sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Zelaya chama os hondurenhos " RECHAÇAREM FARSA ELITORAL"

Zelaya chama os hondurenhos
a “rechaçarem farsa eleitoral”



Presidente de Honduras denuncia que a fraude de “eleições com usurpadores no governo” é para “legitimar o golpe contra as reformas sociais”


A farsa eleitoral promovida pela ditadura encabeçada por Roberto Micheletti “não tem nenhuma legalidade, não tem o respaldo internacional, especialmente da OEA e da ONU. Todos os países se pronunciaram desconhecendo esse processo espúrio, a exceção dos Estados Unidos e uns poucos, governos servis”, afirmou o presidente consti-tucional, Manuel Zelaya.



Estes, prosseguiu Zelaya, “estão mandando observadores, movimento que, mesmo com ambigüidade, vai na direção de legalizar o golpe”. O presidente con-clamou “o povo hondu-renho a que neste dia 29 de novembro reflita e de maneira consciente impugne e denuncie a fraude eleitoral”.



“Como presidente de Honduras, afirmo que, sob essas condições, não respaldarei esse processo eleitoral e procederei a impugná-lo legalmente, em nome dos homens e mulheres do meu País e de centenas de dirigentes e líderes que sofrem repressão e concorrência desleal, sem liberdade nem dignidade”, sublinhou.


REFORMAS


O presidente fez um chamado ao povo hondurenho para que não legitime o golpe de Estado, “já que é uma nova guerra contra os processos de reformas sociais e democráticas, tão necessários em Honduras”.




O embaixador brasileiro na Organização dos Estados Americanos (OEA), Ruy Casaes, assinalou em entrevista ao sitio Terra Magazine que, com a postura de recuar da condena ao golpe, “os Estados Unidos se isolaram na OEA”. Comentou ainda o anuncio do golpista Micheletti que, no dia 20 passado, disse que pretendia se ausentar da presidência durante os dias finais desse processo, para que “os hondurenhos possam se concentrar nas eleições”. “Isso é uma brincadeira de mau gosto. Ele não se afastou, ele se afastaria. Em última análise, esse sujeito é um palhaço. É algo tão primário, tão primitivo, que Micheletti só pode estar de gozação. Será mesmo que ele acredita que os países vão se sensibilizar com o fato de no dia das eleições ele não estar sentado na cadeira da presidência que ele usurpou? Será que ele acha que é tudo um faz de conta? Nós não consideramos essa licença”, frisou Casaes.



Fortalecida pela massiva renúncia a participar da farsa eleitoral de mais de 110 prefeitos e dezenas de deputados, e pela grande mobilização popular, a Frente Nacional de Resistência contra o Golpe de Estado lançou o seu comunicado Nº. 36, reforçando que “o processo de 29 de novembro carece de toda legitimidade e legalidade por que se realiza no marco de um golpe de Estado militar onde se negam direitos humanos básicos da população”.


OLIGARQUIA


“Fazemos público nosso reconhecimento aos movimentos políticos e aos candidatos que têm sido conseqüentes com o compromisso de renunciar à farsa eleitoral montada pela oligarquia no caso de não ser restituído em seu cargo o Presidente Manuel Zelaya Rosales.


Seu ato demonstra respeito pelo povo, fidelidade a seus princípios e dignidade; todas virtudes necessárias para enfrentar os inimigos da liberdade e da democracia”, prossegue a declaração da Frente, lida pelo seu coordenador, Juan Barahora, na frente do Tribunal Supremo Eleitoral, em Tegucigalpa, na terça-feira, dia 24.


Conclui o texto reiterando o “chamado a toda a população a desconhecer a farsa eleitoral de 29 de novembro. Hoje o povo sabe que o único caminho para a volta da ordem institucional é a restituição incondicional do presidente Zelaya, e a instalação da Assembléia Nacional Constituinte”.

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