UNE leva milhares ao BC: juro está sugando os recursos da Educação
Milhares de estudantes participaram da manifestação para reivindicar mais verba
A UNE (União Nacional dos Estudantes) realizou uma manifestação que reuniu cerca de 10 mil pessoas em Brasília, na “Marcha dos Estudantes” que marcou o encerramento das jornadas de lutas da entidade no mês de agosto.
Os estudantes reivindicam mais investimento na educação e, com um ato em frente à sede do banco Central, criticaram a política de juros altos.
“Queremos um país da educação, do trabalho e da produção, não um país que todo mundo vem para especular e ganhar dinheiro com estas altas taxas dos juros”, afirmou o presidente da UNE, Daniel Iliescu.
Para Michelle Bressan, secretária geral da UNE, “é inaceitável essa taxa de juros, que sufoca a nossa economia, retirando o dinheiro da nossa educação, saúde, da geração de empregos para ser entregue a banqueiros”. “Reduzir esses juros em só 0,5 ponto percentual é muito pouco perto do que precisamos para garantir que o Brasil não cresça só 4%, que é o que o banqueiro Mantega quer”, declarou Michelle.
Após a marcha, as lideranças da UNE foram recebidas pela presidenta Dilma Rousseff. Na reunião os estudantes apresentaram os pontos de pauta reivindicados pelos estudantes, entre eles, a aprovação do orçamento de R$ 85 bilhões para a Educação no próximo ano, a derrubada da MP 2208/01, que retira das entidades estudantis a exclusividade de emissão das carteiras estudantis, a ampliação e garantia do orçamento do Projeto Rondon, o Reuni 2 (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), entre outros pontos. Também estiveram presentes na audiência o secretário geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o ministro da Educação, Fernando Haddad.
Durante a manifestação, os estudantes receberam o apoio das centrais sindicais, de lideranças sociais e partidárias. Os representantes das centrais CUT, CGTB, CTB e Força Sindical se somaram à Marcha da UNE e criticaram a política de juros altos do Banco Central. As centrais também organizaram manifestações em São Paulo contra os juros altos, e se manifestaram contra a redução de apenas 0,5 ponto percentual. (ver matéria ao lado).
Também esteve presente na Marcha, a presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, Camila Vallejo, que agradeceu o povo brasileiro pelo apoio à luta dos estudantes chilenos. “Há uma população de descontentes de anos anteriores, porque durante 30 anos tivemos um modelo absolutamente perverso, que deixou as famílias endividadas, frustradas de não poderem ingressar seus filhos na educação superior”, afirmou a líder estudantil chilena. “Para o movimento social chileno, é muito importante o apoio dos estudantes que nos tem dado os estudantes do Brasil”, finalizou. Os chilenos receberam a solidariedade dos estudantes brasileiros pela luta que os estudantes estão travando contra a privatização da educação no país.
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