Aécio foge do bafômetro no Rio de Janeiro

O senador e ex-governador de Minas voltava de um jantar em um restaurante japonês a três quadras de sua cobertura no Leblon quando aconteceu a blitz. Estava acompanhado de um casal de amigos e da namorada, Letícia Weber.
“Há clara presunção de ingestão de álcool”, observou o presidente da Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados e relator do projeto que originou a Lei Seca, deputado federal Hugo Leal (PSC-RJ).
O tucano alegou que não fez o teste porque, como estava com a carteira vencida, arranjou mais que depressa um outro condutor e já estava sentado no banco de passageiro, “achando” na hora “desnecessário” passar pelo bafômetro. Disse que a culpa de não ter feito o teste foi da habilitação vencida, porque se não estivesse então teria que submeter seu bafo suspeito no equipamento.
A polícia do Rio lhe aplicou uma multa de R$ 957 e ainda vai perder 7 pontos na carteira, já que a recusa de assoprar o bafômetro é considerada uma infração gravíssima. Por estar com a carteira vencida ele também será multado ainda em R$ 191,54 e receberá mais 7 pontos negativos na habilitação.
Especialistas e membros das redes sociais cobraram que Aécio deveria dar o exemplo. Especialmente por ser ele o garoto propaganda de uma campanha do Governo de Minas Gerais sobre a aplicação da Lei Seca naquele estado. Em um vídeo, de julho de 2009, o então governador do Estado considera que o uso do bafômetro educa os motoristas infratores. Ele afirma na peça que a obrigatoriedade de fazer o teste “é uma forma de educar com um pouco mais de vigor”. Na segunda-feira, após o episódio de domingo, o tucano disse que apoia fervorosamente a Lei Seca. Desde que não seja para ele, claro.
Como se não bastasse a recusa em fazer o teste e dirigir com habilitação vencida, na segunda-feira (18), o senador reconheceu que é sócio da Rádio Arco-Íris Ltda., empresa dona do veículo Land Rover que dirigia ao ser parado pela blitz. Os jornais publicaram que a assessoria do senador confirmou que ele entrou na sociedade da rádio, dirigida por sua irmã Andrea, em dezembro de 2010, dois meses depois de ser eleito senador. A participação acionária em redes de rádio e TV é vedada a parlamentares pela Constituição para evitar a legislatura em causa própria, já que a concessão é dada pelo próprio Congresso.
HP
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