo calor dos trabalhadores de lá, que a democracia jamais poderia ser ameaçada pelo povo, quando o povo livremente vem para as praças – as praças que são do povo. Para as ruas – que são do povo. 
 
Democracia, trabalhadores, é o que o meu governo vem procurando realizar, como é do meu dever. Não 
só para interpretar os anseios populares, mas também para conquistá-los pelo caminho do entendimento e da paz. Não há ameaça mais séria para a democracia do que tentar estrangular a voz do povo, dos seus 
legítimos líderes populares, fazendo calar as sua reivindicações. 
 
Estaríamos, assim, brasileiros, ameaçando o regime se nos mostrássemos surdos aos reclamos da Nação, 
desta Nação e desses reclamos que, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, levantam o seu grande clamor pelas 
reformas de base e de estrutura, sobretudo pela reforma agrária, que será o complemento da abolição do 
cativeiro para dezenas de milhões de brasileiros, que vegetam no interior, em revoltantes condições de 
miséria. Ameaça à democracia, enfim, não é vir confraternizar com o povo na rua. Ameaça à democracia 
é empulhar o povo brasileiro, é explorar os seus sentimentos cristãos, na mistificação de uma indústria do 
anticomunismo, insurgindo o povo até contra os grandes e iluminados ensinamentos dos grandes e santos 
Papas que informam notáveis pronunciamentos, das mais expressivas figuras do episcopado nacional. O inolvidável Papa João XXIII é que nos ensina, povo brasileiro, que a dignidade da pessoa humana exige normalmente, como fundamento natural para a vida, o direito e o uso dos bens da terra, ao qual corresponde a obrigação fundamental de conceder uma propriedade para todos. É dentro desta autêntica doutrina que o governo brasileiro vem procurando situar sua política social, particularmente no que diz 
respeito à nossa realidade agrária. O cristianismo nunca foi o escudo para privilégios condenados para o 
Santo Padre, nem também, brasileiro, os rosários podem ser levantados contra a vontade do povo e as sua aspirações mais legítimas.
 
Não podem ser levantados os rosários da fé contra o povo, que tem fé numa justiça social mais humana e na dignidade das suas esperanças. Os rosários não podem ser erguidos contra aqueles que reclamam a discriminação da propriedade da terra, hoje ainda em mãos de tão poucos, de tão pequena maioria. 
 
Àqueles que reclamam do Presidente da República uma palavra tranqüila para a Nação, àqueles que em 
todo o Brasil nos ouvem nesta oportunidade, o que eu posso dizer é que só conquistaremos a paz social 
através da justiça social. Perdem seu tempo, também, os que temem que o governo passe a empreender uma ação subversiva na defesa de interesses políticos ou pessoais, como perdem também seu tempo os que esperam deste governo uma ação repressiva dirigida contra o povo, contra os seus direitos ou contra as suas reivindicações. Ação repressiva, trabalhadores, é a que o governo está praticando e vai ampliar cada vez mais e mais implacavelmente, aqui na Guanabara e em outros Estados, contra aqueles que 
especulam, contra as dificuldades do povo, contra os que exploram o povo, que sonegam gêneros alimentícios ou que jogam com seus preços. Ainda ontem, dentro de associações de cúpula de classes conservadoras, ibadianos de ontem levantaram a voz contra o Presidente pelo crime de defender o povo contra os que o exploram na rua e em seus lares, através da exploração e da ganância. 
 
Mas não tiram o sono as manifestações de protestos dos gananciosos, mascaradas de frases patrióticas, 
mas que, na realidade, traduzem suas esperanças e seus propósitos de restabelecer impunidade para suas 
atividades antipopulares e anti-sociais. Por outro lado, não receio ser chamado de subversivo pelo fato de 
proclamar – e tenho proclamado e continuarei proclamando nos recantos da Pátria – a necessidade da 
revisão da Constituição. Há necessidade, trabalhadores, da revisão da Constituição da nossa República, 
que não atende mais aos anseios do povo e aos anseios do desenvolvimento desta Nação. A Constituição 
atual, trabalhadores, é uma Constituição antiquada, porque legaliza uma estrutura sócio-econômica já 
superada, uma estrutura injusta e desumana. O povo quer que se amplie a democracia, quer que se ponha fim aos privilégios de uma minoria; quer que a propriedade da terra seja acessível a todos; que a todos seja facilitado participar da vida política do país, através do voto, podendo votar e ser votado; que se impeça a intervenção do poder econômico nos pleitos eleitorais e que seja assegurada à representação de todas as correntes políticas, sem quaisquer discriminações, ideológicas ou religiosas. 
 
Todos, todos os brasileiros, todos têm o direito à liberdade de opinião, de manifestar também sem temor 
seu pensamento. É um princípio fundamental dos direitos do homem, contido na própria Carta das Nações 
Unidas, e que temos o dever de assegurar a todos os brasileiros. Está nisso, trabalhadores, está nisso, povo brasileiro, o sentido profundo desta grande e incalculável multidão que presta, neste instante, sua 
manifestação ao Presidente, que vem também lhe prestar conta de seus problemas, mas também de suas 
atitudes e de sua convicções nas lutas que vem enfrentando, luta contra forças poderosas, mas confiando 
sempre na unidade do povo e das classes trabalhadoras, unidade que há de encurtar o caminho da nossa 
emancipação. É apenas de se lamentar que parcelas ainda ponderáveis que tiveram acesso à instrução 
superior continuem insensíveis, de olhos e ouvidos fechados à realidade nacional. São, certamente, 
trabalhadores, os piores surdos e os piores cegos, porque poderão com tanta surdez e com tanta cegueira, 
ser, amanhã, responsáveis, perante a História, pelo sangue brasileiro que possa ser derramado, ao 
pretenderem levantar obstáculos à caminhada do Brasil e à emancipação do povo brasileiro..........

...............Em todos os países civilizados do mundo já foi suprido do texto constitucional aquela parte que obriga a desapropriação por interesse social, a pagamento prévio, a pagamento em dinheiro. 
No Japão de pós-guerra, há vinte anos, ainda ocupado pelas forças aliadas vitoriosas, sob o patrocínio do 
comando vencedor, foram distribuídos dois milhões e meio de hectares das melhores terras do país, com 
indenizações pagas em bônus com vinte e quatro anos de prazo, juros de 3,65% ao ano. E quem é que se 
lembrou de chamar o Gen. Macarthur de subversivo ou extremista? 
 
Na Itália, ocidental e democrática, foram distribuídos um milhão de hectares, em números redondos, na 
primeira fase de uma reforma agrária cristã e pacífica iniciada há quinze anos. Cento e cinqüenta mil 
famílias foram beneficiadas. 
 
No México, durante os anos de 1932 a 1945, foram distribuídas trinta milhões de hectares, com 
pagamento das indenizações em títulos da dívida pública, vinte anos de prazo, juros de 5% ao ano, e 
desapropriação dos latifúndios com base no valor fiscal. 
 
Na Índia foram promulgadas leis que determinam a abolição da grande propriedade mal aproveitada, 
transferindo as terras para os camponeses. Essas leis abrangem cerca de sessenta e oito milhões de 
hectares, ou seja, a metade da área cultivada da Índia.
 
Portanto, não existe argumento capaz de poder afirmar que no Brasil, uma nação jovem, que se projeta 
para o futuro, não se possa também fazer a reforma da Constituição para a reforma agrária autêntica e 
verdadeira. 
 
A reforma agrária não é capricho de um governo ou programa de um partido. É produto da inadiável 
necessidade de todos os povos do mundo. Aqui, no Brasil, constitui a legenda mais viva da esperança do 
nosso povo, sobretudo daqueles que labutam no campo. A reforma agrária é também uma imposição 
progressista do mercado interno, que necessita aumentar a sua produção para sobreviver. 
 
Os tecidos e os sapatos sobram nas prateleiras das lojas e as nossas fábricas estão produzindo muito 
abaixo de sua capacidade. Ao mesmo tempo em que isso acontece, as nossas populações mais pobres 
vestem farrapos e andam descalças, porque não têm dinheiro para comprar.
 
Assim, a reforma agrária é indispensável, não só para aumentar o nível de vida do homem do campo, 
mas, também, para dar mais trabalho às indústrias e melhor remuneração ao trabalhador urbano. 
Interessa, por isso, também a todos os industriais e aos comerciantes. A reforma agrária é necessária, 
enfim, à nossa vida social e econômica, para que o país possa progredir, em sua indústria, e no bem-estar 
do seu povo. 
 
Como garantir o direito de propriedade autêntica quando, dos quinze milhões de brasileiros que trabalham a terra, no Brasil, apenas dois milhões e meio são proprietários? 
 
O que estamos pretendendo fazer no Brasil, pelo caminho da reforma agrária, não é diferente, pois, do 
que se fez em todos os países desenvolvidos do mundo. É uma etapa de progresso que precisamos 
conquistar e haveremos de conquistar. Esta manifestação deslumbrante que presenciamos é um testemunho vivo de que a reforma agrária será gêneros baratos, não pode haver tranqüilidade social.
 
No meu Estado, por exemplo, o Estado do Dep. Leonel Brizola, 65% da produção de arroz é obtida em terras alugadas e o arrendamento ascende a mais de 55% do valor da produção. O que ocorre no Rio Grande é que um arrendatário de terras para o plantio de arroz paga, em cada ano, o valor total da terra que ele trabalhou para o proprietário. Esse inquilino rural desumano e medieval é o grande responsável pela produção insuficiente e cara que torna insuportável o custo de vida para as classes populares em nosso país. 
 
A reforma agrária só prejudica uma minoria de insensíveis, que deseja manter o povo escravo e a Nação 
submetida a um miserável padrão de vida. E é claro, trabalhadores, que só se pode iniciar uma reforma agrária em terras economicamente aproveitáveis. É claro que não poderíamos começar a reforma agrária, para atender os anseios do povo, nos Estados do Amazonas ou do Pará. A reforma agrária deve ser iniciada nas terras mais valorizadas e ao lado dos grandes centros de consumo, com transporte fácil para o seu escoamento. 
 
Governo nenhum, trabalhadores, povo nenhum, por maior que seja o seu esforço, e até mesmo o seu 
sacrifício, poderá enfrentar o monstro inflacionário que devora os salários, que inquieta o povo 
assalariado, se não forem efetuadas as reformas de estrutura e de base exigidas pelo povo e reclamada 
pela Nação. 
 
Tenho autoridade para lutar pela reforma da atual Constituição, porque esta reforma é indispensável e 
porque o seu objetivo único e exclusivo é abrir o caminho para a solução harmônica dos problemas que 
afligem o nosso povo. Não me animam, trabalhadores - e é bom que a Nação me ouça –, quaisquer 
propósitos de ordem pessoal. Os grandes beneficiários das reformas serão, acima de todos, o povo 
brasileiro e os governos que me sucederão. A eles, trabalhadores, desejo entregar uma Nação 
engrandecida, emancipada e cada vez mais orgulhosa de si mesma, por ter resolvido mais uma vez, e 
pacificamente, os graves problemas que a História nos legou.
 
Dentro de 48 horas vou entregar à consideração do Congresso Nacional à mensagem presidencial deste 
ano. Nela, estão claramente expressas as intenções e os objetivos deste governo. Espero que os senhores 
congressistas, em seu patriotismo, compreendam o sentido social da ação governamental, que tem por 
finalidade acelerar o progresso deste país e assegurar aos brasileiros melhores condições de vida e 
trabalho, pelo caminho da paz e do entendimento, isto é, pelo caminho reformista, pacífico e democrático. 
Mas estaria faltando ao meu dever se não transmitisse, também, em nome do povo brasileiro, em nome 
destas cento e cinqüenta ou duzentas mil pessoas que aqui estão, caloroso apelo ao Congresso Nacional 
para que venha ao encontro das reivindicações populares, para que, em seu patriotismo, sinta os anseios 
da Nação, que quer abrir caminho, pacífica e democraticamente, para melhores dias. Mas também, 
trabalhadores, quero referir-me a um outro ato que acabo de assinar, interpretando os sentimentos 
nacionalistas deste país. Acabei de assinar, antes de dirigir-me para esta grande festa cívica, o decreto de 
encampação de todas as refinarias particulares. 
 
A partir de hoje, trabalhadores brasileiros, a partir deste instante, as refinarias de Capuava, Ipiranga, 
Manguinhos, Amazonas e Destilaria Rio-Grandense passam a pertencer ao povo, passam a pertencer ao 
patrimônio nacional. Procurei, trabalhadores, depois de estudos cuidados elaborados por órgãos técnicos, depois de estudos profundos, procurei ser fiel ao espírito da lei que foi inspirada nos ideais patrióticos e imortais de um brasileiro que também continua imortal em nossa alma e nosso espírito. 
 
Ao anunciar, à frente do povo reunido em praça pública, o decreto de encampação de todas as refinarias 
de petróleo particulares, desejo prestar homenagem de respeito àquele que sempre esteve presente nos 
sentimentos do nosso povo, o grande e imortal Presidente Getúlio Vargas. 
 
O imortal e grande patriota tombou, mas o povo continua a caminhada, guiado pelos seus ideais. E eu, 
particularmente, vivo hoje momento de profunda emoção ao poder dizer que, com este ato, soube 
interpretar o sentimento do povo brasileiro. 
 
Alegra-me ver, também, o povo reunido para prestigiar medidas como esta, da maior significação para o 
desenvolvimento do país e que habilita o Brasil a aproveitar melhor as suas riquezas minerais, 
especialmente as riquezas criadas pelo monopólio do petróleo. O povo estará sempre presente nas ruas e 
nas praças públicas, para prestigiar um governo que pratica atos como estes, e também para mostrar às 
forças reacionárias que há de continuar a sua caminhada, no rumo da emancipação nacional. 
Na mensagem que enviei à consideração do Congresso Nacional estão igualmente consignadas duas 
outras reformas que o povo brasileiro reclama, porque é exigência do nosso desenvolvimento e da nossa 
democracia. Refiro-me à reforma eleitoral, à reforma ampla que permita a todos os brasileiros maiores de 
18 anos ajudar a decidir dos seus destinos, que permita a todos os brasileiros que lutam pelo 
engrandecimento do país a influir nos destinos gloriosos do Brasil. Nesta reforma, pugnamos pelo
princípio democrático, princípio democrático fundamental, de que todo alistável deve ser também 
elegível. 
 
Também está consignada na mensagem ao Congresso a reforma universitária, reclamada pelos estudantes brasileiros, pelos universitários de classe que sempre tem estado corajosamente na vanguarda de todos os movimentos populares e nacionalistas. 
 
Ao lado dessas medidas e desses decretos, o governo continua examinando outras providências de 
fundamental importância para a defesa do povo, especialmente das classes populares. 
Dentro de poucas horas, outro decreto será dado ao conhecimento da Nação. É o que vai regulamentar o 
preço extorsivo dos apartamentos e residências desocupados, preços que chegam a afrontar o povo e o 
Brasil, oferecidos até mediante o pagamento em dólares. Apartamento, no Brasil, só pode e só deve ser 
alugado em cruzeiros, que é dinheiro do povo e a moeda deste país. Estejam tranqüilos que dentro em 
breve esse decreto será uma realidade. 
 
E realidade há de ser também a rigorosa e implacável fiscalização para que seja cumprido. O governo, 
apesar dos ataques que tem sofrido, apesar dos insultos, não recuará um centímetro sequer na fiscalização que vem exercendo contra a exploração do povo. E faço um apelo ao povo para que ajude o governo na fiscalização dos exploradores do povo, que são também exploradores do Brasil. Aqueles que desrespeitam a lei, explorando o povo – não interessa o tamanho de sua fortuna, nem de seu poder, esteja ele em Olaria ou na rua do Acre – hão de responder perante a lei pelo seu crime. 
 
Aos servidores públicos da Nação, aos médicos, aos engenheiros do serviço público, que também não me têm faltado com seu apoio e o calor de sua solidariedade, posso afirmar que suas reivindicações justas estão sendo objeto de estudo final e que em breve serão atendidas. Atendidas porque o governo deseja cumprir o seu dever com aqueles que permanentemente cumprem o seu para com o país. 
 
Ao encerrar, trabalhadores, quero dizer que me sinto reconfortado e retemperado para enfrentar a luta que tanto maior será contra nós quanto mais perto estivermos do cumprimento do nosso dever. À medida que esta luta apertar, sei que o povo também apertará sua vontade contra aqueles que não reconhecem os direitos populares, contra aqueles que exploram o povo e a Nação. 
 
Sei das reações que nos esperam, mas estou tranqüilo, acima de tudo porque sei que o povo brasileiro já 
está amadurecido, já tem consciência da sua força e da sua unidade, e não faltará com seu apoio às 
medidas de sentido popular e nacionalista. 
 
Quero agradecer, mais uma vez, esta extraordinária manifestação em que os nossos mais significativos 
líderes populares vieram dialogar com o povo brasileiro, especialmente com o bravo povo carioca, a 
respeito dos problemas que preocupam a Nação e afligem todos os nossos patrícios. 
 
Nenhuma força será capaz de impedir que o governo continue a assegurar absoluta liberdade ao povo 
brasileiro. E, para isto, podemos declarar, com orgulho, que contamos com a compreensão e o patriotismo 
das bravas e gloriosas Forças Armadas da Nação. 
 
Hoje, com o alto testemunho da Nação e com a solidariedade do povo, reunido na praça que só ao povo 
pertence, o governo, que é também o povo e que também só ao povo pertence, reafirma os seus propósitos inabaláveis de lutar com todas as suas forças pela reforma da sociedade brasileira. Não apenas pela reforma agrária, mas pela reforma tributária, pela reforma eleitoral ampla, e pelo voto do analfabeto, pela elegibilidade de todos os brasileiros, pela pureza da vida democrática, pela emancipação econômica, pela justiça social e pelo progresso do Brasil. 
 
Fonte: SILVA, Hélio. 1964: golpe ou contragolpe? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. 

Desnacionalização está impedindo desenvolvimento tecnológico do Brasil, afirma José Eduardo Cassiolato

São Paulo, 26 de Outubro, de 2013
Tamanho
da letra


Segundo o economista, grupos estrangeiros estão dominando o mercado nacional

Desnacionalização está impedindo desenvolvimento tecnológico do Brasil, afirma José Eduardo Cassiolato

 

José Eduardo Cassiolato, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi um dos palestrantes mais aguardados do Seminário de Pauta 2013. O especialista abordou os prejuízos para o Brasil causados pela desnacionalização do setor de tecnologia, no segundo dia do evento (25). 
Cassiolato abriu as discussões afirmando que grupos estrangeiros estão dominando o mercado nacional e impedindo o desenvolvimento do Brasil, uma vez que eles chegam com a tecnologia desenvolvida em seu país de origem e implantam aqui. O presidente do Sindpd, Antonio Neto, completou a afirmação do palestrante dizendo que "esses grupos veem os brasileiros somente como mão de obra para produtos primários e manufaturados, pois eles querem dominar o nosso mercado de software e computador".
Para o economista, um dos principais problemas é a falta de políticas de investimentos no setor tecnológico brasileiro. Ele apresentou o exemplo do mercado chinês que está se fortalecendo a cada dia. O país não impede a chegada de empresas estrangeiras, desde que a tecnologia implantada pelas companhias seja repassada. "Quando a Embraer, uma das únicas empresas brasileiras que investe em pesquisas e desenvolvimento, chegou à China ela foi obrigada a repassar a tecnologia e ensiná-los a construir avião. Tempos depois, havia uma empresa chinesa que fazia o mesmo produto com a tecnologia brasileira. Isso não acontece aqui", disse. 
"Até agora não fomos capazes de fazer como os chineses e outros países. Precisamos de um projeto de levar o país pra frente. Queremos continuar importando  quase 100% de computadores, ou vamos querer ter um papel mais ativo?", indagou Cassiolato.
O especialista ainda fez uma análise do mercado mundial e garantiu que o caminho mais sensato não é dificultar a entrada das empresas internacionais, mas implantar ações com o objetivo de estimular e fortalecer área de desenvolvimento tecnológico. "Em todo lugar do mundo elas são importantes, mas quando negociam bem, com projetos e propostas dentro do país. A culpa em relação ao problema que vivemos hoje é nossa. A mesma IBM que faz uma série de coisas aqui, quando vai negociar com a China ela faz outro. Se ela faz lá, porque não pode fazer aqui? Infelizmente a política econômica nacional ainda é dissociada da política industrial", concluiu. 
Para o diretor do Sindpd, Antonio Randolfo, o tema da palestra é atual e de extrema importância para os dirigentes do sindicato. "A apresentação do Cassiolato foi muito oportuna para nossa área de TI, tão importante para o crescimento do país. No Brasil, um dos principais problemas que encontramos é a falta de investimento em ciência e tecnologia, que é de responsabilidade do Estado. Os países que cresceram e se desenvolveram sempre focaram nessa área", disse Randolfo. 

O palestrante:
José Eduardo Cassiolato é graduado em Economia, pela Universidade de São Paulo, concluiu mestrado no mesmo tema pela Universidade de Sussex. Doutor em Economia pela mesma instituição, é atualmente professor associado 3 da Universidade Federal do Rio de Janeiro, presidente do comitê científico da Rede Globelics - Global Research Network on the Economics of Learning, Innovation and Competence Building Systems - e professor convidado - Université de Rennes I. Com experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Industrial, atua principalmente nos seguintes temas: inovação, tecnologia, sistema de inovação, competitividade e indústria. 

Confira aqui a galeria:

Professor denuncia manipulação da ciência para defender interesses econômicos externos



Professor denuncia manipulação da ciência para defender interesses econômicos externos
Luiz Carlos Molion levantou o debate sobre interesses econômicos ligados ao aquecimento global e outros "terrorismos" climáticos
 

Na abertura do segundo dia de palestras do Seminário de Pauta realizado pelo Sindpd, nesta sexta-feira, 25 de outubro, o cientista climático e professor associado no Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas (ICAT - UFAL), esclareceu dados referentes ao aquecimento global, camada de ozônio e Painel da Biodiversidade. Os três tópicos foram considerados verdadeiros "terrorismos climáticos", que são uma simples manobra pra que o Brasil continue como uma colônia dos países altamente desenvolvidos.

"Nós achamos que somos independentes, mas na realidade, ao analisar alguns fatos, podemos concluir que o Brasil ainda vive em regime de colônia em relação a alguns países", criticou Molion, referindo-se aos acordos de não emissão realizados entre o Brasil e outras nações. "Contra nós, estão o governo e a mídia, com interesses particulares. Contra o que diz a ciência" completou.

Aquecimento Global

"Muito diferente do que se houve por aí, não há evidências de que o mundo está aquecendo devido às atividades humanas", afirmou o cientista através da explicação de que o mundo já passou por diversas oscilações de temperatura, o que significa um fenômeno natural.

"Foi medido a concentração de gás carbônico dentro do gelo das calotas polares. Provando que cada período de variação é uma era glacial. Com aumentos e diminuições bem acentuadas de temperatura e provando que essa variação é constante e previsível".

O efeito estufa, que é o pilar básico da teoria do aquecimento global, "é uma grande furada", disse o professor. "Ele [efeito estufa] vai contra as leis básicas da ciência e, sem dúvidas, não passaria por uma análise séria dentro da mecânica ou física quântica", garantiu. "Afinal, Se não existisse crise climática e o co2 não fosse o alvo, pra que reduzir o crescimento de mais de 40 países?" Indagou Molion citando nações que já possuem alto IDH, mas ainda não atingiram o alto desenvolvimento.

"Vê-se claramente a redução de energia para que a redução do crescimento, em particular, dos países em desenvolvimento mais avançado, que é o caso dos BRICS, fortes concorrentes dos países de primeiro mundo no que diz respeito à produção e exportação", completou ele, deixando claro a ameaça eminente dos países como China e Brasil às economias norte-americanas e europeias, por exemplo.

Camada e buraco de ozônio

Segundo o professor, é possível provar que a tese acerca do uso dos CFCs e outros gases décadas atrás considerados nocivos à camada de ozônio, não passaram de embates político-econômicos "A ideia lançada foi que os gases que estariam destruindo a camada numa escala muito rápida".

Para ele, não passava de um verdadeiro terrorismo que dizia: menos camada, mais raios ultravioleta (UV) e, consequentemente, mais câncer de pele e aquecimento. "Isso não tem fundamento, pois o ozônio se forma com radiação UV do tipo A, que possui menos energia. Ela ativa as enzimas que produzem a vitamina D que restitui o cálcio no organismo e só traz benefícios à humanidade".

"Sem contar que foi comprovada que a influencia solar, em um período de 90/100 anos, reduzir sua capacidade e lançar um mínimo de raios UV. Essa variabilidade natural foi comprovada e é fato. O que significa que agora a tendência é diminuir a concentração de raios UV", esclareceu Molion.
 
Painel de Biodiversidade

Este tópico, de acordo com o cientista, tem a única função de tentar nos proibir de mexer na Amazônia. "Trata-se de um dos pontos mais críticos no que diz respeito às falcatruas lançadas pelas hegemonias. Pois, para eles, o nosso desenvolvimento é uma ameaça às suas demandas." Assegurou. Para o especialista, os países detentores das pesquisas já estão preparando um protocolo focado no Brasil, pois a alta produção de grão a custo baixo e isso incomoda e permite um alto crescimento.

Segundo o presidente do Sindpd, Antonio Neto, "Infelizmente alguns companheiros do governo preferem ouvir as ONGs que, na verdade seguem pensamentos de outras organizações muito bem consolidadas ou interesses que, muitas vezes, a gente nem sabe de onde são", disse o presidente.

Para José Hamilton Brandão, diretor do Sindpd de São Paulo, "não conhecia essa visão sobre o clima global. Eu participei da ECO 92 e vejo que maioria dos países que participaram não cumprem o que ficou acordado, nem no protocolo de kyoto. Então, na minha opinião, eles tratam com descaso a questão do clima". Já para Manoel Pacífico, diretor dos empregados da Prodam, "A visão que eu conhecia é o que a grande imprensa traz pra gente. Tem sido uma tônica nesse seminário, a gente acordar pra uma série de questões que desvirtuam a verdade e faz com que percebamos que somos vítimas de um processo com objetivos claros, em desencontro com interesses do cidadão.

A importância sindical

De acordo com a palestra de Molion, os dirigentes sindicais são representantes da massa trabalhadora que, na maioria das vezes, não possui voz ativa. "Os esclarecimentos os conscientizam do dever de levar aos formadores de políticas públicas e ao governo, as aspirações e as necessidades dessa maioria. O Brasil, historicamente sempre obedeceu às imposições vindas das hegemonias". Disse e completou citando o governo: "Hoje, embora nosso governo esteja bem consolidado perante outras nações, ainda aceitamos muitas determinações provenientes do G7. Como é o caso dos milhões de investimentos no fundo mundial definido para o aquecimento global, por exemplo. Isso é uma grande bobagem, principalmente em se tratando de um país que sofre com diversos problemas em atendimentos primários como educação, saúde, saneamento e etc. E é justamente aí que os sindicatos possuem participação fundamental, com representantes dos anseios dos trabalhadores".


Confira aqui a galeria:


Compartilhar

sábado, 26 de outubro de 2013

Um leilão às pressas


PEDRO SIMON*
 
O sol do Rio de Janeiro iluminou na manhã de ontem um cenário inusitado à beira mar, composto por tropas do Exército na rua e soldados da Força Nacional perfilados na areia da praia, numa barreira humana que ia da calçada até a linha d’água. Tal contingente militar, que contou ainda com apoio da Polícia Federal, além de agentes locais, normalmente só é mobilizado em ocasiões especiais, como a realização de eventos internacionais, com a presença de chefes de estado, ou a visita do Papa.
Dessa vez, o aparato oficial serviu para garantir a realização às pressas de um leilão de privatização do petróleo, o primeiro do pré-sal. No salão refrigerado de um hotel de luxo da Barra, enquanto lá fora explodiam bombas de gás lacrimogêneo e manifestantes eram alvejados com balas de borracha, a reserva de Libra, na Bacia Santista, foi entregue em poucos minutos a um único consórcio concorrente. Formado pela Petrobras, duas estatais chinesas, mais a Shell (Inglaterra/Holanda) e a Total (França), essas últimas pertencentes ao grupo Rothschild/Rockefeller. A utilização do Exército demonstra a determinação do governo na promoção do leilão, afinal realizado em meio a críticas severas por parte de sindicatos de trabalhadores, engenheiros e ex-dirigentes da Petrobras e, em meio a ações judiciais e um decreto-legislativo que tramita no Congresso Nacional, proibindo leilões do pré-sal.
Atualmente, esse é o maior negócio envolvendo petróleo no mundo. Libra tem uma área de 1.547 quilômetros quadrados no oceano Atlântico, a menos de 180 quilômetros da costa brasileira. Representa a maior descoberta da Petrobras em 60 anos, uma província gigantesca de óleo localizada a cerca de 7 mil quilômetros de profundidade e estimada em cerca de oito a 12 bilhões de barris, ou US$ 1,5 trilhão, quantidade equivalente ao total de reservas do Brasil hoje, avaliadas em 15,7 bilhões de barris. Ao dar preferência a empresas privadas estrangeiras, o governo deixa claro que com relação à Petrobras desconhece o sentido de empresa estratégica e símbolo da soberania nacional.
A pressa como que essa privatização foi efetuada chama a atenção, pois não houve diálogo com a sociedade e, tampouco, com o Congresso. Uma operação que rendeu de imediato R$ 15 bilhões aos cofres do governo, depósito prévio exigido do consórcio vencedor. Esse dinheiro alivia o caixa e ajuda no superávit primário de uma administração que necessita, desesperadamente, de recursos para fechar as contas. Desperta a atenção, ainda, a oposição declarada do ex-presidente e ex-diretor da Petrobras Sérgio Gabrielli, que esteve na estatal durante nove anos do governo Lula, cujo silêncio a respeito do assunto é estrondosamente eloquente.
*Pedro Simon é senador da República pelo PMDB/RS. O artigo foi reproduzido do Jornal do Brasil.

Hildegard Angel: “buscam justificar o injustificável, a entrega do nosso petróleo aos estrangeiros”


“Meu coração brasileiro sangra”, afirmou a jornalista Hildegard
Angel, expressando sua indignação com a realização do leilão do Campo de Libra. Em texto publicado no seu blog, na segunda-feira (21), ela condenou o aparato, “até bélico”, montado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para garantir o leilão “o que acompanho com profunda tristeza e imenso desapontamento”.
Hildegard avaliou que, com a confirmação do leilão, aquela segunda-feira poderia ficar conhecida como “o Dia do Luto Nacional”. “O dia em que nossa pátria entregará o Maior Campo de Petróleo da História do Mundo às mãos estrangeiras”, disse.
“E onde estão nossos artistas e poetas neste momento, que nada cantam, nada declamam, não derramam sua indignação e fúria sobre as folhas de papel?”, indagou.
A jornalista citou o engenheiro Fernando Siqueira, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), de quem recebera texto desmontando dúvidas sobre o leilão, “criadas mais no intuito de nos confundir, por aqueles que buscam justificar o injustificável: a entrega aos estrangeiros de um bem nosso, o maior campo de petróleo da História do Mundo, possibilidade de um bom futuro para a nossa juventude”.
Ela comentou que Siqueira relacionou as sete falácias mais repetidas pelos defensores do leilão, que ele repele e invalida “com argumentação sólida” de profundo conhecedor do tema. Hildegard registra do texto: “Muitos equívocos têm sido cometidos pelo que mudaram de lado e tentam justificar as suas novas posturas neoliberais com sofismas, manipulações ou falácias”.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Força síria localiza mísseis de fabricação israelense


O exército sírio localiza mísseis israelenses em mãos dos mercenários a soldo dos EUA. Além dos mísseis havia metralhadoras e munição de fabricação israelense.
As armas foram localidade no povoado de al-Tabeh nas proximidades da cidade sulista de Daraa.
Não é a primeira vez que isso acontece, no passado foram localizados armamentos e munição com inscrições em hebraico.
As buscas e escaramuças com os mercenários invasores se intensificou. Houve dura refrega em Alepo, entre um comando do exército sírio e mais de dez terroristas morreram.

Enquanto isso, na ONU, o representante sírio, embaixador Al Jafari, conclamou todos os países membros a elevarem as pressões contra Israel para que este regime assine o quanto antes do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, tornando o Oriente Médio uma região do globo livre de armas atômicas.

Concessionária que administra o Maracanã já deve R$ 174 mil em contas de água ao CEDAE


 
A concessionária responsável por administrar o estádio do Maracanã e todo complexo esportivo da arena nos próximos 35 anos, não paga as contas de água do estádio da final da Copa do Mundo a pelo menos três meses. Segundo a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) a Maracanã S/A deve R$ 174 mil aos cofres do Rio de Janeiro.
Como de costume nas privatizações, a Maracanã S/A também não tem arcado com todas as despesas para manutenção dos espaços sob seu controle. É a SEEL (Secretaria de Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro) que tem pagado as despesas para manter o sistema de ar condicionado do Maracanãzinho.
O Estado tem arcado com R$ 51 mil mensais para esse serviço, quebrando o compromisso assumido em contrato que também determina que as contas de água e luz de todo Complexo Esportivo do Maracanã é de sua responsabilidade e portando devem ser pagas pela Maracanã S/A.
São contas de julho, agosto e setembro que não foram pagas, segundo a Cedae. A última conta paga que consta nos registros da companhia de água e esgoto é referente à mediação de consumo de água de junho, quando o estádio ainda era administrado pelo estado, através da Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro), subordinada da Secretaria de Esporte e Lazer.
Somente as multas das contas em aberto, que já estão em nome do Complexo Maracanã Entretenimento S/A somam R$ 1,3 mil. Só para se ter idéia, a conta do mês de agosto é de R$ 60,7 mil. R$ 29,4 mil referente ao consumo de água e os outros R$ 29,4 mil pela coleta do esgoto. Completam a fatura uma multa de R$ 491 e outra de R$ 873, todas duas por atraso. A conta de julho é de R$ 62,9 mil e a de setembro, R$ 50,6 mil. Segundo a Maracanã S/A, a de outubro, que venceu semana passada no valor de R$ 47 mil já foi paga. Por conta dos atrasos em contas anteriores, a Cedae já poderia ter cortado o fornecimento de água do Maracanã.
A SEEL mantém desde 2010 um contrato com a empresa J. Parice Comércio de Ar Condicionado justamente, o contrato foi renovado no final de agosto, quase dois meses após a privatização do Maracanã, por mais um ano.
Pelo contrato, a SEEL tem de repassar R$ 619 mil à J. Parice. Com o pagamento realizado em 13 parcelas mensais. Onze delas serão de R$ 51 mil. A primeira é R$ 12 mil e a última será de R$ 39 mil, segundo informações do Diário Oficial do Estado.
Existe a possibilidade no contrato dele ser rescindido assim imediatamente após Maracanã S/A assumir o controle do ginásio. Isso, porém, já aconteceu em julho e o contrato segue em vigor.