sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

OBAMA REQUENTA NO CONGRESSO PARTE DAS PROMESSAS DE 2008



Com 30 milhões de desempregados nos EUA e um crescimento anêmico em 2011, o presidente Barack Obama foi ao Congresso para o tradicional discurso do Estado da União, onde se esforçou por asseverar que o país vai quase bem e até a GM já voltou a ser a montadora número 1 do planeta.

Sobre algumas promessas que o levaram à Casa Branca, como o fechamento do campo de concentração de Guantánamo, nem uma palavra. Sobre o Iraque, a mentira de que os soldados que estão de volta – “heróis”, segundo ele - teriam “tornado os EUA mais seguros e mais respeitados no mundo”. Quanto à “reforma da saúde”, apenas um comentário a respeito de seu caráter privado e não público, como se fosse uma grande vantagem para o cidadão ser escorchado pelo cartel hospitalar.

Este ano tem eleição presidencial, e Obama buscou se aproximar dos 99% e sua repulsa aos privilégios dos 1%. Disse que “a questão definidora do nosso tempo” é retomar a promessa americana básica de que “se você trabalha duro, você pode fazer o bastante para constituir uma família, possuir uma casa, mandar os filhos para a universidade e guardar um pouco para a aposentadoria”. Que a escolha está entre ter um país em que “um número cada vez menor de gente se dá realmente bem, enquanto um crescente número de americanos mal sobrevive”, ou restaurar a economia “de modo que todos tenham sua justa parte, e todos jogam pelas mesmas regras”. O difícil é passar das palavras aos atos.

Alfinetou o banqueiro Mitt Romney, candidato a candidato republicano, pedindo uma “regra Buffet” , o megaespeculador que paga um percentual menor de imposto de renda que o secretário dele. E também o Congresso, se oferecendo a todo instante para assinar leis que sugeriu lhe fossem enviadas.

Como não há como esconder o desemprego, insistiu na expectativa de geração de empregos através da duplicação das exportações, volta de fábricas que haviam sido levadas para o exterior e do desenvolvimento da energia limpa e afirmou que 2011 teve o maior número de postos de trabalho criados desde 2005.

Reiterou promessas de que o castelo de cartas da especulação financeira, que desabou em 2008, não voltará a cair, graças às raquíticas regulamentações criadas. Também comemorou o compromisso de cortar US$ 2 trilhões do déficit nos próximos 10 anos e se prontificou a mais ajustes na seguridade e outros gastos sociais.

Deixou os despejados de suas casas pelos bancos sem nenhuma esperança, e anunciou mais algumas medidas paliativas (US$ 10 bilhões) para os mutuários “submersos” – a casa vale menos que a hipoteca - que continuem pagando em dia.

Para encerrar, dirigiu-se ao Congresso como chefe do império, falando da “renovação da liderança americana no mundo”, ameaçando o Irã e a Síria e festejando a tomada do petróleo da Líbia. Repetiu o “compromisso de ferro” com a “segurança de Israel” e, com a China como destino, proclamou os EUA “potência do Pacífico”. E finalizou dando como exemplo da “união dos americanos” a execução de Bin Laden por uma equipe dos Seals, sob supervisão direta dele, Obama, de Washington, de Bob Gates -“um homem que foi secretário da Defesa de George Bush”- e Hillary Clinton – “uma mulher que concorreu contra mim pela presidência”.

Nenhum comentário: