sábado, 30 de julho de 2011

Juiz indicado para investigar os grampos fequentava festas da família de Murdoch

O deputado trabalhista, Chris Bryant declarou que as revelações de que Brian Leveson, juiz indicado para presidir o inquérito sobre os crimes do jornal de Rupert Murdoch, frequentara festas na residência da filha deste “colocava sob questionamento a confiança pública” neste juiz como comandante das investigações.

Leveson foi indicado por David Cameron para presidir a comissão de inquérito sobre o escândalo dos grampos ilegais montados pelo jornal News of The World, de propriedade do barão da mídia inglesa.

Segundo foi denunciado nos jornais ingleses Daily Mail e Evening Standard o juiz esteve em festas na casa da filha de Murdoch em pelo menos duas ocasiões, 29 de julho de 2010 e 25 de janeiro de 2011. Leveson também jantou com o marido de Elizabeth Murdoch, Mathew Freud, que por sua vez é dono da Freud Communications, a maior empresa de Relações Públicas da Inglaterra e teria oferecido a Leveson uma consultoria gratuita (sic) sobre como melhorar a imagem do sistema judiciário inglês.

O juiz Leveson declarou que David Cameron sabia destes contatos antes de havê-lo indicado e que o jantar com Freud foi “por acaso”. Os deputados seguiram questionando o por quê da indicação de Cameron: se há tantos juizes no país por que o mais indicado seria um que tinha revelado relações sociais com familiares do principal suspeito?

Tais questionamentos surgiram ao mesmo tempo em que foi informado que o próprio primeiro-ministro tivera, desde a sua posse, 26 encontros particulares com representantes de Murdoch, em um período de 15 meses.

Além disso, também foi recentemente revelado que Cameron hospedava a ex-editora do News of the World, Rebekah Brooks e o filho de Murdoch, James, presidente do conglomerado de mídia News International, em sua casa de campo. E, mais ainda, também houve encontros particulares com os ministros de Finanças e da Cultura do governo Cameron.

O das Finanças, George Osborne, encontrou-se, desde a posse de Cameron, com integrantes do grupo de Murdoch em 16 ocasiões e da Cultura, Jeremy Hunt, em pelo menos três ocasiões. Sendo que Hunt era o responsável pela liberação da licença para aquisição da rede de TV BSkyB, na mira do conglomerado News International.

Segundo o editorial do jornal Página 12, A hora do chá era com Murdoch, “O secretário de Cultura, Jeremy Hunt, havia afirmado previamente que pensava aprovar o acordo [compra da BSkyB por Murdoch] sem uma ampla verificação das autoridades competentes”.

A compra, já inteiramente encaminhada, foi rejeitada por decisão do parlamento inglês depois que o escândalo dos grampos veio à tona.

Quanto aos entrelaçamentos entre a News International e a Scotland Yard já foi extensamente abordado, mas, com certeza, muito podre ainda vai surgir, pois a declaração da Scotland de que a morte não esclarecida do jornalista que denunciara os grampos estava fora de qualquer suspeita, antes mesmo de concluída a autópsia e com o exame toxicológico ainda por concluir, está engasgada na garganta do público inglês
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