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SP: clientes "somem" com pilha de TVs em menos de uma hora

Cerca de 600 pessoas estavam na fila quando a loja abriu
Foto: Ivan Pacheco/Terra
Vagner Magalhães

Direto de São Paulo

Quando a loja do Magazine Luiza da rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, zona oeste da capital paulista, abriu as portas às 5h da manhã desta sexta-feira, a vendedora de doces Nilza Maria de Santana, 54 anos, esperava pelo momento há mais de 15 horas, com a senha "número 1" na mão. Ela chegou à frente do estabelecimento às 13h30 de ontem, disposta a gastar até R$ 3 mil. Nos planos, uma TV LCD, uma geladeira, um fogão e um colchão. Com R$ 1,2 mil na mão, pretendia parcelar o restante de acordo com as condições oferecidas pela loja.

Assim como ela, mais de 600 pessoas amanheceram na frente da loja em busca de preços mais baixos, principalmente de produtos eletrônicos e eletrodomésticos, além de móveis e brinquedos. Pelo 18º ano consecutivo, a rede prometia descontos de até 70% em produtos novos e de mostruário. Entre as regras, a retirada dos produtos deveria ser feita pelo próprio cliente, já que no dia de hoje a entrega em domicílio não está disponível.

Minutos antes de as portas se abrirem, os funcionários da loja fizeram uma oração e pediram proteção para o dia que prometia ser de muito barulho e trabalho. Aberta a loja, os primeiros clientes correram em sua maioria para o setor de televisores e de eletrônicos, vendidos a partir de R$ 890. Para garantir as peças do mostruário, muitos abraçavam os produtos até a chegada de um vendedor.

Ao lado, uma pilha de caixas de TV foi baixando até praticamente desaparecer em menos de uma hora. O cinegrafista Jeferson Pereira, 42 anos, foi o primeiro a concluir a compra. Na sacola, um notebook de R$ 890 para presentear o filho. Ele chegou às 19h15 de ontem.

"Valeu a pena porque o preço compensa. Eu já havia pesquisado antes e o mesmo produto era encontrado a partir de R$ 1,3 mil. Foi uma boa economia", disse.

O locutor Milton Stefani, 43 anos, é funcionário do Magazine Luiza há 15 anos e disse já ter participado da inauguração de mais de 300 lojas. Experiente, ele oferecia as ofertas por meio do sistema de som da loja.

Com boa conversa, tentava motivar o público a comprar refrigeradores, que no início do dia estavam "esquecidos" no meio da loja. "Os primeiros que chegaram parece que estão mesmo dispostos a comprar televisores e computadores. Então vou dar uma força aqui", disse.

No andar de cima, próximo ao caixa, a primeira da fila disse ter comprado o que havia planejado, menos o fogão. Aguardava o fechamento da conta para ver se daria para levar mais alguma coisa.

"Já está tudo comprado. Agora estou procurando o vendedor para ver quanto deu. Quem sabe não dá para levar mais alguma coisa, né?"