quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Presidente da Petrobrás alerta para falta de investimentos na cadeia produtiva do país para o pré-sal


O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o país precisa acelerar a velocidade de investimentos na cadeia produtiva do pré-sal e advertiu que o governo ainda não tomou as providências necessárias. “Estou preocupado com a velocidade de investimentos na cadeia produtiva”, disse o economista, em entrevista à agência Carta Maior.

“Se houver dificuldade na implementação da política de conteúdo nacional, nós podemos ter um problema. Para evitar o risco da doença holandesa, é absolutamente fundamental intensificar o investimento na cadeia produtiva de suprimento de bens e serviços para petróleo e gás”, ressaltou.

Gabrielli observou que o desenvolvimento brasileiro a partir do pré-sal pode estar começando a ficar comprometido, pela falta de planejamento do governo e de investimento das empresas fornecedoras. Já haveria no ar risco de “doença holandesa”, a maldição desindustrializadora que atinge países exportadores de grandes quantidades de uma única commodity.

Ele lembrou que é necessário aumentar a produção de máquinas, bombas, válvulas especiais, milhares de equipamentos. “Se não houver o crescimento dessa produção no Brasil, e nós vamos precisar de alguns equipamentos críticos que não tem capacidade de produção mundial, podemos ter problemas com o desenvolvimento brasileiro”, advertiu.

O Clube de Engenharia enviou carta à presidenta Dilma Rousseff pedindo do governo federal atenção especial em relação aos fornecedores, no sentido de que as encomendas sejam destinadas prioritariamente a empresas de capital genuinamente nacional. “Igualmente preocupante é o movimento intenso de grandes corporações internacionais no sentido de se instalarem no Brasil”, argumenta o presidente do Clube, Francis Bogossian, lembrando que tais companhias também vêm se consolidando no Brasil “principalmente via aquisição de empresas de capital nacional”.

Outro problema é o Repetro (Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural), instituído pelo governo FHC, que através do decreto nº 2889/98 concedeu às multinacionais petroleiras o privilégio de importar equipamentos sem pagar impostos e sem cobertura cambial. Segundo a Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobrás), o Repetro provocou o fechamento de cerca de 5 mil empresa nacionais do ramo.

Nenhum comentário: