sábado, 21 de maio de 2011

UE quer que Grécia entregue aeroporto e estatais de energia e telecomunicação


Os ministros de Economia da União Europeia, reunidos em Atenas na terça-feira (17/05), exigiram do governo grego que privatize todas as empresas que restam com capital estatal, como contrapartida de uma nova entrada financeira de entre 30 e 60 bilhões de euros que, segundo eles, ajudaria o país a sair da crise.

“O ritmo das privatizações na Grécia vai demasiado lento, isso deve mudar”, considerou a ministra francesa de Economia, Christine Lagarde, presente no evento.

Em maio do ano passado, a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) deram ao país um pacote denominado de ajuda por 110 bilhões de euros e, em troca, o governo de Atenas cortou salários, aumentou impostos e restringiu direitos, com a finalidade de evitar a moratória e garantir o pagamento da dívida externa do país, contraída principalmente junto a bancos franceses e alemães.

Como conseqüência desse pacote de “ajuda”, no último trimestre do ano passado a produção caiu 6,6% em relação ao mesmo período de 2009, e a taxa de desemprego já é uma das mais elevadas da Europa, em torno de 15%.

“O governo anunciará nos próximos dias medidas com cortes que superarão os 6 bilhões de euros com o objetivo de reduzir os gastos e aumentar as receitas”, anunciou em entrevista coletiva o ministro das Finanças grego, Giorgos Papaconstantinou, após a pressão dos parceiros da UE.

Como se sucatear ainda mais a economia do país fosse a solução da crise provocada no país pela especulação, a Grécia pretende reduzir a sua participação no Aeroporto Internacional de Atenas a partir do próximo ano como parte do seu plano de venda de ativos,  assim como na empresa de eletricidade Public Power Corporation S.A, onde  planeja reduzir as ações que possui o Estado de 51% para 34% em 2012.

A Grécia tem ainda planos para privatizar parte da estatal de telecomunicações, Hellenic Telecommunications  Organization.

O primeiro-ministro disse hoje que o Governo pretende reduzir os gastos  dos 53% do PIB em 2009 para 44% em 2015. O governo tem como meta reduzir neste ano o déficit fiscal para 7,5% e, de forma gradual, diminui-lo para menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2014, dos 10,5% registrados no fim de 2010.

Contra a privatização, a redução de salários, o corte de direitos e a paralisação do Estado, a Grécia parou no dia 11 de maio quando os trabalhadores de todos os setores da economia atenderam ao chamado das duas principais centrais sindicais do país, a GSEE e a ADEDY que congregam trabalhadores dos setores privado e público respectivamente.
HP

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