terça-feira, 30 de agosto de 2011

GOVERNO MANDA SINAL EQUIVOCADO PARA A SOCIEDADE, DIZ NETO


O anúncio do aumento da meta do superávit primário em R$ 10 bilhões feito hoje pelo governo não é um sinal positivo para a sociedade e para o setor produtivo na avaliação do presidente da CGTB, Antonio Neto, que participou na manhã desta segunda-feira (29) de uma reunião no Palácio do Planalto com a presidenta Dilma Rousseff.

“Nós temos claro que o caminho é outro. As medidas adotadas em 2008, na nossa opinião, de reduzir os juros, apostar no mercado interno, aumentar a massa salarial, ampliar investimentos, fortalecer o Estado, apoiar a produção e reduzir o superávit primário não eram medidas sazonais ou anticíclicas em 2008. São ações que devem integrar os princípios da equipe econômica sempre”, afirmou o presidente da CGTB logo após a reunião.

A reunião, que contou com a presença de vários ministros e com dirigentes da CGTB, Força Sindical, CUT, CTB, UGT e Nova Central, foi convocada pela presidenta na última sexta-feira. Esta aproximação entre governo e centrais, para anúncios bons ou ruins, será uma tônica cada vez maior, disse a presidenta, segundo os dirigentes sindicais presentes. Na oportunidade, Antonio Neto apresentou para a presidenta e para os ministros o novo secretário geral da CGTB, Alvaro Egea, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário de Guarulhos.
Redução dos Juros

Mesmo sendo negado, na avaliação das centrais, o governo busca sinalizar ao Banco Central que pretende fazer sacrifícios maiores para a redução dos juros. O Comitê de Política Monetária se reúne esta semana. Segundo os sindicalistas o governo reafirmou que continua trabalhando com a perspectiva de crescimento acima dos 4%.

A presidenta falou ainda que não cabem no orçamento gastos como os que seriam originados com a aprovação da PEC 300, que trata do piso nacional para policiais, e da Emenda 29, que aumenta gastos com a saúde. No entanto, Dilma reconheceu que algumas categorias serão beneficiadas com reajustes salariais, e citou particularmente a dos professores.

Para o presidente da CGTB, as centrais não deixam de valorizar e parabenizar as medidas positivas adotadas  pelo governo para tentar reverter o quadro perverso que vem se instalando no país, devido a uma série de fatores. Mas o principal entrave se chama juros altos, que contribuiu com o desequilíbrio monetário, desestabilizou a balança comercial negativamente para o Brasil e balizou o crescimento da economia.

“Volto a insistir: é preciso diminuir os juros já. Não podemos mais manter esta política dura que está sabotando o nosso crescimento. Temos que encontrar outras formas de conter a inflação, especialmente com relação às tarifas públicas, que saíram da mão do governo e estão em mãos de agências. A renovação das concessões da privatização do setor energético está aí, não podemos perder a oportunidade de mudar os termos leoninos que foram impostos. Podemos e devemos revê-los para diminuir o custo da energia do país”, destacou.

O presidente da CGTB enalteceu o Programa Brasil Maior que, em essência, busca aprofundar a ação ativa do Estado na política industrial para sustentar, no longo prazo, o desenvolvimento do país. “Concordamos com o Dieese, de que a mudança de perspectiva e de abordagem da questão recoloca também o Estado como indutor, orientador, regulador e fomentador do processo de industrialização e desenvolvimento”, disse.

“Por isso acredito que nós devemos priorizar, apoiar, fortalecer e jogar todas as nossas fichas no mercado interno. Esta deve ser a prioridade, este é o caminho para o Brasil superar qualquer crise e embasar o seu crescimento. E isso deve ser feito com a ampliação da renda, com a ampliação do crédito e do número de consumidores para tal, aliado a uma política dura e enérgica para proteger a economia do país, a indústria do país das importações predatórias”, completou.
Fonte: CGTB
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