quarta-feira, 27 de abril de 2011

“Ideal de um Brasil soberano continua vivo”, afirmou Dilma

No dia 21 de abril, em homenagem a Tiradentes, a presidenta destacou a “coragem dos inconfidentes”



A presidenta Dilma Rousseff se emocionou no último dia 21 de abril ao ser homenageada em Ouro Preto-MG, com o Grande Colar da Inconfidência. Ela lembrou, no discurso oficial do ato, que “há 219 anos, Joaquim José da Silva Xavier, o nosso Tiradentes, foi executado por ter sonhado e lutado pela independência do Brasil”. “O regime colonial”, destacou a presidenta, “quis punir de maneira exemplar, na pessoa de Tiradentes, a audácia dessa luta e desse sonho”. “Ao prendê-lo, ao executá-lo, quis extinguir para sempre o ideal mineiro e brasileiro de emancipação. Foi inútil. A revolta dos inconfidentes que eles sufocaram lançou para sempre a semente da liberdade no coração dos brasileiros”, destacou.
Dilma disse que Ouro Preto, “durante o dia de hoje tem a função de capital de Minas Gerais e o papel de coração libertário do Brasil”.

“A data e o local são próprios para uma reflexão sobre as nossas origens como país e sobre as perspectivas de nosso futuro como uma grande nação”, disse ela. “Ano após ano, sempre com a mesma emoção, nós, brasileiros, cumprimos um dever de honra: o de rendermos aqui, nestas Minas Gerais, aqui nesta antiga Vila Rica de Ouro Preto, uma homenagem. Uma homenagem à liberdade que conseguimos conquistar como país e como povo, construída sobre a base de exemplos históricos e de grandes sacrifícios”, afirmou a presidenta.
Ao agradecer a honra e se dizer orgulhosa de receber a medalha da Inconfidência, Dilma afirmou que o 21 de abril “é uma das datas mais significativas da história das lutas pela emancipação política do Brasil”. “A ânsia de justiça, a ânsia de liberdade, a ânsia de democracia corre nas veias dos mineiros. E não é por ser mineira que eu digo isso. O Brasil todo sabe que foi aqui em Minas Gerais, e mais especificamente aqui em Ouro Preto, que nasceu e se firmou o conceito de um país grande e soberano e que não se submeteria”, afirmou. “Muito do que usufruímos hoje como país teve origem na coragem dos inconfidentes”, acrescentou.

“A liberdade, pela qual Tiradentes sacrificou a própria vida, triunfou. Pode não ser quando a gente espera, pode não ser quando a gente quer, pode ser tardia, mas a liberdade sempre vence. É o que diz a bandeira de Minas Gerais”, afirmou a presidenta. Prosseguindo, ela lembrou um trecho do “Romanceiro da Inconfidência”: “Liberdade – essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda”. Foi assim que a nossa grande poetisa Cecília Meireles definiu, no Romanceiro da Inconfidência, o ideal de Tiradentes e dos conjurados de Minas”.

Dilma disse que o ideal de liberdade, “que se traduz na tarefa de uma construção de um Brasil soberano e democrático, ele está vivo, inteiramente vivo”. “A tarefa, a que todos os brasileiros devem e se dedicam cotidianamente, ainda não está inteiramente concluída”, frisou. “Foi Tancredo Neves, outro mineiro amado pelos brasileiros, quem disse uma vez, no Congresso Nacional: “Enquanto houver neste país um só homem sem trabalho, sem pão, sem teto e sem letras, toda a prosperidade será falsa”.

“O Brasil só será próspero, efetivamente, quando não existir mais miséria em nosso país”, sentenciou. “Por razões evidentes, a miséria inibe o exercício pleno da cidadania. O resgate da pobreza equivale também a uma verdadeira emancipação política”, prosseguiu. “Hoje, estamos crescendo, gerando emprego, distribuindo renda, tirando milhões de pessoas da pobreza extrema.

Milhões de brasileiros e brasileiras estão vindo integrar o contingente dos cidadãos plenos. Daqueles que têm acesso desimpedido aos bens de consumo, à saúde, à educação e à cultura”, argumentou. “A grande transformação social, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou, e que continua acontecendo no Brasil, é um fator de efetiva ampliação dos direitos inerentes à cidadania”, concluiu.

Ao final, Dilma também destacou a coragem das mulheres ligadas à Inconfidência Mineira. “Como ouvimos na homenagem de agora há pouco, essa coragem era compartilhada por mulheres de fibra como Bárbara Heliodora, Marília de Dirceu e Hipólita Jacinta”, lembrou.

“Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, que é a primeira poeta brasileira, é a inspiradora, é a “Bárbara Bela” do “norte estrela que meu destino sabes guiar” do poema de Alvarenga Peixoto, seu marido, preso e morto no degredo”.

“Assim como ela, Hipólita Jacinta, viúva do inconfidente Antônio de Oliveira Lopes, também ele preso e condenado ao degredo, teve papel ativo na Inconfidência. Integra também o imaginário da conjuração mineira a figura de Maria Dorotéia, a Marília de Dirceu. Musa inspiradora de Tomás Antonio Gonzaga, Marília terá sua imagem sempre ligada à da inconfidência. As três mulheres abrem, no Brasil, o caminho da presença das mulheres nas lutas libertárias do nosso povo”, completou.

Participaram da solenidade em Ouro Preto, o governador de Minas, Antônio Anastásia, o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, o deputado Marco Maia, presidente da Câmara Federal, o deputado Dinis Antônio Pinheiro, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os Ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, Ana de Hollanda, da Cultura, Alexandre Padilha, da Saúde, Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miriam Belchior, do Planejamento, Orçamento e Gestão, Fernando Bezerra, da Integração Nacional, o General José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional, o General de Exército, Enzo Martins Peri, comandante do Exército Brasileiro e os governadores Jaques Wagner, da Bahia e Renato Casagrande, do Espírito Santo.

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