sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ÍNDIA ANUNCIA QUE COMPRARÁ AO IRÃ TODO PETRÓLEO DISPONÍVEL




O ministro do petróleo indiano, Jaipal Reddy, deixou claro que seu país “não se guia por sanções impostas por certas nações”. A Índia é o 4º maior consumidor e o Irã, seu 2º maior fornecedor de óleo
 
A Índia quer comprar tanto petróleo quanto possa por que os termos são “amplamente favoráveis”, afirmou o ministro do petróleo do país, Jaipal Reddy. Ele acrescentou que a Índia respeita sanções da ONU, “mas que não nos guiamos por sanções impostas por blocos regionais, por certas nações”, em clara referência ao embargo imposto unilateralmente pelos EUA e seguido pela União Europeia.

Uma missão indiana esteve em Teerã de 16 a 21 de janeiro para novos acertos para a continuação da compra de petróleo iraniano pela Índia, país que é o quarto maior consumidor mundial. 12% das importações de petróleo da Índia provém do Irã. “Agimos de acordo com nossos interesses”, acrescentou o ministro Reddy. “O Irã é o segundo maior fornecedor [da Índia], de forma que precisamos utilizar essa fonte”. O governo de Nova Delhi já havia dito que “temos tido negócios com o Irã e vamos mantê-los”.

No momento, o pagamento do petróleo está sendo feito através de um banco turco, após a entrada em vigor das sanções dos EUA que levaram ao fechamento do canal anterior usado. Está em discussão o uso da moeda indiana – rúpia – no pagamento de parte das importações de petróleo. Teerã também oferece um crédito de 90 dias para os pagamentos.

Rússia e China também já se manifestaram dizendo que não vão aderir ao bloqueio decretado pelos EUA, sendo que a China, que é um grande comprador do petróleo iraniano, confirmou que as aquisições vão continuar. O próprio Japão anunciou que manterá suas compras de petróleo do Irã e pediu a Washington um tempo para se readequar. Até a Turquia declarou que suas compras de petróleo do vizinho Irã vão prosseguir.

Na Europa, Itália, Espanha e Grécia são os países mais afetados pela imposição do bloqueio dos EUA ao petróleo iraniano, já que importavam respectivamente 13%, 13% e 14% dessa procedência. São, exatamente, os países em situação econômica mais débil, e agora, adicionalmente, com sua soberania energética alienada. Também por imposição dos EUA o novo provedor será a colônia norte-americana no Oriente Médio, a Arábia Saudita. Os países mais poderosos da Europa, Alemanha e França, sofrerão desgaste menor com o bloqueio, na medida em que, respectivamente, importavam 1% e 4%.                                                        

A.P.

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