segunda-feira, 16 de novembro de 2009

TECNOLOGIA BRASILEIRA VAI TRANSFORMAR A SAVANA AFRICANA.

Presidente Lula fala aos 11 chefes de Estado da África presentes à reunião na sede da FAO em Roma (Itália).


Aproveitando a experiência e capacidade brasileiras no setor agrícola e a semelhança de condições de clima e solo entre o cerrado brasileiro e a savana africana, o Brasil quer aprofundar a cooperação agrícola com a África, numa “cooperação genuína, construída em conjunto, invertendo a lógica das soluções impostas e sempre acompanhadas de condicionalidades”, afirmou o presidente Lula durante encontro com 11 chefes de Estado do continente africano e o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), Jacques Diouf, realizado na sede da instituição em Roma (Itália).


Segundo Lula, a transferência de conhecimento em desenvolvimento agrícola do cerrado brasileiro, hoje grande produtor de alimentos no Brasil, para a savana africana pode tornar os 25 países da região importantes atores globais no mercado agrícola internacional. Trata-se de um compromisso, afirmou Lula, que ele levará consigo mesmo depois de deixar o cargo de presidente do Brasil.


Nesta segunda-feira (16/11), o presidente Lula participa ainda Roma da Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar da FAO, cujo principal objetivo será o lançamento de bases para nova forma de coordenação global para o combate à fome. Os líderes mundiais presentes ao encontro serão apresentados à campanha 1 Bilhão de Famintos, que será veiculada pela internet.



Lula lembrou que apenas 10% dos 400 milhões de hectares da savana africana é cultivado hoje e esse número pode muito bem ser aumentado significativamente. Foi apostando nesse potencial que a Embrapa abriu um escritório em Gana e está engajada em projetos em 16 países africanos – Angola, Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Chade, Gabão, Gana, Guiné-Bissau, Mali, Moçambique, Nigéria, Quênia, São Tomé e Príncipe, Senegal, Tanzânia e Zâmbia.


São projetos voltados para a segurança alimentar e nutricional; desenvolvimento da agricultura sustentável e familiar; pesquisa e extensão rural; introdução de variedades agrícolas mais resistentes; diversificação da produção agrícola; implantação de unidades de demonstração e validação de tecnologias agrícolas (”fazendas-modelo”); merenda escolar; bem como o apoio à aqüicultura e à pesca. O desafio maior agora está em assegurar os recursos necessários para tornar realidade esse sonho.


Serão indispensáveis importantes recursos para financiar de desenvolvimento efetivo da produtividade da agricultura familiar na savana africana. Para tanto, assumo o compromisso de, como membro do G-20, de levar esta proposta aos líderes das principais potências econômicas mundiais, para o levantamento dos fundos necessários para tal empreendimento.


O presidente Lula estava acompanhado na reunião do ministros Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, e Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e dos secretários Antônio de Aguiar Patriota (Relações Exteriores) e Arlete Sampaio, do Ministério do Desenvolvimento Social, além do presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes Pereira.
Outro ponto importante da colaboração Brasil-África são os biocombustíveis e para tal o Brasil está concluindo com a União Européia a Iniciativa Conjunta para o Desenvolvimento da Bioenergia na África, frisou Lula. Assim será possível incrementar a produção de alimentos, combater a fome e a pobreza e gerar empregos no continente africano.

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