sábado, 12 de novembro de 2011

Mercenário pró-EUA/Otan recebeu da CIA 200 mil euros, para trucidar civis Libios

O uso e abuso de mercenários pela CIA na agressão à Líbia vem sendo comprovado a cada dia, bem como o montante das “contratações” a peso de ouro para promover a morte e a destruição no outrora país mais desenvolvido – social e economicamente - da África. O mais recente escândalo foi relatado pelo jornal irlandês Sundayworld, na edição de quarta-feira, 9 de novembro: o recrutamento pela agência estadunidense do líbio de nacionalidade irlandesa Al Mahdi Al Harati , de 37 anos, que se passava por “professor de árabe” em Dublin.

Operando há mais de 20 anos a partir da Irlanda, Al Mahdi foi um dos “freedom fighter”, “agentes da liberdade” infiltrados e utilizados pela CIA na tomada de Trípoli, em 21 de agosto. Foi “vice-líder” do comando dos “rebeldes” da Otan na capital líbia, tendo recebido 200 mil euros inicialmente pelo “serviço”.

A confirmação foi feita pelo próprio Al Mahdi e sua esposa, Eftaima al-Najar, com quem o mercenário tem quatro filhos. Eftaima disse que sua casa em Firhouse, ao sul de Dublin, foi arrombada e que os assaltantes levaram dois pacotes com notas de 500 euros. A esposa disse que o marido havia deixado a quase totalidade do dinheiro escondido no quarto da casa, pois era mais seguro do que levar à Líbia. Informado do ocorrido, Al Mahdi pediu “demissão” do cargo e retornou à Irlanda, confirmando à polícia local o montante e a fonte pagadora.

No histórico do agente estadunidense está comprovada e documentada sua infiltração na “Flotilha da Liberdade”, ação de solidariedade à Palestina organizada por ativistas para romper o bloqueio israelense e levar remédios e alimentos à Faixa de Gaza.

Vale lembrar que na madrugada de 31 de maio de 2010, o barco turco Mavi Mármara, no qual viajava Al Mahdi, foi invadido por soldados de Israel, que desceram de helicóptero, numa sangrenta operação de guerra que deixou nove ativistas mortos. No dia 8 de junho, após ter sido “deportado” pelo governo israelense, há uma sequência de fotos de Al Mahdi sendo recebido como herói no desembarque em Dublin, ostentando hipocritamente bandeira e lenço palestinos.

Assim como a atuação da Turquia no genocídio líbio - como integrante da Otan – é sabido o envolvimento da Organização Humanitária turca IHH na invasão do país norte-africano. Até barco a Benghazi, cidade pólo da agressão imperial, os “militantes” da IHH enviaram. Como reconhecimento pelos trabalhos prestados, eles foram recebidos pelo então “comandante” do Conselho “Nacional de Transição, que emitiu “certificado” para comprovar a despretensiosa “ajuda humanitária”, ao qual se somaram os “bombardeios cirúrgicos”. Os sorrisos captados pelas câmeras fotográficas e de televisão, hoje sabemos, era para o conteúdo dos envelopes.

Obviamente, um dado secundário, não captado pelo enquadramento da mídia pró-EUA.

LEONARDO SEVERO

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