quinta-feira, 14 de abril de 2011

Islandeses decidem que Estado não deve pagar por banco falido 
Os islandeses decidiram em referendo que o Estado não deve pagar a dívida de cerca de 4 bilhões de euros à Holanda e ao Reino Unido. De acordo com os resultados já anunciados, o “não” ganhou com quase 60%. Trata-se de 4 bilhões de euros depositados em 700 mil contas bancárias na Holanda e Inglaterra, no agora falido banco online Icesave. O Icesave foi uma das instituições financeiras que faliram na sequência da crise financeira que explodiu nos EUA e que atingiu com especial dureza a Islândia, com cerca de 320 mil habitantes, provocando a queda da moeda e da economia do país.

Na Islândia, a palavra de ordem “não pagamos a crise deles” foi vitoriosa na segunda consulta sobre essa questão. Segundo os dados divulgados, 58% dos eleitores votaram “não” e 42% votaram “sim”.

O referendo foi convocado pelo presidente da Islândia, Ólafujr Ragnar Grímsson, que em 20 de fevereiro deste ano vetou, pela segunda vez, a lei IceSave (que fora aprovada pelo Parlamento islandês).

Tratava-se de uma conta de poupança online, a Icesave, comercializada agressivamente no Reino Unido e na Holanda pelo banco Landsbanki - que foi o segundo maior da Islândia -, prometendo juros acima de seis por cento. Os depósitos de estrangeiros foram reembolsados pelos respectivos governos - 3,9 mil bilhões de euros -, que agora querem cobrá-los da Islândia.

O acordo rejeitado permitiria escalonar o pagamento da dívida até 2045, com uma taxa de juro de 3,3% ao Reino Unido e de 3,% no caso da Holanda. Uma parte seria paga com a venda dos ativos do Landsbanki, mas não se sabe ainda quanto seria - embora os partidários do “não” digam que deveria chegar para o reembolso.

Esta foi a segunda vez que os islandeses decidiram sobre essa mesma questão, depois que o governo da Islândia se comprometeu a pagar a Londres e a Haia.

Há um ano, um outro acordo, ainda menos favorável, tinha sido rejeitado com uma esmagadora maioria (93%): previa uma taxa de juro de 5,5% e o pagamento em 15 anos. Em 2010, tal como em 2011, o acordo foi enviado para referendo pelo presidente da República, Ólafujr Ragnar Grímsson.
 HP

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