quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O GLOBO EXPÕE SEU RACISMO, A DIZER QUE EM COPACABANA EXISTE "LINGUAS NEGRAS".


É EVIDENTE QUE TODA MATÉRIA ORGÂNICA QUE SOFRE OXIDAÇÃO ESCURECE COMO O ESGOTO, POR EXEMPLO, QUE É COMPOSTO POR 90% DE ÁGUA E 10%E DE RESÍDUOS SÓLIDOS, ENTRE ELES FEZES. A ESTE PROCESSO CHAMAMOS DE FLUXOS DE CONTAMINAÇÃO.
AGORA ASSOCIAR ESGOTO QUE CORRE EM DIREÇÃO AO MAR A COR DA PELE É UM DISPARATE SEM TAMANHO E RACISMO PURO

De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, é dever dos profissionais "combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza" (Cap. 2 / Art. 6º / XIV) e "não podem usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime" (Cap. 2 / Art. 7º / V).





Carta aos jornalistas

Por um jornalismo que respeite os direitos humanos e a diversidade étnicorracial.

No dia 13 de maio de 1888, determinou-se a Abolição da Escravidão no Brasil, país que foi líder na realização do tráfico de escravos e um dos países que manteve por mais tempo o trabalho forçado. Mais de 15 milhões de pessoas foram retiradas do continente africano, e as justificativas para mantê-las escravizadas eram que estavam amaldiçoadas e pertenciam a povos inferiores. Sendo assim, vários reinos e famílias foram destruídos.

Com a assinatura da Lei Áurea, as negras e os negros livres tiveram como herança a falta de formação educacional e profissional, habitações precárias e dificuldades financeiras. Eis uma mancha expressiva na nossa História!

O Movimento Negro adotou o dia 13 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Racismo – dedicado às atividades reflexivas que promovam o debate sobre o cotidiano da população afro-descendente e também às apresentações artísticas que exaltam o legado africano deixado na cultura brasileira. Além disso, os coletivos que discutem as questões étnicorraciais no movimento sindical também contribuem para a propagação de novos paradigmas em diversas áreas.

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) foi instalada no dia 24 de novembro de 2007. Por meio do seu blogue, twitter, informes afros e a Coluna Axé (veículo semanal que completa dois anos nesta quinta-feira, no jornal Tribuna Independente) vem contribuindo para a interlocução entre os segmentos afros e os meios de comunicação, além de promover a ampliação de pautas que abordem a cultura afro-brasileira e a conjuntura da população afro-descendente durante todo o ano.

Porém, atualmente, os nossos principais desafios são: a sensibilização dos profissionais sobre a temática, especialmente os que estão no dia a dia das redações; a avaliação crítica quanto à existência do racismo e assédio moral nos locais de trabalho; além da conscientização sobre as consequências das expressões preconceituosas nos veículos de comunicação.

Devemos por questão de ética e respeito evitar os termos racistas. Dentre os exemplos que são propagados podemos citar: "lista negra", "línguas negras", "a coisa tá preta", "buraco negro" (sem conotação científica), "páginas negras da história", "samba do crioulo doido" e vários outros.

De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, é dever dos profissionais "combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza" (Cap. 2 / Art. 6º / XIV) e "não podem usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime" (Cap. 2 / Art. 7º / V).

Também gostaríamos de lembrá-los(las) que "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional" é crime previsto na Lei nº 9.459 de 13 de maio de 1997, tem pena de reclusão de um a três anos e multa; caso o crime seja "cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza", a pena pode chegar a cinco anos de reclusão e mais multa.

Nós vivemos 122 anos de abolição inacabada e que traz consequências até hoje! Os estereótipos existem para ampliar o preconceito e desconstruir a sociedade. Os afro-descendentes (negros = pretos pardos) representam hoje mais da metade da população brasileira, ajudaram a formar a cultura deste país, além de contribuir decisivamente para o desenvolvimento sócio-político e econômico.

A COJIRA-AL luta por um jornalismo ético, que contribua para a transformação social e respeite a diversidade étnicorracial, de credos e de gênero! Seguimos em frente, e temos como espelhos os guerreiros quilombolas que enfrentaram seus medos e vários obstáculos em busca de liberdade.

Axé!

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