sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Em apoio à Argentina, Brasil rejeita navio britânico no Rio

O Ministério das Relações Exteriores confirmou, na terça-feira (11), que governo negou autorização para que o navio de guerra britânico HMS Clyde, rumo às ilhas Malvinas, fizesse uma escala no porto do Rio de Janeiro. Segundo o Itamaraty, o ato de solidariedade com a Argentina sobre a situação nas ilhas foi uma decisão “tomada à luz do quadro político e diplomático da região”.
A decisão de negar a autorização se deu em consequência da posição adotada pelo Brasil sobre as Malvinas. Em 3 de agosto de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma declaração na cidade argentina de San Juan, na qual o Brasil se compromete a reconhecer a soberania argentina sobre as ilhas Malvinas.
De acordo com o Itamaraty, a permissão para que embarcações britânicas atraquem em portos nacionais será tomada caso a caso. Os casos que serão autorizados vão passar por uma análise detalhada e não poderão ser incluídos na relação navios que se destinam às Malvinas e levam carregamento para exploração de recursos naturais.
Em setembro do ano passado ocorreu um episódio similar no Uruguai, cujo governo também negou a entrada a Montevidéu para abastecimento do navio HMS Gloucester D-96, que se encaminhava a fazer patrulha nas ilhas.
Em 2006 a Argentina pediu aos países vizinhos que não facilitassem o uso de portos e aeroportos a navios e aeronaves britânicos com destino às Malvinas. As relações entre Buenos Aires e Londres ficaram tensas no ano passado, depois que o governo britânico decidiu autorizar novas prospecções petroleiras e a realização de exercícios militares com disparos de mísseis no território em disputa.
Na quarta-feira (12), o chanceler argentino Héctor Timerman saudou o gesto do governo brasileiro. “Esta medida mostra a nossa relação tão próxima e é parte desta construção que temos feito de aliança estratégia e de irmandade, que não só se demonstra através do comércio, mas através deste reconhecimento da soberania” argentina sobre o arquipélago, disse. Ele qualificou de “ilógico que ainda se discutam situações coloniais” em relação à situação no arquipélago do Atlântico sul.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, esteve na Argentina recentemente preparando a primeira visita da presidente Dilma Rousseff ao exterior. A visita ao país vizinho, que ampliará a amizade entre os dois, acontecerá no dia 31 de janeiro. Ele se reuniu com seu colega argentino, Hector Timerman, para tratar da agenda de Dilma quando estiver visitando o país.
HP

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