sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Câmara referenda a virada a estibordo
Governo rasga acordo firmado com Centrais e adia o aumento real do mínimo para 2012

“Nova” política de rebaixar na marra crescimento do país faz sua 1ª vítima

Até as pedras do caminho sabem que o acordo entre as Centrais e o presidente Lula tinha por objetivo garantir a valorização anual do salário mínimo, até que ele recuperasse, em 2023, seu patamar inicial.

A variação do PIB como base para o aumento real de cada ano sempre foi entendida como piso e não como teto. Do contrário, apesar de absurdo, seria necessário reduzir o salário mínimo real nos casos em que o crescimento do PIB fosse negativo. Embora queira dar a entender que não, a compreensão do governo em relação a este ponto é a mesma das Centrais. O PIB de 2009 caiu 0,6%, mas os R$ 545,00 não representam uma queda de 0,6% no salário real. Significam um desprezível aumento real de R$ 3,00.

O que as Centrais questionam é isso: por que um aumento tão miserável? Mais. Por que, durante a campanha eleitoral, foi assumido o compromisso de não interromper a série de valorizações anuais do mínimo?

O ministro Mantega diz que um aumento maior pressionaria as contas públicas e prejudicaria o crescimento econômico.

Se fosse verdade, seria o caso de perguntar que crescimento é esse que não tolera mais de R$ 3,00 para o salário mínimo em 2011.

O problema é que não é. O próprio ministro revelou, no dia 14 de janeiro, que pretende reduzir o crescimento de 7,8% em 2010 para 5% em 2011. E está utilizando os instrumentos costumeiros para atingir este objetivo: aumento de juros, aperto salarial e redução do investimento público.

Derrubar o crescimento é fácil, particularmente quando se delega poder excessivo a indivíduos de índole burocrática e coração insensível.

O difícil é parar nos 5% e não naquelas taxas que os conselheiros do BC definem como limite da economia brasileira para que as contas externas e a inflação não estourem.

Nos perdoe a camarada Dilma e os camaradas da bancada do PT. O Brasil não cabe mais nessa camisa de força.

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