sábado, 2 de julho de 2011

Lagarde, francesa americanófila, substituirá Strauss-Kahn no FMI

A ministra francesa da Economia, Indústria e Emprego, Christine Lagarde, foi indicada na terça-feira (28) para assumir o posto de diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), em substituição ao compatriota Dominique Strauss-Kahn, que renunciou após ser preso, por acusação de estrupar uma camareira de Hotel em Nova Iorque.

 Lagarde foi escolhida para um mandato de cinco anos que começa no próximo dia 5. Ela teve como ponto principal de seu currículo uma longa carreira como advogada de corporações nos EUA, país onde atuou por 24 anos, de 1981 a 2004.

Em 2005, retornou à França para se tornar ministra do Comércio no governo do então presidente Jacques Chirac. É membro do União por um Movimento Popular (UMP), o mesmo partido de Sarkozy.

Christine Lagarde ingressou na empresa Baker & McKenzie de Chicago em 1981, tornando-se advogada associada-adjunta em 1991, membro do Comitê Executivo em 1995 e presidente da Comissão Executiva entre 1999-2004.

Embora não seja uma informação com destaque na sua biografia oficial, Lagarde fez parte do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (Center for Strategic & International Studies). Lá, co-presidia junto com Zbigniew Brzezinski a comissão Action USA/UE/Polônia, tomando conta particularmente do grupo chamado Indústrias de Defesa USA-Polônia (1995-2002), que tratava da privatização, da venda de armas e da abertura do comércio polonês.

Em sua condição de advogada do Baker & McKenzie, Christine Lagarde trabalhou a favor dos interesses da Boeing e da Lockheed-Martin em detrimento das francesas Airbus e Dassault.

Em 2003, Lagarde assumiu, também no CSIS, a Comissão para a Ampliação da Comunidade Euro-Atlântica, junto com seu amigo Brzezinski. Essa comissão se ocupou das possibilidades de entrada das multinacionais norte-americanas na Polônia, Eslováquia, Letônia, Romênia, República Checa e Hungria.

Nesse trabalho, Lagarde teve ainda um outro parceiro, Bruce P. Jackson, fundador do Comitê Estadunidense para a Expansão da Otan que representava os interesses do fabricante de aviões Lockheed-Martin, do qual foi vice-presidente.

Com tal currículo, Lagarde é a pessoa certa para a Casa Branca: parece francesa, até nasceu lá, mas é tão ou mais pró-EUA que Sarkozy.
HP 

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