quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Invasão de importados fecha 6 fábricas na BA, diz Vulcabras


 

A Vulcabras, maior fabricante de calçados no país, anunciou, no dia 16, o fechamento de seis das 18 fábricas no interior da Bahia, provocando a demissão de 1.800 trabalhadores nos municípios de Itarantim, Ibicui, Iguai, Itati, Maiquinique e Potiragua.

Segundo o presidente da empresa, Milton Cardoso Santos Filho, as unidades estão sendo desativadas porque têm baixo volume de produção, altos custos logísticos e por causa da “concorrência predatória” dos produtos importados.

Santos Filho é presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A entidade tem entre sua “pauta permanente” a mudança na política cambial. Para a Abicalçados, a valorização artificial da moeda e as atraentes taxas de juros prejudicam a indústria nacional, favorecendo a enxurrada de produtos importados. “Quedas de 5.500 vagas na indústria nos últimos 12 meses, de 29,1% na balança comercial setorial no acumulado até outubro e de 10,7% na produção no acumulado de setembro. Estes foram os resultados preocupantes que o setor calçadista brasileiro registra às vésperas do final de ano”, disse Santos Filho no mês passado. “O setor poderá registrar demissões ainda mais profundas que as de 2008, quando mais de 42 mil pessoas perderam seus empregos nas fábricas de calçados”, alertou. Segundo o IBGE, a produção de calçados caiu quase 11% em outubro em relação a setembro.

Entre abril e maio deste ano, a Vulcabras adquiriu uma fábrica de calçados na Índia. Ao mesmo tempo decidiu fechar sua fábrica em Parobé no Rio Grande do Sul, demitindo 840 trabalhadores. Na ocasião, a empresa responsabilizou o dumping cambial, que favorece as importações, pela decisão de fechar sua fábrica de Parobé, a primeira do grupo, fundada em 1958.

Ao anunciar o fechamento das unidades na Bahia, Santos Filho disse que as demissões não tem relação com a fábrica na Índia.

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