quarta-feira, 3 de novembro de 2010

DERROTADO, TUCANO SE INCENSA E DIZ QUE "NÃO É UM ADEUS, MAS ATÉ LOGO"

Em discurso no domingo,José Serra montou frases que prometem acirrar ainda mais os ânimos já bastante esquentados dentro do PSDB. “Por isso a minha mensagem de despedida neste momento, não é um adeus é um até logo”, disse ele. O governador eleito, Geraldo Alckmin, parecia não acreditar no que ouvia. “Serra deveria levar em conta que a fila já andou”, constatou a jornalista Tereza Cruvinel.

Em relação à candidata vitoriosa, a deselegância de Serra já era até esperada, tendo em vista o nível decrépito da campanha feita por ele durante os últimos meses. Mas, desconhecer completamente a figura de Aécio Neves na hora dos agradecimentos foi considerado um ato de guerra contra o senador mineiro. Tudo bem que ele não conseguiu engolir a surra que levou em Minas Gerais , mas desconhecer o esforço de Aécio para evitar que seu desastre fosse maior, é, no mínimo, uma falta de educação com o colega.

A derrota em Minas não justifica o desfeito com o senador das Alterosas, porque se fosse assim não tinha porque agradecer a Jarbas Vasconcellos que deu um vexame maior ainda em Pernambuco. Ou mesmo ao seu vice - a contragosto, é verdade -, o deputado Índio da Costa, que de tão popular, foi escorraçado da Rocinha pela população, fato registrado em vídeo de 2008 e que foi divulgado na véspera da eleição. E, cá para nós, o Aécio até que se esforçou bastante. Verdade seja dita. Até comício em Copacabana ele organizou para tentar conseguir uns votinhos para Serra. Os cariocas realmente acharam estranho aquele bando de mineiros no trio elétrico com os cabos eleitorais pagos, mas que houve o esforço, ninguém pode negar.

Estimulado pela atitude de Serra, Xico Graziano, coordenador do programa de governo do tucano, atacou Aécio pelo twitter. “Perdemos feio em Minas Gerais. Por que será!?”, disse Graziano.

E, por fim, para quem se achava o “mais preparado” dos políticos, soou estranha a constatação feita por Serra de que sua campanha enfrentou “forças terríveis” nessa eleição. “Nestes meses duríssimos, quando enfrentamos forças terríveis (...)”, disse ele. Ou seja, Serra acabou vendo na “inexperiente” e “novata”, Dilma Rousseff, uma adversária com uma “força terrível”.

É assim que ele viu a força do povo. Se sentiu tão por baixo que criou a imagem de que sua campanha cavou “uma grande trincheira”. Deve ser por ter cavado tanto que o presidente Lula constatou que Serra saiu desta eleição bem menor do que era antes.

O ex-candidato tucano também disse que “a luta apenas começou”. Com certeza, isso é rescaldo de candidatura derrotada. Passado algum tempo, ele vai tomar um banho frio e seguir um rumo melhor.

O ex-candidato não deixou de jogar, como sempre, uns confetes sobre si: “E eu chego hoje, nesta etapa final, com a mesma energia que tive ao longo dos últimos meses” e “como eu faço até hoje”.
S. C.

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