quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A juventude e o direito de protestar


Do sítio da União da Juventude Socialista (UJS):

Os movimentos sociais de juventude vem a público defender o inalienável direito de manifestação, como assegura o artigo 220 da Constituição brasileira.

A juventude tem consciência do seu papel e foi às ruas denunciar o circo armado pela direita brasileira, para transformar uma blogueira, apoiada pelos EUA, em mártir da democracia.

Fomos às ruas por que no Brasil o monopólio da mídia, consequência do apoio de alguns veículos de comunicação à ditadura militar, criminaliza os movimentos sociais e a juventude. Por isso não aceitaram nossos protestos, esta é a maior prova da face reacionária e antidemocrática de YS e da mídia brasileira.

Mais uma vez temos a certeza que estamos do lado certo da história. Depois de diversas tentativas fracassadas do imperialismo americano em golpear a soberania do povo cubano, a partir de uma máfia organizada em Miami, tentam agora, com YS, um novo golpe contra revolução Cubana. A embalagem pode ser diferente, mas, o conteúdo é sempre o mesmo, subjugar o bravo povo cubano aos interesses do grande capital.

Continuaremos defendendo a autodeterminação dos povos, lutando, sempre de maneira democrática, pois, somos os filhos e filhas dos lutadores sociais que derrotaram a ditadura militar, lutadores que a grande imprensa ajudou a perseguir.

Utilizamos nosso direito constitucional de manifestação para denunciar a falsa defensora dos direitos humanos. Como pode YS não declarar nenhum repúdio a prisão, nos EUA, dos cinco heróis cubanos? Como ser defensora dos direitos humanos indo ao congresso nacional com apoio do deputado Jair Bolsonaro, um defensor aberto das práticas de tortura, da homofobia e do machismo. Como pode a blogueira e a mídia falar em democracia se não respeitam o direito de manifestação exercido pela juventude brasileira? YS nos acusou de terroristas por realizar manifestações – com caneta e papel – por onde ela passou, denunciando suas mentiras. É esta sua concepção de democracia, que criminaliza as vozes que discordam de sua opinião?

Para a tristeza de setores fascistas da imprensa, vamos continuar a exercer nosso direito de protestar, direito conquistado nas ruas, com muito sangue e luta do povo brasileiro.

Assinam este documento: ABGLT, ANPG; APEOESP; Associação Cultural B; Centro de Estudos Barão de Itararé; CONAM, CONEM, Consulta Popular; ECOSURFI; Enegrecer; FEAB; Federação Paulista de Skate; Fora do Eixo; Juventude da CTB; Juventude da CUT; Juventude do PSB; Juventude do PT; Juventude Pátria Livre; Levante Popular da Juventude; Marcha Mundial das Mulheres; MST; Nação Hip Hop Brasil; Pastoral da Juventude, PJMP; REJU; REJUMA; UBES; UBM, UJS; UNE; UPES, Via Campesina.

A provocação da direita no Congresso



Por Altamiro Borges

Parlamentares da oposição, muitos deles filhotes da ditadura militar, promoveram no final da tarde desta quarta-feira uma provocação nos corredores da Câmara Federal. Eles instalaram uma placa diante da galeria de imagens do PT, que comemora 30 anos de vida, sobre o “mensalão”. O sítio do Estadão, que atacou histericamente o protesto dos jovens contra a visita da dissidente cubana Yoani Sánchez, gostou da iniciativa: “Parlamentares do DEM e do PSDB resolveram ‘completar’ a história oficial exposta pelo partido”. Haja cinismo!


A provocação barata foi imediatamente rechaçada pelo deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que numa atitude corajosa retirou a placa e não se intimidou diante da fúria dos tucanos e demos. “Isso é coisa de moleque! É falta de respeito!”, protestou. Houve bate-boca e empurrões, mas a oposição de direita não conseguiu manter a sua encenação. Entre os provocadores estavam os demos Ronaldo Caiado, ex-líder da assassina União Democrática Ruralista (UDR), e o fascistóide gaúcho Onix Lorenzoni.

A exposição dos 30 anos do PT registra com fotos e textos momentos importantes da história da legenda, desde as greves do ABC paulista, lideradas por Lula, até 2012. Por razões óbvias, ela não cita o chamado o escândalo do mensalão. No caso de uma exposição do DEM, ela não registraria a sua origem nos porões da ditadura. No caso do PSDB, não falaria da privataria e da compra de votos para a reeleição de FHC. Já no caso de uma história da mídia, muita podridão seria escondida. Mesmo assim, pelas normas do Congresso, elas seriam respeitadas. DEM e PSDB promoveram um ato que merece total repúdio!

Cuba e os “desinformadores” de opinião



Um colunista escreveu um artigo sobre Cuba e a visita da blogueira Yoani Sánchez cujo título era: “Os idiotas perdidos no tempo” e baseado nisso pergunto: Seria então um idiota esse mesmo colunista que escreveu, há alguns anos, depois de um retorno de uma viagem à Cuba, que o país tinha lhe ensinado a não prejulgar aquilo que não conhecia e encheu a ilha de elogios?

Por Valter Xéu*


 Cuba 

Samuel, que já esteve em Cuba quatro vezes, não conhece Cuba e além de desconhecer todo o passado e presente de Yoani deixa transparecer que desconhece os 50 anos do bloqueio norte-americano e que, entretanto, Cuba se mantém, apesar da maior potência do planeta estar a pouco mais de 140 quilômetros e mesmo assim, os americanos que mandam no mundo, não conseguem mandar em Cuba.

Desconhece que, todos os anos, a maioria dos países membros da ONU vêm condenando o bloqueio e os Estados Unidos não dão a mínima e isso parece não ferir os sentimentos democráticos dos colunistas ávidos em criticar Cuba e que, com a presença de Yoani, virou a mania nacional dos “desinformadores” de opinião.

E por que isso?

Porque Cuba tem tomado precauções, precauções essas que levam a tomar medidas consideradas antipáticas pelo mundo pró-americano ou por aqueles que, apesar de viverem na mídia e da mídia, desconhecem por completo todo o imbróglio que envolve Cuba e os Estados Unidos e que não é dos últimos 50 anos e sim, desde as lutas pela independência contra a Espanha, que foi derrotada, mas que se sentou à mesa em Paris para discutir a capitulação. Foram os americanos que fizeram explodir o barco Maine no porto de Havana onde morreram mais de 300 marinheiros, acusaram a Espanha e declararam guerra aos espanhóis, isso quando a Espanha já estava derrotada pelos cubanos.

Nas negociações em Paris com os espanhóis, nenhum cubano e sim norte americanos.

Quem conhece um “pouquinho” da história da América sabe que todas as desavenças entre cubanos e norte-americanos vêm dai.

“Desinformadores” de opinião

O resto é jogar para a plateia informações pobres de conteúdo e que,na verdade, só servem para desinformar o leitor, levando-o a ter uma ideia errônea dos fatos e fazendo coro com aqueles, que mesmo sabendo a história, a escondem, e vão na onda dos "desinformadores" de opinião.

Será que os que encheram os jornais com ataques contra Cuba e dando eco para as informações de Yoani têm acompanhando as informações divulgadas pela ONU de que o índice de mortalidade em Cuba chega a 4,4 por mil nascidos vivos? E que esses índices superam vários países do primeiro mundo e que nos envergonha, apesar de sermos a 5ª ou 6ª economia do planeta, nossos números beiram a casa dos 30? Será que eles desconhecem as informações de que a expectativa de vida do cubano é maior que a do brasileiro?

E a blogueira afirma e eles acreditam ou acreditam por conveniência ideológica que o povo passa fome e segundo alguns colunistas, o país está na miséria e a pergunta aqui é: Como o povo pode estar passando fome e o país na miséria se ostenta índices sociais que muitos países desenvolvidos não têm?

Parecem desconhecer a solidariedade de Cuba com os países africanos e da América Latina. Nenhum médico americano está no Haiti enquanto os cubanos são milhares sem nenhum ônus para o governo haitiano, todos mantidos pelo governo de Cuba assim como em toda América Latina, Ásia e África.

Somente na ELAM – Escola Latino Americana de Ciências Médicas, milhares de latinos estudam medicina gratuitamente, assim como centenas de brasileiros que nunca teriam condições de fazer o curso.

Mil e tantos americanos – apesar da situação política de Cuba com os Estados Unidos – estudam medicina gratuitamente nas escolas cubanas. Alardeiam que se Hugo Chávez morrer, o regime cubano desmorona.

A União Soviética e todo o Leste Europeu desmoronaram e Cuba, apesar das dificuldades e do bloqueio dos Estados Unidos que impõem prejuízos ao povo cubano,  sobreviveu e sobrevive a isso tudo o que demostra que com Chávez ou sem Chávez, Cuba resistirá.

Apartheid

O líder sul-africano Nelson Mandela não cansa de afirmar que Cuba foi um dos principais fatores do desmantelamento. Os nossos bravos colunistas sabem por que Mandela afirma isso? É só procurar se informar sobre a participação dos cubanos na África e principalmente na Batalha de Cuito Cuanavale onde as tropas sul-africanas que invadiram Angola pelo território da Namíbia, foram derrotadas pelos angolanos com o apoio dos cubanos que chegaram a ter no continente africano mais de 300 mil homens.

Ah! Mas isso com certeza é desconhecido pela maioria dos colunistas que se pautam pelas informações das agências noticiosas norte-americanas, e que pautam nossas publicações e assim fica valendo a opinião deles que é o poço onde nossos bravíssimos “desinformadores” de opinião, buscam as “informações”. 

*Valter Xéu é editor dos sites Pátria Latina e Irã News

EUA dão sinais de que enviarão armas para terroristas sírios




Os Estados Unidos consideram realizar alguns ajustes na sua política contra a Síria e poderão enviar ajuda militar aos bandos armados, como coletes a prova de balas e veículos armados, além de proporcionar aos terroristas "treinamento militar", destacaram nesta quarta-feira (27) alguns meios de comunicação estadunidenses.


O diário The Washington Post afirmou esta semana, entretanto, que as autoridades ainda se opõem a enviar armas, algo que muitos consideram uma grande mentira, já que fluem por meio de canais ilegais armas e munições americanas, desde a Turquia e a Jordânia com o apoio da CIA, citando apenas dois exemplos.

"A Casa Branca apoia um caminho ruim para a solução da crise, se levarmos em conta as declarações do secretário de Estado John Kerry de dar mais apoio à oposição armada nessa nação árabe", consideram analistas do periódico.

"A oposição da Síria precisa de mais ajuda para derrubar o governo do presidente Bashar al-Assad", disse Kerry nesta quarta, durante uma reunião com seu colega francês Laurent Fabius, embora não tenha especificado se seu governo planeja um maior envolvimento no conflito que o Ocidente e algumas nações do Golfo Pérsico promovem.

As declarações do chefe da diplomacia estadunidense acontecem a poucas horas de uma reunião da coalizão dos autodenominados "amigos da Síria" em Roma, nesta quinta (28).

"Acredito que a oposição necessita de mais ajuda para ser capaz de derrubar o governo e trabalhamos para ter uma posição única, indicou Kerry em Paris, sem referir-se aos grupos terroristas vinculados à rede Al-Qaida, parte da chamada "oposição" e que os próprios estadunidenses mantêm na chamada lista suja.

O atual giro de Kerry, que o levará também ao Oriente Médio e que alguns esperavam que fosse parte de uma diplomacia "sutil", para escutar posições, parece que mudará de tom e terminará em um apoio direto ao terrorismo na Síria e na ajuda militar, que passará do que eufemisticamente se chamava de "não letal" para a mortal.

Ao contrário da percepção de que a Casa Branca apoiaria o caminho do diálogo sem condições prévias, agora parece que o Departamento de Estado se desloca de toda iniciativa nesse sentido, de acordo com a opinião dos meios de comunicação estadunidenses.

Em Genebra, no ano passado, a Rússia e os Estados Unidos concordadam em uma fórmula da transição que teria um governo de coalizão de rebeldes e atuais ministros, sem especificar o papel que Bashar al-Assad cumpriria no plano.

O diário The New York Times informou há uma semana que o presidente Barack Obama poderia mudar a política do país em relação à Síria, ao mesmo tempo que o Pentágono, a CIA e os neocons querem aprofndar a militarização do conflito, segundo comentou nesta quarta o diário britânico The Guardian.

"Mais armas para os rebeldes não vão mudar a estagnada situação militar", comenta o diário, ao assinalar que o Exército Árabe Sírio "não consegue" vencer a guerra, tampouco os "rebeldes".

A adição de mais armas somente aumentará a quantidade de mortos e dificultará a ajuda para milhões de pessoas vítimas de um conflito insuflado pelo Ocidente e, no último caso, essas armas podem acabar nas mãos de jihadistas e salafistas, autores dos maiores ataques e atos terroristas na Síria.

Fonte: Prensa Latina
http://www.vermelho.org.br

Pyongyang: EUA empurram Coreia Popular rumo ao "imprevisível"




O governo de Pyongyang denunciou novamente a atitude hostil de Washington contra o país asiático e criticou nesta quarta-feira o má influência que os Estados Unidos exercem sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas.


Durante um discurso feito na sede da ONU em Genebra, na Suíça, o embaixador da Coreia Popular culpou a casa Branca por tentar orientar o país asiático rumo a "uma fase imprevisível".

“Não se deveria permitir que os Estados Unidos infringissem gravemente o direito da Coreia Popular de usar seu espaço com finalidades pacíficas e tampouco se deveria permitir que influenciem de forma negativa o Conselho de Segurança das Nações Unidas, ao utilizá-lo como uma ferramenta para executar sua política hostil contra Pyongyang", asseverou o representante da Coreia Popular.

A entidade mundial impôs novas sanções contra a parte norte da península coreana somente por causa dos recentes testes nucleares que o país levou a cabo em busca de um desenvolvimento no âmbito tecnológico e ambiental".

A medida institui um bloqueio ao comércio de componentes que poderiam ser usados como armamento nuclear, inclusive "certos tipos de alumínio utilizados nos sistemas de mísseis balísticos".

Também proíbe a negociação de ouro, metais preciosos, diamantes e bônus do governo da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) e impede os bancos do país de abrirem novas filiais na União Europeia (UE), enquanto também as entidades europeias estão proibidas de fazer o mesmo no país asiático.

No dia 12 de fevereiro, o governo da RPDC confirmou que havia realizado com êxito o terceiro teste nuclear da sua história, após os realizados em 2006 e 2009. O anúncio provocou irritação de Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e também novas sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Em resposta ao último teste nuclear de Pyongyang, a Coreia do Sul anunciou em 14 de fevereiro que estava finalizando um novo míssil de ataque, capaz de atingir alvos na RPDC "em qualquer lugar e a qualquer hora".

Fonte: HispanTV

WikiLeaks: documentos provam intenção dos EUA de derrubar Chávez


Venezuela wikileaks
Empresas funcionavam como braço da CIA para armar estratégias contra a Venezuela


Documentos vazados pelo WikiLeaks revelam que os Estados Unidos tentaram derrubar o presidente venezuelano Hugo Chávez utilizando estudantes e tentando forjar uma revolução contra o mandatário. Os dados são de duas empresas estadunidenses que funcionaram, na Venezuela, como braços privados da CIA.

Baseado em e-mails trocados entre as empresas Stratfor e Canvas, o WikiLeaks revelou que ambas as corporações dirigem as ações da oposição venezuelana desde 2006 e desenharam a campanha oposicionista para as eleições parlamentares de 2010.

Os documentos são datados de julho de 2004 a dezembro de 2011. Neles, a empresa de inteligência, Stratfor, revela que fornece análises a corporações multinacionais que pretendem investir na Venezuela e utiliza várias fontes para elaborar seus relatórios. 

As correspondências provam que suas motivações e objetivos estão longe de serem independentes e que, na verdade, trabalha como uma agência de inteligência e estratégia, como um braço privado da CIA, para aqueles que buscam investimentos na nação sul-americana.

Para derrotar Chávez, Stratfor e Canvas utilizaram estudantes como estratégia. Em uma das correspondências, enviada em janeiro de 2010, intitulada “Análise da situação na Venezuela”, a Canvas, cuja sede se encontra em Belgrado, propõe uma estratégia copiada da juventude pró-democrática Otpor!, que foi aplicada na Sérvia. Este plano, apoiado pela CIA, utilizou os protestos estudantis e uma revolução para derrubar o presidente Slodoban Milosevic, em 2000.

Nos e-mails enviados pela Stratfor há documentos que detalham os passos recomendados para colocar em marcha uma revolução para derrubar Hugo Chávez.

As correspondências também abordam uma grande variedade de temas, mas se concentram principalmente no setor de energia, particularmente do petróleo, a mudança política, a situação das forças contrarrevolucionárias e o estado das forças armadas.

As empresas detalham ainda as relações da Venezuela com Cuba, China, Rússia e com o Irã, demonstrando o desespero dos funcionários estadunidenses pelo avanço das alianças de Chávez com outros países, principalmente com os latino-americanos.

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva, com agências internacionais

Lula: movimento sindical deve ter meios de comunicação próprios




O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na manhã desta quarta-feira (27), do evento organizado em comemoração aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Lula falou durante cerca de 40 minutos para uma plateia de dirigentes e sindicalistas, elogiou o movimento sindical brasileiro e a CUT e criticou a imprensa e seus adversários que “nunca quiseram que eu e a Dilma ganhássemos as eleições”. E propôs que o movimento sindical crie suas próprias mídias.


Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Lula
Ministro Gilberto Carvalho e o ex-presidente Lula durante evento da CUT
Para Lula, seus adversários sempre se incomodaram com seu sucesso: "eu acho que a bronca que eles [adversários] tinham de mim era o meu sucesso, e agora é o sucesso da Dilma (…) Essa gente nunca quis que eu ganhasse as eleições. Nunca quis que a Dilma ganhasse as eleições. Aliás, essa gente não gosta de gente progressista", declarou.

A direita e os formadores de opinião pública foram os últimos a aderir, na década de 1980, ao movimento pelas eleições diretas para presidente e, na década seguinte, à campanha pelo impeachment do então presidente Fernando Collor, hoje senador, lembrou o ex-presidente: "é preciso reconhecer que o País mudou muito, inclusive na questão da comunicação. Nos anos 1980, qualquer imbecil se achava formador de opinião pública", disse. "Nesse País, formadores de opinião pública eram contra a campanha das diretas, contra a derrubada do Collor".

Como forma de ilustrar a perseguição sofrida pela imprensa, Lula se comparou ao ex-presidente estadunidense Abraham Lincoln: "eu fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860, igualzinho batem em mim. E o coitado não tinha nem computador. Ia para o telex ficar esperando", contou Lula, que está lendo a biografia do ex-presidente dos Estados Unidos. "Hoje a resposta é em tempo real. Eu quero parar de reclamar dos que não gostam de mim e não dão espaço. Eu não convido eles para minha festa e não sou convidado", resumiu.

Para o ex-presidente, é hora de o movimento sindical parar de reclamar da falta de espaço na mídia e criar seus próprios meios de comunicação. Disse também ser necessário um mapeamento de toda a mídia do setor progressista para que esse segmento se organize. "É uma arma poderosa, mas totalmente desorganizada. Por que a gente não organiza a nossa mídia, dá formatação, um pensamento coletivo, mais unitário?", indagou.

Ele falou ainda do papel da imprensa dos movimentos sociais. “Eles [a grande imprensa] não gostam de mim, não vão me dar espaço mesmo”. E estimulou que os sindicatos conversem mais e trabalhem a imensa rede de rádios, sites, blogs e até TVs, que possuem, como a TVT, que transmitiu o evento ao vivo.

10 anos de governos progressistas

Ainda em tom de crítica aos adversários, Lula defendeu a gestão da presidente Dilma Rousseff e os dez anos do PT e partidos aliados no governo federal.

"Eu sinto orgulho em saber que este país mudou. Ainda falta fazer coisa, obviamente que falta. Mas um país que passou 500 anos sufocando os pobres não vai recuperar em dez anos. Mas não reconhecer que esse país mudou? E mudou muito", provocou.

CUT e sindicalismo

Lula pediu uma mudança de postura da CUT. Ele cobrou que a central sindical e seus dirigentes saiam às ruas, deixem os prédios e viajem mais pelo País. Recomendou ainda que conversem mais com a presidente Dilma "porque mulher sempre trata melhor que o homem". 

O petista disse ainda que apoia a marcha dos trabalhadores que será realizada em 6 de março. "Todas as reivindicações são justas. Agora, só precisa saber se o governo tem condições de atender", opinou.

Sobre o sindicalismo no país, Lula disse que hoje não dá mais pra imaginar o Brasil sem a CUT. “A maior conquista da CUT não foi a luta por salário ou uma hora a mais, uma hora a menos [de trabalho semanal]. Foi o alto grau de conscientização política do trabalhador”. 

Em seu resgate histórico das lutas dos trabalhadores, Lula lembrou que muitas vezes “tínhamos que falar grosso até demais para subir um degrau muito pequeno”, mas que hoje a situação é completamente diferente. 

O sindicalista citou o exemplo dos Estados Unidos, onde recentemente ele visitou a central dos trabalhadores na indústria automotiva e aeroespacial, a CAW. “Nos Estados Unidos, a Nissan, que é dirigida por um brasileiro, não permite que seus trabalhadores se sindicalizem, esta é a luta deles. Não é El Salvador, não é Nicarágua, não é a Namíbia, é nos EUA onde muitos trabalhadores em muitos locais são proibidos de se sindicalizarem”.

O ex-presidente também falou sobre seu papel no governo e a relação com os sindicalistas. Lembrou que recebeu os sindicatos que pediam a regulamentação da jornada de 40 horas semanais e, na ocasião, defendeu que o movimento não deveria esperar por uma solução do governo. “Eu disse: se eu fosse vocês, não esperaria por medida provisória, eu sairia pelo Brasil para politizar esse debate nas portas de fábricas. No final, os ganhos são muito maiores do que ficar dependendo de uma medida do governo”.

E terminou parabenizando a CUT por seus 30 anos com um elogio: “antigamente eu achava que o movimento sindical italiano poderia ser mais organizado que o nosso. Hoje eu não acho mais”, completou.

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva, com agências

CENTRAIS SINDICAIS EM BRASÍLIA


CSB DEFENDE AS ENTIDADES SINDICAIS DOS SERVIDORES PÚBLICOS EM AUDIÊNCIA NO MTE



Central é contra a revogação da Instrução Normativa que regulamenta a cobrança da contribuição sindical da categoria
Foi realizada em 25 de fevereiro, no auditório da sede Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, uma audiência pública sobre a cobrança da contribuição sindical dos servidores públicos, que, em janeiro deste ano, passou a ser opcional após a publicação da Instrução Normativa nº 01/2013 pelo Ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Brizola Neto.
Participaram do evento Manoel Messias Nascimento Melo, secretário de Relações do Trabalho do MTE e dirigentes de várias centrais sindicais. A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) participou da reunião com cerca de 20 representantes, entre eles Alvaro Egea, secretário-geral, Cosme Nogueira, diretor de educação e cultura da entidade, e vários sindicatos e federações filiados.
A CSB condenou a Instrução Normativa nº 01/2013, que cessa os efeitos da Instrução Normativa nº 01/2008, que determinava a cobrança da contribuição sindical de todos os servidores públicos. “Demonstramos que a contribuição sindical está prevista na Constituição e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e tem sido acolhida por reiteradas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Portanto essa contribuição está legalmente amparada”, argumentou Alvaro Egea sobre a posição da CSB na luta para que a Instrução Normativa nº 01/2008 volte a vigorar.
Justificativa do Ministério do Trabalho
O MTE defende que Instrução Normativa nº 01/2013 não foi um posicionamento político, mas o cumprimento de uma determinação da Advocacia-Geral da União (AGU) de que a contribuição sindical só pode ser regulamentada por meio de leis.
Ao contrário do que afirma a AGU, a contribuição sindical não precisa de lei que a regulamente porque ela já possui previsão legal na Constituição e na CLT, como explicou Alvaro Egea e reitera o STF.
Esta posição foi seguida pela maioria das centrais sindicais. As que se manifestaram contra não tiveram voz, dada a capacidade de argumentação das entidades, principalmente da CSB, em dissuadir o governo do objetivo de levar a Instrução Normativa nº 01/2013 adiante.
Argumentos da CSB
O diretor da Central, Cosme Nogueira, discursou durante o evento e expôs à mesa da audiência os argumentos contundentes da CSB contra a IN 01/2013.
“A questão dos servidores públicos está na ordem do dia da Central. A IN 01/2013 só vem lesar os servidores públicos porque ela interfere diretamente no sistema de organização das instituições. No momento em que ela se baseia principalmente na questão do custeio, não se pode pensar que uma entidade sindical possa exercer seu mandato em defesa da classe trabalhadora se houver interferência direta na organização dela”, salientou Cosme Nogueira.
“A portaria foi publicada às vésperas da arrecadação da contribuição sindical, que acontece em março. Isso provocará um desastre na vida sindical porque os sindicatos, sobretudo os dos servidores municipais, necessitam do dinheiro da contribuição para manter seus trabalhos na luta pela defesa dos direitos dos servidores”, enfatizou o secretário-geral da CSB, Alvaro Egea.
Há uma corrente anarquista do movimento sindical que é contra a arrecadação, mas 99% do movimento sindical brasileiro precisam da contribuição, inclusive filiados importantes das centrais que se mostram contra o pagamento.
A convenção 151 da OIT deve ser respeitada, segundo Cosme Nogueira. “A questão não se limita apenas ao custeio, porque é necessário também regulamentar a Convenção 151 da OIT, que concede direito de negociação coletiva. Além disso, é preciso haver o direito de greve. Temos de discutir hoje a organização sindical dos servidores públicos como um todo”, defendeu o diretor da CSB.
A CSB é fervorosamente contra a revogação da IN nº 01/2008 e a valorização excessiva do Estado em desfavor do trabalhador do setor público. Ao suprimir este orientador de arrecadação de fonte de custeio, o Estado inviabiliza a representação junto ao setor público, mitigando a proteção ao trabalhador que trabalha em função pública e destrói todo o sistema sindical de proteção da categoria.
“É necessário democratizar as relações de trabalho no setor público em todas as esferas e poderes. É uma questão de independência para as entidades sindicais. A contribuição sindical dos servidores públicos é uma questão consolidada”, reitera Cosme Nogueira.
Resultados e novas lutas
Ao final da audiência pública, ficou acordada a suspensão da decisão do ministro Brizola Neto por um prazo de 90 dias. Nesse período, as centrais se reunirão numa câmara bipartite, governo e servidores públicos, para buscar uma solução alternativa consensual de financiamento dos sindicatos dos servidores.
A Contribuição Sindical dos trabalhadores do setor público é legítima e legal, e somente pode ser contestada ideologicamente ou politicamente, não interferindo em sua prática. É inaceitável que o movimento sindical seja fragilizado, defende a CSB.
“Consideramos que a suspensão foi uma vitória, mas, nós da CSB, vamos trabalhar de maneira incansável pela revogação da Instrução Normativa 01/2013”, finalizou Cosme Nogueira.
http://www.oradarsindical.com.br

INÍCIO DA AÇÃO DA CSB EM BRASÍLIA É MARCADO POR IMPORTANTES ENCONTROS



Em uma das reuniões, os dirigentes da Central foram recebidos pelo senador Valdir Raupp
O primeiro dia da ação da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) foi marcado por importantes encontros com parlamentares. Às 11h30 do dia 26 de fevereiro, os representantes da CSB, liderados pelo presidente da entidade, Antonio Neto, se reuniram com o senador e presidente do PMDB Valdir Raupp para apresentar ao parlamentar a pauta trabalhista defendida pela Central.
Antonio Neto apresentou a comitiva da CSB, composta por dirigentes de vários sindicatos filiados à entidade, e reforçou ao senador o crescimento da Central em quase um ano de existência. “Essa é uma central com força grande. Trouxemos um documento com a relação de toda a direção nacional e todos os dirigentes sindicais que fazem parte dela, seus mais de 400 sindicatos e 23 federações filiados”, expôs o presidente da CSB.
Neto articulou ainda os objetivos da Central nos três dias de atuação no Congresso Nacional. “Queremos avisar à Casa, aos deputados, senadores e demais lideranças que chegamos para defender a classe trabalhadora. Nós temos uma pauta no Congresso: as 40 horas de trabalho semanais, a regulamentação da Convenção 151 da OIT, que é a convenção dos servidores públicos. Temos vários assuntos que estão tramitando na Casa e nós precisamos muito do PMDB, para que o partido se aproxime ainda mais dos movimentos sociais, com os trabalhadores, com a juventude, com a universidade”, explicou.
O senador Valdir Raupp colocou o PMDB à disposição da CSB e dos sindicatos. Destacou também a força do partido na Câmara e no Senado, fator importante para debater e apoiar a pauta trabalhista, bandeira de luta da CSB nessa ação na capital federal.
“Eu quero me colocar à disposição da CSB. Quero fazer um convite. Nós respeitamos todas as filiações, as correntes partidárias, as criações de novos partidos. Nosso líder é o Eunício Oliveira, que hoje comanda o PMDB no Senado. Aqui na Câmara é o Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro. Com os líderes, você pode agilizar os projetos para as categorias. E o PMDB ficará como suporte para ajudar nos trabalhos necessários, complementou Valdir Raupp.
Articulação para a defesa dos administradores
Durante a tarde do dia 26, dirigentes da CSB e de sindicatos e federações dos administradores do Maranhão participaram de duas audiências com os deputados Weverton Rocha (PDT/MA) e Simplício Araújo (PPS/MA) para pedir aos parlamentares apoio às bandeiras de luta da categoria e apresentar aos deputados a evolução da Central.
João Alberto Fernandes, vice-presidente da CSB, Pierre Januário, presidente do Sindicatos dos Administradores do Maranhão, e Clóvis Matoso, presidente da Federação Brasileira dos Administradores, pediram o apoio do deputado na articulação política para defender os interesses dos administradores tanto no âmbito federal como no estado do Maranhão.
Pierre Januário expôs as propostas da categoria. “Precisamos defender o piso salarial do administrador no Maranhão. O arquiteto tem, o advogado tem, o assistente social tem, o médico tem, o economista tem, e nós não temos. No âmbito nacional tem um projeto de lei que também trata do piso salarial da categoria no Brasil e está engavetado. Temos uma tarefa de desengavetar esse projeto de lei e fazer essa articulação para voltar essa discussão”, argumentou o dirigente.
Ele também abordou outra discussão: a equiparação salarial dos administradores com outras categorias no âmbito federal. “Já tem um projeto de lei de equiparação salarial dos engenheiros, dos arquitetos, economistas. Faltou ou esqueceram a articulação para incluir os administradores”, completou.
Weverton Rocha se mostrou atento e solícito às reivindicações. “Eu vou pedir para a nossa assessoria técnica da bancada fazer um levantamento, um estudo de como anda a situação aqui. O que nós temos tramitando, de concreto, hoje, trata da valorização do profissional de administração”, explicou o deputado.
Simplício Araújo também se manifestou positivamente às reivindicações da categoria.”Conte com a gente. Encaminhe a mim todos os interesses da classe trabalhadora. O que a gente puder falar em nome da categoria e reverberar qualquer assunto importante para vocês, estaremos à disposição.”
Últimas reuniões do dia
Antonio Neto se reuniu com o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, para discutir a alteração das regras de concessão de registro sindical. Em breve a CSB divulgará reportagem aprofundada sobre o encontro.
Fechando o produtivo primeiro dia da ação da CSB, Neto e os dirigentes da entidade se encontraram com o senador Gim Argello, líder do PRN no Senado. O presidente da CSB expôs as bandeiras da Central ao parlamentar, que reagiu positivamente aos ideais propostos. “As portas do gabinete estão sempre abertas, conte com o nosso apoio”, finalizou.
O segundo dia da ação da CSB em Brasília, que ocorrerá em 27 de fevereiro, será pautado por novas reuniões com parlamentares e ofensivas junto às autoridades no Congresso Nacional.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Fidel: “Nós não lutamos por glórias nem honras; lutamos por ideias justas”



 Pronunciamento do líder histórico da Revolução Cubana,Fidel Castro, durante a sessão de instalação da 8ª Legislatura da Assembleia Nacional do Poder Popular (Parlamento)
   “Queridos companheiros:

  Agradeço profundamente o nobre gesto do povo ao ter-me elegido como deputado à Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba.
Não será muito o tempo que ocupe na intervenção de hoje, e também não o espaço desta honrosa cadeira como deputado, e não por falta de decisão, senão por imperativo da natureza.
Jamais pensei que minha existência se prolongasse tanto e que o inimigo fosse suficientemente torpe, em seu odioso ofício de eliminar adversários determinados em lutar.
Nessa luta desigual, nosso povo demonstrou sua espantosa capacidade de resistir e de vencer. Sim, porque cada ano de resistência, entre 1959 e 2013, foi uma vitória que nosso pequeno país tem direito a proclamar!
Nós não lutamos por glória nem honras; lutamos por ideias que consideramos justas, às quais, como herdeiros duma longa lista de exemplos, milhões de cubanos consagraram sua juventude e sua vida. Um número expressa tudo: mais de 800 mil cubanos cumpriram abnegadas missões internacionalistas. Se quando do triunfo da Revolução, no ano 1959, não chegávamos a sete milhões de habitantes, pode medir-se o significado de tais esforços.
Isto, contudo, não expressa tudo. Em outubro de 1962, a nação esteve a ponto de converter-se em campo de batalha nuclear. Um ano e meio antes, em abril de 1961, uma expedição mercenária treinada, armada e escoltada pela Marinha dos Estados Unidos, desembarcou na Baía dos Porcos e esteve a ponto de provocar uma sangrenta guerra, que teria custado aos invasores norte-americanos centenas de milhares de vidas — afirmo isso sem exagero — e a nosso país, destruição e perdas humanas realmente incalculáveis. Na época, possuíamos aproximadamente 400 mil armas e sabíamos como usá-las. Em menos de 72 horas o fulminante contra-ataque revolucionário evitou aquela tragédia, tanto a Cuba quanto ao povo dos Estados Unidos.
Fomos vítimas da “guerra suja” durante muito tempo, e 25 anos depois da Crise dos Mísseis, tropas internacionalistas defendiam Angola dos invasores racistas sul-africanos, providos já, naquela época, de várias armas nucleares com tecnologia e partes essenciais fornecidas por Israel, com a aprovação dos Estados Unidos. Naquela ocasião, a vitória de Cuito Cuanavale e o posterior avanço resolvido e audaz das forças cubanas e angolanas, equipadas com os meios aéreos, antiaéreos e a organização adequada para liberar territórios ainda ocupados pelos invasores, dissuadiram a África do Sul, de que não restava outra alternativa que abrir mão de suas ambições nucleares e sentar-se na mesa de negociações: O odioso sistema racista deixou de existir de vez.
Entre todos levamos a cabo a modesta proeza de uma Revolução profunda que, partindo de zero, nosso povo foi capaz de realizar. Aos primeiros núcleos revolucionários se foram somando outros, unidos pelo desejo de lutar e pela dor por causa da tragédia do país perante o golpe brutal. Enquanto alguns tinham esperanças num futuro que viam ainda muito distante, outros meditávamos já na necessidade de dar um salto na história.
Entre o golpe de Estado de 10 de março de 1952 e 1º de janeiro de 1959 decorreram apenas seis anos e 296 dias; pela primeira vez, em nossa Pátria, o poder tinha ficado totalmente nas mãos do povo.
A batalha começou então contra a ignorância política e os princípios antissocialistas que o império e a burguesia tinham plantado em nosso país. A luta de classes desatada a poucas milhas da sede do império foi a escola política mais eficiente que nenhum país teve; falo de uma escola que abriu suas portas há mais de 50 anos. Homens e mulheres, desde os pioneiros até as pessoas que tenham muitos mais anos, temos sido alunos dessa escola.
Contudo, a grande batalha que, de acordo com o que contava Raúl há alguns dias, se impõe, é a necessidade de uma luta enérgica e sem trégua contra os maus hábitos e os erros que nos mais diversos setores cometem diariamente muitos cidadãos, inclusive militantes.
A humanidade entrou num estágio único de sua história. Os últimos decênios não guardam relação alguma com os milhares de séculos que os antecederam.
No ano 2011, a população mundial chegou a sete bilhões de habitantes, o que constitui uma quantidade alarmante. Em apenas dois séculos, a população do mundo se multiplicou por sete, atingindo um ritmo de necessidades alimentares vitais que a ciência, a tecnologia e os recursos naturais do planeta estão muito longe de conseguir.
Podem ser feitos dezenas de cálculos, falar de Malthus ou da Arca de Noé, basta saber o que é uma grama e o que produz um hectare de qualquer alimento e tirar suas conclusões.
Talvez o primeiro-ministro inglês ou o presidente Obama saibam a resposta que prolongue alguns dias mais a vida humana, a multiplicação dos pães e dos peixes e as palavras mágicas para persuadir os africanos, os habitantes da Índia, América Latina e todos os países do Terceiro Mundo, de que não tenham filhos.
Há dois dias, uma agência internacional lembrava que um multimilionário estadunidense, Dennis Tito, tinha gastado US$ 20 milhões para pagar sua viagem à Estação Espacial Internacional, onde permaneceu vários dias, no ano 2001.
Agora Tito, que parece ser em verdade um fanático da exploração espacial, estava discutindo os detalhes para viajar ao planeta Marte. A viagem durará 501 dias. Isso é desfrutar a mais-valia! Entretanto, as calotas polares se derretem velozmente, o nível dos oceanos sobe por causa da mudança climática, alagando grandes áreas numas poucas dezenas de anos, tudo o qual supõe que não haverá guerras e as sofisticadas armas que se estão produzindo a um ritmo acelerado nunca serão usadas. Quem os entende?
Concluo, para cumprir minha promessa de ser breve, estas palavras de saudação a nossa Assembleia Nacional.
No 118º aniversário do Grito de Baire e no 160º do nascimento de nosso Herói Nacional, gratifica-me render tributo ao revolucionário, anti-imperialista e bolivariano que plantou em nossos jovens as primeiras sementes do dever.

Muito obrigado!”

Queda da inflação e cinismo da mídia



Por Altamiro Borges

No início do ano, a mídia rentista fez o maior terrorismo com a volta da inflação. Alguns “analistas do mercado” – nome fictício dos porta-vozes do capital financeiro – garantiram que o governo havia perdido o controle sobre os preços e que estava em curso uma nova explosão inflacionária. Nos últimos dias, porém, eles próprios já admitem que a inflação deve cair nos próximos meses. Sem fazer qualquer autocrítica, a mídia só não admite que faz o jogo dos banqueiros, que pressionam o governo pelo aumento dos juros.


Nesta semana, “os analistas de mercado fizeram um leve ajuste nas projeções para a economia neste ano e diminuíram, pela primeira vez depois de sete semanas, a expectativa para a inflação no final de 2013. A previsão do mercado agora é que IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o índice oficial de inflação) encerre o ano em 5,70%”, relata a Folha. O mesmo jornal que deu várias manchetes sobre o risco iminente da explosão inflacionária, agora dá uma notinha em que admite que o monstro está sob controle.

Diante da violenta pressão dos rentistas, o governo até deu sinais de vacilação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, andou dizendo que andava “preocupado” com a inflação, sinalizando que o Banco Central poderia retomar a trajetória de alta da taxa básica de juros, a Selic. Isto animou os agiotas financeiros, que passaram a apostar numa mudança de rumo do Banco Central. Ontem, porém, num evento em Nova Iorque, o presidente da instituição jogou água fria na fervura, decepcionando os agiotas financeiros.

Alexandre Tombini afirmou que a inflação declinará no segundo semestre deste ano e que o crescimento da economia será retomado. “A inflação dos preços de alimentação vai se moderar, assim como o crescimento do crédito”, explicou. Ele também enfatizou que a redução do preço da energia terá maiores efeitos a partir deste mês sobre os custos de produção e nos preços das mercadorias. Com isso, ele ajudou a desfazer as apostas do capital financeiro numa alta da taxa básica de juros – hoje em 7,25% ao ano.

Canais estrangeiros aceleram remessas de lucro às matrizes



As remessas de lucros de canais estrangeiros ao exterior somaram R$ 1,317 bilhão em 2012, informou a Agência Nacional de Cinema (Ancine).
Em 2011, as remessa dos canais chegaram a R$ 1,085 bilhão e em 2010, a R$ 857 milhões. O maiores canais de TV paga no Brasil são Net, controlada pela Telmex/AT&T, e Sky, do grupo americano DirecTV.
A conta foi feita com base no artigo 39 da nova lei da TV Paga (Lei 12.485/2011), no qual é estabelecido que para ficarem isentos do pagamento de 11% de Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) sobre as remessas feitas ao exterior, os canais estrangeiros podem optar por recolher 3% do total remetido em uma conta corrente destinada a co-produções com produtoras independentes. Esse montante deve ser depositado em uma conta monitorada pela agência reguladora.
Contudo, os números não representam o total dos lucros dos canais estrangeiros, já que o recolhimento representa apenas 3% das remessas. Além disso, não estão computados custos pagos diretamente no exterior e as receitas de joint-ventures internacionais com sede no Brasil.
O lucro dos canais estrangeiros tem sido crescente desde a legislação anterior, a chamada Lei do Cabo (nº 8.977/1995), que estabelecia o limite máximo de 49% de participação de capital estrangeiro com direito a voto na TV a cabo – já a participação acionária sem direito a voto poderia ser de 100%. Porém, tanto Telefónica, quanto Telmex/AT&T, através de burla da lei já controlavam, respectivamente, a TVA, adquirida do Grupo Abril, e a Net, da Globo.
O Grupo Abril e a Telefónica estabeleceram no Acordo de Acionistas da Comercial Cabo (TV a Cabo em São Paulo) e da TVA Sul (TV a Cabo em Curitiba, Foz do Iguaçu, Florianópolis e Camboriú) que todas as deliberações do Conselho de Administração e da Assembleia Geral estariam sujeitas à aprovação de uma “Reunião Prévia”, na qual participam e votam todos os acionistas, tanto os detentores de ações ordinárias quanto os de ações preferenciais.
Telmex e Globo criaram a GB Empreendimentos e Participações, que ficou com 51% do capital votante da Net, a Embratel (Telmex) com 37,5% e 11,5%, pulverizados.
Os 51% das ações ordinárias da GB foram divididas em 51% para a Globo e 49% para a Embratel (Telmex), isto é, 24,99% (49% de 51%). Assim, a Embratel/Telmex detém 62,49% (37,5% mais 24,99%) das ações com direito a voto da Net.
Ou seja, antes mesmo da aprovação da nova lei do Cabo, empresas estrangeiras já detinham (ilegalmente) canais brasileiros e, portanto, seus lucros.
http://www.horadopovo.com.br/

UM ANO PERIGOSO



É bom não esperar muito dos próximos doze meses. Os dissídios internacionais tendem a crescer e, se não houver o milagre do bom senso, podem conduzir a novos conflitos armados regionais, com o perigo de que se ampliem. Os chineses, que têm  particular visão de mundo, podem dissimular sua alma coletiva, mas no interior de seu excepcional crescimento econômico e tecnológico, militam  sentimentos de orgulhosa desforra. Nenhum povo, ao que registra a História, foi tão espezinhado pelos invasores armados quanto o chinês.
Durante milênios, senhores dentro de suas fronteiras,  sentiam-se os donos do mundo que conheciam, mesmo que vivessem em guerras internas e se defendessem de vizinhos hostis.
O enriquecimento dos chineses e sua crescente presença internacional são fatos novos, que podem ser  o fator mais importante da História neste século, que já entrou em sua segunda década. Eles estão se apropriando, com perseverança e obstinação, das riquezas naturais do mundo, do petróleo às terras raras (de que são grandes possuidores em seu próprio subsolo). Ao mesmo tempo, desenvolvem  tecnologia militar própria e fortalecem seus exércitos.

É difícil pensar que, dispondo de tal poder econômico e militar, os chineses não o utilizem  na defesa de sua cultura e de seus interesses. E também para cobrar o que lhes fizeram os colonizadores europeus durante o século 18 – e os japoneses, no século 20, na Manchúria. Como eles se lembram bem, contingentes do Exército Japonês, em fúria animal, mataram, entre dezembro de 1937 a fevereiro de 1938, mais de 200 mil militares e civis na cidade de Nanquim, estupraram as mulheres e meninas, antes de matá-las, e dilaceraram os corpos dos meninos, entre eles os de recém-nascidos.

O general Chiang-kai-Chek, que se tornaria anticomunista em seguida, não ficou bem no episódio. Com a desculpa de que deveria preservar a elite de seu exército, abandonou a cidade, entregando-a a recrutas mal treinados e a voluntários civis, além da população, inocente e desarmada. Foi essa gente, sem treinamento e debilitada, que os japoneses venceram e trucidaram. Os chineses não esqueceram os mortos de Nanquim, e os japoneses se esforçam em fazer de conta que não foi bem assim.

O dissídio, aparentemente menor, entre Beijing e Tóquio, a propósito das ilhas Senkaku (em japonês) ou Diaoyu (em chinês) pode ser o pretexto para o acerto de contas de 1937. Nos últimos dias do ano, o Japão decidiu enviar uma força naval para a defesa das ilhas, cuja soberania diz manter – o que os chineses contestam. Os chineses advertiram que vão contrapor-se à iniciativa bélica japonesa. As ilhas, sem importância econômica, e  desabitadas, eram milenarmente chinesas, e foram incorporadas pelo Japão em 1895, depois da  guerra sino-japonesa daquele fim de século. São ilhotas diminutas, a menor com apenas 800 metros quadrados (menor do que um lote urbano no Brasil) e a maior com pouco mais de 4 km2.

Acossados por uma série de vicissitudes, os Estados Unidos começam o ano combalidos pelo confronto político interno, a propósito do Orçamento. Mas não perdem a sua velha arrogância imperial. Há mesmo quem veja, na decisão japonesa de enviar navios de guerra ao diminuto arquipélago, uma jogada do Pentágono, para antecipar, enquanto lhes parece mais conveniente, o confronto com os chineses. Há um tratado de paz dos Estados Unidos com o Japão que prevê a ajuda americana em caso de conflito regional. É uma partida muito arriscada.

O presidente Obama também acaba de sancionar uma lei do Congresso determinando que o governo norte-americano tome medidas para impedir a penetração diplomática do Irã na América Latina, e, no bojo das justificativas, a Tríplice Fronteira é mais uma vez citada, como  área que financia o Hesbolá. Como se  não houvesse, ali e no resto do Brasil, os que financiam o Estado de Israel. Devemos nos precaver.

Infelizmente, no Brasil, há sempre os vassalos de Washington, que estimulam o intervencionismo ianque em nossas relações internacionais (sobretudo com o Irã e a Palestina), entre eles alguns senadores da República, como revelaram os despachos do Embaixador Sobel, divulgados pelo WikiLeaks.


O anunciado conflito armado entre Israel e o Irã é também alimentado pelo ódio da extrema direita judaica contra todos os que criticam Tel Aviv. O Centro Simon Wiesenthal considerou o cartunista brasileiro Carlos Latuff o terceiro maior inimigo de Israel no mundo. Os dois primeiros são o líder espiritual da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e Ahmadinejad, o presidente do Irã.

cineasta Sylvio Tendler, em mensagem de solidariedade a Latuff, lembra que eminentes judeus, entre eles os jornalistas Ury Avnery, Amira Haas e Gideon Levy, são mais críticos da posição de Israel contra os palestinos do que o cartunista brasileiro.

É lamentável que o nome do caçador de nazistas Simon Wiesenthal, que conheci e entrevistei, em Viena, há mais ou menos 40 anos, para este mesmo Jornal do Brasil, seja usado para uma organização fanática e radical, como essa. Wiesenthal, ele mesmo sobrevivente da estupidez nazista, era um obstinado – e legítimo – caçador de criminosos de guerra, que haviam cometido todo o tipo de atrocidades contra seu povo.

O governo direitista de Israel é de outra origem. Não podemos fazer de conta que nada temos contra a ameaça a um cidadão brasileiro, Carlos Latuff, cuja segurança pessoal deve ser, de agora em diante, de responsabilidade do governo. Ou  que não nos devamos preocupar com a lei aprovada por Obama. Temos tido bom relacionamento com o governo do Irã, e a política externa brasileira é  decisão soberana de nosso povo.

Uma presença militar maior em Foz do Iguaçu e ao longo da fronteira ocidental é necessária, a fim de dissuadir os agentes provocadores. As guerras sempre foram vantajosas para os americanos, desde a invasão do México, em 1846-48. É provável que seus estrategistas  estejam retornando à Doutrina Bush da guerra infinita.

Diante desse cenário mundial instável, e na perspectiva de uma campanha sucessória agitada, temos que manter toda serenidade possível. A defesa de posições políticas eventuais não deve comprometer a segurança nem a soberania do povo brasileiro. A nação deve sobrepor-se a todos os interesses, mais legítimos uns e menos legítimos outros, de grupos econômicos e partidários.
Infelizmente, desde Calabar e Silvério dos Reis, não faltam os que desprezam o nosso povo e traem os interesses da Pátria.

Mauro Santayana: 2013, 

Data: 07/01/2013  
Fonte: JB on line
Colunista: Mauro Santayana
por Mauro Santayna, no JB Online