quinta-feira, 22 de agosto de 2013

4 mil médicos cubanos. Haja histeria!


Por Altamiro Borges

O Ministério da Saúde anunciou na tarde desta quarta-feira que 4 mil médicos cubanos chegarão ao país até o final deste ano para atuar nas cidades que não atraírem profissionais inscritos no "Mais Médicos", programa do governo federal para enfrentar os graves problemas da saúde no interior e nas periferias. Segundo informa Aline Leal Valcarenghi, da Agência Brasil, "já na próxima segunda-feira chegam 400 profissionais, que vão passar pelo mesmo processo de avaliação dos médicos com diploma estrangeiro".

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), instância regional ligada à respeitada Organização Mundial da Saúde (OMS), intermediará o acordo com o governo cubano, inclusive na definição dos valores que serão pagos. "O Ministério passará o mesmo valor unitário e é a Opas quem vai fazer a negociação com Cuba", explicou o ministro Alexandre Padilha. Ele também ressaltou, em entrevista coletiva, que os médicos cubanos suprirão a demanda nos 701 municípios que não foram selecionados por nenhum médico na primeira edição do programa.

Padilha disse ainda que todos os médicos que virão nessa primeira etapa já participaram de outras missões internacionais e têm especialização em medicina familiar e comunitária. Mais de 84% deles têm mais de 16 anos de experiência na medicina. "De acordo com Padilha, o acordo que o governo brasileiro tem com a Opas permite que a entidade faça parceria com outros países e organizações. A pasta investirá R$ 511 milhões até fevereiro de 2014 com a vinda dos médicos cubanos... Todos os médicos com diploma estrangeiro e sem revalidação vão passar por três semanas de capacitação, com foco no funcionamento do SUS e língua portuguesa", relata a Agência Brasil.

Na primeira edição, o "Mais Médicos" selecionou 1.618 profissionais para atuar em 579 postos da rede pública em cidades do interior do país e periferias de grandes centros. Do total, 1.096 médicos têm diploma brasileiro e 522 são formados no exterior. Os participantes do programa correspondem a 10,5% dos 15.460 profissionais necessários, segundo demanda apresentada pelos municípios. Com o anúncio de hoje, o programa entra em nova fase. Já é previsível que a decisão do Ministério da Saúde despertará a ira de uma parcela dos médicos brasileiros por motivos corporativos. Além disso, setores reacionários e "calunistas" da mídia comercial destilarão veneno contra a chegada dos médicos cubanos - prevendo a inevitável comunização do Brasil.

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