domingo, 1 de abril de 2012

BRICS rejeitam sanções dos EUA contra o petróleo do Irã

“Não vamos acatar decisões que retardem o crescimento da economia no mundo”, afirmou Chen Deming, ministro do Comércio da China

Os países reunidos na 4ª Cúpula dos BRICS em Nova Delhi rejeitaram as pressões dos EUA para que os países parem de comprar petróleo iraniano. O ministro do Comércio da Índia, Anand Sharma destacou que “o Irã tem sido e continuará sendo uma fonte importante de energia para a Índia”. Para Sharma, que participou no dia 28, da reunião dos ministros de comércio e economia, denunciou que as sanções e declarações do tipo das proferidas pelos EUA têm contribuído para elevar os preços do petróleo e outras matérias primas “colocando uma enorme tensão sobre o crescimento econômico da Índia e das demais nações dos BRICS”.

Chen Deming, ministro do Comércio da China apoiou seu colega da Índia: “A China sempre se dispôs a aderir às decisões da ONU, mas não somos obrigados a obedecer a leis internas de outros países. Estamos dispostos a continuar nossas conexões comerciais com o Irã normalmente e não seremos afetados por qualquer lei de outro país”.

“Principalmente não vamos aceitar leis de quaisquer países que venham a retardar a recuperação da economia no mundo e em especial que atrasem o crescimento nos países em desenvolvimento”, acrescentou Deming.

MEDIAÇÃO


Os líderes dos países reunidos em Nova Delhi também se posicionaram a favor da mediação de Kofi Annan, saudando a posição do governo sírio em apoiar seus esforços.

Brasil, África do Sul, China, Rússia e Índia enviaram delegações enca-beçadas pelos seus chefes de Estado a Nova Delhi, onde se realiza a 4ª Cúpula dos BRICS sob o tema: BRICS, Parcerias, Estabilidade Global, Segurança e Prosperidade. Nas reuniões da 4ª Cúpula do BRICS estarão presentes, além de Dilma, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e os presidentes Jacob Zuma (África do Sul), Hu Jintao (China), e Dimitri Medvedev (Rússia).

Entre as decisões do encontro dos países está prevista a criação de um banco comum, que possa fornecer crédito aos cinco países e outros em desenvolvimento sem os entraves e imposições do Banco Mundial. Também vão prosseguir os acordos comerciais para o fortalecimento do comércio e de outras tansações econômicas com as moedas dos integrantes dos BRICS que assim buscam um comércio independente da moeda dólar.

Segundo a agência Xinhua, os BRICS somam 42% da população mundial e 20% da produção do planeta, 15% do volume de comércio e, além disso, o crescimento conjunto contribui para 50% do crescimento mundial. O total de reservas mundiais em 2011 ascendeu a 10 trilhões de dólares, sendo que 4.42 trilhões pertencem aos BRICS (Brasil 357 bilhões, Rússia 514 bilhões, Índia 296 bilhões, China 3,2 trilhões e África do Sul 51 bilhões de dólares).

CRESCIMENTO


O elevado crescimento dos BRICS é sustentado principalmente pelas taxas da China (9,2%) e da Índia (7,4%). A Rússia cresceu 4,1% e a África do Sul 3,2%. O Brasil, que em 2010 teve uma elevação de 7,5%, com os freios de Mantega (destacando juros elevados, câmbio desfavorável aos produtos brasileiros e retração no crédito), ficou como o desenvolvimento acanhado de (2,7%).
Zhang destacou que “os países que compõem os BRICS estão sendo reconhecidos pela redução da pobreza e melhoria do padrão de vida de suas populações”.

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