sexta-feira, 30 de abril de 2010

FIRJAN ABRAÇA PROJETO DO DEPUTADO OLNEY BOTELHO(PDT/RJ) PARA PANIFICAÇÃO

A Panificação está entre os maiores segmentos industriais do país e vem registrando contínuo crescimento de faturamento, de vendas físicas e de abertura de novos empregos.

São mais de 60 mil micro e pequenas empresas (96,3% das padarias brasileiras), e atendem em média 40 milhões de clientes por dia (21,5% da população nacional). O setor gera 700 mil empregos diretos e 1,5 milhão indiretos. Sua participação na indústria de produtos alimentares é de 36,2%.

O Rio de Janeiro é o segundo estado em concentração de padarias no país com mais de 7.400, ficando atrás somente de São Paulo (12.764).

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (ABIP) em 2009, o segmento registrou crescimento de 14%. Ao decorrer do ano, a indústria da panificação será responsável pela abertura de 10 mil novos empregos, com o que o segmento responderá por mais de 760 mil postos de trabalho. Dos pães consumidos no Brasil 86% correspondem aos pães artesanais (sendo 58% pão francês) e 14% são os pães industrializados.

Os empresários, muitas vezes, no intuito de realizarem melhorias no estabelecimento e nas condições de trabalho, começam a desencadear ações isoladas sem verificar as causas para os problemas.

Para alcançar o sucesso é necessário reconhecer e administrar esses problemas, aceitar e acompanhar as mudanças do meio. Desenvolver nossas instituições e empresas de tal maneira que elas sejam capazes de transformar a ameaça da mudança em oportunidades de crescimento.

E esse é o foco do projeto apresentado pelo Deputado Olney Botelho (PDT/RJ) à FIRJAN.

O projeto “Panificação em Ação” identificará os problemas do setor para desenvolver soluções através de seminários itinerantes em todo o Estado do Rio de Janeiro. Os seminários serão organizados pelo IPC e contará com o apoio de todos os sindicatos e associações de panificação e confeitaria do estado.

“O setor de panificação é forte, mas precisa de idéias para encontrar novos caminhos. E a vida me ensinou que sozinho ninguém faz nada por isso criei um projeto que une. A ALERJ criou a Frente Parlamentar de Apoio a Panificação pensando nisso: buscar soluções em conjunto e não temos dúvida que os empresários, os trabalhadores e principalmente o estado do Rio de Janeiro comemorarão uma indústria muito mais competitiva e bem sucedida”, comemora o Deputado Olney.

http://www.olney.com.br/index.php?item=noticias&tipo=

SERRA VAI AO TSE CONTRA A REVISTA TIME, COMO FOI CONTRA O SENSUS

Era uma vez uma imprensa brasileira que venerava tudo o que a revista TIME publicava.

A velha mídia, no que se transformou a imprensa brasileira, extirpou qualquer senso de ética que tinha depois de 2003.

Naquele ano, Luiz Inácio Lula da Silva chegava ao poder. Desde então, ela virou um partido politico, a oposição que a oposição política não consegue ser.

Lula chega ao final de seus dois mandatos com um Brasil dividido assim: de cada dez brasileiros, dois detestam o presidente e oito o admiram. A velha mídia escreve apenas para esses 2%.

Para fazer o jornalismo sujo e mal ajambrado, a imprensa não precisa de bons profissionais.

Ela precisa de gente engajada ideologicamente e/ou pessoas que consideram o Lula um “apedeuta”.

Só que a imprensa não pode tudo. A opinião pública está a léguas de distância das redações. Não se pode mais controlar a informação, muito menos manipulá-la.

É por isso que dias como hoje, em que Lula aparece na revista TIME como um dos maiores líderes mundiais, fazem o PIG (partido da imprensa golpista) ficar atônita. Pior que bêbado na rua à procura de uma cachaça na calçada.

Logo a TIME que tanto copiávamos?

Logo a TIME que inspirou a revista VEJA a fazer uma capa igualzinha de encomenda para o José Serra? Faça-me o favor.

Que diferença faz se Lula é O (cara) mais influente ou está entre os 25 mais, hein, senhor
http://www.conversaafiada.com.br/pig/2010/04/30/o-serra-vai-ao-tse-contra-a-time-como-foi-contra-a-sensus/

quinta-feira, 29 de abril de 2010

DESNUCLEARIZAÇÃO: O JOGO TOLO DE OBAMA E SARKOZI

Em 12 de Abril, Obama reuniu líderes dos 47 países a Washington para uma cúpula sobre segurança nuclear.

Nesta ocasião, ele claramente abandonado seu desaparecimento discurso de armas nucleares, para o deleite de Sarkozy.
Nós temos armas nucleares suficientes para destruir o planeta, muitas vezes, temos de considerar medidas radicais.

É com este espírito de que o presidente Barack Obama convocou uma reunião de 12 de abril em Washington, os líderes dos 47 países para uma conferência sobre segurança nuclear. Ele se apresentou como um pacificador, em desacordo com a política pró-guerra de George Bush. Mas a realidade é diferente.

Durante sua campanha presidencial, Obama propôs a levar a um "mundo sem armas nucleares" e falou de zerar os arsenais dos Estados Unidos. Ele estava ganhando assim os críticos da administração Bush, que se recusou a considerar ir abaixo de 1.200 ogivas. "Abaixo desse limiar, ele incentiva outros países, incluindo o Irã ea China, tentando corresponder nós", disse Stephen Hadley, conselheiro de segurança nacional de Bush, pouco antes de tomar posse Obama.

Hoje, Obama diz que não vai ver um mundo livre de armas nucleares em sua vida. Então, poucos dias antes da conferência, ele estava negociando com a Rússia para reduzir arsenais nucleares dos dois países (dois deles com 90% das armas nucleares do mundo). Ao assinar, 08 de abril, o tratado Start, que prevê "limite" em 1550 o número de ogivas nucleares operacionais, Obama alinha os seus críticos conservadores.

Com o seu compromisso de destruir as armas nucleares, mantendo sua posição militar dominante, Obama usou a conferência como um fórum para impedir que outros países a desenvolver armas nucleares.

Ele tentou negociar com a China para incentivá-los a se unir contra o Irã, suspeito de desenvolver urânio enriquecido. Mas as regras estabelecidas pelos Estados Unidos para seus inimigos não são as mesmas que se aplicam a seus amigos.

Assim, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, desprezou a conferência e enviado o seu substituto em seu lugar: ele temia que os países como o Egipto ea Turquia, tentando pressionar Israel a abrir o acesso às suas instalações inspectores nucleares internacionais

Especialistas estimam que Israel pode certamente prender 100 a 200 ogivas nucleares sofisticadas, mas que o estado nunca admitiu oficialmente a ter armas, e ele não assinou a Não-Proliferação Nuclear.

Estes são os mesmos "crimes" que o Irã se comprometeu, mas Israel, que está ameaçado de qualquer sanção.
Desde o primeiro dia, Sarkozy disse que sua recusa a reduzir o arsenal nuclear da França (que inclui cerca de 300 ogivas nucleares), e criticou o discurso sonhando passado de um mundo livre de armas nucleares de Obama: "Todos sonho com ele neste mundo ", mas é um mundo" virtual. Exceto para o Irã.

Ele retomou a sua conta em matéria de Bush retórica guerreira, afirmando pronto para anular as decisões da ONU se não houver maioria no Conselho de Segurança: "Se formos bem sucedidos, como melhor. Se nós não [...] então será necessário que os Estados Unidos, Europa e outros, nós tomamos as nossas responsabilidades. "

Fundamentalmente, esta conferência foi uma tentativa cínica de reafirmar os Estados Unidos como policial do mundo e eficaz oportunidade para as potências mundiais para pôr pressão sobre os Estados que não estão sob seu controle. As rivalidades inter-imperialistas entre as grandes potências continuam a tornar o mundo mais perigoso.

Vanina Giudicelli

quarta-feira, 28 de abril de 2010

NOS EUA, MARINA REFERENDA OS ATAQUES AMERICANOS AO IRÃ

Após transitar pela embaixada dos Estados Unidos, a senadora Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência da República, foi apresentar sua plataforma nos EUA.

Em show de comemoração ao Dia da Terra, no National Mall, em Washington, ela foi apresentada como “a heroína da floresta”.

O público aplaudiu a candidata, mesmo sem saber quem era e sem entender nada do que ela dizia, uma vez que o tradutor engasgou várias vezes e não traduziu a maioria dos trechos do discurso de cinco minutos.

Apesar disso, falou de poluentes, desmatamento, “parceria ética” entre Brasil e Estados Unidos para uma platéia que estava mais preocupada em tirar fotografias com artistas fantasiados de personagens do filme Avatar.

“Estamos diante de um momento histórico - o povo americano já fez coisas boas em muitos momentos, em favor de humanos, e agora é hora de assumir esse mesmo compromisso em relação à trajetória do planeta”, disse.

Também criticou a expansão do programa do etanol brasileiro e a ação do governo para construir a usina de Belo Monte.

Em Washington, Marina Silva criticou a política do governo Lula de se opor às sanções pretendidas pelos EUA contra o Irã.

“O Irã tem desrespeitado direitos humanos, ali tem presos políticos, pessoas são executadas”, disse a pré-candidata do PV,

que não se manifestou sobre as torturas norte-americanas em Guantánamo, muito menos ao morticínio praticado pelos EUA no Iraque e Afeganistão.

Para completar, também criticou a postura do governo Lula de não se submeter à campanha norte-americana contra Cuba.
HP

LULA: "SE NECESSÁRIO FAREMOS BELO MONTE SÓ COM ESTATAIS"

Para o presidente, os que são contra a usina integram a “indústria do apagão”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu na segunda-feira (26), em seu programa semanal de rádio “Café com Presidente” às críticas do candidato tucano, José Serra, à construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Para o presidente, os “contra” são os mesmos que vivem “torcendo por um outro apagão no país”.

Ele informou que a usina será a terceira maior hidrelétrica do mundo. “Sempre vão ter aqueles que não querem que a gente faça, porque esperam que haja uma desgraça no país para eles poderem encontrar um culpado”, denunciou Lula. “Foram cinco anos de estudo para obter a licença prévia. Agora, finalmente a obra vai sair”, garantiu o presidente.

Lula explicou que a tentativa da oposição de impedir a realização desta obra está associado ao que ele chamou de uma “indústria do apagão”. “Nós temos aí uma indústria do apagão, pessoas que não querem que a gente construa a energia necessária porque torcem para que tenha um novo apagão. Isso para poder justificar o apagão de 2001”, salientou. “O apagão de 2001 foi incompetência e nós não vamos ter atos de incompetência”, frisou.

José Serra já tinha falado na semana passada, em debate com empresários em Minas Gerais, que as decisões do governo sobre a obra estavam andando muito rápido. No programa Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes, na segunda-feira, ele voltou a defender a interrupção da hidrelétrica. “Tem que discutir mais.

Tem que fazer mais audiências públicas, não pode substituir a persuasão pela autoridade”, alegou o candidato tucano. Lembrado por Luiz Datena, apresentador do programa, de que a Usina de Belo Monte é um projeto que tem 30 anos e que não pode demorar mais, Serra, que integrava o governo FHC durante o apagão, em 2001, mudou de assunto e passou a fazer outras críticas.

 Agora o problema, segundo ele, passou a ser “a presença do Estado no projeto”.

Serra reclamou da presença das subsidiárias da Eletrobrás no projeto de Belo Monte. “Falou-se em capital privado e a gente está vendo agora que é o governo”, disse Serra.

“Vejo com restrição este procedimento”, acrescentou. Para o tucano, que só não conseguiu privatizar a Cesp (empresa energética paulista) porque o governo federal impediu a renovação das concessões das barragens, quem tem que ficar com Belo Monte são os grupos privados; de preferência estrangeiros, como foi o caso da Eletropaulo, que, privatizada pelo PSDB, foi arrematada pela norte-americana AES.

As queixas tucanas sobre a presença de estatais em Belo Monte surgiram porque o presidente Lula não cedeu às chantagens dos conglomerados privados que ameaçaram sair e inviabilizar o projeto porque queriam aumentar o preço do megawatt/hora. Ele declarou na quinta-feira (22) que, se precisar, constrói a usina “só com estatais”. E pode mesmo fazer isso, afinal, quem vai financiar 80% da obra é o BNDES. “No leilão entrou quem quis e sai quem quer depois”, disse o presidente. “Não tem nenhum cadeado fechando a porta. Tem várias portas. A única coisa que eu digo é o seguinte: nós, enquanto Estado brasileiro, enquanto empresa pública, faremos sozinho o que for necessário fazer”, ressaltou.

A determinação de Lula foi decisiva para garantir o leilão e viabilizar o início das obras em setembro. As empresas que fizeram pressões tiveram que recuar. “Nós tínhamos fixado um preço por megawatt/hora, mínimo, de R$ 83,00. As empresas que ganharam ofereceram praticamente R$ 78,00 o megawatt/hora.

É importante a gente fazer uma comparação para o povo saber o que nós estamos falando: a usina Belo Monte, ela vai custar R$ 78,00 o megawatt/hora; uma usina eólica custa R$ 150,00 o megawatt/hora; e uma usina a gás, mais ou menos R$ 200,00 o megawatt/hora”. “Portanto, a energia hídrica ainda é a mais barata”, concluiu.

O presidente rebateu também a manipulação de certa mídia a respeito do próprio leilão. “Tivemos que derrotar tantas quantas liminares entraram na Justiça. Agora, o argumento dos contra é dizer que o preço foi barato. Eu achei fantástico.

Nós fazemos leilão para quê? Para que a melhor oferta ganhe, e a melhor oferta é o preço de energia para o consumidor ganhar. De repente, a menor oferta ganha e as pessoas começam a dizer ‘mas foi oferecido por empresas pequenas, as grandes caíram fora’. Caíram fora porque quiseram. Disputa é disputa”, afirmou.

Sobre os que insistiram na construção de usinas termelétricas, que, além de mais caras, são muito mais poluentes, o presidente disse que “são pessoas insanas”. “Nós temos um potencial hídrico de praticamente 260 mil megawatts.

Se o Brasil deixar de produzir isso para começar a utilizar termelétrica a óleo diesel será um movimento insano contra toda a luta que nós estamos fazendo no mundo pela questão climática”, completou.
HP


SERRA É UM PERIGO PARA O PAÍS, AFIRMOU CIRO GOMES

O deputado federal e pré-candidato a presidente pelo PSB, Ciro Gomes (CE),

afirmou em entrevista à Rede TV, exibida na madrugada da segunda-feira (26), que o candidato do PSDB, José Serra, “é uma personalidade autoritária e tenebrosa”.

“Com o poder na mão, me parece um perigo para o país”, alertou. “Só quem não chora no Brasil é o Serra, que tem olho de cobra e não se emociona com nada”, acrescentou o deputado.

Ciro decidiu fazer essas considerações sobre o candidato tucano depois de ter dito que ele tem mais experiência política que a candidata do PT, Dilma Rousseff.

Diante da manipulação de suas palavras pela mídia serrista, Ciro Gomes negou que vá apoiá-lo no pleito e que tenha dado entrevista ao portal IG. O portal divulgou que o deputado previra a derrota de Dilma. “Eu não dei nenhuma entrevista para o portal IG”, disse.



Em outra reportagem, no SBT, Ciro Gomes afirmou também que aguardará a decisão do PSB sobre a sua candidatura à Presidência da República.

Disse que está “esperneando até o último dia”, mas que acatará a decisão que for tomada pela maioria do partido. O PSB deve decidir sobre o assunto nesta terça-feira. “Se eu não for candidato a presidente da República, eu vou me aquietar”, informou.

Na sexta-feira (23), o presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, declarou que “Ciro não está fora do páreo ainda”. Ciro disse ainda que “se eu for candidato e não tiver a ventura de ter a preferência do povo, de ganhar a eleição, como eu pretendo, eu vou apoiar Dilma que é minha vizinha. Todo mundo sabe que eu não vou apoiar o Serra”.

Ciro Gomes criticou a atuação de setores do PT, que, segundo ele, tiveram uma postura desrespeitosa para com sua decisão de se candidatar. Ele disse que o PT fez pressões para que seu partido não apoiasse a sua candidatura. O deputado fez também críticas ao PMDB. “O PMDB como partido não tem problema. O PMDB tem tantas virtudes e defeitos como qualquer outro. O problema é a hegemonia”, avaliou. Ciro critica a aliança do PT com o deputado Michel Temer, provável candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff.
HP

SELIC E REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA

Nas atuais condições de pressão e temperatura, a probabilidade de uma crise cambial atingir o Brasil em 2011 ou 2012 é muitíssimo remota,

mesmo com um déficit em conta corrente entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões em 2010 (3% do PIB). Sobre o que não há dúvida é que a probabilidade de sustentarmos tal nível de déficit no prazo mais longo é também infinitamente pequena. Isso, certamente, exigirá mudanças nas políticas monetária (caminharmos para uma taxa de juro real parecida com a internacional), fiscal (mudança na qualidade do dispêndio do governo) e a continuidade e aperfeiçoamento da política de câmbio flutuante.

A situação é hoje relativamente confortável. Por um lado, estamos enfrentando algumas mudanças de preços relativos devido a choques de oferta e, por outro, uma demanda vigorosa estimulada pelo aumento do emprego, do salário real e pela ampliação do crédito. Há forte estímulo ao investimento privado gerado pelo "espírito animal" dos empresários, que vêm recuperando rapidamente sua taxa de retorno e acreditam na persistência de uma robusta taxa de crescimento do PIB em torno de 5% na próxima década. Não há sinais concretos de sério estresse de oferta interna incapaz de atender ao aumento da demanda. As importações estão abertas e poderão, eventualmente, ser facilitadas por uma redução de tarifas. Não parece, portanto, haver razão para o "terrorismo" inflacionário que emerge das "científicas" análises da intermediação financeira. Quem seguramente está aquecida, é ela!

A discussão sobre o aumento da Selic tem sido mistificada. Não existem duas escolas apoiadas em abrangentes modelos teóricos não rejeitados pela realidade: os virtuosos "ortodoxos" ou os classificados pejorativamente de "desenvolvimentistas". Não há economista que defenda que um pouco mais de inflação significa a possibilidade de um pouco mais de crescimento. Mesmo a ideia de "inflação oportunística", que continua em voga em algumas áreas, é filigrana retórica. É mais do que duvidoso que, conscientemente, o poder incumbente estimule um "surto inflacionário". Este pode, sim, ser produzido por excesso de gastos. Ele teria, entretanto, de ser financiado pelo mercado (o Banco Central está impedido de fazê-lo) aumentando os juros, elevando as despesas do governo e reduzindo o crédito ao consumo, além de cortar o salário real. Quando isso acontece, o fenômeno pode ser econometricamente "descoberto", mas não prova a intencionalidade do poder incumbente. No máximo, expõe o seu erro, que tem consequência eleitoral duvidosa.

Ninguém discute as virtudes de uma política de metas inflacionárias conduzida com cuidado por um banco central operacionalmente autônomo e que estabeleceu sua credibilidade. A volta sistemática da taxa de inflação realizada, para a "meta" (no Brasil, nos últimos cinco anos, a "meta" foi de 4,5% ao ano e a inflação média verificada de 4,7%), tem enorme importância para o equilíbrio social: as negociações salariais são menos conflituosas, porque a "meta" é crível. O mesmo ocorre com o equilíbrio econômico: os preços relativos refletem melhor a escassez dos fatores, o que aumenta a produtividade do sistema em geral. Como não existe almoço grátis, ninguém discute, também, que essas virtudes têm um custo social e econômico. Quanto mais "conservador" for o Banco Central, maior será esse custo.

Há, certamente, um aumento da expectativa inflacionária divulgada pelo boletim Focus, do Banco Central. Este parece "ouvir" apenas o setor financeiro e ter dificuldades com o setor real da economia, o que se prova com sua insistência em utilizar, para o setor industrial, indicadores "jurássicos", como mostrou recente trabalho do departamento econômico da Fiesp. O aumento da expectativa inflacionária (medida pela "expectativa" do setor financeiro) é parte do contrato com o Banco Central. Ele tem que fazer uma manobra com a Selic. A discussão é: qual deve ser o tamanho dessa manobra?

Hoje, a nossa taxa de juro real é a maior do mundo. No último levantamento da "Bloomberg" em 14 países emergentes, apenas um, o Brasil, registrou taxa real superior a 3% ao ano. Com a Selic a 8,75% ao ano e uma "expectativa" de inflação de 5,5%, a taxa de juros real do Brasil seria de 3%, ainda a maior do mundo! O que ninguém explica, a não ser os "sofisticadíssimos modelos macroeconométricos" do Banco Central (que são iguais à salsicha de Bismark: põem fora o que antes se pôs lá dentro) é por que o Brasil precisa da teratológica taxa de juro real de 6% a 8% para manter sua estabilidade monetária. Todas as explicações "ad hoc", nacionais e estrangeiras, são de uma pobreza franciscana e não podem ser aceitas nem com muita tolerância. O limite inferior do juro real é um erro institucional: a taxa de juro real da caderneta de poupança, 6%, ao contrário da estabelecida no passado para o FGTS, 3%.

É isso que alimenta a ideia que devemos levar a Selic para 12% ou 13% em dezembro de 2010 (taxa de juro real entre 6% e 7% e "expectativa" de inflação entre 5% e 6%). Nos últimos 12 meses, tivemos uma taxa de juro real da ordem de 4% (alta pelos padrões internacionais) e indutora da valorização do real, que prejudicou as exportações industriais. Para conservá-la com uma expectativa de inflação de 6%, bastaria uma Selic da ordem de 10%! O que se pretende com uma taxa Selic de 12,5% não é a estabilidade, mas uma redistribuição de renda a favor do setor financeiro!

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Artigo publicado no jornal Valor.