sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CHANCELARIA IRANIANA ADVERTE: " AS SANÇÕES SÃO MECANISMOS FALIDOS"


Em resposta às sanções anunciadas no dia 23 pelos países europeus contra o Irã, Ramin Mehmanparast, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país declarou à TV estatal IRIB em Teerã que “As ameaças e sanções são mecanismos falidos. As sanções e a crise econômica na Europa são incompatíveis. Trata-se de uma guerra psicológica e de uma pressão propagandística contra o Irã”.

Submetendo-se à pressão dos EUA a União Europeia, que consome 18% da produção de petróleo do Irã, aprovou um boicote à compra do petróleo iraniano e restrições para que empresas europeias realizem operações financeiras com o Banco Central do Irã. Tais medidas restritivas entrariam em vigor a partir de 1º de julho para permitir e dar tempo para que as petroleiras europeias se adaptem à nova situação. Em troca os EUA estão “garantindo” o fornecimento de petróleo de sua colônia saudita e “promete” que os preços do barril de petróleo não serão aumentados pelos fornecedores, embora não diga até quando consegue manter essa “promessa”.

Grécia, Itália e Espanha, países dos mais afetados pela crise iniciada em 2008 nos EUA, são os países europeus que mais compram o petróleo iraniano. São, portanto, os três países que mais sofrerão o impacto das sanções ao Irã e os que menos motivos tinham para embarcar nessa canoa furada. Os três países ao se submeterem ao diktat americano defendido com ardor por Merkel e Sarkozy, ficam ainda mais à mercê dos “favores” e das vontades dos EUA e em piores condições para defenderem seus próprios interesses e se defenderem da crise gerada pelos monopólios americanos.

Os EUA intensificaram sua cruzada anti-iraniana desde que o país iniciou seu programa nuclear para fins pacíficos e medicinais, e acusam injustificadamente o Irã de enriquecer urânio para fins militares e obtenção da bomba atômica em sintonia com a histeria israelense contra o Irã. Alemanha, Grã Bretanha e França, ao invés de tomarem conta da própria casa que anda meio desarrumada, disputam entre si quem é mais anti-iraniano e mais pró- EUA.

No início do mês de janeiro, Ali Asghar Soltanieh, enviado especial do Irã à AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica, declarou que o Irã havia convidado representantes da AIEA para visitar o Irã e constatar in loco as condições do programa nuclear iraniano.

A AIEA divulgou no dia 23 um comunicado assinado pelo Yukiya Amano, diretor geral da AIEA em que afirma que “uma equipe de alto nível liderada por seu sub-diretor geral, Herman Nackaerts visitará o Irã nos dias 29 e 30 de janeiro para resolver todos os assuntos substanciais pendentes”.

Recentemente a AIEA publicou um “informe” contra o Irã ditado por agentes da CIA e sem nenhuma comprovação ou prova em que acusa o país de “empreender atividades nucleares relacionadas com a bomba”, o que foi completamente negado pelo governo iraniano e rechaçado pela maioria da comunidade internacional.
Israel, EUA e Grã Bretanha são suspeitos de terem agido em conjunto para assassinar vários cientistas iranianos participantes do Programa Nuclear. O último caso aconteceu pouco antes do anúncio das sanções pelos EUA e Europa.

        ROSANITA CAMPOS

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