EUA: AFL-CIO denuncia governos estaduais que planejam “ataques a direitos dos trabalhadores”

A central norte-americana AFL-CIO divulgou informe alertando as lideranças sindicais de Estados como Indiana, Maine, Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin - onde os republicanos venceram as eleições estaduais - sobre “graves ataques às famílias de trabalhadores e seus sindicatos”.

O pretexto para os ataques aos direitos conquistados pelos trabalhadores são os déficits enfrentados pelos Estados. Governadores e deputados republicanos querem cortar empregos e reduzir salários ao invés de brigarem pela retomada da economia em suas comunidades e no país.

A diretora de Relações Governamentais Estaduais, Naomi Walker, denunciou que “no momento em que atacam os sindicatos é o mesmo em que as corporações buscam se fortalecer atacando os trabalhadores, a Previdência e mandando empregos para fora do país”.

“De fato, para os republicanos que apoiam esta política é melhor que não existam os sindicatos para denunciá-la”, acrescentou Naomi.

A Central denunciou ainda a ameaça dos republicanos de acabar com impostos pagos aos sindicatos pelos trabalhadores que usufruem de melhorias salariais conquistadas coletivamente com apoio de suas representações sindicais. As lideranças sindicais apontam que assim os governadores e deputados buscam enfraquecer os sindicatos para melhor atacarem os trabalhadores.

Randi Weingarten, presidente da Federação Americana dos Professores destacou que “estão usando a crise de orçamento para tentar de todo jeito fazer recuar a voz e a capacidade dos trabalhadores em termos de barganha coletiva”.

Os sindicatos demonstram que o ataque aos trabalhadores é injusto em termos de redução do déficit com exemplos como o do republicano Rick Snyder, que assumiu o governo de Michigan, no dia 1º. Ele, que antes de assumir o posto era executivo da fábrica de computadores Gateway, quer eliminar a principal fonte de recursos do Estado (já com um déficit de US$ 1,85 bilhão) que é o Imposto Empresarial do Estado do Michigan, enquanto prepara cortes nos programas sociais.

No Estado de Wisconsin, o novo governador republicano, Scott Walker, declarou já na sua posse, 3 de janeiro, que “os salários e benefícios dos trabalhadores do Estado tem que ser equiparados aos do setor privado”, ou seja cortados.

Entre outras medidas de Walker está a suspensão de uma linha de trem de alta velocidade ligando Chicago, Milwaukee e Madison, que deveria empregar 13 mil trabalhadores em construção civil.
No Estado da Georgia, o republicano Nathan Deal declarou que vai reduzir o número de trabalhadores no Estado e Nikky Haley da Carolina do Sul (entre outras medidas) anunciou redução de 10 dias no período escolar para “economizar despesas”.

HP