sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Privataria Tucana - Paulo Henrique Amorim


"NÃO ADIANTA FALAR GROSSO COM LUPI E FALAR FININHO COM DANIEL DANTAS"

2011: UM ANO INFERNAL PARA O DEM

 

Por Altamiro Borges

2011 foi um ano desastroso para a oposição de direita no Brasil. Derrotada pela terceira vez seguida nas eleições presidenciais, ela não conseguiu se recuperar do trauma. Sevada historicamente no patrimonialismo e no fisiologismo, ela sofreu deserções e crises internas. Sem programa e sem rumo, ela hoje depende basicamente da mídia direitista para sobreviver em estado vegetativo.
O caso mais emblemático é o do DEM – ex-Arena durante a ditadura militar, ex-PDS no período da redemocratização e ex-PFL nos áureos tempos do tsunami neoliberal. A decadência da legenda ultraconservadora é acelerada. Em 1998, o PFL/DEM elegeu 105 deputados federais; no ano passado, foram apenas 43. Em 2000, ele elegeu 1.026 prefeitos; em 2008, foram somente 495.

O teste derradeiro de 2012
Quantos prefeitos o DEM elegerá em 2012? Muitos apostam que a queda será ainda mais violenta, principalmente após a saída de vários caciques conservadores, que rumaram para o PSD de Gilberto Kassab. Há quem afirme que o partido não resistirá ao teste das eleições municipais do próximo ano. Muitos abandonarão o navio à deriva e a sigla fechará as suas portas!

A própria Folha serrista reconhece que a situação da legenda é delicada: “Nos últimos dois anos, o DEM perdeu suas duas maiores estrelas: José Roberto Arruda caiu do governo do Distrito Federal acusado de corrupção e o prefeito Gilberto Kassab abandonou a sigla para criar o próprio partido. Ao sair, ele arrastou consigo um de cada cinco deputados federais da oposição”.

Demos rumam para o inferno

O Estadão confirma o péssimo diagnóstico em reportagem desta terça-feira (27). “Apenas em 2011, o DEM perdeu 17 deputados federais de um total de 43, um senador de um total de seis, e um governador de um total de dois, além de prefeitos, vereadores e deputados estaduais, a maioria para o PSD”. A piada que circula é que os demos caminham para o inferno, se o diabo deixar!

Diante deste cenário calamitoso, os demos apostam todas as fichas nas eleições do próximo ano. Uma aposta de vida ou morte! O partido ainda possui alguns oligarcas locais e certo tempo para propaganda partidária na rádio e televisão. Mas estes trunfos não aliviam a barra. Alguns caciques cotados para disputar prefeituras, como ACM Neto em Salvador, já vacilam. Temem o vexame!

Extinção, fusão ou nova sigla?

“Ficaram no DEM os que têm compromisso. E as próximas eleições nos dirão se isso ainda rende votos no Brasil”, filosofa Agripino Maio, presidente nacional da sigla. Mas ele mesmo sabe que a situação é difícil. No seu próprio estado, no Rio Grande do Norte, o senador assiste desesperado o calvário da única governadora que restou no DEM, Rosalba Ciarlini, que despenca nas pesquisas.

Para Raquel Ulhôa, do jornal Valor, “se o desempenho da legenda em 2012 for pífio, há quem aposte na extinção. A tendência, dizem, é que parte dos integrantes do DEM iria para o PSDB e outra, para o PMDB”. Há também que acredite na criação de uma nova sigla, com uma roupagem mais de direita, ou na fusão com o PSDB e o PPS, outros dois partidos em grave crise. A conferir!
 
http://altamiroborges.blogspot.com

2011: O ANO DAS BICADAS NO PSDB

 

Por Altamiro Borges

Duas entrevistas recentes confirmam que 2011 foi um péssimo ano para o PSDB, o partido dos neoliberais tupiniquins. Apesar dos 43,7 milhões de votos obtidos por José Serra na eleição presidencial e da conquista de seis governos estaduais, a sigla atravessa uma grave crise interna, talvez a maior da sua história. As bicadas tucanas são cada vez mais sangrentas e o partido está à deriva!


FHC confessa a perda de rumo

Nesta semana, o governador do Paraná, Beto Richa, escancarou os problemas: “O melhor é o PSDB parar com essa bobagem de briga, de grupos disputando... O partido encolheu na última eleição. Se não tiverem juízo, a coisa tende a se agravar. Ou existe uma união, um desprendimento de todas as partes pensando no fortalecimento do partido, ou a situação tende a piorar”.

Dias antes, no início de dezembro, o chefão dos tucanos, o ex-presidente FHC, foi ainda mais sorumbático numa sabatina do UOL e da Folha: “Passou a ser um pouco repetitivo dizer que o PSDB não tem saída, que perdeu o rumo, e é verdade até certo ponto”. Para ele, o partido, que já sonhou deter a hegemonia no país por várias décadas, está sem programa, sem identidade própria.

Expressão do neoliberalismo

O PSDB surgiu no Brasil como expressão da avalanche mundial do neoliberalismo, do chamado “Consenso de Washington”, nos anos 1990. FHC foi eleito e reeleito no primeiro turno e aplicou o programa de desmonte do estado, da nação e do trabalho. Mas, aos poucos, as ilusões neoliberais foram se dissipando com o aumento do desemprego, a quebradeira da produção, a privataria.

A vitória de Lula em 2002 marcou o início da reversão da hegemonia neoliberal, com todas suas limitações. No ano passado, com a terceira derrota consecutiva num pleito presidencial, a crise dos tucanos se agravou. Fora do núcleo de poder, o oportunismo e o fisiologismo ficaram mais patentes. Um rápido apanhado evidencia as enormes dificuldades do PSDB no ano que termina.

Brigas internas e “arenização”
Logo no início do ano, uma das jovens promessas de uma legenda cada vez mais envelhecida, Gabriel Chalita, abandonou o ninho. Criticou a linha oposicionista dos tucanos e a total ausência de democracia interna. Culpou o presidenciável José Serra pela saída. “Senti que não havia mais espaço no PSDB para continuar o trabalho que eu estava desenvolvendo. Me senti perseguido por ele”.

Pouco depois, em março, a sigla sofreu forte baque no seu principal reduto, em São Paulo. Seis vereadores da capital deixaram o partido, criticando o maior rival de Serra, o governador Geraldo Alckmin, que perseguiria os antigos serristas. Num documento bastante duro, eles condenaram a “arenização do PSDB” e a guerra fratricida no interior da legenda:

A fuga para o PSD de Kassab
“Mais do que destruir a sua concepção original, o partido agora adota caminhos que antes abominava e considerava nocivos ao país. Perde a credibilidade como defensor da democracia – já que nem sequer consegue praticá-la dentro de casa – e do debate político, visto que sugere resolver divergências de seus parlamentares ‘a peixeiradas’”.

A fundação do PSD do prefeito Gilberto Kassab, um fiel aliado de Serra, foi a válvula de escape para vários tucanos descontentes. Sete deputados federais trocaram de ninho. A crise interna se exacerbou, sendo verbalizada inclusive por intelectuais orgânicos do PSDB e por vários articulistas da mídia, ex-entusiastas da “massa cheirosa tucana”.

Intelectuais se afastam e criticam
Em maio, Luiz Carlos Bresser-Pereira, um dos fundadores da sigla e intelectual de renome, deu adeus ao PSDB. Num texto incisivo, ele alegou que a sigla abandonou o seu projeto original, social-democrata, rumo à direita. “Nesses últimos dez anos, eu mudei, e o partido que ajudei a criar, o PSDB, também mudou. A mudança foi tão grande que chegou a hora de dizer adeus a esse partido”.

Na mesma época, outro intelectual influente nas hostes tucanas, Leôncio Martins Rodrigues, afirmou à Folha que “o PSDB corre o risco de virar uma legenda maldita”. Desgostoso, ele reclamou das intermináveis disputas internas. “Nunca houve uma crise assim tão forte... O PSDB está sem uma mensagem e não tem liderança. Ou melhor, tem liderança demais”.

Mídia lamenta “demolição do PSDB”

Prova maior da decepção entre a intelectualidade foi dada na semana passada por Marco Antônio Villa, o tucaninho travestido de historiador. Num texto jururu no Estadão, intitulado “Um ano para se esquecido”, ele decretou: “O partido inexiste como partido, no sentido moderno. O PSDB é um agrupamento, quase um ajuntamento. Não se sabe o que pensa sobre absolutamente nada”.

A crise é tão violenta que chegou até a mídia declaradamente tucana. Ela lamenta o desastre e faz apelos à unidade da direita. O Estadão, que declarou apoio aberto a Serra, chegou a publicar editorial criticando “a demolição do PSDB”, responsabilizando o governador Geraldo Alckmin pela destruição do “enfermiço partido no seu berço e reduto mais consolidado” – São Paulo.

Os “zumbis da oposição”
“As fraturas no PSDB paulista ocorrem na pior hora e no pior lugar. Elas são um entrave para o soerguimento do partido, em sua dimensão nacional... Os erros de Alckmin não só o enfraquecem no plano regional, como sufocam as aspirações tucanas na esfera nacional. Assim os brasileiros não terão uma alternativa viável ao projeto de poder do PT”, lamenta a oligárquica famiglia Civita.

Outros jornais também dedicaram editoriais e artigos para chorar a decadência tucana. Um dos mais curiosos foi o texto sobre os “zumbis da oposição”, de Fernando de Barros e Silva. “É notável a vocação dos tucanos para destruir o próprio legado (a começar do que fizeram com FHC). Transmitem sucessivamente a idéia de que não há nada mais importante que suas brigas internas”.

Quem sobrará no ninho neoliberal?
“De maneira ainda mais determinada do que Serra havia feito com o seu grupo, Alckmin está dando aval ao estrangulamento do serrismo no partido. O ressentimento da turma de Pinda está em marcha... Emparedado por Aécio Neves no país e agora por Alckmin em São Paulo, Serra, de certa forma, já é um zumbi no PSDB”, lamentou o colunista anti-lulista da Folha.

E todo este tiroteio ocorreu antes da publicação, em 9 de dezembro, do livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro. A obra desmascara as privatizações e falcatruas do partido e instiga ainda mais as divergências internas. Será que alguém sobreviverá às sangrentas bicadas tucanas? A conferir!

VENEZUELA E OS NOVOS DESAFIOS

 

Por Beto Almeida

A semana que antecedeu o Natal em Caracas, permitiu observar aspectos importantes da cena política e social venezuelana, bem como compreender a dimensão dos desafios que a Revolução Bolivariana tem pela frente para seguir aprofundando um conjunto de medidas de sentido socialista.

Pois foi no período natalino, quando mais se pronuncia - e em grande parte em vão - a palavra solidariedade, que a Revolução Bolivariana se destaca por renovar a ajuda que, há oito anos, é destinada a comunidades pobres dos EUA, por intermédio da empresa estatal Citgo, subsidiária da PDVSA, a Petrobrás venezuelana. A cada inverno no hemisfério norte, que costuma ser rigoroso e causar mortes entre as famílias mais pobres, o governo Chávez doa um estoque de combustíveis para milhares cidadãos carentes de várias cidades dos EUA usarem em seu aquecimento doméstico.
Vale lembrar: recentemente as verbas oficiais utilizadas na compra destes insumos para proteção do frio foram cortadas pela insensibilidade do presidente Barack Obama. Isto, no mesmo ano em que os EUA multiplicaram seu orçamento bélico e quando sustentou, em conjunto com os endividados países da OTAN, 203 dias ininterruptos de demolidor bombardeio a Líbia. O que explica a nova alcunha do mandatário: Barack Obomba...Curioso foi notar que esta notícia foi publicada no jornal “El Nacional”, como a insinuar que seria absurdo Chávez preocupar-se com os pobres dos EUA. Registre-se: a tiragem deste jornal já alcançou 400 mil exemplares diários quando Chávez foi eleito, e agora, depois de 12 anos de editorialismo anti-chavista, e muito anti-jornalismo, a tiragem reduziu-se a 40 mil exemplares.

O reconhecimento da Cepal

Por falar em solidariedade prá valer, o período natalino coincidiu com a divulgação de Relatório da Cepal, intitulado “Panorama Social da América Latina 2011”, no qual se revela que, dentro de um quadro geral de redução da pobreza na região, é a Venezuela o país que registra a melhor distribuição de recursos orçamentários. Segundo a Cepal, no período compreendido entre 1990 e 2010 a taxa de pobreza na América Latina foi reduzida em 10 pontos percentuais, enquanto que na Venezuela, a redução da pobreza alcançou a cifra de 20 pontos percentuais considerando o período de 2002 a 2010.

Dados oficiais indicam ainda que a partir do início da Revolução Bolivariana até hoje, a Venezuela teve quase duplicada a sua taxa de investimento social, passando de 36 por cento em 1999, para 62 por cento na atualidade. Isto inclui vastos investimentos em educação que permitiram ao país ser reconhecido, pela UNESCO, como Território Livre do Analfabetismo. E também em saúde, pois hoje, a Venezuela já registra 90 por cento de abastecimento de água potável, sendo considerado, pela ONU, o país que melhor cumpre os Objetivos para Desenvolvimento do Milênio (ODM), na América Latina.

Petróleo e solidariedade
Todos estes e outros programas sociais tiveram sustentação fundamental na enorme renda petroleira da PDVSA. Razão pela qual o Presidente Hugo Chávez já polemiza com os vários pré-candidatos conservadores para a eleição de outubro de 2012, pois pretendem ver a empresa estatal dedicada apenas à compra e venda de petróleo e seus derivados, abandonando a missão social-transformadora que lhe foi assegurada pela Revolução Bolivariana.

“A eleição de 2012 será entre Chávez e os ianques”, disse o presidente bolivariano, acusando os direitistas de serem “apenas a voz da burguesia nacional e estrangeira”. Ao analisar o discurso do campo conservador, pode-se perceber realmente a intenção de fazer a Venezuela retroceder à era da “Maldição do Petróleo”, expressão utilizada para caracterizar países que, por sua riqueza petroleira, são condenados à cobiça imperial e a esmagar seu próprio povo em torturantes misérias sociais.

Enfrentar a pobreza extrema

Ainda não se sabe qual será o candidato da oposição para disputar com Hugo Chávez. Sabe-se apenas que todos os que se apresentam hoje são favoráveis ao retorno a uma relação de dependência ante aos EUA, e à anulação dos programas de industrialização, bem como dos programas sociais, considerados apenas assistencialismo, no que são apoiados por parte de uma intelectualidade desorientada.

Tal como o conservadorismo brasileiro, a oposição a Chávez percebe os efeitos largamente estruturantes que os programas sociais, lá batizados de Missão, carregam. Conduzem a uma relação mais direta com o estado, elevando o grau de cidadania, propiciando que populações historicamente marginalizadas de tudo, dos serviços públicos, da cultura, do consumo necessário e também da participação política, sintam-se reconhecidos.

A Missão Amor Maior, destina-se a apoiar aos homens maiores de 65 anos e mulheres de 60 anos que vivem em famílias com renda inferior a um salário mínimo. Após cadastrados, passam a receber uma renda mínima, mesmo que jamais tenham recolhido qualquer contribuição ao estado antes. No caso de cidadãos estrangeiros, poderão ser atendidos, desde que comprovem moradia na Venezuela por no mínimo 10 anos. Vale lembrar que a Venezuela, com quase 30 milhões de habitantes, possui pelo menos 4 milhões de colombianos refugiados da guerra entre as Farc e o Exército e paramilitares. Mas os colombianos também recebem documentação, têm acesso igualitário aos serviços de saúde (são atendidos também por médicos cubanos), às creches e às políticas sociais como os Mercals, mercados itinerantes organizados pelo estado, com preços 30 por cento em média mais baixos que no comércio normal.

Sabe-se que até mesmo as elites conservadoras, disfarçadas, já fazem compras nos Mercals, um reconhecimento involuntário de sua eficiência, muito embora mantenham a crítica aos programas de Chávez. A conduta desta elite não surpreende pelo venenoso egoísmo e insensibilidade: quando noticiou-se a enfermidade de Chávez um manto de silencio e tristeza abateu-se sobre a população de Caracas. Minutos depois, apenas nos bairros ricos, ouviu-se foguetório e comemoração, o que indica a baixa estatura moral desta gente para pretender governar um país com a digna história e a potencialidade da Venezuela.

Planificar, planificar, planificar

Em reunião do gabinete de governo, televisionada ao vivo pelo Canal 8, Chávez insistia na necessidade uma planificação superior, mais ordenada, capaz de descobrir e atender as necessidades da população mais carente. Por isso, por meio de um programa chamado Missão Vivenda (Moradia), o estado está buscando saldar o déficit habitacional venezuelano, um país conhecido por imensas favelas narradas nas canções rebeldes de Ali Primera, sem água tratada, sem eletricidade, barracos construídos em locais inadequados. Como no Brasil.

Mas, a planificação estimulada por Chávez visa não apenas atender às famílias cadastradas na Missão Vivenda, que prioriza as 30 mil famílias desabrigadas pelas chuvas de dezembro de 2010, mas também organizar para que estas famílias possam encontrar emprego ou fazer um curso profissionalizante, com bolsas também fornecidas pelo estado. Isto tem que estar contido na planificação estatal. Seguir o pobre até o fim da linha, até sua inserção no sistema de trabalho ou de estudo.

Similaridades
Um outro programa, batizado de Missão Filhos da Venezuela, destina-se a atender a todas as famílias com renda inferior a um salário mínimo, com filhos com idade até 17 anos, e também aquelas famílias carentes com pessoas com alguma necessidade especial em sua casa. Há ainda a preocupação em atender as adolescentes grávidas o que provocou críticas da imprensa conservadora insinuando que tal missão vai estimular a gravidez precoce.

A resposta de Chávez pela tv, com sua comunicação clara e popular, não se fez esperar: “O que quer a oposição? Que abandonemos as adolescentes grávidas à sua própria sorte?“ A prioridade nesta planificação superior sublinhada por Chávez deve ser a construção de uma engrenagem que conecte os programas sociais a uma profissão e a um emprego, priorizando sobretudo a pobreza extrema.

Informação e cidadania

Há similaridades com o Programa Bolsa Escola e com Brasil Sem Miséria, agora complementado pelo Viver Sem Limite, que buscam a pobreza mais extrema que ainda não tinha sido alcançado pelos programas sociais anteriores. E com um olhar especial para as famílias com pessoas com necessidades especiais. Na Venezuela, as famílias serão visitadas por brigadistas, casa por casa. As TVs estatais, ao longo de sua transmissão, informam numa faixa na parte inferior da tela, em que lugar podem ser feitas as inscrições para cada um destes programas, em casa cidade, em cada bairro, em cada endereço...

Aqui, o Programa Voz do Brasil, que informa positivamente sobre quando recursos do MEC ou do Ministério da Previdência chegam aos municípios, poderia também ser utilizado de forma mais ampla para informar sobre os programas sociais do governo Dilma.

Enquanto os pré-candidatos oposicionistas a Chávez recebem amplo apoio dos centros informativos vinculados aos EUA - afinal, será quem dará a última palavra sobre quem será o candidato da direita, como ocorreu nas recentes eleições na Nicarágua e Guatemala - não surpreende que a agenda política da oposição já esteja traçada.

Prioridade número um, claro, derrotar Chávez. Depois, anular totalmente o papel da PDVSA como alavanca dos programas sociais da Revolução Bolivariana. Além disso, desmontar a política externa bolivariana, que prioriza a integração latino-americana, tendo como conquista mais recente o apoio à fundação da CELAC (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos), que prepara o funeral da funesta e colonialista OEA.

Integração em marcha
Outros instrumentos, que estão sendo implementados pela política externa bolivariana, entre eles o Banco do Sul, a Alba e, mais recentemente, o Banco da Petrocaribe, também são alvo da sanha destruidora da direita. Tais instrumentos fortalecerão ainda mais operações econômicas e comerciais integracionistas, como, por exemplo, a constante nos vários acordos firmados entre Dilma Roussef e Hugo Chávez agora em dezembro, que prevê a compra, pela Venezuela, de 20 aeronaves da Embraer para fortalecer a Conviasa, estatal que recuperou a aviação civil venezuelana.

Aliás, exemplo que poderia estimular a criação, no Brasil, de uma empresa pública de aviação para explorar o enorme potencial de aviação regional, lacuna de difícil explicação num país com indústria aeronáutica do porte da Embraer. Vale lembrar, há 3 anos, a operação de compra de 150 aviões Tucanos da Embraer pela Venezuela, foi vetada pelos EUA, o que não teria ocorrido se a soberania brasileira sobre a empresa não tivesse sido destruída pela privataria tucana.

Ciência da tática
Revelando provavelmente intenções sinistras, um dos candidatos da direita contra Chávez, um jovem rico chamado Leopoldo López, atual prefeito de um município colado à cidade de Caracas, anunciou a contratação do ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, marcado pela organização do macabro para-militarismo, para assessorar os programas de segurança de sua prefeitura. Preocupante: com Uribe presidente, Colômbia e Venezuela romperam relações e estiveram a ponto de um conflito armado.

Com a ciência da tática, Hugo Chávez busca afastar a Colômbia da agenda belicista do Pentágono, desenvolvendo acordos com o presidente José Manuel Santos que complementam segmentos econômicos dos dois países - que um dia foram uma só pátria, na era Bolívar -, inclusive ampliando o comércio bilateral que leva setores industriais colombianos a ver na Venezuela um mercado em expansão, dado a elevação do poder aquisitivo dos venezuelanos.

Com esta tática, se enfraquecem os segmentos da oligarquia colombiana que apostam numa agenda bélica entre os dois países em sintonia com o Pentágono. A crise do capitalismo e, nos EUA em particular, favorece a visão de que a integração latino-americana, baseada na cooperação, exige outras políticas da Colômbia, como de certa forma pode ser lido face à vitória das forças progressistas nas eleições de Bogotá. O que tende a dar mais prazos históricos de consolidação da Revolução Bolivariana.

Percebe-se, em Caracas, o fortalecimento da consciência solidária real. Não apenas natalina, passageira, retórica. Enquanto a Europa capitalista em crise assiste, estarrecida, a demolição dos direitos do Estado do Bem-Estar Social, a Venezuela bolivariana amplia direitos, reparte riqueza e prepara-se para ter uma nova Lei Orgânica do Trabalho. Exemplo disso é que grande parte das famílias desabrigadas pelas chuvas de dezembro passado foram acolhidas em Refúgios organizados e patrocinados por cada Ministério e cada empresa estatal.

Até mesmo a Telesur, que além de promover um jornalismo de integração, transformando a informação em ferramenta solidária entre os povos, organizou o seu Refúgio em um imóvel utilizado para depósito, sendo reformado e adaptado para abrigar 27 famílias flageladas. Ali elas encontram teto, comida, atendimento médico-odontológico e esperam, de modo decente, pela conclusão de 140 mil unidades residenciais que estão em fase de conclusão nos próximos dias. Neste programa habitacional, há uma importante cooperação com a Caixa Econômica Federal, parte dos acordos firmados entre Lula e Chávez e ampliados, recentemente, entre Dilma-Chávez.

Desafios
Lendo os jornais oposicionistas que circulam livremente em Caracas, nada disso se percebe. Não se tem notícia de um país que finalmente está utilizando a renda petroleira para industrializar-se, construindo infra-estrutura, com a participação do BNDES e empresas brasileiras, que operam na ampliação das várias linhas do moderno metrô caraquenho ou de teleféricos que atendem os bairros pobres nos morros, como San Agustín, assegurando um transporte decente para famílias carentes, tal como também no Complexo do Alemão. Indústria de automóveis e tratores iranianas, de caminhões e bicicletas chinesas, estão sendo implantadas. Um país que há 12 anos importava até alface de avião de Miami, já possui uma nova lei de terras e avança na construção de uma economia agrícola que nunca teve durante a maldição do petróleo. De importadora de fósforo a roupas, a Venezuela já exporta principalmente exemplos.

Mas, vale ressaltar, nada disso encontra-se nas páginas da imprensa conservadora. Mas, aos domingos, ao caminhar pelo centro de Caracas, já se nota uma cidade mais limpa, com uma coleta de lixo que funciona e com uma massa de caraquenhos que, ao sair do metrô e sentar num café ou num banco do Boulevar de Sabana Grande, recebe gratuitamente o jornal Ciudad Caracas (350 mil exemplares), em cujas páginas afloram os desafios bolivarianos: reduzir a abstenção eleitoral e assegurar, uma vez mais, pela via do voto popular e direto, que este processo transformador bolivariano, generoso e humanista, siga aprofundando-se. E com ele, a integração latino-americana baseada na cooperação e solidariedade entre os povos.

* Beto Almeida é membro da Junta Diretiva da Telesur
 
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

FIDEL CASTRO


“A primeira condição da franqueza e da boa fé num propósito é fazer exatamente o que ninguém faz, ou seja, falar com absoluta clareza e sem medo. Os demagogos e os políticos profissionais querem praticar o milagre de estar bem com tudo e com todos, enganando necessariamente a todos em tudo. Os revolucionários devem declarar suas idéias com coragem, definir seus princípios e revelar suas intenções para que nenhuma pessoas se engane, nem amigos nem inimigos...”

FIDEL CASTRO

CINISMO GENOCIDA

Reflexões de Fidel(Extraído de CubaDebate)


NENHUMA pessoa sã, especialmente aquelas que tiveram acesso aos conhecimentos elementares que se adquirem em uma escola primária, estaria de acordo com que nossa espécie, de modo particular as crianças, os adolescentes ou jovens, sejam privados hoje, amanhã e para sempre do direito de viver. Jamais os seres humanos, ao longo de sua turbulenta história, como pessoas dotadas de inteligência, conheceram experiência semelhante.

Sinto-me no dever de transmitir àqueles que se ocupam em ler estas reflexões, o critério de que todos, sem exceção, estamos na obrigação de criar consciência acerca dos riscos que a humanidade está correndo de forma inexorável, rumo a uma catástrofe definitiva e total, em consequência das decisões irresponsáveis de políticos a quem o acaso, mais que o talento ou o mérito, pôs em suas mãos o destino da humanidade.

Sejam ou não os cidadãos de seu país portadores de uma crença religiosa ou céticos com relação ao tema, nenhum ser humano, em seu juízo são, estaria de acordo com que seus filhos, ou familiares mais próximos, pereçam de forma abrupta ou vítimas de atrozes e torturantes sofrimentos.

Depois dos crimes repugnantes que, com frequência crescente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, sob a égide dos Estados Unidos e dos países mais ricos de Europa, vem cometendo, a atenção mundial se concentrou na reunião do G20, onde se devia analisar a profunda crise econômica que hoje afeta todas as nações. A opinião internacional, e particularmente a europeia, esperava respostas à profunda crise econômica que, com suas profundas implicações sociais, e inclusive climáticas, ameaça todos os habitantes do planeta. Nessa reunião se decidia se o euro podia manter-se como a moeda comum da maior parte da Europa e, inclusive, se alguns países poderiam permanecer dentro da comunidade.

Não houve resposta nem solução alguma para os problemas mais sérios da economia mundial, apesar dos esforços da China, Rússia, Indonésia, África do Sul, Brasil, Argentina e outros de economia emergente, desejosos de cooperar com o resto do mundo na busca de soluções aos graves problemas econômicos que o afetam.

O insólito é que logo que a OTAN desse por concluída a operação na Líbia – depois do ataque aéreo que feriu o chefe constitucional desse país, destruiu o veículo que o transportava e o deixou à mercê dos mercenários do império, que o assassinaram e o exibiram como troféu de guerra, ultrajando costumes e tradições muçulmanas – a Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas, uma instituição que deveria estar a serviço da paz mundial, lançou um informe político, carimbado e sectário, que põe o mundo à beira da guerra com o emprego de armas nucleares que o império ianque, em aliança com a Grã-Bretanha e Israel, vem preparando minuciosamente contra o Irã.

Depois do "Veni, vidi, vici" do famoso imperador romano há mais de dois mil anos, traduzido para o "vim, vi e morreu" transmitido à opinião pública através de uma importante rede de televisão logo que se tomou conhecimento da morte de Gadafi, as palavras são desnecessárias para qualificar a política dos Estados Unidos.

O que importa agora é a necessidade de criar nos povos uma consciência clara do abismo para onde a humanidade está sendo conduzida. Duas vezes nossa Revolução conheceu riscos dramáticos: em outubro de 1962, o mais crítico de todos, em que a humanidade esteve à beira do holocausto nuclear; e em meados de 1987, quando nossas forças enfrentavam as tropas racistas sul-africanas, dotadas com as armas nucleares que os israelenses as ajudaram a criar.

O xá do Irã também colaborou junto a Israel com o regime racista e fascista sul-africano.

O que é a ONU? – uma organização impulsionada pelos Estados Unidos antes do final da Segunda Guerra Mundial. Essa nação, cujo território estava consideravelmente distante dos cenários de guerra, tinha-se enriquecido enormemente; acumulou 80% do ouro do mundo e, sob a direção de Roosevelt, sincero antifascista, impulsionou o desenvolvimento da arma nuclear que Truman, seu sucessor, oligarca e medíocre, não vacilou em usar contra as cidades indefesas de Hiroshima e Nagasaki, no ano de 1945.

O monopólio do ouro mundial na posse dos Estados Unidos e o prestígio de Roosevelt permitiram o acordo de Bretton Woods, que atribuiu aos Estados Unidos o papel de emitir o dólar como única divisa que se utilizou durante anos no comércio mundial, sem outra limitação que seu respaldo em ouro metálico.

Os Estados Unidos, ao finalizar aquela guerra, eram também o único país que possuía a arma nuclear, privilégio que não vacilou em transmitir a seus aliados e membros do Conselho de Segurança: Grã-Bretanha e França, as duas mais importantes potências coloniais do mundo naquela época.

À URSS, Truman nem sequer informou uma palavra sobre a arma atômica antes de usá-la. A China, então governada pelo general nacionalista, oligárquico e pró-ianque Chiang Kai-shek, não podia ser excluída daquele Conselho de Segurança.

A URSS, golpeada duramente pela guerra, a destruição e a perda de mais de 20 milhões de seus filhos pela invasão nazista, consagrou ingentes recursos econômicos, científicos e humanos para equiparar sua capacidade nuclear com a dos Estados Unidos. Quatro anos depois, em 1949, testou sua primeira arma nuclear; a de hidrogênio, em 1953; e em 1955 seu primeiro megaton. A França dispôs de sua primeira arma nuclear em 1960.

Eram apenas três os países que possuíam a arma nuclear em 1957, quando a ONU, sob a égide ianque, criou a Agência Internacional da Energia Atômica. Alguém imagina que esse instrumento dos Estados Unidos fez algo para advertir o mundo sobre os terríveis riscos a que se exporia a sociedade humana quando Israel, aliado incondicional dos Estados Unidos e da OTAN, situado em pleno coração das mais importantes reservas do mundo em petróleo e gás, se constituía em perigosa e agressiva potência nuclear?

Suas forças, em cooperação com as tropas coloniais inglesas e francesas, atacaram Port Said quando Abdel Nasser nacionalizou o canal de Suez, propriedade da França, o que obrigou o primeiro-ministro soviético a transmitir um ultimato, exigindo o cessar daquela agressão, que os aliados europeus dos Estados Unidos não tiveram outra alternativa senão acatar.

Para termos uma ideia do potencial da URSS em seus esforços para manter a paridade com os Estados Unidos nesta esfera, basta assinalar que quando se produziu sua desintegração, em 1991, na Bielorrúsia havia 81 ogivas nucleares, no Cazaquistão 1.400 e na Ucrânia aproximadamente 5 mil, as quais passaram à Federação Russa, único Estado capaz de sustentar seu imenso custo, para manter a independência.

Em virtude dos tratados START e SORT sobre a redução de armas ofensivas, assinados entre as duas grandes potências nucleares, o número destas se reduziu para vários milhares.

Em 2010, foi assinado um novo Tratado deste tipo entre ambas as potências.

Desde então, os maiores esforços foram consagrados ao aperfeiçoamento dos meios de direção, alcance, precisão e engano da defesa adversária. Imensas quantias são investidas na esfera militar.

Muito poucos no mundo, salvo raros pensadores e cientistas, se dão conta e advertem de que bastaria a explosão de 100 armas nucleares estratégicas para pôr fim à existência humana no planeta. A imensa maioria teria um fim tão inexorável como horrível, em consequência do inverno nuclear que seria gerado.

O número de países que possuem armas nucleares, neste momento se eleva a oito, cinco deles são membros do Conselho de Segurança: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, e China. Índia e Paquistão adquiriram o caráter de países possuidores de armas nucleares, em 1974 e 1998, respectivamente. Os sete mencionados reconhecem esse caráter.

Israel, ao avesso, nunca reconheceu seu caráter de país nuclear. Contudo, calcula-se que possui entre 200 e 500 armas desse tipo, ficando indiferente quando o mundo se inquieta pelos gravíssimos problemas que ocorreriam, em decorrência da eclosão de uma guerra, na região onde se produz grande parte da energia que move a indústria e a agricultura do planeta.

Graças à posse das armas de destruição em massa é que Israel pôde desempenhar seu papel como instrumento do imperialismo e do colonialismo, nessa região do Oriente Médio.

Não se trata do direito legítimo do povo israelense a viver e trabalhar em paz e liberdade, se trata precisamente do direito dos demais povos da região à liberdade e à paz.

Enquanto Israel criava aceleradamente um arsenal nuclear, atacou e destruiu, em 1981, o reator nuclear iraquiano de Osirak. Fez exatamente o mesmo com o reator sírio, em Dayr az-Zawr, no ano de 2007, um fato sobre o qual estranhamente a opinião pública mundial não foi informada. As Nações Unidas e a AIEA conheciam perfeitamente o ocorrido. Tais ações contavam com o apoio dos Estados Unidos e da Aliança Atlântica.

Nada tem de estranho que as mais altas autoridades de Israel proclamem agora sua intenção de fazer o mesmo com o Irã. Esse país, imensamente rico em petróleo e gás, tinha sido vítima das conspirações da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, cujas empresas petrolíferas saqueavam seus recursos. Suas forças armadas foram equipadas com o armamento mais moderno da indústria bélica dos Estados Unidos.


O xá Reza Pahlevi também aspirava a dotar-se de armas nucleares. Ninguém atacava seus centros de pesquisas. A guerra de Israel era contra os muçulmanos árabes. Os do Irã não, porque tinham se transformado em um baluarte da OTAN, que apontava suas armas para o coração da URSS.

As massas dessa nação, profundamente religiosas, sob a direção do aiatolá Khomeini, desafiando o poder daquelas armas, desalojaram o xá do trono e desarmaram um dos exércitos melhor equipados do mundo sem disparar um tiro.

Por sua capacidade de luta, o número de habitantes e a extensão do país, uma agressão ao Irã não guarda semelhança com as aventuras bélicas de Israel no Iraque e na Síria. Uma sangrenta guerra se desencadearia inevitavelmente. Sobre isso não deve haver nenhuma dúvida.

Israel dispõe de um elevado número de armas nucleares e da capacidade de fazê-las chegar a qualquer ponto da Europa, Ásia, África e Oceania. Eu me pergunto: A AIEA tem o direito moral de sancionar e asfixiar um país, se tenta fazer em sua própria defesa o que Israel fez no coração do Oriente Médio?

Penso realmente que nenhum país do mundo deve possuir armas nucleares e que essa energia deve ser posta a serviço da espécie humana. Sem esse espírito de cooperação a humanidade marcha inexoravelmente rumo a sua própria destruição. Entre os próprios cidadãos de Israel, um povo sem dúvida laborioso e inteligente, muitos não estarão de acordo com essa disparatada e absurda política que também os leva ao desastre total.

De que se fala hoje no mundo acerca da situação econômica?

As agências internacionais de noticias informam que "O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seu par chinês, Hu Jintao, apresentaram agendas comerciais divergentes […] ressaltando as crescentes tensões entre as duas maiores economias do mundo."

"Obama usou seu discurso ― afirma a agência Reuters ― para ameaçar a China com sanções econômicas, a menos que comece a ‘jogar segundo as regras do jogo’…". Tais regras são, sem dúvida, os interesses dos Estados Unidos.

"Obama ― afirma a agência ― está envolvido na batalha pela reeleição, no próximo ano, e seus opositores republicanos o acusam de não ser suficientemente severo com a China."

As notícias publicadas na quinta-feira e sexta-feira últimas, refletiam muito melhor as realidades que estamos vivendo.

A agência estadunidense AP, a melhor informada desse país, comunicou: "O líder supremo iraniano advertiu os Estados Unidos e Israel de que a resposta do Irã será enérgica se seus arqui-inimigos lançarem um ataque militar ao Irã…"

A agência noticiosa alemã informou que a China tinha declarado que, como sempre, acreditava que o diálogo e a cooperação eram a única forma de aproximação ativa para resolver o problema.

A Rússia se opôs igualmente às medidas punitivas contra o Irã.

A Alemanha rechaçou a opção militar, mas se mostrou partidária de fortes sanções contra o Irã.
O Reino Unido e a França defendem fortes e enérgicas sanções.

A Federação Russa assegurou que fará todo o possível para evitar uma operação militar contra o Irã e criticou o informe da AIEA.

"‘Uma operação militar contra o Irã pode acarretar graves consequências e a Rússia terá que fazer tudo de sua parte para aplacar os ânimos’, afirmou Contantín Cosakov, chefe da comissão das Relações Exteriores da Duma" (Parlamento) e criticou, segundo a agência Efe, "as afirmações por parte dos Estados Unidos, França e Israel sobre o possível uso da força e de que o lançamento de uma operação militar contra o Irã está cada vez mais próxima".

O editor da revista estadunidense Executive Intelligence Review, Edward Spannaus, declarou que o ataque contra o Irã desencadeará a Terceira Guerra Mundial.

O próprio secretário da Defesa dos Estados Unidos, depois de viajar a Israel, há alguns dias, reconheceu que não pôde obter do governo israelense um compromisso de se consultar previamente com os Estados Unidos sobre um ataque contra o Irã. Chegou-se a esses extremos.

O subsecretário de Assuntos Políticos e Militares dos Estados Unidos desvelou cruamente os obscuros propósitos do império:

"Israel e Estados Unidos se envolverão nas manobras conjuntas ‘mais importantes’ e ‘de maior transcendência’ da história dos aliados, declarou no sábado (12) Andrew Shapiro, subsecretário dos Assuntos Políticos e Militares dos Estados Unidos".
"…no […] Instituto Washington para a Política do Oriente Médio, Shapiro anunciou que participarão nas manobras mais de 5 mil efetivos das forças armadas estadunidenses e israelenses e simularão a defesa de mísseis balísticos de Israel".

"‘A tecnologia israelense é essencial para melhorar nossa segurança nacional e proteger nossas tropas’, acrescentou…"

"Shapiro destacou o apoio do governo de Obama a Israel, apesar dos comentários da sexta-feira por parte de um alto funcionário estadunidense que expressou sua preocupação de que Israel não avisasse os Estados Unidos, antes de levar a cabo uma ação militar contra as instalações nucleares do Irã."

"Nossa relação com a segurança de Israel é mais ampla, mais profunda e mais intensa do que nunca antes."

"‘Apoiamos Israel porque é de nosso interesse nacional fazê-lo’ […] É a pura força militar de Israel o que dissuade os possíveis agressores e ajuda a fomentar a paz e a estabilidade."

Hoje, 13 de novembro, a embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice, disse à rede BBC que a possibilidade de uma intervenção militar no Irã não só não está fora da mesa, mas é uma opção real que está crescendo, por culpa do comportamento iraniano.

Ele insistiu em que a administração norte-americana está chegando à conclusão de que será necessário acabar com o atual regime do Irã para evitar que este crie um arsenal nuclear. "Estou convencida de que a mudança de regime vai ser a nossa única opção aqui", reconheceu Rice.

Não é necessário nem uma palavra mais.
Fidel Castro Ruz
13 de novembro de 2011


CUBA: NÓS TODOS, OS QUE DIRIGIMOS, DEVEMOS MANTER UMA ATITUDE FIRME DIANTE DA INDISCIPLINA E DO DESCONTROLE NAS COBRANÇAS E PAGAMENTOS

 Discurso proferido pelo presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, general-de-exército Raúl Castro Ruz, no 8º Período Ordinário de Sessões da Assembleia Nacional do Poder Popular, em 23 de dezembro de 2011. “Ano 53 da Revolução”
(Tradução da versão estenográfica do Conselho de Estado)

Companheiras e companheiros:

O 8º Período Ordinário de Sessões da Assembleia Nacional que termina hoje aprovou o plano da economia e a Lei do Orçamento para o ano de 2012. Da mesma maneira, os deputados foram largamente informados sobre o andamento do processo de implementação das Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução, acertadas pelo 6º Congresso. Além disso, o presidente do Supremo Tribunal Popular e o procurador-geral da República prestaram contas perante o Parlamento.

Esta sessão foi precedida pela reunião ampliada do Conselho de Ministros, realizada em 16 de dezembro passado, e pela 3ª Reunião Plenária do Comitê Central do Partido, efetuada na quarta-feira, 21 de dezembro, bem como pelo trabalho das 12 comissões permanentes do Parlamento, desde terça-feira passada, dia 20. Por isso, não vou alongar-me nos temas examinados e vou referir-me apenas a algumas questões fundamentais.

Em meio aos vaivéns da crise financeira global, a economia global mostrou um comportamento aceitável e sustentável; o PIB cresceu 2,7%, inferior aos 3,0% previstos, devido fundamentalmente à não execução de investimentos e à inadimplência nalgumas produções agropecuárias e na indústria alimentar e dos materiais de construção.

Ao mesmo tempo, em 2011, começou a recuperar-se gradativamente a produção açucareira, ultrapassou-se a cifra recorde de visitantes estrangeiros, preservou-se o equilíbrio monetário interno e a dinâmica favorável na relação produtividade-salário médio. Do ponto de vista estrutural, está melhorando a economia a partir de proporções mais adequadas nos investimentos, dando-se prioridade aos de tipo produtivo e infraestrutural.

Continuamos progredindo na recuperação da credibilidade internacional de nossa economia, mediante o estrito cumprimento das obrigações financeiras resultantes da renegociação de dívidas com os principais credores, política que continuaremos reforçando mais adiante.

Em 18 de dezembro do ano passado, durante minha intervenção neste Parlamento, expressei que, antes de terminar 2011, eliminaríamos completamente as restrições de transferências de bancos cubanos ao exterior a favor de fornecedores estrangeiros.

Hoje podemos afirmar que cumprimos esse compromisso e, aliás, que entraram em vigor procedimentos para evitar novas retenções no futuro, salvo em situações excepcionais.

O plano da economia do ano próximo foi elaborado em consonância com as Diretrizes aprovadas pelo 6º Congresso do Partido e é qualitativamente superior quanto à conciliação das demandas entre produtores e clientes. Apesar disso, haverá tensões financeiras, obrigando-nos a continuar reduzindo todo tipo de despesas, que ainda são umas das primeiras fontes de receitas. O PIB deverá crescer 3,4%.

Apesar de prever-se o aumento das produções nacionais de alimentos, entre as quais, a de arroz e feijões — e em consequência diminuirão os volumes a importar devido à elevação dos preços, isto é, as importações de alimentos — atingirão mais de US$1,7 bilhão. Tudo isso aponta com eloquência para a necessidade de avançar firmemente no propósito de fazer produzir as terras ainda ociosas ou deficientemente aproveitadas.

O déficit do orçamento do Estado ficará ao mesmo nível que em 2011, isto é, 3,8% do PIB, garantindo-se com racionalidade os serviços gratuitos à população nas áreas da saúde, educação, cultura e esportes, bem como a previdência social, os subsídios à cesta básica familiar, e a pessoas naturais com baixa renda, que não podem adquirir materiais da construção, e outros.

TENHO CERTEZA DE QUE A CORRUPÇÃO É HOJE UM DOS INIMIGOS PRINCIPAIS DA REVOLUÇÃO


Referindo-me a outro assunto, bem estreitamente ligado ao funcionamento econômico da nação e do qual — embora se tenha falado em inúmeras ocasiões, inclusive no Relatório Central ao 6º Congresso, nas Diretrizes, particularmente na no. 10, em intervenções no Parlamento e em muitíssimas reuniões do Conselho de Ministros, não se constata o avanço necessário — é o papel primordial do contrato nas interrelações das empresas, estabelecimentos orçamentados e as formas não-estatais de gestão, que se reflete na péssima situação das cobranças e pagamentos, com o subsequente transtorno nas finanças internas e no fato de propiciar delitos e corrupção.

O acima referido, para apenas citar um exemplo, constatou-se nos fornecimentos fraudulentos de produtos agropecuários aos mercados da capital, que não existiram nem se cultivaram, gerando um desfalque de mais de 12 milhões de pesos devido aos delitos cometidos por executivos, funcionários e outros trabalhadores das empresas estatais comercializadoras, bem como por pequenos agricultores, que se prestaram como testa de ferro e agora lhes exigirão responsabilidades administrativas e judiciais, conforme a gravidade dos fatos.

Coloco o assunto para ilustrar que nós todos, os que dirigimos nos diferentes níveis, da base até os cargos máximos do país, devemos ter uma atitude firme diante da indisciplina e do descontrole nas cobranças e pagamentos, que são algumas das causas e criam as condições para fomentar o delito.

Tenho certeza de que a corrupção é hoje um dos inimigos principais da Revolução, ainda mais prejudicial que a atividade subversiva e intervencionista do governo dos Estados Unidos e de seus aliados dentro e fora do país.

A Controladoria Geral, a Procuradoria Geral da República e os órgãos especializados do Ministério do Interior têm instruções de combater esse flagelo com a máxima severidade de nossas leis, bem como se fez de maneira bem-sucedida com o incipiente tráfico de entorpecentes, a partir de janeiro de 2003.

Nesta batalha estratégica intensificamos a coordenação, a coesão e a exigência na luta contra o delito e começam a constatar-se alguns resultados, tanto nos fatos chamados de “colarinho branco”, cometidos por executivos e funcionários nacionais e estrangeiros ligados ao comércio exterior e ao investimento estrangeiro, quanto nas malfeitorias perpetradas por delinquentes comuns em parceria com dirigentes administrativos e empregados de sucursais estatais nos processos produtivos, transporte e distribuição em entidades da indústria de alimentos, comércio, gastronomia, no sistema da habitação e nos ministérios da Indústria Pesada e da Agricultura.

Precisamente, no setor agropecuário, desde 1º de agosto do presente ano, intensificou-se consideravelmente a luta contra o furto e o sacrifício de gado bovino e a subsequente comercialização de sua carne no mercado negro, fenômeno que no decurso dos anos floresceu com alguma impunidade, provocadno sérias afetações a produtores estatais e privados, não só do ponto de vista econômico, mas também moral e social.

A Policía Nacional Revolucionária, junto a outras forças do Ministério do Interior, estreitamente coordenadas com as organizações políticas e de massa, assumiu com profissionalismo e sistematicidade a tarefa de erradicar de vez o abigeato dos campos cubanos, delito no qual estão envolvidos, em cumplicidade com os abigeatários, chefes e especialistas de empresas estatais, Unidades Básicas de Produção Cooperada (UBPCs), pequenos agricultores, veterinários e diretores municipais e outros funcionários da instituição que, supõe-se, devia zelar pelo crescimento do gado no país. Estou referindo-me ao Centro de Controle Pecuário, conhecido por suas siglas como Cencop.

É bom salientar que não se trata de uma campanha a mais, como certamente aconteceu no passado, quando as ações para restabelecer a ordem, no decurso do tempo, foram suspensas e imperou a rotina e a superficialidade, dando a razão àqueles que esperavam que tudo voltaria a ser igual e que “as águas subiriam até o seu nível” para continuar melhorando à custa do patrimônio de nosso povo.

Posso afirmar que desta vez os abigeatários vão acabar no país, como mesmo acabaram os traficantes de entorpecentes, e não ressurgirão, porque estamos determinados a fazer cumprir as instruções dadas pelos governo e os acordos do Congresso do Partido.

Digo o mesmo em relação àqueles burocratas corruptos, que obtiveram cargos por meio da simulação e do oportunismo, e que utilizam os cargos que ainda ocupam para acumular fortunas, apostando numa eventual derrota da Revolução.

Na quarta-feira, dia 21, na Reunião Plenária do Comitê Central, examinamos profundamente estes fatores e mostramos um conjuntos de documentários e interrogatórios a deliquentes de “colarinho branco”. Estes documentários serão mostrados em suas respectivas províncias no momento certo a vocês todos, companheiros deputados, e também a outros dirigentes.

Levamos em consideração alerta feito por Fidel em 17 de novembro de 2005, na Aula Magna da Universidade de Havana, há pouco mais de seis anos, quando se referiu a que este país podia autodestruir-se, que o inimigo não podia fazê-lo, mas nós sim, e que seria nossa culpa. Assim concluiu o chefe da Revolução naquela ocasião. Por isso, resolvemos há dois dias, na 3ª Reunião Plenária do Comitê Central que acabei de mencionar, que acabaremos com essa praga.

Em nome do povo e da Revolução, advertimos que seremos implacáveis no cumprimento da lei.

QUANTO À POLÍTICA MIGRATÓRIA: REAFIRMO A FIRME DECISÃO DE INTRODUZIR GRADATIVAMENTE AS REFORMAS NECESSÁRIAS NESTA COMPLEXA TEMÁTICA


Muito ligado a essa firme decisão de recuperar a disciplina social em nossa Pátria, está o processo de implementação das Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução, que foi debatido na atual sessão da Assembleia Nacional, pois ninguém duvide de que com esta situação da qual estou falando, seria bem difícil atualizar nosso socialismo.

A Comissão Permanente para a Implementação e Desenvolvimento ofereceu uma ampla informação sobre o andamento de seu trabalho e a adoção de um conjunto de decisões, em cumprimento dos acordos do Congresso do Partido. Não vou me deter em fazer um exame delas, mas estes são apenas os primeiros passos. As questões fundamentais ficam pendentes, o que não significa que não estejamos avançando ao ritmo previsto.

Continuaremos materializando as decisões, sem pressa, mas sem pausa, com a integralidade e ao ritmo necessários, sem improvisações, contribuindo para a eliminação da velha mentalidade dogmática e corrigindo oportunamente os erros que se cometerem. Não vamos descurar nem um instante a unidade da maioria dos cubanos em torno do Partido e da Revolução, essa unidade que nos tem servido para chegar até aqui e ir para frente na construção de nosso Socialismo.

Como era de esperar, não faltaram as exortações, bem e mal-intencionadas, para apressarmos o passo e pretendem impor-nos a sequência e alcance das medidas a adotar como se se tratasse de algo insignificante e não do destino da Revolução e da Pátria.

Após a autorização da compra-venda de carros particulares e de moradias, muitos consideram urgente a aplicação de uma nova política migratória, esquecendo as circunstâncias excepcionais que Cuba vive sob o embargo que implica a política intervencionista e subversiva do governo dos Estados Unidos, sempre à espreita de qualquer oportunidade para conseguir seus conhecidos propósitos.

Em 1º de agosto passado, neste Parlamento abordei publicamente o assunto e expus que estávamos trabalhando para instrumentar a atualização da política migratória vigente e que se avançava na reformulação e elaboração de legislações, em consonância com as condições atuais e futuras. Hoje ratifico todas as opiniões colocadas naquela oportunidade, ao passo que reafirmo a firme decisão de introduzir gradativamente as mudanças necessárias nesta complexa temática, sem deixar de analisar integramente os efeitos favoráveis e desfavoráveis de cada passo que demos.

Agora dedicarei alguns minutos à política externa.

O ano de 2011 foi muito convulso para o mundo. Hoje se constatam  tendências cada vez mais perigosas e reacionárias, ao passo que se incrementam as expressões de resistência e protesto popular contra o capitalismo neoliberal.

Os mecanismos das Nações Unidas, criados para preservar a paz e a segurança, foram manobrados para impor ao planeta a tirania dos Estados Unidos e da Otan, que assumem como modelo “a mudança de regime”, a violação dos princípios do Direito Internacional e o uso dos empórios financeiro-midiáticos para atiçar o ódio e a violência.

Enquanto isso, em dezenas de cidades norte-americanas e europeias, aumenta o apoio à mensagem dos “indignados”, que visa pôr fim à crescente desigualdade nos países desenvolvidos.
Instamos esses governos que tanto apregoam democracia, direitos humanos, liberdade de imprensa, etc, a escutarem suas legítimas demandas, a consultarem com seus povos as políticas econômicas, as medidas de ajuste e a levarem em conta a opinião pública, sem a brutal repressão à qual submetem frequentemente os protestos estudantis, profissionais, operários, de imigrantes e de outras minorias.

Ao mesmo tempo, Nossa América vai rumo à integração e à soberania regional, e prova disso foi a constituição da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Caracas, em 2 de dezembro passado, que é o fato institucional de maior envergadura no hemisfério durante os dois últimos séculos, desde a independência.

Cuba teve a honra de ser unanimemente eleita como presidenta da Celac para 2013 e para acolher sua 3ª Cúpula, ao concluir esse ano. Com isso, são reivindicadas a América Latina e o Caribe, cujos povos incentivaram a heroica luta dos cubanos.
Poucos dias depois, em Trinidad e Tobago, o nosso país agradeceu a solidariedade dos caribenhos irmãos na Cúpula Caricom-Cuba.

O CONSELHO DE ESTADO, NUM GESTO HUMANITÁRIO E SOBERANO, RESOLVEU INDULTAR MAIS DE 2.900 PRESOS


Antes da Semana Santa, terá lugar a visita apostólica de Sua Santidade, o papa Bento XVI, chefe do Estado da Cidade do Vaticano e Sumo Pontífice da Igreja Católica.

Nosso povo e governo terão a honra de acolher Sua Santidade com afeto e respeito.

Nós, os cubanos, não esquecemos os sentimentos de amizade e respeito que em 1998 despertou a presença do papa João Paulo II em nossa terra.

Da mesma maneira, na medida em que cresce a executória internacional e o reconhecimento majoritário à Revolução Cubana, nunca foi maior o desprestígio da política dos Estados Unidos com nossa região e a repulsa no mundo, na própria sociedade norte-americana e na emigração cubana, ao genocida bloqueio econômico, político e midiático contra Cuba.

Ao passo que atualizamos nosso socialismo, mudando aquilo que deve ser mudado, o governo dos Estados Unidos continua estagnado no passado.
Barack Obama, o 11º presidente dos Estados Unidos desde 1959, parece que não compreende que Cuba fez enormes e árduos esforços para conquistar sua independência no século 19 e defender sua liberdade na Baía dos Porcos em 1961, na Crise dos Mísseis em outubro de 1962, no início do Período Especial (crise financeira) na última década do século 20 e em todos estes anos do século 21.

Às vezes, parece que não está bem informado de que, diante desta realidade, seu governo teve que renunciar aos pretextos mais gastos para justificar o bloqueio e inventar outros cada vez mais insustentáveis.

Com equanimidade e paciência, vamos cumprir os acordos do Congresso, enquanto têm lugar as eleições nos EUA. Sabemos que o bloqueio vai manter-se e que se incrementará o financiamento e as tentativas de converter um punhado de mercenários numa oposição para desestabilizar nosso país, mas isso não tira o sono a um povo revolucionário como o nosso, instruído, armado e livre, que nunca renunciará a sua defesa. (Aplausos)  
Mesmo que a inércia do governo norte-americano e sua ausência de decisão política para melhorar as relações animem os setores mais reacionários a implementar novas provocações e ações de agressão, Cuba mantém sua proposta de avançar na normalização das relações com os Estados Unidos e desenvolver a cooperação em todas as áreas em que seja benéfica para ambos os povos.

Os laços familaires e o limitado intercâmbio existente entre os dois países demonstram que seria benéfica a ampliação das relações para o bem de todos, sem entraves nem condicionamentos impostos pelo governo dos Estados Unidos, que subordina qualquer progresso a sua política de hostilidade e ingerência, encaminhada ao restabelecimento de seu domínio sobre Cuba.

Antes de terminar, devo informar a esta Assembleia que o Conselho de Estado, num gesto humanitário e soberano, resolveu indultar mais de 2.900 presos. Entre eles, mulheres, doentes, pessoas com mais de 60 anos de idade e também jovens que elevaram seu nível cultural e as possibilidades de reinserção na vida social.

Não foram incluídos, exceto alguns casos, os sancionados por delitos de espionagem, terrorismo, assassinato, homicídio, tráfico de drogas, pederastia com violência, estupro, corrupção de menores e latrocínio em moradas habitadas.

De maneira sistemática e em cifras anuais superiores às compreendidas neste indulto, o Supremo Tribunal, a Procuradoria Geral da República e os órgãos especializados do Ministério do Interior, conforme as legislações vigentes, examinam e dispõem a liberdade de sancionados, atendendo ao seu comportamento, às características dos delitos cometidos e às condições da família e da saúde, ao qual se juntou, desta vez, muitíssimos pedidos de parentes e de diversas instituições religiosas, entre as quais, o Conselho de Igrejas de Cuba e a Conferência de Bispos Católicos de Cuba, por intermédio de seu presidente.

Além disso, levou-se em consideração a anunciada visita do papa Bento XVI a Cuba e a comemoração do 400º aniversário da descoberta da imagem da Virgem da Caridad del Cobre.

O indulto será efetivo nos dias seguintes, como uma mostra a mais da generosidade e fortaleza da Revolução.

Da mesma maneira, expressamos a disposição de conceder a liberdade antecipada a 86 cidadãos estrangeiros, de 25 países, inclusive, 13 mulheres, condenados pelos tribunais por delitos cometidos em Cuba, sob a condição de que os governos de suas nações aceitem sua repatriação.

Pela via diplomática, se encaminhará em breve a informação necessária para tais governos, através das autoridades correspondentes.

Por último, faltando poucos dias para finalizar este ano de intenso trabalho, transmitimos a todo nosso povo, em primeiro lugar, aos nossos corajosos Cinco heróis e suas famílias, uma calorosa congratulação pelo Ano Novo e pelo aniversário da vitória da Revolução. Em janeiro, efetuaremos a Primeira Conferência Nacional do Partido, ora pois, não teremos muito tempo para descansar.

Isso é tudo.

Muito obrigado. (Ovação)


O GLOBO EXPÕE SEU RACISMO, A DIZER QUE EM COPACABANA EXISTE "LINGUAS NEGRAS".


É EVIDENTE QUE TODA MATÉRIA ORGÂNICA QUE SOFRE OXIDAÇÃO ESCURECE COMO O ESGOTO, POR EXEMPLO, QUE É COMPOSTO POR 90% DE ÁGUA E 10%E DE RESÍDUOS SÓLIDOS, ENTRE ELES FEZES. A ESTE PROCESSO CHAMAMOS DE FLUXOS DE CONTAMINAÇÃO.
AGORA ASSOCIAR ESGOTO QUE CORRE EM DIREÇÃO AO MAR A COR DA PELE É UM DISPARATE SEM TAMANHO E RACISMO PURO

De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, é dever dos profissionais "combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza" (Cap. 2 / Art. 6º / XIV) e "não podem usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime" (Cap. 2 / Art. 7º / V).





Carta aos jornalistas

Por um jornalismo que respeite os direitos humanos e a diversidade étnicorracial.

No dia 13 de maio de 1888, determinou-se a Abolição da Escravidão no Brasil, país que foi líder na realização do tráfico de escravos e um dos países que manteve por mais tempo o trabalho forçado. Mais de 15 milhões de pessoas foram retiradas do continente africano, e as justificativas para mantê-las escravizadas eram que estavam amaldiçoadas e pertenciam a povos inferiores. Sendo assim, vários reinos e famílias foram destruídos.

Com a assinatura da Lei Áurea, as negras e os negros livres tiveram como herança a falta de formação educacional e profissional, habitações precárias e dificuldades financeiras. Eis uma mancha expressiva na nossa História!

O Movimento Negro adotou o dia 13 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Racismo – dedicado às atividades reflexivas que promovam o debate sobre o cotidiano da população afro-descendente e também às apresentações artísticas que exaltam o legado africano deixado na cultura brasileira. Além disso, os coletivos que discutem as questões étnicorraciais no movimento sindical também contribuem para a propagação de novos paradigmas em diversas áreas.

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) foi instalada no dia 24 de novembro de 2007. Por meio do seu blogue, twitter, informes afros e a Coluna Axé (veículo semanal que completa dois anos nesta quinta-feira, no jornal Tribuna Independente) vem contribuindo para a interlocução entre os segmentos afros e os meios de comunicação, além de promover a ampliação de pautas que abordem a cultura afro-brasileira e a conjuntura da população afro-descendente durante todo o ano.

Porém, atualmente, os nossos principais desafios são: a sensibilização dos profissionais sobre a temática, especialmente os que estão no dia a dia das redações; a avaliação crítica quanto à existência do racismo e assédio moral nos locais de trabalho; além da conscientização sobre as consequências das expressões preconceituosas nos veículos de comunicação.

Devemos por questão de ética e respeito evitar os termos racistas. Dentre os exemplos que são propagados podemos citar: "lista negra", "línguas negras", "a coisa tá preta", "buraco negro" (sem conotação científica), "páginas negras da história", "samba do crioulo doido" e vários outros.

De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, é dever dos profissionais "combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza" (Cap. 2 / Art. 6º / XIV) e "não podem usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime" (Cap. 2 / Art. 7º / V).

Também gostaríamos de lembrá-los(las) que "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional" é crime previsto na Lei nº 9.459 de 13 de maio de 1997, tem pena de reclusão de um a três anos e multa; caso o crime seja "cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza", a pena pode chegar a cinco anos de reclusão e mais multa.

Nós vivemos 122 anos de abolição inacabada e que traz consequências até hoje! Os estereótipos existem para ampliar o preconceito e desconstruir a sociedade. Os afro-descendentes (negros = pretos pardos) representam hoje mais da metade da população brasileira, ajudaram a formar a cultura deste país, além de contribuir decisivamente para o desenvolvimento sócio-político e econômico.

A COJIRA-AL luta por um jornalismo ético, que contribua para a transformação social e respeite a diversidade étnicorracial, de credos e de gênero! Seguimos em frente, e temos como espelhos os guerreiros quilombolas que enfrentaram seus medos e vários obstáculos em busca de liberdade.

Axé!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Willian Waack, da TV Globo, aplica conto do vigário no telespectador

 

Clique nas imagens para ampliar
Dados do FMI: http://goo.gl/C6RVL
Definitivamente, os pais que quiserem dar uma boa educação para os filhos devem orientá-los para ficarem longe dos telejornais da TV Globo, pois além do péssimo jornalismo, faz mal até para o aprendizado na escola. As crianças e jovens que assistem aprendem errado fatos da História do Brasil.

O Brasil cresceu mais rápido do que os países ricos e
se tornou a 6ª economia do mundo, ultrapassando o Reino Unido (Inglaterra + Escócia + Irlanda do Norte + País de Gales, juntos).

Isso aconteceu, incontestavelmente, no governo Lula e no governo Dilma, segundo
dados do próprio FMI.

Só no dia 26/12/2011,
dez dias depois de nosso blog noticiar, o Jornal da Globo resolveu dar a notícia. Ancorado pelo informante da embaixada estadunidense (segundo o wikileaks), Mr. Bill Waack (William Waack) quis contrabandear o FHC para dentro desta história, dizendo que "...desde os anos 1990, com a implantação do Plano Real e o controle da inflação, isso já era previsto...".

Uma ova! Isso é querer aplicar o conto do vigário no telespectador. É um estelionato noticioso. É falsear a história. O Brasil é o "país do futuro" há décadas, mas desde que FHC quebrou o Brasil de vez para se reeleger em 1998, ninguém apostava que iria ultrapassar o Reino Unido tão cedo, como em 2011. Havia previsões lá para 2030, quando criaram a sigla BRICS em 2001.

O que a TV Globo fez é como dizer que a seleção brasileira de Felipão foi campeã do mundo em 2002 graças ao técnico Lazaroni (que perdeu a copa de 1990 na segunda fase).

Vamos recontar essa história, restabelecendo a verdade dos fatos, para impedir que as crianças e os jovens aprendam coisas erradas da história do Brasil por culpa da partidarização da TV Globo.

O Plano Real foi o entreguismo ao
consenso de Washington, sob uma reforma monetária, nem tão boa assim, pois o mérito de fato foi estabilizar a inflação, mas em contrapartida implantou-se de vez uma dependência da ditadura dos bancos privados e do capital estrangeiro, que saquearam as riquezas nacionais e suor dos trabalhadores durante a roubalheira da Privataria Tucana, seja através da venda de patrimônio público, seja através da especulação com a dívida pública.

Além de promover o entreguismo, sucateou o Brasil, entregando todas as nossas riquezas e planejamento para a "mão invisível do mercado", que levou à coisas absurdas como o apagão elétrico de meses de racionamento, e entregou o próprio mercado interno para exploração pura e simples por estrangeiros sem compromisso de gerar empregos e riquezas aqui.

Crescimento econômico consistente só veio a acontecer de novo no governo Lula, com investimentos estatais, tais como na Petrobrás e na infra-estrutura, com política industrial, com o consequente aumento do emprego. Outra causa desse crescimento foi a distribuição de renda e inclusão social, além da expansão do crédito, expandindo o mercado interno.

Em 1994, Itamar Franco (o verdadeiro comandante do Plano Real) entregou o país na 7ª posição (segundo o FMI). É verdade que a moeda brasileira (o Real) sobrevalorizado, valendo mais do que o dólar estadunidense, inflava um pouco o PIB (Produto Interno Bruto) computado em dólar, a ponto de colocar o Brasil à frente da China. Mas mesmo se a moeda não estivesse com um valor artificialmente forçado é provável que o país fosse a 8ª ou 9ª economia naquela época.

FHC recebeu o país nessas circuntâncias favoráveis, e não soube aproveitar a oportunidade. Em seus 8 anos de desgoverno demo-tucano, o Brasil só desceu ladeira abaixo, sendo ultrapassado não só pela China (o que era esperado e natural), mas também por países como México, Espanha, Coreia do Sul, Canadá e Índia. Há estudos em que o PIB da Austrália e da Holanda superou o brasileiro em algum trimestre, durante o governo demo-tucano.

O PIB caiu por culpa direta das decisões e escolhas do governo demo-tucano, pouco tendo a ver com conjunturas desfavoráveis.

Quando a Privataria Tucana entregou a Telebras e a Embratel para espanhóis, portugueses e mexicanos, foi o PIB daqueles países que cresceram.

Quando a Petrobrás encomendava plataformas em Singapura e outros países, era o PIB de lá que crescia.

Quando o populismo cambial era usado para reeleger FHC, até coca-cola em lata era importada do México e dos EUA, e era o PIB de lá que crescia, enquanto aqui afundava e gerava desemprego.

Em 2002, FHC entregou o país à Lula rebaixado para a 13ª economia do mundo.

Lula recebeu a herança maldita de FHC, na 13ª posição, quebrado, e entregou para Dilma em 2010 na 7ª posição, com uma economia saneada e sólida, ultrapassando de novo México, Espanha, Coreia do Sul, Canadá, Índia e, pela primeira vez na história, ultrapassou a Itália.

Agora Dilma recebeu a herança bendita de Lula, e também está sabendo conduzir o país, levando-o para a inédita posição de 6ª economia do mundo, em plena crise internacional.
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