Pochmann: Brasil deve reduzir as despesas improdutivas
O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, afirmou que a redução dos gastos públicos deve ocorrer nas despesas improdutivas, como as provocadas pelos altos juros. “Nós temos todas as condições de reduzir a despesa pública, especialmente aquela que é improdutiva para o país: a despesa com os juros. O Brasil está gastando de 5% a 6% do PIB. Isso é um gasto elevadíssimo, um absurdo”, disse Pochmann.
Segundo o presidente do Ipea, uma eventual necessidade de contenção de gastos não deve ameaçar investimentos. “Espero que essas decisões considerem o teor do investimento, que é crucial uma vez que o investimento é a melhor política para conter a inflação. O investimento permite ampliar a capacidade produtiva gerando mais produtos e serviços e evitando uma inflação de demanda”, avaliou.
“O Brasil, de uns tempos para cá, trocou o ajuste fiscal pelo desenvolvimento. O que está em jogo neste momento é: quais são as condições macroeconômicas para garantir o desenvolvimento brasileiro”, ressaltou Pochmann, assinalando que essa política de arrocho sofreu uma derrota nas últimas três eleições.
O economista lembrou que nas gestões tucanas de FHC, nos anos 90, o ajuste fiscal era o fim: “O governo estava organizado para o ajuste fiscal. E lamentavelmente o que nós vimos foi um aumento do endividamento público, especialmente comparado ao PIB. E o aumento da carga fiscal. Hoje o que estamos verificando é que a dívida pública caiu. E não porque teve ajuste fiscal, mas porque a produção cresceu mais rapidamente”.
HP
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