Promotores entram com ação contra Light e CEG
“Concessionárias transformaram as ruas e avenidas da cidade em verdadeiros campos minados”, afirmam
A falta de investimento em manutenção pela Light e a CEG transformou as ruas do Rio de Janeiro em um campo minado, afirmam os promotores de Justiça Rodrigo Terra e Pedro Rubim Borges Fortes em ação ajuizada contra as concessionárias de energia e gás. Na ação, Terra e Fortes compararam as constantes explosões em bueiros no Centro e na Zona Sul da capital fluminense ao terrorismo. “O vício na prestação de serviço é tão grave que não seria exagero compará-lo ao terror, só que provocado pela falta de investimentos em manutenção dos sistemas subterrâneos”, diz a ação.
“Os resultados e riscos do fornecimento do serviço são evidentemente inaceitáveis, pois as concessionárias transformaram as ruas e avenidas da cidade em verdadeiros campos minados. O vício de prestação de serviço praticado pelas rés não encontra paralelo com qualquer outro contexto, exceto o do terrorismo.
O risco de conviver com explosões letais inesperadas só existe em locais com conflitos armados e ameaças de bomba”, afirmam os promotores na ação coletiva ajuizada na 4ª Vara Empresarial da Comarca da capital.
No sábado, o próprio presidente da Light, Jerson Kellman, admitiu que podem haver novas explosões na rede subterrânea da empresa.
Kellman afirmou que, do total de quatro mil galerias existentes na cidade, a metade se encontra em estado crítico e precisa ser substituída ou readaptada. Pelo menos 130 estão em estado latente.
Para o prefeito do Rio, Eduardo Paes, “o tempo da Light acabou”. “A cena foi de atentado terrorista. Demos muita sorte. Poderia ter muita gente morta. Eles precisam apresentar um plano claro e rápido”, afirmou Paes.
Já são 58 explosões desde 2010. A mais recente ocorreu na noite de sexta-feira, em um bueiro localizado na avenida Nossa Senhora de Copacabana, zona sul da cidade. A explosão deixou cinco pessoas feridas e dois automóveis danificados.
Os taxistas Elcy Viana, 65 anos, e Flavio Siqueira da Silva, 49, e os pedestres Luiz Fernando de Lima, 25, Ulisses Gomes, 42 e Alessandro Alves Pereira da Silva, foram levados ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Três deles, com queimaduras no tórax, permaneciam hospitalizados até a quarta-feira.
O grupo espanhol Gas Natural é desde 1997 o operador técnico da CEG e CEG RIO - as maiores empresas distribuidoras de gás do país e atua no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais. A Ligth foi privatizada em 1996 e recentemente foi comprada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
HP
Nenhum comentário:
Postar um comentário