quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A paz no Oriente Médio não é uma questão dos EUA, disse o presidente

O presidente Lula disse na segunda-feira (20), durante encontro de final de ano de oficiais das Forças Armadas, em Brasília, que não acredita em um acordo de paz no Oriente Médio enquanto o principal mediador for os Estados Unidos. “Estou convencido que não haverá paz no Oriente Médio enquanto os Estados Unidos forem o tutor da paz”, afirmou.
“É preciso envolver outros agentes, outros países para poder negociar a questão da paz no Oriente Médio. Não é uma questão dos Estados Unidos”, prosseguiu.
Lula tem defendido a ampliação do Conselho de Segurança da ONU e um papel mais atuante do Brasil no processo de pacificação do Oriente Médio. Em maio, visitou o Irã para mediar um acordo em relação ao programa nuclear daquele país.
O presidente lembrou que a conversa com seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, levou em conta os termos de uma carta enviada a ele pelo presidente dos EUA, Barack Obama, dez dias antes de sua visita a Teerã. “Antes de viajar, nós recebemos uma carta do presidente Obama que colocava algumas condições [para um acordo internacional]. O presidente Ahmadinejad aceitou exatamente o termo que levamos e por isso assinou que estava disposto a sentar na mesa na comissão em Genebra”, contou.
Segundo Lula, o único motivo para que o acordo não fosse aceito pela comunidade internacional é porque Brasil e Turquia estariam interferindo em um assunto que “não caberia a países emergentes”. Lula conseguiu a total concordância do presidente do Irã com as propostas do Ocidente. “Mesmo assim, os países do Conselho de Segurança (da ONU) resolveram punir o Irã. Por quê? A única explicação é que era preciso punir o Irã porque o Brasil e a Turquia tinham se metido numa seara que não era a de país considerado emergente”, denunciou.
HP

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