Monarquia do Bahrein continua massacre de civis com apoio dos EUA e silêncio da mídia
A oposição de Bahrein denunciou que um jovem de 15 anos, Ahmed Sayed Said Shams, foi morto a tiros por uma patrulha policial no dia 31 de março, no povoado de Sar. Bahrein está sob lei marcial desde o dia 16 de março, quando foi invadido por quase 2000 soldados e 150 blindados, a maioria da Arábia Saudita, após um mês de manifestações pelo fim da monarquia.
A violenta repressão às manifestações havia provocado, antes da invasão, 17 mortos e centenas de feridos. No dia 3 de abril, a realeza proibiu o principal jornal do país, o Al Wasat. Em protesto contra a invasão, 11 deputados do partido oposicionista Al Wefaq renunciaram a seus mandatos no manietado parlamento.
A invasão ocorreu dois dias após o secretário do Pentágono, Robert Gates, fazer uma visita a Manama, a capital de Bahrein, país que sedia a 5ª Frota dos EUA. O dirigente do Al Wefaq, Ali Salman, afirmou que a oposição “rejeita qualquer intervenção militar, de qualquer parte” no Bahrein. “Pedimos a imediata retirada das tropas”, assinalou.
Além da Arábia Saudita, todos os diminutos protetorados do Golfo Pérsico são monarquias feudais e mantêm seus países ancorados aos EUA e a um virtual apartheid. No caso de Bahrein, o rei é sunita e a imensa maioria, xiita.
O governo Obama, que montou na ONU uma intervenção militar contra a Líbia a pretexto de “proteger civis”, afirmou que no caso do Bahrein era “diferente”. O deputado Halil Marzuk, do Al Wefaq, denunciou que, na repressão aos manifestantes, as forças de segurança usaram munição real com “a intenção deliberada de matar”.
A polícia também bloqueou o acesso a hospitais. Após a invasão, o principal local das manifestações, a Praça Pérola, foi arrasado com buldozzers.
Rapidamente, o Bahrein sumiu do noticiário. Ainda assim, há esparsos registros da chacina. “Corpos de manifestantes executados a sangue-frio, uma adolescente contorcendo-se de dor depois de ter sido agredida a pauladas, médicos espancados quando tentavam prestar assistência a rebeldes feridos”, chegou a registrar o “New York Times”.
Com a invasão, “as coisas pioraram. Mais cinco mortos, pelas contas da Associated Press”. Mesmo sob lei marcial, prosseguiram as manifestações pelo fim da monarquia, como no 25 de março, na saída das preces: “Morte a Al Khalifa!”.
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