sábado, 21 de maio de 2011

Comitê de Financiamento do Tesouro alerta sobre risco de default nos EUA

O Comitê Consultivo de Financiamento do Tesouro enviou carta ao secretário Timothy Gethney, advertindo que o impasse na elevação do teto de endividamento e consequente inadimplência do Tesouro “mesmo que por breve tempo”, poderá levar o país e os mercados financeiros globais a “território desconhecido”, causando “nova e catastrófica crise financeira”.

A carta é assinada pelo presidente do comitê – que reúne os principais operadores de títulos do governo -, Mattew Zames, também presidente-executivo do JP Morgan Chase. Participam no comitê a fina flor, dos Goldman até Soros.

Os líderes republicanos asseveram que só será elevado o teto, se para cada dólar de aumento do limite de endividamento, forem cortados dois dólares em gastos sociais.

Não é corte de bilhões, mas de “trilhões”, entusiasmou-se o líder republicano. Já o deputado Paul Ryan quer simplesmente a privatização do Medicare (a assistência médica aos aposentados): os velhinhos passariam a receber do governo um crédito para comprar seguro-saúde privado.

 Os republicanos exigem cortar o déficit, desde que não corte o dinheiro do Pentágono e da CIA, nem aumente o imposto dos ricos. O governo Obama pretende empurrar com a barriga até 2 de agosto.

“INADIMPLÊNCIA”

O comitê alertou que “a inadimplência do Tesouro dos EUA”, ou até mesmo um “atraso prolongado no aumento do limite da dívida”, poderá levar a “um rebaixamento do rating de crédito soberano dos EUA”. Poderia, ainda, haver “uma corrida aos fundos do mercado monetário, como em setembro de 2008 após a falência do Lehman”. O comitê considerou “provável que pelo menos um fundo seja forçado a suspender resgates e vá à lona”.

A inadimplência do Tesouro dos EUA, acresce o comitê, também poderia acarretar severa ruptura do Mercado de financiamento do Tesouro de US$ 4 trilhões, levando a aumento agudo dos ágios cobrados em parte do mercado, e drástica desalavancagem e queda acentuada na concessão de empréstimos na outra parte. O que “teria conseqüências nefastas à ainda frágil recuperação da nossa economia”.

O comitê comparou com a decretação da concordata da Fannie Mae e Freddie Mac , que, junto com o aperto nos padrões de crédito, causou aumento de 1,5% no spread de hipotecas.

“Aumento semelhante, nos juros das hipotecas e do Tesouro, teria impacto adverso ao crescimento econômico, potencialmente empurrando a economia dos EUA de volta à recessão”.
 HP

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