sábado, 12 de novembro de 2011

FFAA precisam de recursos previsíveis e estáveis para proteger o país, afirma Amorim

O ministro da Defesa, Celso Amorim, destacou na quarta-feira (9) em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados que a garantia das riquezas brasileiras passa por uma estrutura de defesa forte para defendê-las. “Nossa estratégia passa pela construção de um cinturão de paz e boa vontade na América do Sul e de dissuasão para fora do continente”, explicou o ministro da Defesa.

Ele lembrou a importância das reservas de petróleo do pré-sal, da riqueza florestal e da produção de alimentos como possíveis frutos de cobiça de potências estrangeiras.

Também ressaltou a necessidade de uma política orçamentária estável, que garanta os recursos necessários para que as Forças Armadas cumpram sua função. “Hoje, estamos fora dos eixos de conflito, mas não posso garantir que isso ocorra no futuro. Não é como nos tempos da Guerra Fria, em que escolhíamos um dos lados para garantir nossa segurança global. Vivemos uma ordem multipolar, onde as ameaças são multifacetadas e podem vir de variadas direções”, destacou.

Para que o Brasil tenha uma política de Defesa viável, segundo Amorim, seria necessário que a sociedade e o Parlamento entendessem a importância das Forças Armadas para o país. “É, mais ou menos, como um seguro de vida”, afirmou. “Você pode viver 80 anos sem precisar de um, mas sempre pode haver um imprevisto”.

Sobre a questão da contrainteligência, Amorim explicou que a situação do Brasil sofreu mudanças importantes e que, como o país vive numa democracia, com pleno funcionamento do Estádo de Direito, os manuais sobre o tema têm que mudar. “Determinei uma revisão dos manuais de contrainteligência do Exército e da Marinha. A própria doutrina que serve de fonte para a elaboração dos manuais passa por um processo de revisão. Nossos documentos têm de estar adequados às atuais circunstâncias. No entanto, necessitamos de contrainteligência para combater possíveis atos de espionagem estrangeira.

“Costumamos nos subestimar, mas temos desenvolvimentos científico-tecnológicos que interessam a outros países, como as centrífugas de produção de urânio enriquecido de Aramar, de concepção inteiramente nacional”, acrescentou. O convite ao ministro da Defesa originou-se em quatro requerimentos preparados pelos deputados Eduardo Azeredo Temas, Íris de Araújo, Antônio Carlos Mendes Thame e, em conjunto, pelos parlamentares Ivan Valente e Chico Alencar.

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