quarta-feira, 3 de novembro de 2010

UNIÃO EUROPÉIA ATUA PARA SALVAR VIDA DE TAREQ AZIZ

Parlamentares e ministros do Exterior, intelectuais e lideranças religiosas somam-se ao Vaticano, ONU e governos da Rússia e Itália pela vida do ex-vice-primeiro-ministro e ex-ministro do Exterior do Iraque
A União Europeia consi-derou “inaceitável” a senten-ça contra a vida do ex-vice-primeiro-ministro e ex-ministro do Exterior do Iraque, Tareq Aziz.

“Estamos nos dirigindo às autoridades iraquianas para que a execução seja bloqueada”, afirmou Cathe-rine Ashton, Representante de Política Externa e Segurança da União Europeia.

A declaração da União Europeia se soma às proclamações já formuladas pela ONU, pelo Vaticano e países como a Rússia e a Itália pela comutação da pena de morte imposta a Aziz.

O ministro do Exterior da Rúsisa, Sergei Lavrov, alertou que matar Aziz “só vai piorar a situação no Iraque” e em declaração, o ministério do Exterior deste país pediu que o governo do Iraque suspenda a execução, pois ela não está de acordo com a tendência mundial pelo fim da pena de morte. Se dirigiu ao Conselho da Presidência do Iraque para que “não permita que a sentença seja executada”.

O deputado russo Leonid Slutski – vice presidente da Comissão de Assuntos Exteriores da Duma- acrescentou que o objetivo é tirar “a atenção da crítica à operação bélica dos EUA no Iraque”.
VINGANÇA CRUEL

“É uma vingança cruel contra Aziz que durante 7 anos de duro encarcera-mento converteu-se em um velho doente”, afirma o deputado.

Qualificando a condenação à morte de “desumana e politicamente motivada”, acrescentou que o líder iraquiano foi supostamente condenado por “participar na repressão contra xiitas, apesar de que durante o governo de Sadam Hussein não supervisionar questões religiosas mas era responsável pela política externa do país.

O ministro do Exterior da Itália Franco Frattini declarou em 31 de outubro que viajará ao Iraque em companhia do líoder do partido Radical para realizar gestões para salvar a vida de Treq Aziz e que já instruiu o embaixador italiano, Melani, para entrar em contato com Maliki e levar visão italiana de que a execução não seja levada a cabo; o subsecretário do Exterior, Alfredo Mantica considerou-a uma sentença política.

SOFRIMENTO IMPOSTO

Além disso, os deputados e senadores do Partido Radical entraram com moção nas duas casas do Congresso da Itália, destacando que “o julgamento de Tareq Aziz e os demais réus não foram conduzidos em respeito as garantias internacionais de imparcialidade e igualdade e se mostram mais de acordo com um processo de vingança dos vencedores”.

Para os deputados e senadores italianos, a sentença, deve ser comutada considerando ainda o elevado preço pago em termos de vidas humanas perdidas e de todo o sofrimento imposto ao Iraque e destaca que ela “ocorreu em um tribunal que não merece essa denominação”. Esse documento lembra que centenas de parlamentares e Prêmios Nobel firmaram, em julho de 2008, documento pela Moratória de todas as Penas de Morte – rumo a sua extinção – no qual destacaram que deveria ser evitada a condenação à morte e execução de Aziz.

O advogado de Tareq Aziz, Badia Aref, que soube da decisão pela imprensa e não pode se avistar com seu cliente desde 2007, disse que está sendo articulado um apelo mundial para que a pena seja comutada. Ele afirmou ainda que “as acusações são inconcebíveis, mesmo porque Tarek Aziz, como todos sabem, era responsável pela diplomacia. Trata-se de um processo degradante para todo o sistema judicial do Iraque”.
HP
 

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