terça-feira, 26 de novembro de 2013

Fantoches dos EUA metralham multidão na capital da Líbia e assassinam 43 civis


Em mais um sintoma da desagregação e caos que atinge a Líbia pós-intervenção dos EUA/Otan e derrubada e assassinato de Kadafi, pelo menos 43 civis foram mortos e mais de 500 ficaram feridos na capital, Trípoli, quando dezenas de milhares se manifestavam pacificamente, e desarmados, na sexta-feira (15) contra a impunidade dos bandos armados que ratearam o país entre si em prol dos invasores estrangeiros. Uma milícia metralhou os manifestantes e disparou contra eles granadas propelidas por foguetes.
A capital está paralisada por uma greve de três dias contra o massacre. O primeiro-capacho, Ali Zaidan, que recentemente ficou seqüestrado por algumas horas por milicianos, e que não manda nem mesmo na capital, responsabilizou os bandoleiros e as vítimas “pela violência”. As ruas de Trípoli estavam desertas, e a grande maioria das empresas e escolas ficaram fechadas. Moradores armados montaram postos de controle em toda a cidade para proteger seus bairros, temendo novas chacinas. A agência de notícias estatal líbia Lana informou que a milícia de Misrata, acusada de ser responsável pelo massacre de sexta-feira, abandonou sua sede, no bairro de Gharghour, no sul de Tripoli.
Antes da agressão dos EUA, a Líbia era um dos países africanos com maiores índices de desenvolvimento, mas o país está em ruínas, a corrupção campeia, a produção de petróleo despencou a patamares ínfimos e o separatismo se espalha nas regiões, como a Cirenaica, no leste, e Fezzam, no sudoeste, que decretaram “autonomia”, impulsionado por bandos cuja existência, em última instância, se remete à CIA e aos serviços secretos franceses, ingleses e sauditas. Vêm fracassando as tentativas de substituir as instituições líbias destruídas pelo bombardeio, por uma nova força de bandoleiros e que acate o poder “central” subserviente a Washington. Muitos dos bandos se dedicam ao contrabando de drogas, armas e imigrantes, bem como à venda de petróleo roubado. A Líbia está sob ameaça de reviver a experiência da Somália de um “Estado desmantelado”.
A situação é tal que o cartel ianque do petróleo tem desistido de manter operações na Líbia, e até o embaixador dos EUA no país, e principal agente da CIA na organização do golpe, Chris Stevens, acabou emboscado e morto dentro do “consulado” de Benghazi em 2012. Grupos islâmicos extremistas, a partir da Líbia em desagregação, tem se espalhado por todo o Magreb e Sahel. No início do mês, em menos de 24 horas, um procurador-geral e cinco integrantes das forças de segurança foram assassinados a tiros e bombas. Também foi morto um tenente-coronel da polícia municipal. Em outubro, ataque a posto militar deixou pelo menos 15 soldados mortos.                                                A.P.

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