quarta-feira, 20 de abril de 2011

Bahrein: ditadura amiga da Casa Branca
sequestra civis desarmados para torturar

Mais de 400 pessoas foram presas desde que as tropas sauditas invadiram o Bahrein e um ativista, Ali Isa al Sager, que espontaneamente se apresentou à policia para depor, apareceu morto uma semana após, com o corpo lacerado pelas torturas. O funeral se transformou em nova manifestação contra o regime feudal, a ocupação saudita, e a Quinta Frota dos EUA, com sede no pequeno protetorado.
“Abaixo o rei Hamad”, bradou a multidão, erguendo punhos ao ar em desafio. Podiam ser ouvidos os gritos de lamentação das mulheres de véus negros, enquanto um helicóptero tirava novas fotos dos manifestantes. Manama, a capital, se mantém paralisada pelos tanques sauditas, e a praça da Pérola, centro dos protestos, foi arrasada por bulldozers.

Mas, nas aldeias dos arredores, na descrição do correspondente da BBC, “noite após noite, homens corpulentos com capuzes negros e empunhando metralhadoras invadem casas e arrastam suspeitos de serem ativistas da oposição”. Também à noite, os homens sobem aos telhados para gritarem “Alá é Supremo!”, levando o pavor aos invasores.

O chanceler Khaled bin Ahmed al Khalifa asseverou que as tropas sauditas só vão deixar o país quando a “ameaça externa” – isto é, o povo de Bahrein – estiver sob controle. Por notável coincidência, nas vésperas da invasão, quem apareceu por lá foi o secretário do Pentágono, Robert Gates. A monarquia insiste em que a contradição é entre “sunitas” e “xiitas” – estes, a maioria. Mas os manifestantes já tem sua própria palavra de ordem para o caso: “nem sunitas, nem xiitas, bahreinitas”.
HP

Nenhum comentário: