quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O POVO VAI AS RUAS PARA DERROTAR O PARTIDO DE SILVÉRIO DOS REIS

Com Lula e Dilma para avançar mais ainda no desenvolvimento que o país necessita

A eleição presidencial do próximo domingo será a mais nítida de nossa História, aquela que mais inescapavelmente refletirá a fisionomia do país. Há alguns anos um dos patriarcas do país, Barbosa Lima Sobrinho, afirmou que no Brasil só havia dois partidos: o partido de Tiradentes e o partido de Silvério dos Reis. Pois jamais uma campanha eleitoral expôs esta verdade de forma tão cristalina – com uma grandeza que vai até além da consciência de alguns dos seus participantes.

Será possível um retrato mais acabado – em todos os sentidos - de um silvério do que a deprimente figura de Serra? Em nosso país, jamais um candidato a presidente mostrou tanta falta de escrúpulos, tanta falta de limites de qualquer espécie. Não houve um dentre os seus antecessores como candidato do partido dos silvérios que chegasse a tais extremos nesse submundo moral.

Nenhum desses antecessores apresentou-se como realizador de tanta coisa que não fez. Jamais um deles mentiu tanto ao falar de sua vida anterior – de espetaculares realizações que não existiram e de outras, reais, com as quais nada teve a ver. Nunca, qualquer deles, prometeu coisas tão colossais quanto alucinadas, sempre de acordo com o auditório da vez, ainda que uma fosse antagônica à outra, e que todas estivessem em contradição com tudo o que Serra praticou em recentíssimo passado. Foi como se achasse possível ganhar a eleição com promessas de suborno – e um suborno monstruoso, de tão impossível.

Naturalmente, cada um mede os outros pela medida que tem de si próprio. Mas também nem um dos seus predecessores ultrapassou tanto a porteira da infâmia, da substituição da luta política pela difamação, pela aleivosia, pelo insulto, pela calúnia. Nem mesmo o paraninfo de todos eles, Carlos Lacerda – até aqui um energúmeno muito difícil de ser mesmo imaginado pelas novas gerações.

O melancólico fim da campanha de Serra, que, com toda a sua mídia, reuniu alguns gatos pingados, boa parte pagos para comparecer, abandonado até pelos seus pares – por que a traição seria fiel à traição? - reflete o repúdio do povo brasileiro a todos os silvérios. Serra é pior do que seus antecessores porque é tudo o que restou deles – moral, ideológica e até fisicamente, pois nos é impossível acreditar que aquele facies amargo, de repelente inveja e ressentimento, não seja a fachada de uma alma.

O povo não teve condições de impedir as corruptas privatizações, os roubos à propriedade coletiva para entregá-la a monopólios sobretudo externos, as propinas milionárias, a destruição da cadeia produtiva nacional, a dragagem do Tesouro, a devastação dos serviços públicos, a terrível hemorragia que durante anos impuseram ao país, em suma, tudo aquilo de que Serra é o representante, e foi executor.

Não esqueceremos o sofrimento de milhões de crianças, mulheres, idosos, homens capazes subitamente desempregados, gente sem ter o que comer, sem ter onde morar, sem ter como viver. Os que perpetraram esses crimes ainda não pagaram por eles.

Mas o Brasil sempre existirá enquanto o povo brasileiro existir. O dia de hoje é apenas o dia que antecede o de amanhã. Stefan Zweig estava certo: nós somos o país do futuro. Mesmo nos piores momentos. Não foi assim com Tiradentes?

A eleição de Lula, em 2002, foi o início da nossa recuperação. Era necessário que o povo tomasse em suas próprias mãos o seu país – como disse Getúlio Vargas em 1930 – para outra vez tirá-lo do sombrio abismo onde os silvérios o haviam embrenhado.

A eleição de Dilma é o resultado desse período - inicial, mas por isso mesmo mais difícil - de recuperação do Brasil. Naturalmente, essa foi a obra do presidente Lula – inclusive a escolha da pessoa certa, a sua principal colaboradora, para candidata à sua sucessão.

A vitória de Dilma será, pela terceira vez nos últimos anos, a vitória do partido de Tiradentes, aquele alferes que doou a sua vida para afirmar que “se quisermos, faremos, juntos, deste país uma grande Nação”. Talvez não seja fortuita a coincidência da candidata que nasceu na terra de Joaquim José e fixou residência, após anos de luta e resistência nas câmaras de tortura, no Estado de Getúlio Vargas.

O fato é que o povo, muito corretamente, percebeu em Dilma, como antes percebera em Lula, a condensação das esperanças que nos movem desde o século XVIII – isto é, aquelas aspirações que fizeram e fazem de nós uma nação. Por isso, sua candidatura extrapolou, logo na partida, qualquer partido institucional, inclusive o PT - que em nada ficou diminuído, pelo contrário - para tornar-se a candidatura de toda a nação, isto é, precisamente, a nação de Tiradentes e Getúlio. Tentar reduzi-la a menos que o partido de Tiradentes seria, evidentemente, mera tacanhice que restringiria o seu terreno – e, assim, concederia esse terreno aos inimigos do país.

Devido a esse caráter amplo e profundo, nada – nem os recursos mais baixos do adversário, nem a cruzada mais despudorada da mídia reacionária e golpista - conseguiu deter o crescimento de Dilma.

Contra ela, esboroaram-se aquelas que são a principal e traiçoeira arma dos silvérios, as pesquisas eleitorais enganosas. Nas últimas, até o notório Ibope teve de convergir para os mesmos números que apontaram o Vox Populi e o Sensus: Dilma vence no primeiro turno, pelo menos com 55% dos votos válidos. O Datafolha, tão insensato quanto o seu dono, o perdulário Otavinho, estroina que dilapida a fortuna que o pai lhe deixou, ainda insiste no roubo – porém, mesmo essa repartição da “Folha de S. Paulo” começou a reajeitar seus números, devolvendo, no momento ainda pouca coisa, do que havia furtado nas preferências eleitorais de Dilma. A eleição se aproxima e o Otavinho quer fugir ao castigo.

A ascensão esplendorosa (o leitor vai nos permitir este altissonante adjetivo) de Dilma e a debacle fragorosa de Serra são os sinais mais recentes e retumbantes do novo período da História do Brasil iniciado por Lula. O povo viu em Dilma uma sucessora à altura. E tem razão. Vamos à eleição, que há ainda muita coisa para se fazer no Brasil.

CARLOS LOPES

MIDIA QUER BLINDAGEM PARA MENTIR E DIFAMAR

De repente, parece que aconteceu o milagre.



Toda aquela mídia que há 60 anos difama, calunia, injuria, em suma, mente, acoita ditaduras e faz campanhas contra qualquer um ou contra qualquer coisa progressista que surja no país, está protestando pela liberdade de imprensa, que, supostamente, estaria ameaçada – e isso no governo do presidente Lula, que pacientemente a suportou durante oito anos, apesar de todas as suas tentativas de golpe.

O presidente Lula falou algumas verdades. A saber (aqui está uma pequena contribuição para as futuras Obras Escolhidas do Presidente Lula):

“Dilma, nós não vamos derrotar apenas os tucanos, nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não têm coragem de dizer que são partido político e têm candidato. Eu estive lendo algumas revistas, sobretudo uma que eu não sei o nome dela, parece ‘Óia’. Ela destila ódio e mentira.

“Tem dia em que determinados setores da imprensa brasileira chegam a ser uma vergonha. De repente, o cabra que foi condenado por receptação e coação de testemunhas, só porque abre a boca para falar mal do governo e da Dilma, recebe as manchetes dos jornais.

“Eles não se conformam que o pobre não aceita mais o tal do formador de opinião pública. Que o pobre está conseguindo enxergar com seus olhos, pensar com a sua cabeça, pensar com a própria consciência, andar com as suas pernas e falar pelas suas próprias bocas, não precisa do tal do formador de opinião pública. Nós somos a opinião pública e nós mesmos nos formamos.

“Não são democratas, democrata é este governo que permite que lhe façam o que eles entenderem. Não sou eu quem vai censurar a imprensa. É o telespectador, o ouvinte e o leitor que vão escolher aquilo que presta e aquilo que não presta”.

Nada há em tudo o que reproduzimos que não seja verdade – e até foi dito de forma proporcionalmente moderada, se compararmos às mentiras que Lula estava rebatendo. Foi dito com justa indignação, mas sem ódio. E não há nada no que o presidente disse que não seja legítimo exercício do direito de crítica, isto é, exatamente, exercício do direito à liberdade de expressão.

Porém, essa mídia está revindicando o direito de ser incriticável, que criticá-la seja “atentado à liberdade de imprensa”. Em suma, esses democratas de latrina (desculpem as senhoras o termo chulo) estão propugnando, aos berros, a proibição das críticas a eles. Que possam fazer o que sempre fizeram – e ninguém possa reagir, nem ao menos responder, ainda que com meios quase infinitamente menos poderosos. Não é à toa que por pouco não enfiam na lei eleitoral um dispositivo proibindo portais e blogs da Internet durante a campanha – só não conseguiram porque o presidente Lula (sempre ele!) vetou esse artigo ao sancionar a lei 12.340/2009.

Nada disso é novo. O que é novo, talvez, é que hoje isso é cômico, mais do que ridículo. Não é, leitor, de morrer de rir, ver um mafioso fascistóide, um fracassado Berlusconi-mirim, como o Civita, achar que tem alguma chance de emplacar tal imbecilidade, quando ele, principal marketeiro do Serra, afundou o seu candidato (é verdade que com grande ajuda do próprio)?


O mais singular é que se há um governo do qual essa mídia não pode se queixar é do governo Lula – até sustentá-la, no momento em que ela está falida ou quase isso, com o maior naco de publicidade oficial, esse governo fez. Mas não adianta. Lula tem razão: eles não suportam ver no poder “um metalúrgico que não fala espanhol, não fala inglês, não fala francês e falava ‘menas laranja’...”. Muito menos suportam que esse metalúrgico seja bem sucedido como presidente da República. E não vão suportar uma mulher de personalidade continuar a obra do metalúrgico. Bem, nós diríamos que esse é um problema deles.

Por tentativa de golpe, o afável presidente Juscelino Kubitschek, modelo de tolerância citado até por essa mídia, baniu Lacerda da televisão e do rádio por alguns saudáveis anos – e ninguém reclamou, nem a UDN, pois ninguém queria aparecer como cúmplice de um golpista, isto é, do autor de um crime contra o país e o povo.

O presidente Lula tem se mostrado ainda mais tolerante do que Juscelino. Mas, naturalmente, não aceitou ser derrubado ou deixar que o país continuasse no abismo em que eles, Fernando Henrique, Serra e caterva o jogaram - ou reinstalá-los no poder nessas eleições.

Nisso consiste, precisamente, o problema deles: a falta de espaço na sociedade. Não porque algo ou alguém ameace a sua “liberdade”, inclusive a “liberdade” de mentir, mas porque eles não conseguem mais impor ao país e ao povo a sua ditadura, mesmo soltos para mentir, difamar e caluniar.

Naturalmente, na medida em que seu espaço diminui, ficam mais histéricos, mais sem limite, e, em alguns momentos, pelo desespero, algo perigosos - como acontece com ratos acuados num buraco cada vez menor. Mas isso não apaga o fato de que tudo isso são sinais reveladores de sua crescente impotência.

Que o enfadonho Serra (como diz o “The Independent”, jornal que é inglês, mas não é burro) e mais alguns carcomidos fiquem do lado dessa mídia contra o país e o povo, isso significa apenas que estão no lugar onde sempre estiveram : contra o Brasil e o povo brasileiro.

C.L.

domingo, 26 de setembro de 2010

OS JORNALISTAS TUCANOS

Quando, no futuro, for escrita a crônica das eleições de 2010, procurando entender o desfecho que hoje parece mais provável, um capítulo terá de ser dedicado ao papel que nelas tiveram os jornalistas tucanos.

Foram muitas as causas que concorreram para provocar o resultado destas eleições. Algumas são internas aos partidos oposicionistas, suas lideranças, seu estilo de fazer política. É bem possível que se saíssem melhor se tivessem se renovado, mudado de comportamento. Se tivessem permitido que novos quadros assumissem o lugar dos antigos.

Por motivos difíceis de entender, as oposições aceitaram que sua velha elite determinasse o caminho que seguiriam na sucessão de Lula. Ao fazê-lo, concordaram em continuar com a cara que tinham em 2002, mostrando-se ao País como algo que permanecera no mesmo lugar, enquanto tudo mudara. A sociedade era outra, a economia tinha ficado diferente, o mundo estava modificado. Lula e o PT haviam se transformado. Só o que se mantinha intocada era a oposição brasileira: as mesmas pessoas, o mesmo discurso, o mesmo ar perplexo de quem não entende por que não está no poder.

Em nenhum momento isso ficou tão claro quanto na opção de conceder a José Serra uma espécie de direito natural à candidatura presidencial (e todo o tempo do mundo para que confirmasse se a desejava). Depois, para que resolvesse quando começaria a fazer campanha. Não se discutiu o que era melhor para os partidos, seus militantes, as pessoas que concordam com eles na sociedade. Deram-lhe um cheque em branco e deixaram a decisão em suas mãos, tornando-a uma questão de foro íntimo: ser ou não ser (candidato)?

Mas, por mais que as oposições tivessem sido capazes de se renovar, por mais que houvessem conseguido se libertar de lideranças ultrapassadas, a principal causa do resultado que devemos ter é externa. Seu adversário se mostrou tão superior que lhes deu um passeio.

Olhando-a da perspectiva de hoje, a habilidade de Lula na montagem do quadro eleitoral de 2010 só pode ser admirada. Fez tudo certo de seu lado e conseguiu antecipar com competência o que seus oponentes fariam. Ele se parece com um personagem de histórias infantis: construiu uma armadilha e conduziu os ingênuos carneirinhos (que continuavam a se achar muito espertos) a cair nela.

Se tivesse feito, nos últimos anos, um governo apenas sofrível, sua destreza já seria suficiente para colocá-lo em vantagem. Com o respaldo de um governo quase unanimemente aprovado, com indicadores de performance muito superiores aos de seus antecessores, a chance de que fizesse sua sucessora sempre foi altíssima, ainda que as oposições viessem com o que tinham de melhor.

Entre os erros que elas cometeram e os acertos de Lula, muito se explica do que vamos ter em 3 de outubro. Mas há uma parte da explicação que merece destaque: o quanto os jornalistas tucanos contribuíram para que isso ocorresse.

Foram eles que mais estimularam a noção de que Serra era o verdadeiro nome das oposições para disputar com Dilma Rousseff. Não apenas os jornalistas profissionais, mas também os intelectuais que os jornais recrutam para dar mais “amplitude” às suas análises e cobertura.

Não há ninguém tão dependente da opinião do jornalista tucano quanto o político tucano. Parece que acorda de manhã ansioso para saber o que colunistas e comentaristas tucanos (ou que, simplesmente, não gostam de Lula e do governo) escreveram. Sabe-se lá o motivo, os tucanos da política acham que os tucanos da imprensa são ótimos analistas. São, provavelmente, os únicos que acham isso.

Enquanto os bons políticos tucanos (especialmente os mais jovens) viam com clareza o abismo se abrir à sua frente, essa turma empurrava as oposições ladeira abaixo. Do alto de sua incapacidade de entender o eleitor, ela supunha que Serra estava fadado à vitória.

Quem acompanhou a cobertura que a “grande imprensa” fez destas eleições viu, do fim de 2009 até agora, uma sucessão de análises erradas, hipóteses furadas, teses sem pé nem cabeça. Todas inventadas para justificar o “favoritismo” de Serra, que só existia no desejo de quem as elaborava.

Se não fossem tão ineptas, essas pessoas poderiam, talvez, ter impulsionado as oposições na direção de projetos menos equivocados. Se não fossem tão arrogantes, teriam, quem sabe, poupado seus amigos políticos do fracasso quase inevitável que os espera.

Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi. Também é colunista do Correio Braziliense.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SERRA PROMETE 13º DO BOLSA FAMÍLIA E DIZ QUE ESCREVEU PROGRAMA DE TANCREDO.

Ele chuta tudo, de acordo com o que lhe dá na telha, achando que vai impressionar o auditório

Depois de suas últimas declarações, sabemos porque Serra, quando ministro da Saúde, fez tanta carga para aprovar uma legislação “antimanicomial”. Não foi apenas para gastar menos com a saúde mental às custas dos pacientes. Havia também o risco dele acabar numa dessas instituições. Portanto, legislando em causa própria, achou melhor fechá-las o quanto antes...

Recentemente, fizemos um apanhado de suas promessas alucinadas e fantásticos traços neo-autobiográficos (HP, 17-21/09/2010). Há muito delirante por aí que não atinge tal proficiência. No entanto, em apenas uma semana, ele se superou.
O elemento prometeu agora o 13º do Bolsa Família - e descobriu que o Bolsa Família está vinculado ao salário mínimo (!?!?). Em suma, ele nem sabe o que é o Bolsa Família, que nunca esteve vinculado ao salário mínimo - nem é salário.
Falando para funcionários de hospitais “filantrópicos”, disse que “vai” gastar “R$ 15 bilhões na saúde, sendo R$ 3 bilhões em saneamento, pois ele tem sido perseguido” pelo governo Lula.

É crível que Serra não saiba que o orçamento da Saúde do governo Lula para este ano é R$ 62,4 bilhões (mais de cinco vezes o que ele diz que “vai” gastar) e as verbas para saneamento do PAC estão em R$ 41 bilhões (R$ 34 bilhões já com contrato assinado) - isto é, mais de 13 vezes o que ele prometeu?

Pois é, leitor. Ele não sabe e nem se interessa em saber. Vai chutando números, sejam altos ou baixos, de acordo com o que lhe dá na telha, achando que vai impressionar o auditório.

Ele também prometeu “500 mil vagas em cursos técnicos de enfermagem”. 500 mil só de enfermagem? É, leitor, cada doente vai ter direito a duas técnicas de enfermagem. Uma para tratar dele e a outra para ele olhar, pois isso é muito importante na terapêutica.

Como disse o presidente Lula, “eles dizem que vão expandir o Bolsa Família, mas passaram oito anos contra e agora dizem até que vão dar 13º salário para o Bolsa Família. O que é mais triste é que essa gente pensa que a gente é bobo”.

Como nós não somos bobos, o apoio a Serra está, cada vez mais, restrito àquilo que o deputado Brizola Neto chamou, com propriedade, de “direita manifesteira”. O leitor nos desculpe por não distinguir um manifesto do outro, mas a única coisa que nos chamou a atenção neles foi o nome da Rosamaria Murtinho, que nem sabíamos que ainda estava viva, mas pelo menos fez a “Maria Aparecida”, a empregada que se casa com o patrão, naquela novela, “A Moça que Veio de Longe”, da TV Excelsior, não nos lembramos se foi em 1962 ou 1963. O autor destas linhas tinha 10 anos nessa época – e já está caminhando para os 60 - e a Rosamaria já não era muito jovem.

Quanto à neo-biografia do Serra, o melhor foi a sua declaração de que fez o programa econômico do presidente Tancredo Neves. Qualquer pessoa que esteve em sua campanha sabe que só havia uma pessoa que Tancredo detestava mais do que Fernando Henrique: exatamente, José Serra. Tancredo achava, com toda razão, que eram dois aproveitadores, dois oportunistas, sem lealdade, só vendo na frente os seus mesquinhos interesses pessoais, querendo subir na política às custas dos outros.

Isso nunca foi segredo, pois Tancredo não fazia questão de esconder o que pensava quanto a esses dois pilantras.

Além disso, quem fez o programa econômico de Tancredo Neves foi Tancredo Neves. Essa tarefa ele não deixou e não deixava para ninguém - no que tinha inteira razão, pois ele tinha mais clareza sobre o assunto do que qualquer dos “conselheiros” que apareciam sem ser chamados.

Serra disse outra vez que o Bolsa-Família foi inventado por ele, no governo Fernando Henrique. Já abordamos o assunto há alguns meses (cf. HP, 21/05/2010, pág. 3). Mas já que ele insiste, não seja por isso.

O Bolsa Família nada tem a ver com os programas de Fernando Henrique, restritos e demagógicos, porque a ideologia dos tucanos era oposta. O Bolsa Alimentação, citado por Serra, “segundo sua diretora, Denise Coitinho, grande defensora de Serra, era um programa específico para gestantes, mães que amamentavam e crianças até seis anos, onde se previa uma ajuda durante seis meses, com direito à prorrogação por mais seis meses. Somente foi lançado no final de 2001 – portanto, durou pouco mais de um ano”.

Os programas de Fernando Henrique e Serra eram autênticos bolsa-esmola, isto é, aqueles programas “compensatórios” do Banco Mundial, inventados pelo neoliberal norte-americano Milton Friedman. Não é à toa que o Banco Mundial é contra e sempre foi contra o Bolsa-Família, mas era a favor dos programas serro-fernandistas.

Esses programas “compensatórios” são realmente uma esmola, depois da privatização geral, desde empresas estatais e o Tesouro até a Saúde, Educação, Previdência, etc., que deixa milhões desamparados na miséria. Depois de ser consultor da ditadura de Pinochet, Friedman propôs esse tipo de programa com a intenção de evitar que a massa de despossuídos se revoltasse e partisse para as vias de fato.

Já o Bolsa-Família, é um programa emergencial, enquanto a política de criação de empregos do governo não os cria em número suficiente para acabar com o desemprego e a miséria. Naturalmente, isso não basta: é preciso também que os salários tenham poder aquisitivo crescente. O governo Lula tem feito as duas coisas, mas apesar de 14 milhões de empregos criados (4 milhões a mais do que está no programa de Lula em 2002) e da valorização do salário mínimo em 53%, ainda há gente desempregada. Por isso, o Bolsa-Família ainda é necessário.

Mas ele não é uma eterna política “compensatória”, como eram os programas de FH-Serra. Por fim, o Bolsa-Família também ajuda a criar empregos, na medida em que expande o mercado interno, isto é, a capacidade do povo de comprar alguma coisa.

CARLOS LOPES

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FALTAM NOVE DIAS: LULA DEVOLVE A PETROBRÁS AOS BRASILEIROS

Nesta sexta-feira, o Presidente Lula vai a Bolsa de Valores de São Paulo; não para vender o patrimônio público, como fez o governo tucano nos anos 90, mas para coroar o êxito no maior lançamento de ações da história econômica mundial.

A capitalização da Petrobrás eleva a participação do Estado brasileiro no controle acionário da empresa e reverte o desmonte arquitetado pela gestão FHC destinado a fatiar e pulverizar o comando da 6º mais importante empresa de eenergia do planeta e a mais estratégica do Brasil. O sucesso assegurado da capitalização viabiliza a soberania brasileira na exploração das jazidas do pré-sal, reconhecidas como a mais importante descoberta de petróleo dos últimos 30 anos. As forças e interesses reunidos em torno da coalizão demotucano mais de uma vez manifestaram sua preferencia por entregar a guarda desses recursos à 'eficiencia dos livres mercados', leia-se, às petroleiras internacionais. Na votação dos marcos regulatórios que asseguram o controle nacional sobre prováveis 50 bilhões de barris de petróleo armazenados no fundo do oceano, o sendaor Álvaro Dias (PSDB-PR), cogitado como vice de Serra, foi categórico: 'Resistiremos o máximo'. O Presidenciável não deixou por menos. Serra insistiu até o último minuto no adiamento dessa decisão e sinalizou que poderia revertê-la , se vitorioso nas urnas. Acima de tudo , porém, o que o ex-governador de SP mais temia era o simbolismo histórico explosivo, intrinsecamente desfavorável a sua candidatura, condensado na cerimonia protagonizada por Lula nesta sexta-feira que, a nove dias das eleições, contrapõe, objetivamente, dois projetos de país.

(Carta Maior, 24-09)

VICE DE SERRA CHAMA PRONASCI DE "BOLSA BANDIDO"

Para Índio da Costa, Programa Nacional de Segurança com Cidadania significa "dar dinheiro para pessoas infratoras". O vice de Serra não está sozinho na tentativa de desqualificação de programas do governo Lula. Recentemente, a esposa do candidato do PSDB, Mônica Serra, chamou o Bolsa Família de “bolsa vagabundagem”. Enquanto isso, em seus programas de rádio e televisão, Serra promete manter os atuais programas do governo federal. As declarações de seu vice e de sua esposa lançam uma nuvem de suspeita sobre tais afirmações.

O candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), Índio da Costa (DEM), chamou o Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) de “Bolsa Bandido”. A declaração foi feita durante um debate na rádio Catedral, do Rio de Janeiro, em novembro de 2009 (conforme mostra o vídeo abaixo). Índio da Costa estava debatendo segurança pública com o educador popular e professor universitário Robson Leite. Segundo o vice de Serra, o Pronasci “dá dinheiro para pessoas infratoras”.

Até 2011, o Pronasci deve investir cerca de R$ 6.107 bilhões na construção de novas UPPs (Unidades de Policiamento Pacificadoras), programa que vem apresentando bons resultados no Rio de Janeiro. “A idéia de conservadores como o vice de Serra”, criticou Robson Leite, “colocarão em risco o atendimento a 425 mil jovens entre 15 e 29 anos, o apoio a 63 mil reservistas, a militância de 5.300 Mulheres da Paz, a formação de 225 mil policiais, bombeiros e outros profissionais de segurança, além do financiamento para habitação de 41 mil policiais de baixa renda”. É isso o que Índio da Costa chama de “Bolsa Bandido”.

Índio da Costa não está sozinho na tentativa de desqualificação de programas do governo Lula. Recentemente, a esposa do candidato do PSDB, Mônica Serra, chamou o Bolsa Família de “bolsa vagabundagem”. Enquanto isso, em seus programas de rádio e televisão, Serra promete manter os atuais programas do governo federal. As declarações de seu vice e de sua esposa lançam uma nuvem de suspeita sobre tais afirmações.

Marco Aurélio Weissheimer


Vice de Serra chama Pronasci de "Bolsa Bandido"

TENTEM SALVAR O TUCANO SERRA

POR QUE A GRANDE MÍDIA E A OPOSIÇÃO RESOLVERAM JOGAR SUJO

A grande mídia e a oposição não compreenderam que o país entrou em um novo período histórico e, desta forma, correm o risco de ficarem falando sozinhas por um bom tempo. As pessoas não estão votando em personalidades, como supunham os próceres da campanha Serra.

 Estão votando no futuro - no seu futuro e no futuro do país. A disputa eleitoral de 2010 não ficará marcada pelo “confronto de biografias”, como imaginavam os tucanos e seus aliados no início da campanha. Derrotados em seus próprios conceitos; perplexos diante de uma ampla maioria que lhes vira as costas, só lhes resta o golpe, que não tem força pra dar. O artigo é de Vinicius Wu.

Vinicius Wu

Revisitemos as declarações de Serra e de diversos articulistas da grande mídia simpáticos à sua candidatura ao longo de 2009 e início deste ano. Sem esforço, perceberemos que sua estratégia eleitoral baseava-se na tese do “contraste de biografias”. Inebriado por sua vaidade, Serra alimentou a certeza de que a comparação de sua trajetória política com a de Dilma seria a senha para a vitória. Ocorre que o povo brasileiro rejeitou a fulanização do debate. Optou por contrastar os projetos de Brasil disponíveis e sepultou as pretensões tucanas nestas eleições.

Mas o drama da oposição não termina aí. Afinal, estamos diante de um processo ainda mais complexo, que está na origem da impotência política da oposição hoje. Diante do atual cenário, tiveram de optar entre a resignação diante da derrota e o surto golpista que assistimos nos últimos dias. Compreender os motivos que desencadearam este processo é o que buscaremos nas próximas linhas.

Crise do neoliberalismo e mudança do léxico político brasileiro

As eleições de 2010 encerram a profunda alteração do léxico político brasileiro em curso desde o embate eleitoral de 2002. A crise do paradigma neoliberal possibilitou uma mudança radical dos termos e dos conceitos através dos quais se organiza a luta política no país.

Se nas eleições de 1994 e 1998 o debate eleitoral orbitava em torno do tema da “estabilidade”, desde 2002 vivemos um profundo deslocamento do debate em direção aos temas do desenvolvimento, da inclusão social e distribuição de renda. Ou seja, a disputa política passou a se desenvolver a partir de temas estranhos ao receituário neoliberal. Esta foi a grande derrota política do bloco conservador proporcionada pela vitória de Lula em 2002.

Portanto, o debate político nacional nos últimos anos passou por uma verdadeira metamorfose que desencadeou: 1. Uma mudança de problemática: da manutenção da estabilidade econômica e do ajuste fiscal para a busca do desenvolvimento e da justiça social; 2. uma alteração da lógica argumentativa: a defesa das privatizações e do enxugamento do Estado cedeu lugar ao combate às desigualdades e ampliação do alcance das políticas públicas e; 3. uma mudança de conceitos: crescimento econômico, papel indutor do Estado, distribuição de renda, cidadania etc. passam a integrar, progressivamente, o discurso de todas as correntes políticas do país.

Este é o grande legado político da “Era Lula” e diante do qual as respostas da direita brasileira foram absolutamente insuficientes até aqui.

O novo protagonismo dos pobres

Paralelamente ao processo supramencionado, foi sendo desenvolvida uma nova consciência das camadas populares no país, que identificaram em Lula a expressão viva de seu novo protagonismo. O operário do ABC paulista alçado à condição de Presidente mais popular da história da República é a síntese perfeita da nova condição política dos “de baixo”.

Ao afirmar recentemente que “nós” somos a opinião pública, o Presidente Lula não está cedendo a nenhuma tentação autoritária, como desejam alguns mal intencionados articulistas da grande mídia. O que está em jogo é o fim da tutela dos “formadores de opinião” sobre a formação da opinião nacional. Este é o motivo do desespero crescente da mídia monopolista do centro-sul do país.

Há uma revolução democrática em curso no Brasil e ela altera profundamente a forma como os pobres se relacionam com a política. O país vivencia uma inédita e profunda reestruturação de seu sistema de classes. As implicações deste processo para o futuro da nação ainda não são mensuráveis.

A grande mídia e a oposição não compreenderam que o país entrou em um novo período histórico e, desta forma, correm o risco de ficarem falando sozinhas por um bom tempo.

As pessoas não estão votando em personalidades, como supunham os próceres da campanha Serra. Estão votando no futuro - no seu futuro e no futuro do país.

A disputa eleitoral de 2010 não ficará marcada pelo “confronto de biografias”. Esta é a eleição da aposta no “Devir-Brasil” no mundo, como sugere Giuseppe Cocco. O país recompôs a esperança em seu futuro e deseja ser grande. Os brasileiros querem continuar mudando e, principalmente, melhorando suas vidas.

E o eleitor brasileiro não está “inebriado pelo consumo” como afirmou, revoltado, um dos mais preconceituosos articulistas da grande mídia. Os seres humanos fazem planos, sonham, imaginam uma vida melhor para si e para seus filhos. As pessoas estão sim - e é absolutamente legitimo que o façam - votando com a cabeça no seu próximo emprego; no seu próximo carro ou eletrodoméstico; no seu próximo empreendimento; na faculdade dos seus filhos; em seus filhos... É uma opção consciente. Não querem retroagir, preferem a continuidade da mudança conduzida por Lula, por mais que esperneiem os articulistas sempre bem pagos da grande mídia.

A “Conservação” da mudança

Talvez, nem o próprio Presidente Lula tenha se dado conta de uma outra - e também decisiva - derrota imposta ao bloco conservador. Trata-se da apropriação e ressignificação de um dos conceitos mais caros ao neoliberalismo.

Lula tomou para si a primazia da estabilidade. A defesa da estabilidade (quem diria?!) passa ser tarefa da esquerda brasileira. Mas não a estabilidade neoliberal, e sim uma nova estabilidade; a da continuidade da mudança.

O slogan da campanha Dilma não poderia ter sido mais adequado: “Para o Brasil seguir mudando”. Esta é a perfeita síntese da opinião popular no atual período; continuar mudando para que permaneçam abertas – e se ampliem – as possibilidades de mobilidade social, de emancipação e prosperidade econômica. A mensagem é simples e foi acolhida pela maioria do povo brasileiro: “conservar” a mudança e não retroagir.

A “venezuelização” do comportamento da grande mídia

Derrotados em seus próprios conceitos; perplexos diante de uma ampla maioria que lhes vira as costas (só 4% da população rejeitam Lula); impotentes diante de uma nova realidade, que se impõe diante de seus olhos, só lhes resta o golpe, que não tem força pra dar.

E se não podem “restaurar a democracia” à força, resta-lhes, então, trabalhar para que a disputa política no próximo período se dê em outros termos. Como imaginam que estarão livres da força de Lula a partir de Janeiro de 2011, iniciam uma virulenta campanha de difamação, deslegitimação e questionamento da autoridade daquela que deverá ser a primeira Presidenta do país.

Desejam fazer do Brasil uma nova Venezuela, onde posições irreconciliáveis travam uma luta sem tréguas, instaurando um clima de instabilidade e insegurança generalizado. Querem que oposição e governo não dialoguem. Preferem a radicalização ao entendimento. Concluíram que esta é a única maneira de derrotar as forças populares no futuro. Precisam retirar de nossas mãos o primado da estabilidade. Querem, de fato, venezuelizar o Brasil.

Mal se deram conta de que quase ninguém sairá vencedor em Outubro confrontando-se com Lula. Em todas as regiões do país, candidatos oposicionistas bem sucedidos resolveram absorver Lula e o sucesso de seu governo. Raros serão os candidatos oposicionistas que vencerão com discurso de oposição.

A “venezuelização” que pretendem esbarrará na força política que se assenta na emergência de um novo Brasil, que estamos a construir, e na fé de nosso povo em um futuro diferente daquele que imaginaram as oligarquias deste país.

Twitter: @vinicius_wu / Blog: www.leituraglobal.com

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Divulgação dos dados de emprego de julho de 2010 - CAGED

LULA: A OIÁ(MIDIA COLONIZADA SUBDESENVOLVIDA) DESTILA ÓDIO E MENTIA

Em discurso bem humorado no comício da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, no último sábado (18) em Campinas, o presidente Lula disse que a vitória nas eleições de 3 de outubro não será apenas sobre os candidatos e partidos da oposição.

Será também sobre a imprensa golpista. Lula disse que alguns órgãos de imprensa “pensam que são democratas”. “A democracia que eles não suportam é dizer que a economia vai crescer mais de 7% neste ano”, denunciou.

Ao falar dos ataques à candidatura de Dilma Rousseff, Lula brincou dizendo que procuraria se conter. “Eu preciso ser um homem contido porque sou presidente da República e pelo fato de ser presidente eu preciso medir minhas palavras para que os nossos adversários não inventem coisas a meu respeito”, disse. “A Dilma pediu para me conter, o presidente do partido pediu pra me conter, mas não vou me conter”, acrescentou, seguido por gritos de “fala” do público. E aí ele prosseguiu: “Não percam o bom humor porque outra vez, Dilma, nós não vamos derrotar apenas os nossos adversários tucanos”.

“Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não têm coragem de dizer que são partido político, que têm candidato e não têm coragem de dizer que têm candidato, que não são democratas e pensam que são”.

Para o presidente, “determinados setores da imprensa chegam a ser uma vergonha”. O presidente ironizou a revista “Veja”, a qual chamou de “Óia”. “Eu fico vendo algumas revistas que vão sair na semana, sobretudo uma que não sei o nome dela, parece ‘óia’, nordestino falaria ‘ói’ . Ela destila ódio e mentira”, afirmou o presidente.

Dirigindo-se aos jornalistas, ele pediu que eles decidam de que lado estão na política, pois são eleitores. “O dono dos jornais tem lado. O dono da revista tem lado, o dono da televisão tem lado, só jornalista que acha ‘eu sou neutro’”. “Não existe ninguém neutro”, disse ele. “Não sou eu que vou censurá-los [a mídia], é o telespectador, é o ouvinte, é o leitor que medirá o que é mentira e o que é verdade”, disse.

Lula ainda chamou os tucanos de arrogantes. “Você sabe que tucano come até o próprio filhote, eles são danados. Ninguém tem o bico daquele tamanho para nada. Não há colher que encha aquele bico de comida, então tem que ser um pessoal falador, prometedor. O pessoal está prometendo até aumentar o salário mínimo”, disse Lula, em referência à demagogia de Serra de elevar o mínimo a R$ 600.

Ao final, disse que criará um “bolsa família” para tucanos. “Eles não vão passar fome [...] quando perderem o governo de São Paulo”, brincou. Lula disse que seu governo é “democrata” porque permite que a imprensa “bata” nele. “O que irrita a eles é que os pobres não aceitam mais o tal formador de opinião. A opinião pública somos nós”, completou.

No dia anterior, em Juiz de Fora (MG), Lula também denunciou as manobras da mídia serrista
HP

MIDIA GOLPISTA QUER RESTAURAR O ESQUEMA DE CORRUPÇÃO TUCANO

E los escarcéu FAZ Cima dos parentes de Erenice ...

A nova campanha da mídia contra Dilma Rousseff está destinada a expor, mais ainda, o caráter dessa mídia – e de seu candidato, incapaz de ganhar a eleição, e de aceitar a derrota com algum decoro.

Há certas coisas que só servem para criar problemas. A ex-ministra Erenice Guerra, ao não manter longe do governo os seus parentes, estava incubando alguns desses problemas. É verdade que, como negociantes (ou, se o leitor quiser, lobistas), esses parentes eram um fracasso. Não traficavam influência porque não tinham influência, portanto não havia o que traficar. Mas se meteram com uns escroques que só por milagre não lhes levaram até as cuecas. O tal Quícoli saiu de um prontuário policial: ladrão fuleiro, receptador de carga, falsificador de dinheiro, recém egresso da cadeia, se o sujeito conseguiu enganar a empresa e o filho de Erenice foi porque, como se dizia, nessa história só tem malandro-agulha.

Esse vagabundo é a fonte da “Folha de S. Paulo”, o que bem revela a estatura moral do Otavinho. A outra fonte, da “Veja”, é um ressentido que se entrega aos inimigos do governo porque foi demitido – aliás, justamente – da diretoria dos Correios, tio de um pateta que era sócio do filho de Erenice.

Como não se achou até agora um centavo que esses moleques – ou o resto da parentada – tenham conseguido amealhar, a “Veja”, baseada nesse tio, já passou para outra história de cabo de esquadra. A de uma propina de R$ 200 mil, num envelope de papel pardo, que apareceu dentro da gaveta do sobrinho, na Casa Civil. Apareceu? Diz a “Veja” que apareceu – e seria propina pela compra do medicamento Tamiflu, compra que não passou pela Casa Civil, nem podia passar. A compra foi uma decisão do ministro da Saúde – sobre o qual esse assessor não tinha nenhuma influência, aliás, nem há notícia de que o conhecesse.

Além de ser um tráfico de influência sem influência, mas com geração espontânea de dinheiro, o escritor pernambucano Urariano Mota fez um cálculo interessante: “Vamos supor que os 200 mil reais estivessem reunidos em cédulas de maior valor, todas portanto de 100 reais. Então haveria 2.000 cédulas de 100. O Banco Central informa que uma cédula de 100 tem as dimensões de 140 x 65 milímetros. Por sua vez, um bom envelope pardo tem as dimensões de 240 x 340 milímetros. Agora tentem enfiar 2.000 cédulas de 100 nesse envelope. Seria como, numa abstração máxima, enfiar algo próximo a 223 folhas de papel A4 nesse envelope. Ou, se as notinhas de 100 estiverem bem arrumadas, sem dobrar nem uma, o equivalente a 333 folhas de papel A4. Em um caso ou outro, não dá. O pobre do envelope pardo se rasga. Notem que estamos supondo que as cédulas de 100 tenham a mesma espessura de uma folha de papel ofício. Na verdade, a relação grama por milímetro quadrado da cédula é maior. A não ser que, para esse escândalo, a Casa da Moeda tenha rodado cédulas de 300 reais muito mais leves e finíssimas. Nesse caso, o envelope aguentaria. Mas aí, para a história ser real, a moeda é falsa”.

Os parentes da Erenice só fizeram arrumar alguma coisa para essa mídia fazer um charivari às vésperas da eleição. Não vão conseguir aboletar seu candidato no Planalto, mas reconheçamos que, no esforço de desmontar o maior esquema de corrupção já visto na história do país – aquele de Serra, Fernando Henrique e caterva – algumas vezes o atual governo não conseguiu selecionar rigorosamente as pessoas para certos cargos. É que, realmente, a tarefa era maior do que a lavagem das estrebarias de Áugias. Seria preciso ter um Hércules em cada cargo de confiança para fazer a limpeza e não deixar alguma pequena contaminação para uma segunda rodada.

No governo FH, o escroque Daniel Dantas, hoje condenado a 10 anos de cadeia, se apropriou das estatais de telefonia fixa de 9 Estados e do Distrito Federal, mais a Telemig Celular, mais a Amazônia Celular, mais um terminal de 400km no porto de Santos, mais o Metrô do Rio, e deve estar faltando muita coisa nessa lista. O Quícoli não teve protetores no ministério, no BNDES e muito menos na Presidência. Dançou na primeira armação. Mas Dantas foi acoitado pela Presidência, ministérios, BNDES, pela copa e cozinha de Fernando Henrique e outros recessos que os tucanos povoavam.

O sr. Gregório Marin Preciado, ex-sócio de Serra – casado com uma prima deste - conseguiu que a Previ sustentasse a Iberdrola para que essa empresa estrangeira tomasse as estatais de eletricidade da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Dono de um edifício onde Serra e sua filha tinham uma empresa, Preciado obteve empréstimos no Banco do Brasil, não pagou, e sua dívida, R$ 73 milhões, foi perdoada. Qual o poder de Preciado no governo Fernando Henrique, além de ser aparentado com Serra?

Tanto nas negociatas de Daniel Dantas, quanto nas de Preciado, aparece o então diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, caixa de campanha de Serra desde 1990.

No início de 2001, o senador Antonio Carlos Magalhães revelou que recebera informações de que, na privatização da Telemar, houve uma propina de R$ 90 milhões, arrecadada por Ricardo Sérgio – que havia articulado a Previ, fundo de pensão do BB, para sustentar o grupo Jereissati contra Daniel Dantas, que era apoiado pelo então ministro Mendonça de Barros. Nas gravações do grampo do BNDES, Mendonça pede a Ricardo Sérgio que sustente Daniel Dantas, obtendo por resposta, em tom jocoso, “estamos no limite da irresponsabilidade”. O grupo Jereissati venceu na privatização da Telemar – Ricardo Sérgio havia passado a perna no colega tucano. Resta saber quem respaldava Ricardo Sérgio.

O governo Fernando Henrique abafou a denúncia de ACM – ao invés, começou uma campanha contra este, que, até então, apoiara o governo.

Porém, em 2002, um ex-ministro (o mesmo Mendonça de Barros) e um ministro (Paulo Renato), hoje serristas de carteirinha, revelaram que Ricardo Sérgio cobrara propina de Benjamin Steinbruch pela privatização da Vale do Rio Doce. “Não me lembro se eram 15 milhões de dólares ou de reais. Mas naquele tempo não fazia diferença, por causa da cotação, que era próxima”, disse Mendonça de Barros sobre a conversa com Steinbruch, que este jamais desmentiu. Mendonça declarou que falara a Fernando Henrique sobre o assunto, e que este lhe disse para não se envolver.

Na privatização da maior mineradora do mundo, de valor incalculável, por suas imensas reservas, Ricardo Sérgio jogara os fundos de pensão para sustentar Steinbruch contra Antonio Ermírio, que estava associado à Anglo-American - mas, depois de vencido o páreo, o cavalo refugou na hora de pagar a propina. Mas isso não era a história inteira. Vários executivos envolvidos nas negociações declararam então à revista Época (edição nº 208, de 13/05/2002) que, na maior parte, a propina tinha sido paga. Segundo a revista, “Steinbruch estava convencido de que Ricardo Sérgio falava em nome do PSDB. ‘Ao descobrir que o dinheiro era embolsado por Ricardo Sérgio e seus amigos, decidiu que não pagaria nem mais um tostão’, diz esse executivo”.

Quem eram esses “amigos” de Ricardo Sérgio? Por que Fernando Henrique disse a Mendonça que não se envolvesse no assunto?

Mas assim foram vendidas 88 estatais. E nós abordamos quase que tão só uma parte das atividades de Ricardo Sérgio, faltando os prédios que ele adquiriu a preço vil da Petros e da Previ e a lavagem de dinheiro que operou em bordéis fiscais do Caribe.

E não falamos das atividades da filha de Serra, acumpliciada com a irmã de Daniel Dantas, nem do prédio do TRT-SP e a conexão Eduardo Jorge/juiz Lalau, do caso Cacciola, dos rombos da Sudam e da Sudene ou dos invisíveis computadores da Microsoft, comprados com dinheiro do Fust.

Perto disso, leitor, as estrebarias de Áugias são um banheiro de botequim. Mesmo assim, o principal, a sujeira pesada, o governo atual limpou. O resto é pouco e mais fácil.

CARLOS LOPES

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"O QUE MAIS ME PREOCUPA, NÃO É OS GRITO DOS VIOLENTOS,NEM DOS CORRUPTOS, NEM DOS DESONESTOS, NEM DOS SEM-CARÁTER, NEM OS DOS SEM-ÉTICA. O QUE MAIS ME PREOCUPA É O SILÊNCIO DOS BONS"

SERRA/FHC UM MENTIROSO JUNTO COM SUA MIDIA COLONIZADA SUBDESENVOLVIDA TUCANA, SEM ESCRUPULO.

DILMA: AGORA O BRASIL TEM CRÉDITO DE LONGO PRAZO.

Em entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, a candidata à presidência Dilma Rousseff defendeu o papel do Estado como indutor do desenvolvimento em parceria com a iniciativa privada.

Destacando o papel do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ela lembrou que o Brasil superou a fase da falta de crédito de longo prazo para financiamento de grandes obras de infraestrutura.

“Nós acreditamos na força da iniciativa privada no Brasil. Só não achamos que o Estado, por isso, não tem de estar presente, dando as condições para o investimento. Hoje, nós temos crédito de longo prazo graças ao BNDES”, afirmou, explicando que, antes do governo Lula, os empréstimos com prazo maior eram de cinco anos, o que impedia investimentos em hidrelétricas, gasodutos e refinarias de petróleo.

Segundo Dilma, o Brasil desfruta hoje de condições para avançar também nos investimentos sociais. Ela alertou que o presidente Lula assumiu o governo com dificuldades nas contas públicas, inflação a 12% ao ano, uma alta dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e uma taxa de crescimento da economia baixa.

A mudança, disse Dilma, foi consolidada no segundo mandato do governo Lula, ou seja, a partir de 2006. “Foi quando a gente conquista todas as condições para colocar o investimento na ordem o dia e gerar emprego.”

Além das obras de saneamento que já começaram com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), serão construídas 6 mil creches, 2 milhões de moradias populares e 500 UPAs (Unidades de Pronto-atendimento) no seu governo. “Eu acho que uma das coisas mais graves é fato de a gente não ter investido em saneamento. Os gastos com saneamento nos períodos passados eram pífios e nós elevamos este investimento em três vezes”, ressaltou.

Casa Civil

Na entrevista, Dilma voltou a defender rigorosa apuração das acusações de suposto tráfico de influência na Casa Civil que envolvem a ex-ministra Erenice Guerra. A candidata advertiu, no entanto, que não há provas de “atos inidôneos”.

“Eu até hoje nunca vi nenhuma prova e nenhuma ação inidônea da ex-ministra. Isso não significa que não tenham que ser apuradas. Eu posso dizer com absoluta franqueza. Eu nunca aceitei nem nomeação de parente ou por critérios de amizade. Mas eu quero que se apure o nível de responsabilidade da ex-ministra Erenice neste caso”, concluiu

Principais trechos da entrevista de Dilma ao Bom Dia Brasil

Programa de TV - Noite - 02/09

PROMOTOR PEDE QUE SERRA SEJA OUVIDO PELA POLÍCIA FEDERAL

O Ministério Público de São Paulo pediu hoje à Justiça Eleitoral a instauração de inquérito pela Polícia Federal para que o candidato José Serra seja ouvido sobre as acusações feitas contra a campanha de Dilma Rousseff de envolvimento com a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. O objetivo do pedido é que Serra apresente provas de suas acusações.

A ação movida pelo PT pelos crimes de calúnia e injúria foi motivada por declarações do candidato do PSDB, que tenta atribuir responsabilidade à campanha de Dilma Rousseff pela violação de sigilos fiscais.

Segundo as declarações reproduzidas pelos veículos de comunicação, Serra afirmou sem qualquer provas que Dilma e o PT “atentaram contra a democracia” e praticaram “jogo sujo”, “espionagem” e “chantagem”.

Na ação, a campanha de Dilma Rousseff argumenta que a ação contra Serra tem como objetivo “assegurar a lisura na campanha eleitoral e prevenir comportamentos semelhantes, que maculem a transparência do pleito eleitoral e submetam o eleitor a informações inverídicas, distorcidas, turbando sua liberdade de escolha e o exercício da democracia”.