Falta de investimento contra as enchentes mergulha SP no caos com chuvas de verão
As típicas chuvas de verão estão castigando São Paulo. Todos os dias, a maior cidade do país enfrenta o caos provocado por alagamentos e transbordamento de rios e córregos. Casas invadidas pelas águas, famílias desalojadas ou desabrigadas e carros submersos em importantes vias da capital têm sido o cotidiano vivido pela população da cidade, que carece de investimentos em obras de contenção das enchentes.
Segundo denúncia da assessoria do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (PT Alesp), “o governo estadual tem sido omisso ao longo dos anos na construção de obras antienchentes e de prevenção de desmoronamentos em todo o Estado. Na Capital e Região Metropolitana, por exemplo, falta drenagem e desassoreamento da Calha do Tietê e a construção de piscinões nas cabeceiras dos afluentes do Rio Tietê. Há 11 anos a previsão era a construção de 134 reservatórios, mas apenas 43 saíram do papel”. Ou seja, 91 piscinões deixaram de ser construídos. Além disso, afirma a assessoria, “mais de R$ 1,7 bilhão foram gastos no início da década na obra Calha do Tietê, que literalmente foram para o ralo, com a descontinuidade dos investimentos. Entre 2007 e 2009, o Estado deixou de aplicar R$ 105 milhões para o desassoreamento do Tietê”.
A noite da última segunda-feira, não foi diferente. Desta vez, as regiões Norte, Leste e Oeste da cidade foram as mais atingidas.
As marginais Tietê e Pinheiros sofreram com o transbordamento dos dois rios em diversos pontos, dentre eles na ligação com a rodovia Anhanguera, na altura da Ponte do Piqueri e no Anhembi. Muitos córregos também transbordaram, como o do Jaguaré, no Butantã, Cabuçu de Baixo, na Freguesia do Ó e Morro do S, no M’Boi Mirim. Quatro pessoas morreram em alagamentos e desabamentos.
A cidade chegou a registrar mais de 100 pontos de alagamento, muitos deles intransitáveis. De acordo com o Corpo de Bombeiros, houve vários chamados na cidade para resgate de pessoas em vias alagadas.
“Sábado aconteceu isso, hoje de novo. A água subiu tanto que está batendo no pescoço de alguns moradores”, disse o motorista Rodrigo Silva, de 38 anos, do bairro Rochdale, divisa de São Paulo com Osasco.
No bairro de Furnas, Zona Norte da cidade, mãe e filha morreram após o desabamento da casa onde estavam. No Parque Fernanda, na Zona Sul, também por causa da chuva, outra residência desabou e causou a morte de uma pessoa.
A quarta vítima registrada até as 4h30 de terça é um morador de rua resgatado sem vida próximo ao túnel da avenida 9 de julho, região central de São Paulo.
A quarta vítima registrada até as 4h30 de terça é um morador de rua resgatado sem vida próximo ao túnel da avenida 9 de julho, região central de São Paulo.
HP
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