quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CCJ da Câmara cede a monopólios e flexibiliza horários da “A Voz do Brasil”


A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou projeto que desregulamenta a transmissão do programa jornalístico “A Voz do Brasil”. O projeto altera o Código Brasileiro de Telecomunicações e desobriga a transmissão do programa às 19 horas. A “Voz do Brasil” é ouvida por cerca de 80 milhões de brasileiros.
O projeto de flexibilização, que será válida para todas as emissoras de rádio comerciais e comunitárias, permitindo a retransmissão do programa entre as 19h e as 22h, deverá ser apreciado pelo plenário da Câmara.

O jornalista Beto Almeida, diretor no Brasil da rede de televisão latino-americana Telesur, denunciou, em artigo o real objetivo da desregulamentação. “Atender aos vorazes apetites dos conglomerados de comunicação privados sedentos por uma hora a mais de baixaria radiofônica e pouco jornalismo, pois, como é sabido, a imensa maioria das emissoras de rádio não cumpre a exigência legal para um mínimo de programação noticiosa, sequer contratam jornalistas para tal”.

Criado em 22 de julho de 1935, durante o governo do presidente Getúlio Vargas, o Programa Nacional, que mais tarde foi rebatizado de a Hora do Brasil e posteriormente, “A Voz do Brasil”, é um programa jornalístico informativo sobre as atividades dos três Poderes da República sendo o programa radiofônico em operação mais antigo do mundo.

Presidente da Petrobrás alerta para falta de investimentos na cadeia produtiva do país para o pré-sal


O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o país precisa acelerar a velocidade de investimentos na cadeia produtiva do pré-sal e advertiu que o governo ainda não tomou as providências necessárias. “Estou preocupado com a velocidade de investimentos na cadeia produtiva”, disse o economista, em entrevista à agência Carta Maior.

“Se houver dificuldade na implementação da política de conteúdo nacional, nós podemos ter um problema. Para evitar o risco da doença holandesa, é absolutamente fundamental intensificar o investimento na cadeia produtiva de suprimento de bens e serviços para petróleo e gás”, ressaltou.

Gabrielli observou que o desenvolvimento brasileiro a partir do pré-sal pode estar começando a ficar comprometido, pela falta de planejamento do governo e de investimento das empresas fornecedoras. Já haveria no ar risco de “doença holandesa”, a maldição desindustrializadora que atinge países exportadores de grandes quantidades de uma única commodity.

Ele lembrou que é necessário aumentar a produção de máquinas, bombas, válvulas especiais, milhares de equipamentos. “Se não houver o crescimento dessa produção no Brasil, e nós vamos precisar de alguns equipamentos críticos que não tem capacidade de produção mundial, podemos ter problemas com o desenvolvimento brasileiro”, advertiu.

O Clube de Engenharia enviou carta à presidenta Dilma Rousseff pedindo do governo federal atenção especial em relação aos fornecedores, no sentido de que as encomendas sejam destinadas prioritariamente a empresas de capital genuinamente nacional. “Igualmente preocupante é o movimento intenso de grandes corporações internacionais no sentido de se instalarem no Brasil”, argumenta o presidente do Clube, Francis Bogossian, lembrando que tais companhias também vêm se consolidando no Brasil “principalmente via aquisição de empresas de capital nacional”.

Outro problema é o Repetro (Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural), instituído pelo governo FHC, que através do decreto nº 2889/98 concedeu às multinacionais petroleiras o privilégio de importar equipamentos sem pagar impostos e sem cobertura cambial. Segundo a Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobrás), o Repetro provocou o fechamento de cerca de 5 mil empresa nacionais do ramo.

EUA espionaram embaixada do Brasil e malas diplomáticas de consulados foram violadas 

Documentos confidenciais, liberados recentemente pelo Itamaraty, revelam que o desrespeito à soberania brasileira durante a administração tucana, por parte do governo americano, foi muito mais intenso do que se imaginava.

O vexame, protagonizado pelo ex-chanceler de FHC, Celso Lafer, de ser revistado e obrigado a tirar o sapato no aeroporto de Miami para entrar no país, em 2002, foi só a ponta do iceberg.

Malas diplomáticas eram sistematicamente violadas e a embaixada brasileira em Washington foi vítima de grampos e de espionagem por parte das agências americanas.

Segundo os relatos do Itamaraty, no ano de 2001, funcionários da embaixada brasileira em Washington descobriram vasto material de escuta e grampos telefônicos instalados no interior do prédio. O embaixador brasileiro à época, Rubens Antonio Barbosa, denunciou ao governo brasileiro a interceptação nos telefones em despacho feito ao Itamaraty em 2001. Segundo Barbosa, a situação foi passada ao Departamento de Estado americano, “mas não houve reação”. E o governo brasileiro da época não tomou nenhuma providência consistente para exigir o esclarecimento dos fatos. Afinal, como se sabe, os tucanos não eram muito afeitos a defensores da soberania do país. Eles achavam que esse era um tema um tanto “ultrapassado”. Ou seja, gostavam mesmo era de baixar a cabeça para Washington & Cia.

E é bom observarmos que essas provocações já vinham desde o governo Collor, passando, inclusive, pelo governo Itamar. Elas pioraram depois dos atentados de “11 de setembro”, segundo publica a “Folha de S. Paulo”. Entre 1992 e 1993, lacres metálicos de malas diplomáticas já vinham sendo sistematicamente rompidos e as autoridades alfandegárias norte-americanas em Miami tentavam submetê-las a análises de raio-x, incluindo uma remessa proveniente da embaixada em Havana.

Questionado, o ex-chanceler Celso Lafer disse à imprensa que, passados quase 20 anos dos incidentes, não se recordava dos problemas em Miami.

As primeiras violações foram descobertas em 1992. Em 16 de julho, a mala recebida pelo consulado em Miami “teve o arame de fechamento rompido próximo ao lacre, e seu lacre interno também está aberto”, segundo telegrama do Itamaraty. Em novembro, o consulado informou que o secretário Fernando Vidal, do correio diplomático de Havana, “foi retido por funcionário da alfândega norte-americana para averiguações” sobre a bagagem que trazia de Cuba em avião de carreira. A alfândega ordenou que a mala fosse objeto de revista em raio-x”. Vidal ameaçou chamar o consulado, o que fez os americanos desistirem da ideia.
S.C.
Mantega aumenta em 10 bilhões confisco fiscal para pagar juros 


Em 12 meses já foram gastos R$ 224,76 bilhões com juros


O aumento, em R$ 10 bilhões, da “meta” de superávit primário deste ano, anunciada pelo ministro Guido Mantega, é tão irresponsável quanto as justificativas supostamente econômicas que acompanharam tal anúncio.

Segundo Mantega, esse aumento do confisco orçamentário para repassar dinheiro público aos bancos, sobretudo externos, e demais especuladores (pois é isso o que se chama “superávit primário”), vai nos preparar para a recessão dos países centrais, que agora até ele acha que vem por aí.

Pelo contrário, não será uma política recessiva até as entranhas que nos livrará de ser arrastados pela crise desses países. O que Mantega está fazendo é nos colocar em crise – pois sua minúscula cabeça colonizada não admite que o Brasil possa crescer, nem ficar fora da crise, se aqueles que ele considera seus donos estão imersos nela.

De quebra, o aumento do superávit primário é uma sinalização aos bancos dos países imperialistas – sobretudo dos EUA – de que podem contar com as finanças e a economia do Brasil como seu posto de repasto, seu terreno para saques e pilhagens, nesse momento difícil para eles. Em suma, e sendo mais rigoroso, é uma sinalização de que eles podem contar com Mantega.

É mais do que evidente, como disse a presidente Dilma quando foi anunciada a sua vitória nas eleições, que temos, nesse momento, de contar com o nosso mercado interno, com a nossa indústria, com a nossa economia, com as nossas próprias forças. Despejar mais dinheiro nos bancos externos, pendurar o país na crise dos outros, é, obviamente, o contrário de tudo isso.

Notemos que, de janeiro a julho, o confisco orçamentário para os juros, o “superávit primário”, aumentou 160,7% em relação ao mesmo período do ano passado (cf. Ministério da Fazenda, STN, “Resultado do Tesouro Nacional”, vol. 17, nº 7, agosto/2011, pág. 3).

Isto significa que o confisco foi 16,55% do dinheiro que o governo gastou em “despesas primárias” (Educação, Saúde, etc.), o que é a mesma coisa que dizer que R$ 66,92 bilhões foram subtraídos da verba destinada ao atendimento da população (cf. op. cit., Tabela A1).

No entanto, não foi somente isso o que o governo repassou, via juros, aos bancos e outros especuladores. O “superávit primário” é o confisco orçamentário das receitas primárias, isto é, da arrecadação de impostos, contribuições e taxas. Não inclui, por exemplo, as “sobras” (?) de caixa das estatais, que são, desde o governo Fernando Henrique, obrigatoriamente confiscadas para pagar juros.

Assim, 29,33%, mais de um quarto, dos gastos do governo de janeiro a julho - isto é, R$ 117,39 bilhões do governo federal e R$ 138,54 bilhões de todo o setor público – foram gastos com juros (cf. BC, “Relatório de Política Fiscal”, 26/08/2011, Quadro 2).

O que é 126,92% do que se gastou, no mesmo período, com juros em 2010 e 70,91% do que se gastou em todo o ano passado, elevando o gasto em 12 meses para R$ 224,76 bilhões somente com juros.

Somem-se a isso as colossais amortizações feitas no mesmo período e descobriremos que 68% dos gastos totais do governo, de janeiro a julho, foram repasses aos bancos (para as amortizações até julho, R$ 296,27 bilhões - pois houve um salto espetacular no último mês, com amortizações que chegaram, só em julho, a R$ 101,82 bilhões - ver a Execução Financeira do Tesouro Nacional, Tabela A4, no já citado “Resultado do Tesouro Nacional”).

Apesar dessas quase inacreditáveis amortizações em julho, devido aos juros a dívida pública total diminuiu apenas R$ 81,13 bilhões em relação ao mês anterior. Em julho, estava em 2 trilhões, 343 milhões e 666 mil reais. Portanto, com esses juros as amortizações somente estão servindo para passar mais dinheiro aos bancos, e não para reduzir efetivamente a dívida.

O sr. Mantega, evidentemente, acha que isso é pouco: quer aumentar em R$ 10 bilhões o desvio orçamentário para os juros.

Talvez o mais escandaloso seja ouvir certas autoridades, mais entusiasmadas do que galinhas antecipando a chegada do galo, dizendo coisas como “excelente, é um resultado muito positivo, o melhor da história” ou “felizmente o Brasil está apresentando resultados fiscais muito sólidos, mas é necessário sempre manter e aprofundar o cuidado para que continue assim”, como o secretário do Tesouro, Arno Augustin.
Quase dá vontade de aderir ao MST, que cercou o Ministério da Fazenda porque não consegue renegociar uma dívida da agricultura familiar, e dizer, como um de seus líderes, sobre o superávit primário recorde de julho: “está demonstrado para que o Estado existe no Brasil: para servir ao grande capital”.
Porém, o Estado tem que servir aos brasileiros. Exatamente por isso é que são inadmissíveis as idiotices – e o cinismo ansioso para se arrumar na vida - do sr. Mantega, segundo quem o aumento do superávit primário é para “abrir mais espaço para que os investimentos no Brasil continuem aumentando, garantindo, assim a geração de empregos e o crescimento da economia” ou que “esta é uma medida de conter aumento de gastos de custeio para que haja um contínuo aumento dos investimentos” ou que “à medida que se diminui ou se deixa de aumentar o gasto público, abre-se espaço para que haja uma queda da taxa de juros, quando o Banco Central entender que é possível”.
“Abre-se espaço” virou fórmula mágica para justificar qualquer absurdo, exatamente porque esses absurdos não abrem espaço para nada – até ocupam demasiado espaço nos cofres ou na contabilidade virtual dos bancos, sobretudo os estrangeiros.

Desde quando passar mais dinheiro do Orçamento aos bancos faz aumentar os investimentos? E desde quando a tendência atual é de aumento dos investimentos? Com a produtividade da indústria estagnada há seis meses devido à queda da produção, ocasionada pelos juros altos, pelo câmbio irreal e por medidas imprudenciais (desculpe, leitor), tudo aponta para uma queda nos investimentos, inclusive na taxa de investimento (isto é, nos investimentos em relação ao PIB).

Quanto a diminuir o custeio para aumentar os investimentos, isso é tão estúpido, e já falamos tanto dessa imbecilidade, que só resta dizer que não é coisa de gente séria: se o investimento pudesse ser feito à custa de destruir os investimentos passados (pois mantê-los é a função do que se chama “custeio”), dentro em breve estaríamos de volta à Idade da Pedra Lascada.

Porém, nada revela mais o vigarista do que a conversa sobre os juros: desde quando aumentar o superávit primário impediu aumento de juros ou, mais mentiroso ainda, fez os juros caírem? Todas as vezes em que se aumentou o superávit primário, os juros, pelo contrário, subiram (v., p. ex., o testemunho do ex-ministro José Dirceu sobre o período 2005-2006, HP, 14/05/2008).

O que tem até alguma lógica, do ponto de vista dos especuladores financeiros. Depois do governo elevar o confisco orçamentário para aumentar o repasse de juros, por que os bancos estrangeiros, que mandam no Banco Central, não iriam subir os juros?

Aliás, temos agora a instituição oficial – não mais oculta ou informal - de uma ditadura: a dos bancos estrangeiros, através do BC. Segundo Mantega, os juros vão cair “quando o Banco Central entender que é possível”. Já para o secretário do Tesouro, “quanto melhor for o resultado fiscal, melhores ficam as condições para que o Banco Central, dentro de sua autonomia, avalie qual política deve conduzir”.

De nossa parte, recusamo-nos a aceitar a deposição da companheira Dilma, que foi em quem nós votamos. Ninguém, e nenhuma lei, concedeu ao BC o poder de usurpar as funções da Presidência da República. Ninguém no BC foi eleito para escolher política alguma. E desde quando uma camarilha, dependente dos bancos externos até os cueiros, doida para se arranjar a serviço deles, tem autoridade para decidir o que o Brasil precisa ou não precisa?

CARLOS LOPES

Kadafi chama à luta para derrotar os que querem escravizar a Líbia


“Nunca enfrentei nenhuma luta que não fosse por meus princípios, ajudando o povo, o povo líbio e os povos africanos. E os imperialistas? O que têm a dizer? Nada! São aves de rapina!”

O líder Muamar Kadafi lançou manifesto aos líbios, divulgado no sábado, dia 27, após os mercenários a serviço dos forças estrangeiras terem entrado na capital Trípoli, trazidos por tropas especiais dos países da Otan, com utilização de helicópteros, bombardeios aéreos e mais morticínio de civis. Em sua mensagem, Kadafi reafirma seu compromisso de continuar a luta para derrotar os que querem escravizar o povo líbio para roubar-lhe o petróleo e diz: “Estou com vocês nesses dias e nas noites escuras. Tenham todos a certeza de que vocês estão do lado da grandeza”. A seguir a íntegra do manifesto.
“Aos meus compatriotas

  Os assaltantes imperialistas que querem usurpar a terra de vocês, querem ver-me morto e já ofereceram um prêmio pela minha cabeça. Não sabem que minha cabeça, minha alma e o martírio pertencem a Alá, o grande deus. Mostrei ao mundo onde está o ninho da maldade.

Pensam vocês, meu irmãos, que o acontece ao meu país acontece por minha culpa? Não. Por isso lhes digo que defendam a liberdade de vocês. Ganhamos essa batalha e outras ganharemos. Deus é grande. Vocês têm casa, saúde, escola gratuitos.

Ajudei o Chifre da África e, aqui, nenhum imperialismo imperou. Mas não fiz o bastante. Agora, vocês sofrem. Lutei muito para que, agora, vocês percam tudo. Lutem, lutem, não descansem nem se acovardem.

Somos milhões no mundo que já vimos que as coisas são como eu sempre disse que eram: imperialismo é igual a escravidão. Não nos submeteremos. Meu legado há de servir também a outras nações. Não estou morto, porque muitos ainda me querem vivo.

Estou com vocês nesses dias e nas noites escuras. Estamos com Alá.

Meus irmãos, levem a guerra a cada rincão da opulência, da vaidade, da vida lasciva. Não se deixem seduzir pelos dólares de sangue. Os líbios são seres luminosos. Tenham todos a certeza de que vocês estão do lado da grandeza.

Deixem passar o tempo. Há forças no interior de vocês. Libertem-se dos demônios do mundo, vivam e deixem viver.

Todos sabem onde estou. Nos oásis mais belos de nosso país. Não destruam a Líbia. Já sobrevivemos a seis meses de martírio e dor. Mas essa é a terra de vocês. Não a vendam.

Minha alma está com vocês. Temos democracia participativa na Líbia. O povo, para o povo. E por que dizem que não? Porque eu estou aqui. Uma voz de revolução? Não. Nem pensam nisso. É tudo pelo petróleo.

O imperialismo está acabado. Irmãos da Revolução Verde, não caiam na mentira capitalista. Para que algum império sobreviva hoje, precisa de guerra eterna.
Vocês não veem que ainda estando eu vivo e combatendo essa batalha infernal, eles já brigam entre eles, disputando o butim da nossa Líbia amada?

Os dissidentes supõem que os colonialistas lhes darão o que eu lhes dei?

Pois esperemos, para ver.

Minha família e eu estamos bem, lutando pela verdade. Sofro, apenas, por haver líbios matando líbios. Mas foi o que conseguiram os sediciosos. Eu nunca lutei luta que não fosse por meus princípios, ajudando o povo, o povo líbio e os povos africanos. E eles? O que têm a dizer? Nada! Todos os capitalistas racistas são iguais. São aves de rapina!

Eles e seus slogans de caridade: Ajudem as crianças da África? E que criança da África ganha deles alguma coisa? As doações vão para banqueiros e multinacionais e para as empresas que eles criam para lucro deles. Algum africano alguma vez foi beneficiado pelas empresas que eles criam? Não.

O Chifre da África sofre o que sofre por causa do imperialismo.
Sou líder e tenho o poder nas mãos. Vivo porque meu povo vive. Por isso querem calar-me. Kadafi aqui, hoje e sempre.

Povos do mundo levantem-se e façam fugir esses meios-homens que querem escravizar vocês.

Agora estou em Sirte. Nasci aqui. Sou filho humilde desse deserto líbio que me viu nascer. Estou em Trípoli, em Benghazi e no mundo. E daqui, falo. E os ianques, onde estão? O que têm a dizer?

Acaso a civilização e a cultura ianque querem pendurar-me numa forca, como o líder do Iraque?

Pois se acontecer, que seja. O martírio honra quem mostra a verdade ao mundo.

“Imagem de rebeldes” da Otan em Trípoli foi produzida no Catar duas semanas antes


Os mercenários do Conselho Nacional de Transição (CNT) que atuam para derrubar o governo líbio admitiram ter falsificado imagens da detenção do filho do presidente Muamar Kadafi, Seif el Islam, bem como da tomada da capital, Trípoli, para facilitar o “reconhecimento” dos agentes do imperialismo como “representantes legítimos da Líbia”.

Conforme admitiu Mahmoud Jibril, do CNT, a armação teve o papel chave de acelerar a capitulação diplomática, pois desde a veiculação da dita “informação”, 11 países reconheceram o Conselho de entreguistas.

“Eles precisavam mostrar as massas de ‘rebeldes’. Para isso construíram cenários em Catar duas semanas antes. Tínhamos esta informação, sabíamos que haviam construído ali cenários da Praça Verde de Trípoli. Contrataram atores profissionais. Omar Jali interpretou incrivelmente bem o papel do filho de Kadafi, Seif el Islam. Todo o mundo viu como detinham o filho do coronel”, conta Marat Musin, membro do Comitê de Solidariedade com os povos da Síria e da Líbia.

Diferente da versão, o fato foi que na noite seguinte o próprio Seif apareceu são e salvo diante dos jornalistas estrangeiros para desmentir a “informação” que as agências internacionais vinham bombardeando a seu respeito. “A Otan e o Ocidente possuem altas tecnologias. Interromperam nossa comunicação, mandaram mensagens ao povo líbio mediante as redes líbias, cortaram a emissão de nossos programas, empreenderam uma guerra eletrônica para gerar caos e medo no país”, declarou Seif.

Conforme o professor Iván Zasurski, da Universidade Estatal de Moscou, “como neste tempo não custa nada para alguns falsificar a informação, cada um tem que pensar com sua própria cabeça e aprender a discernir”.

Hoje em dia, alertou, “é impossível crer no que se vê, pois a internet se converteu numa parte importante dos conflitos bélicos”. “A guerra informativa acompanha a guerra real”, frisou.http://www.horadopovo.com.br/

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A falta que o respeito nos faz
 
 
Publicado em 30-Ago-2011
Leonardo Boff
Leonardo Boff

ImageA cultura moderna, desde os seus albores no século XVI, está assentada sobre uma brutal falta de respeito. Primeiro, para com a natureza, tratada como um torturador trata a sua vítima com o propósito de arrancar-lhe todos os segredos (Bacon). Depois, para com as populações originárias da América Latina. Em sua “Brevíssima Relação da Destruição das Índias”(1562) conta Bartolomé de las Casas, como testemunha ocular, que os espanhóis “em apenas 48 anos ocuparam uma extensão maior que o comprimento e a largura de toda a Europa, e uma parte da Ásia, roubando e usurpando tudo com crueldade, injustiça e tirania, havendo sido mortas e destruídas vinte milhões de almas de um país que tínhamos visto cheio de gente e de gente tão humana”(Décima Réplica). Em seguida, escravizou milhões de africanos trazidos para as Américas e negociados como “peças” no mercado e consumidos como carvão na produção.

Seria longa a ladainha dos desrespeitos de nossa cultura, culminando nos campos de extermínio nazista de milhões de judeus, de ciganos e de outros considerados inferiores.

Sabemos que uma sociedade só se constrói e dá um salto para relações minimamente humanas quando instaura o respeito de uns para com os outros. O respeito, como o mostrou bem Winnicott, nasce no seio da família, especialmente da figura do pai, responsável pela passagem do mundo do eu para o mundo dos outros que emergem como o primeiro limite a ser respeitado.

Um dos critérios de uma cultura é o grau de respeito e de autolimitação que seus membros se impõem e observam. Surge, então, a justa medida, sinônimo de justiça. Rompidos os limites, vigora o desrespeito e a imposição sobre os demais. Respeito supõe reconhecer o outro como outro e seu valor intrínseco, seja pessoas ou qualquer outro ser.

Dentre as muitas crises atuais, a falta generalizada de respeito é seguramente uma das mais graves. O desrespeito campeia em todas as instâncias da vida individual, familiar, social e internacional. Por esta razão, o pensador búlgaro-francês Tzvetan Todorov, em seu recente livro “O medo dos bárbaros”(Vozes 2010), adverte que se não superarmos o medo e o ressentimento e não assumirmos a responsabilidade coletiva e o respeito universal não teremos como proteger nosso frágil planeta e a vida na Terra já ameaçada.

O tema do respeito nos remete a Albert Schweitzer (1875-1965), prêmio Nobel da Paz de 1952. Da Alsácia, era um dos mais eminentes teólogos de seu tempo. Seu livro “A história da pesquisa sobre a vida de Jesus” é um clássico por mostrar que não se pode escrever cientificamente uma biografia de Jesus. Os evangelhos contém história, mas não são livros históricos. São teologias que usam fatos históricos e narrativas com o objetivo de mostrar a significação de Jesus para a salvação do mundo. Por isso, sabemos pouco do real Jesus de Nazaré. Schweitzer comprendeu: histórico mesmo é o Sermão da Montanha e importa vivê-lo. Abandonou a cátedra de teologia, deixou de dar concertos de Bach (era um de seus melhores intérpretes) e se inscreveu na Faculdade de Medicina. Formado, foi a Lambarene no Gabão, na Africa, para fundar um hospital e servir a hansenianos. E aí trabalhou, dentro das maiores limitações, por todo o resto de sua vida.

Confessa explicitamente:”o que precisamos não é enviar para lá missionários que queiram converter os africanos, mas pessoas que se disponham a fazer para os pobres o que deve ser feito, caso o Sermão da Montanha e as palavras de Jesus possuam algum sentido. O que importa mesmo é, tornar-se um simples ser humano que, no espírito de Jesus, faz alguma coisa, por pequena que seja”.

No meio de seus afazares de médico, encontrou tempo para escrever. Seu principal livro é:”Respeito diante da vida” que ele colocou como o eixo articulador de toda ética. “O bem”, diz ele, “consiste em respeitar, conservar e elevar a vida até o seu máximo valor; o mal, em desrespeitar, destruir e impedir a vida de se desenvolver”. E conclui:”quando o ser humano aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante; a grande tragédia da vida é o que morre dentro do homem enquanto ele vive”.

Como é urgente ouvir e viver esta mensagem nos dias sombrios que a humanidade está atravessando.

Leonardo Boff é teólogo e autor de “Convivência, Respeito, Tolerância”,Vozes 2006.

A confissão de fracasso do ex-presidente FHC e do senador Aécio Neves
 
 
 
Publicado em 30-Ago-2011
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FHC e Aécio Neves
Nada a ver essas entrevistas dadas em evento, em BH, na qual dois srs. tucanos, o ex-presidente FHC e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmam que se a presidenta Dilma Rousseff quiser a oposição poderá ajudá-la a fazer as reformas e a "faxina" no governo.
 
As duas entrevistas são a confissão do fracasso da tentativa dos tucanos e da oposição de desestabilizar o governo via denuncismo. O tiro saiu pela culatra. O PMDB se aproximou do PT; o PV abriu diálogo com o governo; e o PR, apesar de sair da base governista, não foi para a oposição. Além disso, a presidenta Dilma tomou as medidas necessárias frente a cada caso e o PT a apoiou com aprovação da maioria da sociedade. Ao declararem que podem apoiar o governo  para fazer as reformas e a chamada "faxina", o ex-presidente e o senador não dizem que reformas.  A política eles e o partido deles não querem; a tributária, também não.
 
 
As duas entrevistas são a confissão do fracasso da tentativa dos tucanos e da oposição de desestabilizar o governo via denuncismo. O tiro saiu pela culatra. O PMDB se aproximou do PT. Frente a crise internacional e em nome da governabilidade, o PV abriu diálogo com o governo. E o PR, apesar de sair da base governista, não foi para a oposição.

Além disso, a presidenta Dilma tomou as medidas necessárias frente a cada caso e o PT a apoiou com aprovação da maioria da sociedade. Ao declararem que podem apoiar o governo  para fazer as reformas e a chamada "faxina", o ex-presidente e o senador não dizem que reformas. Quais reformas falam em apoiar? A política eles e o partido deles não querem; a tributária, também não. Assim, ficamos sem saber que reformas e a quais mudanças se referem.

Não apóiam as reformas, mas simulam defendê-las
Sobre o factóide chamado "faxina", invocado por eles, todos sabem que são as reformas política e administrativa, e não uma operação de marketing com o nome de faxina que resolverá essas e outras grandes questões nacionais. E estas reformas não têm o apoio do ex-presidente FHC e do senador Aécio.

Pelo contrário, no caso da reforma administrativa do Estado, sempre combateram com a demagogia de que aumentava os gastos com pessoal e inchava a máquina pública; e no caso da política, pregam o voto distrital, não aceitam o financiamento público de campanhas eleitorais e querem por fim ao voto obrigatório e a reeleição. Esta última, aliás, só foi aprovada em 1997 para dar mais um mandato para FHC, mas o instituto foi bom, deu certo para o país.

O senador Aécio fala em governabilidade, mas a oposição não aprova as medidas do governo para enfrentar a crise. Como, lembrem-se, não aprovou em 2008-2009. Além do fato de o país não viver nenhuma crise de governabilidade. Pelo contrário, estamos enfrentando os efeitos da crise internacional e o governo tem uma ampla maioria no Congresso Nacional. Tanto que aprovou importantes projetos nas últimas duas semanas.

Tucanos reproduzem nos Estados coalizão política federal
Discurseira e jogo para a platéia à parte, o fato concreto é que os tucanos reproduzem nos Estados onde governam o mesmo sistema de nomeações, emendas e alianças. Seja em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, seja no Pará, Tocantins ou Goiás. É só conferir. Protestam, portanto, da boca para fora. Até porque, não querem acabar com o atual sistema de nomeações, nem fazer a reforma política.

Já  que falamos da oposição, vamos dar o exemplo concreto de como não trabalham pela governabilidade, e muito menos pelo Brasil. Agem exatamente ao contrário do que disse o senador Aécio, invocando o grande jurista e político do século passado, Rui Barbosa:"oposição ao governo contem comigo; ao Brasil jamais.”

Aliás, a propósito desse fracasso da oposição em rachar a base do governo e de sua "disposição" pró-reformas, eu gostaria que vocês lessem a reportagem Dirceu descarta racha na base governista , uma conferência que fiz em Brasília, publicada no Valor Econômico de hoje e na qual me estendo mais sobre o assunto.

Foto: site da JPSDB-SP.

Marcha estudantil em Brasília vai pressionar governo e Congresso

 

União Nacional dos Estudantes (UNE) pretende levar 20 mil manifestantes à capital federal na quarta-feira (31) para reinvindicar que investimento em educação seja de 10% do PIB e de metade das riquezas do pré-sal. Ameaçada de morte, líder estudantil chilena Camila Vallejo participa do ato e de audiência pública no Congresso.


BRASÍLIA – Depois de ser ocupada por “margaridas” e por sem-terras, a Esplanada dos Ministérios será, pela terceira semana seguida, palco de manifestações de movimentos sociais. Desta vez, são os estudantes que vão pressionar governo e Congresso, com uma marcha na próxima quarta-feira (31). A União Nacional dos Estudantes (UNE) tem duas bandeiras principais. Aumentar o investimento em educação para 10% do produto interno bruto (PIB). E destinar ao setor metade das riquezas do pré-sal.

Segundo a entidade, 20 mil estudantes estarão em Brasília participando da marcha. O ato encerrará um mês de mobilizações estudantis feitas em todo o país, naquilo que a UNE batizou de “agosto verde e amarelo”. “Foi neste mês de mais pressão dos movimentos sociais que a nossa pauta entrou mais no Planalto”, disse à Carta Maior o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

As atividades terão início às 9 horas, em frente ao Banco Central (BC), onde os estudantes pretendem se unir a sindicalistas e camponeses, para protestar contra a alta taxa de juros. No fim da quarta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anuncia se mexe ou não nos juros.

Do Banco Central, os estudantes seguirão para o Palácio do Planalto, para tentar entregar a pauta de reivindicações nas mãos da presidenta Dilma Roussef. Por ora, não há uma agenda marcada da presidenta com a UNE. Mas, no início do dia, Dilma deve se reunir com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para discutir a situação do setor.

“Falta ousadia para o governo quando a discussão gira em torno dos 10% do PIB para a educação. Existe, claro, uma melhora no setor, mas ainda é tímida. Dessa forma, o Brasil desperdiça uma oportunidade única de investir na juventude e dar um salto significativo na educação”, afirma Iliescu.

PNE e Pré-sal
Durante a jornada, a direção da UNE participará de uma audiência pública, no Congresso, convocada para discutir o novo Plano Nacional de Educação (PNE). O projeto, que tramita na Câmara dos Deputados, foi construído a partir das propostas debatidas na Conferência Nacional de Educação, muitas delas propostas pelo movimento estudantil.

O novo PNE propõe que o setor público amplie os investimentos em educação dos atuais 4,8% do PIB para 7%, até 2020. Os estudantes, entretanto, reivindicam que o percentual atinja 10% até 2014. O pleito é ousado. No ano passado, o gasto federal com toda a área social foi de 15% do PIB, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Os 10% do PIB em educação também levam em conta dinheiro estadual e municipal.

Os estudantes vão cobrar ainda que a presidenta reveja o veto do ex-presidente Lula ao trecho da Lei do Pré-sal que estipulava a aplicação de 50% do fundo social na área da educação, conforme previa campanha lançada em 2009 pela UNE. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional, mas vetada pelo poder executivo no final de 2010.

Solidariedade internacional
Os manifestantes participarão ainda de audiência pública convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara em solidariedade aos estudantes chilenos, vítimas da truculência do governo daquele país. No último protesto promovido pelos chilenos em prol de melhorias na educação, na última quinta-feira (25/8), um estudante foi assassinado e outros ficaram feridos.

A líder estudantil Camila Vallejo, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), participará do ato, que encerra a Jornada Nacional de Lutas, tradicionalmente promovida pelos movimentos estudantis, sindicais e sociais, no mês de agosto. Camila tem recebido ameaças de morte.
FACES DA CRISE: GOVERNO ATUA EM MODO DE ESPERA E O INSTITUTO FHC VIRA SUCURSAL DO TEA PARTY

Nem a elevação do superávit fiscal anunciada ontem pelo governo, nem a interrupção da escalada dos juros, aguardada para amanhã,no Copom, mudam a dinâmica do país nesse momento. O que o governo fez nesta 2ª feira, grosseiramente, foi trocar  seis por meia dúzia. Agregou mais R$ 10 bilhões do excesso de arrecadação de impostos até julho (crescimento recorde de 14% em termos reais) ao superávit primário , elevando-o de 3% para 3,30% do PIB.

Em troca, o BC deve interromper a trajetória de alta da Selic na reunião desta semana. O patamar de 12,5% do juro básico brasileiro é um despropósito planetário comparado à taxa média de 1,5% praticada  na zona do euro e ao patamar de 0,25% tabelado pelo Fed, para os próximos dois anos, nos EUA.

 Foi graças à ortodoxia do BC que o país ingressou na crise de 2008 com esse trofeu anômalo. Reduções significativas, que façam diferença macroeconômica, exigem agora cortes drásticos num dos principais preços da economia.

O ambiente de incerteza mundial  afasta essa opção da mesa dos governantes.

A Presidenta Dilma dança o minueto da espera, com a respiração fiscal em suspenso.

Não tomará qualquer medida graúda sem ter uma avaliação efetiva do estrago que a sarabanda da crise ainda fará no salão internacional.

Imobilizados no redil ideológico do neoliberalismo, que subtraiu legitimidade à taxação efetiva da riqueza, do patrimônio e das grandes transações financeiras  -vide o golpe do Tea Party contra Obama, nos EUA, e a extinção da CPMF no Brasil, subtraindo R$ 40 bi à saúde pública, em 2007- os governos de fato perderam espaço de ação fiscal nas últimas décadas.

Restou-lhes o abismo do endividamento público que no Brasil custa  6% do PIB em juros ao ano. A crise, os gastos extras que ela impôs e o comportamento arisco dos capitais em todo o mundo fechou agora esse ponto de fuga.

Mudanças efetivas no investimento público em educação, saúde, infraestrutura, pesquisa etc dependem de uma mobilizaçao política para romper essa camisa-de-força.

Não é uma agenda para o conservadorismo nativo. Esse parece disposto a dobrar a aposta na eutanásia do Estado.

Reunidos semana passada, em São Paulo, sábios de bico longo, por exemplo,  transformaram o Instituto Fernando Henrique Cardoso numa franchising do Tea Party. O ‘tucano party' deixaria Sarah Palin e o presidenciável Rick  Perry orgulhosos dos mascotes locais. Arida, Bacha & Cia advogaram a privatização de todos os fundos públicos (FGTS e PAT, por exemplo), ressuscitaram a bandeira do déficit fiscal zero e mandaram às favas responsabilidades republicanas com educação, saneamento etc.

Seria importante conhecer a avaliação do PT sobre a plataforma do ‘tucano party'. O partido, porém, dificilmente teria algo de significativo a contrapor sem incluir uma ruptura com a doutrina fiscal do neoliberalismo.

O Congresso do PT neste fim de semana pode ser uma boa oportunidade para essa demarcação de visões.


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GOVERNO MANDA SINAL EQUIVOCADO PARA A SOCIEDADE, DIZ NETO


O anúncio do aumento da meta do superávit primário em R$ 10 bilhões feito hoje pelo governo não é um sinal positivo para a sociedade e para o setor produtivo na avaliação do presidente da CGTB, Antonio Neto, que participou na manhã desta segunda-feira (29) de uma reunião no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff.

“Nós temos claro que o caminho é outro. As medidas adotadas em 2008, na nossa opinião, de reduzir os juros, apostar no mercado interno, aumentar a massa salarial, ampliar investimentos, fortalecer o Estado, apoiar a produção e reduzir o superávit primário não eram medidas sazonais ou anticíclicas em 2008. São ações que devem integrar os princípios da equipe econômica sempre”, afirmou o presidente da CGTB logo após a reunião.

A reunião, que contou com a presença de vários ministros e com dirigentes da CGTB, Força Sindical, CUT, CTB, UGT e Nova Central, foi convocada pela presidenta na última sexta-feira. Esta aproximação entre governo e centrais, para anúncios bons ou ruins, será uma tônica cada vez maior, disse a presidenta, segundo os dirigentes sindicais presentes. Na oportunidade, Antonio Neto apresentou para a presidenta e para os ministros o novo secretário geral da CGTB, Alvaro Egea, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário de Guarulhos.
Redução dos Juros

Mesmo sendo negado, na avaliação das centrais, o governo busca sinalizar ao Banco Central que pretende fazer sacrifícios maiores para a redução dos juros. O Comitê de Política Monetária se reúne esta semana. Segundo os sindicalistas o governo reafirmou que continua trabalhando com a perspectiva de crescimento acima dos 4%.

A presidenta falou ainda que não cabem no orçamento gastos como os que seriam originados com a aprovação da PEC 300, que trata do piso nacional para policiais, e da Emenda 29, que aumenta gastos com a saúde. No entanto, Dilma reconheceu que algumas categorias serão beneficiadas com reajustes salariais, e citou particularmente a dos professores.

Para o presidente da CGTB, as centrais não deixam de valorizar e parabenizar as medidas positivas adotadas  pelo governo para tentar reverter o quadro perverso que vem se instalando no país, devido a uma série de fatores. Mas o principal entrave se chama juros altos, que contribuiu com o desequilíbrio monetário, desestabilizou a balança comercial negativamente para o Brasil e balizou o crescimento da economia.

“Volto a insistir: é preciso diminuir os juros já. Não podemos mais manter esta política dura que está sabotando o nosso crescimento. Temos que encontrar outras formas de conter a inflação, especialmente com relação às tarifas públicas, que saíram da mão do governo e estão em mãos de agências. A renovação das concessões da privatização do setor energético está aí, não podemos perder a oportunidade de mudar os termos leoninos que foram impostos. Podemos e devemos revê-los para diminuir o custo da energia do país”, destacou.

O presidente da CGTB enalteceu o Programa Brasil Maior que, em essência, busca aprofundar a ação ativa do Estado na política industrial para sustentar, no longo prazo, o desenvolvimento do país. “Concordamos com o Dieese, de que a mudança de perspectiva e de abordagem da questão recoloca também o Estado como indutor, orientador, regulador e fomentador do processo de industrialização e desenvolvimento”, disse.

“Por isso acredito que nós devemos priorizar, apoiar, fortalecer e jogar todas as nossas fichas no mercado interno. Esta deve ser a prioridade, este é o caminho para o Brasil superar qualquer crise e embasar o seu crescimento. E isso deve ser feito com a ampliação da renda, com a ampliação do crédito e do número de consumidores para tal, aliado a uma política dura e enérgica para proteger a economia do país, a indústria do país das importações predatórias”, completou.
Fonte: CGTB
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EM REUNIÃO COM DILMA, CGTB PEDE MAIS VERBA PARA MINISTÉRIO DO TRABALHO COMBATER PRECARIZAÇÃO


Em reunião realizada nesta segunda-feira (29), no Palácio do Planalto, o presidente da CGTB, Antonio Neto, defendeu o fortalecimento e ampliação das verbas para o Ministério do Trabalho melhorar a sua estrutura e aumentar o seu quadro de combate ao trabalho análogo à escravidão.

Segundo o presidente da CGTB, a cada dia surgem novos casos de trabalhadores encontrados em situações degradantes. “Mesmo com dificuldades, o Ministério do Trabalho vem desmontando estruturas montadas para explorar os trabalhadores nas grandes cidades, como ocorreu recentemente em São Paulo, com a utilização de mão-de-obra imigrante em condições criminosas para produzir roupas para grifes estrangeiras famosas. Isso é inaceitável. Precisamos reestruturar o Ministério do Trabalho para coibir esta prática”, disse.

A CGTB defendeu que os 10% do Imposto Sindical que são destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador sejam redirecionados para o Ministério do Trabalho instrumentalizar as equipes, ampliar o quadro de fiscais e modernizar o sistema de combate a práticas criminosas de contratação.

“Sabemos que na década passada o MTE sofreu um processo de desmonte, de sucateamento para limitar a sua ação e para impedir que este tipo de crime fosse combatido. Em muitos locais, a fiscalização ou a estrutura das DRTs estão funcionando devido ao apoio dos sindicatos, porque para nós é fundamental que estas operações sejam feitas. Por isso defendemos que os 10% dos recursos do FAT sejam destinados ao Ministério do Trabalho para modernizar e ampliar a sua estrutura, não só do ponto de vista de recursos humanos, mas principalmente materiais”, ressaltou.

De acordo com o presidente da CGTB, estas e outras situações de precarização são motivadas pela ganância de alguns empresários, que têm a ação facilitada pela falta de uma lei mais severa que regulamente a terceirização. “Existem alguns empresários insaciáveis.

No setor de TI, por exemplo, já existe alguns afirmando pelos cantos que agora poderão pagar menos aos PJs porque diminuiu o custo da mão-de-obra com a desoneração. Por isso defendemos que o governo seja mais severo ao cobrar as contrapartidas e os compromissos das entidades patronais, estabelecendo metas claras de formalização, etc. Isso deverá ser feito através dos Conselhos Setoriais com muita energia. Caso contrário, as medidas que podem parecer benéficas não trarão resultado para a economia e se transformarão em meios para aumentar o lucro das empresas, em detrimento da melhora da qualidade de vida dos trabalhadores”, completou o presidente da CGTB.
Fonte: CGTB

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Presidenta Dilma recebe representantes das centrais sindicais no Palácio do Planalto

Presidenta Dilma Rousseff reuniu-se com representantes das centrais sindicais dos trabalhadores no Palácio do Planalto. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff recebeu em audiência, nesta segunda-feira (29/8), no Palácio do Planalto, representantes das principais Centrais Sindicais de trabalhadores do país. No encontro, que contou com a participação dos ministros Guido Mantega (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), os sindicalistas receberam relato do ministro Mantega sobre o cenário da economia mundial. Durante a reunião, os sindicalistas foram informados da decisão de aumento do superávit primário, que seria detalhado mais tarde pelo ministro Mantega.

Após a audiência, os presidentes das centrais – Wagner Gomes (CTB), Paulo Pereira da Silva (Força Sindical), Artur Henrique (CUT) e Antonio Neto (CGTB) – informaram que a presidenta Dilma teria assegurado que “o governo federal manterá os investimentos nos programas sociais”. Os quatro presidentes disseram ainda que durante a reunião apresentaram as principais reivindicações dos trabalhadores, como o fim do fator previdenciário, a redução da taxa de juros e a correção da tabela do Imposto de Renda.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Iraque: apoio às mulheres que lutam para alimentar suas famílias


25 de agosto de 2011 por IraqSolidaridadComunicado de Imprensa da Cruz Vermelha Internacional24 de agosto de 2011Editado por IraqSolidaridad
Genebra / Bagdá (CICV) - As mulheres iraquianas que carregam o fardo de cuidar de suas famílias sozinho, porque seus maridos morreram, desapareceram, foram presos ou foram desativados por ferimentos de guerra, são um dos grupos mais afectados pelas consequências de anos de conflito armado.
Embora reconhecendo os esforços feitos para melhorar a sua situação, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) exorta as partes envolvidas a tomar uma atitude.
"As mulheres que têm famílias chefiadas por e dependentes têm de suportar duras condições de vida", disse Magne Barth, chefe da delegação do CICV em Bagdá, em uma conferência de imprensa hoje em Bagdá, no apresentou os resultados de um estudo realizado pelo CICV a entender melhor a situação das mulheres iraquianas que têm famílias sob seus cuidados. O estudo consistiu em uma série de entrevistas com 119 mulheres em que se revelam as difíceis decisões que têm de fazer para alimentar suas famílias na ausência de seus maridos, pais ou irmãos.
O CICV também apresentou hoje um filme que mostra as dificuldades que as mulheres são submetidas.
"Cerca de 70 por cento destas mulheres gastam mais do que ganham. Eles têm que emprestar dinheiro, vender o pouco que tem e desistir de ir ao médico ou tomar seus filhos fora da escola para eliminar custos ", disse Magne Barth.
"Além disso, 40 por cento das famílias entrevistadas tiveram que colocar seus filhos para trabalhar, muitos deles com apenas 12 ou 13 anos.
Estima-se que um milhão de mulheres lutam para alimentar suas famílias e permanecem dependentes, até certo ponto da ajuda externa. O CICV procura ajudá-los a superar a perda de quem lhes oferecia sustento, em particular, para registrar com o sistema de benefícios sociais no Iraque. "Desde 2009, o CICV reembolsadas as despesas de viagem de mil mulheres, principalmente em Bagdá e al-Anbar, mas também em Basra e Misan, quando eles tiveram que recolher os documentos necessários para solicitar o subsídio", disse Barth.
"Cerca de 6.000 mais as mulheres receberão uma bolsa este ano eo próximo, para que possam seguir em frente até sentir os benefícios de segurança social."
"Nós também oferecemos pequenas doações para as mulheres que querem exercer uma atividade remunerada", disse ele.
"No entanto, estes subsídios não cobrem todas as necessidades, e nem todas as mulheres são capazes de iniciar um pequeno negócio."
O CICV apóia todas as atividades destinadas a melhorar a situação das mulheres que têm famílias sob seus cuidados, e oferecer assistência a essas mulheres e todos os que se dedicam a ajudá-los.

Nassif: O ponto sem volta de Veja

Civita e Murdoch: jornalismo é espionagem e violação?

De Luís Nassif, sobre a espionagem de Veja:

“Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.

Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.
Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.
Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.
Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: “Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar”. Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.
Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.
Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 1970 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. “Mas nunca fomos acusados de mentir”.
Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.
Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.

PS: Reinaldo Azevedo, convertido em porta-voz da revista para justificar a violação injustificável, está recebendo o espírito do DOPS. Vejam o que ele postou no blog que a revista lhe dá: “VEJA ESTOUROU O APARELHO DE JOSÉ DIRCEU! O APARELHO QUE ELE MONTOU EM PLENO REGIME DEMOCRÁTICO PARA CONSPIRAR CONTRA DEMOCRACIA.” O Delegado Sérgio Paranhos Fleury não produziria uma frase melhor.