sábado, 3 de setembro de 2011

Líderes negros exigem de Obama medidas para gerar empregos em vez de privilegiar bancos


Tanto as entidades progressistas norte-americanas quanto os líderes negros por todo o país exigem que Obama mude o curso de sua política econômica e busque a saída para a crise criando mais emprego e investindo em infraestrutura, apoio à economia real e programas sociais.

Estas preocupações estão presentes no documento que dá início à Campanha pelo Futuro da América, expedido por 67 entidades norte-americanas, entre elas algumas que se engajaram abertamente na campanha pela vitória do candidato do Partido Democrata, tais como Democracy Now, MoveOn e Rebuild the Dream.

Exigindo de Obama que ele “cresça” destacam que os “cortes de impostos e incentivos às corporações repetidamente falharam em trazer os norte-americanos ao trabalho”.

“Chega de medidas parciais que apelam a uma minoria. A história e a economia comprovada mostram que para sair da crise com desemprego o plano tem ser grande, e consistente”, destacam as entidades.

“Com 25 milhões de americanos sem trabalho é necessária uma ação agressiva”, acrescentam destacando planos, como o do deputado Jan Schakowsky, para criar 2 milhões de empregos emergenciais “para reconstruir nossa infraestrutura em ruínas, investir na educação, saúde, bombeiros e polícia”.

Para estas entidades o plano de retomada de 2011, ao invés dos cortes, deve conter um investimento de no mínimo US$ 300 bilhões para evitar uma nova depressão, para estimular a economia de forma significativa é necessário bem mais.

As lideranças negras manifestaram-se durante os atos em memória de Martin Luther King para declarar sua preocupação com o governo de Obama, o primeiro presidente negro da história dos EUA. “Ele não fala em afro-americanos nem das nossas questões específicas”, afirma a deputada californiana, Laura Richardson.

“Nosso povo está ferido, o desemprego está insustentável”, afirmou a deputada Maxine Waters, também da Califórnia. John Conyers, deputado democrata do Michigan, declarou: “Queremos que ele venha para o nosso lado e nos defenda, não pode ficar esperando e observando”.

Earl Ofari Hutchinson, comentarista e radialista negro declarou que Obama “deve reafirmar o que Martin Luther King representava em termos de direitos civis, mas também com relação a empregos e combate à pobreza”. “Há um profundo senso de frustração na comunidade, um crescente sentimento de traição”, acrescentou Hutchinson.

Já o reverendo Al Sharpton, um dos principais líderes da comunidade negra dos EUA, afirmou: “Sou um pastor cristão mas acho que Obama faria melhor se não oferecesse aos republicanos a outra face”.
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