sexta-feira, 25 de março de 2011

China, Rússia e Índia condenam ataques aéreos contra a Líbia

Rússia, China e Índia voltaram a condenar os ataques aéreos contra a Líbia, cometidos sob a Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU. “Nós nos opomos ao uso abusivo da força, que causa mais vítimas entre os civis” afirmou na terça-feira dia 22 a porta-voz da chancelaria chinesa, Jiang Yu. Ela advertiu que os ataques poderiam gerar “desastres humanitários ainda mais sérios”. A China, em caráter rotativo, é a atual presidente do CS. A declaração foi feita após denúncia, pela Líbia, de que só nos dois primeiros dias de bombardeio 64 civis líbios foram mortos e outros 150 ficaram feridos. Com os mortos do terceiro dia, o total já atingia 100, e segue em escalada. A China conclamou ao “imediato cessar-fogo na Líbia” e que o futuro do país seja decidido “pelo próprio povo líbio”.

Em Nova Delhi, o ministro das Finanças da Índia e líder da casa baixa do parlamento, Pranab Mukherjee, condenou a intervenção estrangeira na Líbia, assinalando que “o que acontece em um país, dentro dos seus assuntos internos, potência externa alguma pode interferir”. “Ninguém, nenhum par de países, pode tomar a decisão de mudar um regime particular”, ele acrescentou. “Se um regime vai mudar ou não, depende do povo daquele país, e não por quaisquer forças externas”. Também o ministro das Relações Exteriores indiano, S.M. Khrisna, convocou a um “cessar-fogo” na Líbia, no dia seguinte ao seu ministério haver expressado “consternação” pelos ataques aéreos.

Na Rússia, um dia após o primeiro-ministro Vladimir Putin classificar os ataques dos EUA, Reino Unido e França à Líbia como “uma convocação medieval de cruzada”, o ministro da defesa do país, Anatoly Serdyukov, em seu encontro com o chefe do Pentágono, Robert Gates, defendeu um “cessar-fogo imediato”, assinalando ser esse “o melhor caminho para evitar morte de civis”. Já o chanceler russo Sergei Lavrov, em visita de dois dias à Argélia – país vizinho à Líbia -, afirmou que os dois países coincidem na defesa da “não-interferência nos assuntos internos dos países e no direito dos povos de decidir seu futuro e serem donos do seu destino”. China, Índia e Rússia, mais Brasil e Alemanha, se abstiveram na votação da resolução do CS contra a Líbia.

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