terça-feira, 23 de novembro de 2010

Dilma: “ir em frente e ampliar as mudanças que conquistamos”
Presidente eleita defende união em favor do Brasil na reunião do diretório do PT, sexta-feira em Brasília



A presidente eleita, Dilma Rousseff, afirmou, na reunião do diretório nacional do PT, no último fim de semana, que tem certeza que contará com o apoio, a maturidade e a compreensão do partido “para construir o consenso político em torno do projeto nacional iniciado pelo governo Lula, juntamente com a coligação de partidos que irá governar o país a partir de 1º de janeiro”. “Devemos ir em frente e aprofundar o que conquistamos”, enfatizou.
Dilma também conclamou os militantes e dirigentes petistas a criarem um clima de unidade nacional e reafirmou que vai “governar para aqueles que apoiaram o meu nome e também para os que não apoiaram”. Para ela, “se disputa na eleição e constrói-se a unidade no ato de governar”. Ela aproveitou a reunião para reforçar a importância das alianças políticas na condução do Brasil a um patamar de desenvolvimento maior, com soberania e bem-estar de seu povo.
“Aprendemos a conviver com as diferenças. E sabemos que é possível, apesar das diferenças, criar um consenso em prol do Brasil’, afirmou Dilma. “Nós somos pessoas muito mais experientes na complexa relação entre partido, governo e movimento social”, observou. “O fato de termos responsabilidades diferentes e características diferentes não significa que nós não tenhamos o mesmo grande projeto de transformação do País”, disse a presidente.
“A partir do momento que nós ganhamos, também temos que compreender esse processo com maturidade. A compreensão é que temos que governar para aqueles que nos apoiaram e para aqueles que não nos apoiaram”, disse.
Segundo Dilma, “a herança bendita do presidente Lula colocará para o novo governo um grande desafio”. “As nossas conquistas não podem se repetir, sob pena de não honrarmos o nosso compromisso de transformar este país”, destacou, diante de uma platéia de cerca de 200 integrantes do diretório e quatro governadores do partido.
Na abertura da reunião, ela se emocionou e também provocou emoção nos presentes ao fazer um agradecimento à militância do partido. Dilma chorou ao relembrar que em todas cidades em que chegava, já no aeroporto ela sempre via “primeiro uma bandeira, uma camiseta, mas, sobretudo, a solidariedade dos militantes”. “É para este partido que apresento a minha gratidão e o meu reconhecimento”, disse ela, emocionada. Ela afirmou que durante toda a campanha eleitoral viu um “partido vivo, atuante e combativo em todo o país que contribuiu decisivamente para construir a vitória na disputa”.
A presidente eleita deixou claro para os presentes o seu otimismo para com o Brasil. “Sem sombra de dúvidas, nas próximas décadas temos o grande desafio de transformar este país, com justiça social que implica na erradicação da miséria e onde os 186 milhões de brasileiros possam ser integrados às riquezas que iremos produzir”, disse.
Na sexta-feira, a presidente participou ainda de um debate da equipe de transição com mais de trinta especialistas para discutir como atingir mais rapidamente a meta de erradicar a miséria absoluta do país. O debate foi coordenado pelo vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), além do grupo responsável pela parte técnica da transição, os deputados federais, Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP), e Clara Ant. Dilma afirmou no encontro que seu governo terá que ser inovador em política social. “O desafio maior”, segundo Dilma, “não é apenas construir o perfil das famílias em situação de pobreza extrema utilizando diversos métodos, mas chegar aos meios eficazes para cumprir essa missão”. “Se a gente for olhar bem em algumas regiões do País, vamos ver que o problema não é só territorial, mas falta de oportunidade. E o lado da pobreza mais violento é a criança”, alertou. O compromisso assumido pela nova presidente é antecipar em dois anos o prazo para a eliminação da miséria extrema do país. A idéia é atingir o objetivo em 2014 e não em 2016 como estava inicialmente previsto.
HP

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